Manejo de Matrizes e Cordeiros
O maior desenvolvimento do feto (85% do total) ocorre nas últimas seis semanas de gestação, as quais devem receber uma atenção especial relacionada a nutrição animal, pois se neste período, a ovelha não for alimentada corretamente, o peso dos cordeiros ao nascer será muito baixo, podendo elevar a taxa de mortalidade de cordeiros, à medida que o peso ao nascimento diminui.
Desde o final da gestação a fêmea deve ser observada de perto, de preferência em piquetes pequenos, com cuidados especiais para evitar condições de estresse.
A absorção de colostro deve ser observada, pois o recém nascido recebe grande parte de suas estruturas de defesa (imunização) através do colostro ingerido nas primeiras horas de vida.
A presença de ovelhas de baixa habilidade materna pode causar a morte de recém nascidos. Para evitar isso, deve-se tentar manter o recém nascido próximo à ovelha forçando-a a aceitá-lo, ou recorrendo ao aleitamento artificial que apresenta maior custo.
Predadores
Ataques de onças, cachorros e outros animais de maior porte a rebanhos de ovinos são comuns. Em virtude disso, é necessária a proteção do rebanho, quer por cercas elétricas, telas especiais e até mesmo cães de guarda, pois a predação dos ovinos, em especial as fêmeas em período de gestação, consiste em um problema real e presente em muitas propriedades do país, sendo causa de grandes prejuízos a atividade.
Lotação Adequada
Pisoteio de animais consiste em uma preocupante causa de morte que pode ser contornada através de estratégias simples como: manter a lotação das instalações adequada, e montar as ripas com correto espaçamento, evitando que os ovinos jovens prendam-se e fiquem impossibilitados de mamar ou possam ser pisoteados.
Enfermidades
Diversas enfermidades acometem ovinos, reduzindo drasticamente o seu potencial de produção, inclusive, podendo levar os animais a óbito. Algumas dessas doenças são facilmente identificáveis pelo produtor familiarizado com o comportamento dos animais através da observação do rebanho. Para tanto, o criador deve estar sempre alerta aos sintomas de doenças:
Alguns exemplos de enfermidades mais comuns são: Linfadenite caseosa (mal-do-caroço); Fotossensibilização hepática; Clostridioses (tétano, gangrena gasosa, carbúnculo, enterotoxemia, botulismo); Brucelose ovina; Pododermatites; Pneumonias e Diarréias.
Para essas e outras enfermidades deve-se seguir um protocolo de manejo sanitário estabelecido por um t��cnico de confiança, e atentar à profilaxia, ou seja, a adoção de meios de evitar doenças ou seu contágio, com medidas como:
Além de todos esses cuidados, é preciso seguir com precisão o calendário de vacinação estabelecido pelo técnico que atende o plantel.
Verminoses
De uma maneira geral as verminoses são as grandes vilãs da ovinocultura comercial. Elas podem se apresentar sob a forma aguda, levando os animais rapidamente à morte, ou de forma crônica, onde os efeitos do parasitismo são gradativamente observados, como por exemplo: "papada inchada" (edema submandibular), diarréia, anemia, menor desenvolvimento corporal, perda de peso e redução na produção e qualidade da lã.
Ela é geralmente potencializada por práticas de manejo inadequadas que acabam oferecendo condições propícias ao desenvolvimento desses vermes. O simples fato de adotar medidas como manejo rotacionado de pastagens, pastejo integrado com outras criações apresentam-se como estratégias preventivas à verminose.
Seleção de ovinos resistentes aos helmintos gastrintestinais tem sido estudada há muito tempo, porém os trabalhos na área de seleção de animais mais resistentes à verminose intensificaram-se desde que foi confirmada a base genética da resistência aos parasitos gastrintestinais. Esta resistência pode ser considerada como habilidade dos ovinos de impedir o estabelecimento e o subseqüente desenvolvimento da infecção parasitária. Países como a Nova Zelândia e Austrália já apresentam programas de melhoramento genético nesse sentido.
Atenção especial deve ser dada a animais de raças importadas, em sua maioria são originários de regiões de clima temperado e que, conseqüentemente, apresentam grande susceptibilidade a algumas espécies de parasitas que são abundantes em regiões tropicais. Portanto, o criador deve-se munir de um auxílio técnico para saber quais os tipos de animais instalar na área e qual o manejo adequado a eles, dentro das possibilidades do produtor, para evitar a infestação de seu plantel.
Considerações Finais
É necessário alertar aos produtores sobre a importância de exames preventivos para se obter um diagnóstico preciso e combater o problema com o medicamento correto e eficaz.
Além da prevenção à verminose são muitos os cuidados necessários à criação, portanto é necessário um manejo integrado entre as várias partes da produção para que essa atinja níveis lucrativos provenientes de baixas taxas de mortalidade no rebanho.