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Incrementando o desenvolvimento gastrintestinal em cordeiros

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/04/2009

3 MIN DE LEITURA

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Em todo o processo de produção de cordeiros, um dos itens que mais impactam os custos variáveis totais do sistema como um todo é a alimentação, de forma que o nível de eficiência dos animais na utilização dos diversos alimentos fornecidos possui um efeito de elevada significância.

A eficiência alimentar pode ser melhor visualizada por meio da conversão alimentar que, por sua vez, é representada pela relação entre a quantidade de matéria-seca consumida e a quantidade de ganho de peso adquirido (kg consumo: kg ganho). No entanto, para que níveis satisfatórios ou maximizados de eficiência alimentar sejam alcançados, é necessário que o animal tenha a oportunidade de ter um desenvolvimento gastrintestinal otimizado.

O desenvolvimento do neonato em um ruminante funcional envolve várias mudanças anatômicas, fisiológicas e metabólicas dos pré-estômagos (rúmen, retículo e omaso) que se iniciam a partir do momento em que os cordeiros passam a ingerir alimentos sólidos. Essas mudanças estão vinculadas ao desenvolvimento das papilas que revestem a superfície da mucosa nos pré-estômagos - responsáveis pela absorção dos produtos da fermentação microbiana e de alguns nutrientes - assim como das camadas musculares dessa mesma mucosa, responsáveis pelo tamanho, capacidade contrátil e mobilidade dos compartimentos.

Figura 1 - A ingestão precoce de alimentos sólidos é um pré-requisito para se alcançar níveis otimizados de eficiência alimentar na produção de cordeiros.


Enquanto o desenvolvimento das papilas está relacionado à produção de certos ácidos da fermentação dos alimentos (ácidos graxos voláteis, em especial o ácido butírico), o da musculatura está associado à estimulação física via fibra fisicamente efetiva. Dessa forma, dietas de alto grão estimulam a vascularização e a proliferação das células epiteliais da mucosa gástrica promovendo o aumento da altura e da densidade das papilas e de todo o epitélio, enquanto que, níveis apropriados de fibra fisicamente efetiva (volumoso) estimulam o crescimento do tecido muscular incrementado o desenvolvimento dos pré-estômagos e a motilidade ruminal, essenciais para a mistura dos alimentos, regurgitação, eructação dos gases e na movimentação do alimento para dentro do omaso, e a partir deste, para o abomaso e intestinos.

Para que todos esses processos ocorram de maneira significativa, uma das ferramentas essenciais é o creep feeding, permitindo que os cordeiros tenham acesso a alimentos sólidos logo na primeira semana de vida. Embora o consumo não seja significativo até 3 semanas de idade, as pequenas quantidades ingeridas desde os primeiros dias de vida são muito importantes para iniciar o desenvolvimento gastrintestinal, estabelecer a função ruminal e o hábito de comer, bem como condicionar o animal à dieta que receberá no confinamento ou a pasto, na fase de terminação.

Embora não seja comum a inclusão de alimentos volumosos em rações de creep, o uso de forragens de boa qualidade e com tamanho de partícula consistente em uma taxa de inclusão de 10% da matéria-seca resulta em animais mais pesados, com melhor eficiência alimentar e maior consumo voluntário, como conseqüência do incremento no desenvolvimento anatômico e muscular do retículo-rúmen.

Figura 2 - O consumo, concomitante e equilibrado, de grãos e forragens é essencial para o pleno crescimento e desenvolvimento de todo o trato gastrintestinal de cordeiros.


Sendo assim, o fornecimento e o consumo tanto de grãos quanto de forragens é vital para o cordeiro na sua transição de um animal pré-ruminante para um ruminante funcional, estimulando também o desenvolvimento intestinal pela sua ação trófica e indutora do processo mitótico, e permitindo o aparecimento precoce da população microbiana no rúmen.

Dessa forma, a ingestão precoce de alimentos sólidos pelo cordeiro por meio do creep feeding é fundamental para otimizar o desenvolvimento do trato gastrintestinal e maximizar sua capacidade digestiva e absortiva, o que é essencial para elevar a eficiência de utilização dos alimentos nas fases de pré e pós-desmama, garantindo desempenho ótimo, reduzida idade ao abate e menores custos do ganho por cordeiro produzido.

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 05/08/2009

Olá Sérgio,

Curiosamente, a casca das frutas cítricas (como laranja, mexerica e limão) apresenta uma considerável palatabilidade para ruminantes (veja o exemplo da polpa cítrica peletizada), incluindo os ovinos, especialmente quando a mesma se encontra seca ou sem o alto nível de ácidos orgânicos que caracterizam os cítricos.

Mais curiosamente ainda, já vi animais, principalmente caprinos e ovinos, que comem tranquilamente, manga, banana, umbu e caju, com preferência pelas cascas.

As vezes esse tipo de comportamento está associado a um déficit alimentar a nível de forragem, levando os animais a ingerirem alimentos pouco comuns. Por outro lado, a fruta em si, pode ser apetecível e assim, ter boa aceitabilidade pelos animais.

Abraços e obrigado por sua participação!!

Daniel
SERGIO GOUVEIA CANCELLA

LIMEIRA DO OESTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/07/2009

Tenho uma pequena criação de carneiros(30 cabeças) e tenho como pastagem,bachiaria decumbens e grama estrela(derruba velho). Tenho fornecido sal mineral especifico para carneiros com um pouco de farelo de milho. Tenho um pomar e quando cai; laranjas,mexericas e até limão china(cravo) no chão eles comem tudo. Como posso entender essa vontade deles comerem até os limãos!

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