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Mistura múltipla para ovinos e caprinos ("Sal Proteinado")

POR MILENA HAMA TOTAKE WATANABE

E MAURO SARTORI

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/06/2009

4 MIN DE LEITURA

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A mistura múltipla, popularmente conhecida como sal proteinado, consiste numa mistura composta basicamente por uréia, cloreto de sódio, ingrediente protéico (farelo de soja ou algodão) e energético (fubá de milho ou melaço) e minerais (sal mineral ou premix mineral). Pode ficar a disposição dos animais, pois sua ingestão é regulada pela proporção de cloreto de sódio na mistura.

O cloreto de sódio tem a função de atrair os animais a ingerir a mistura, já que a uréia é pouco palatável. Também funciona como regulador de ingestão excessiva, pois os animais têm apetite específico para o sódio e não ingerem quantidades muito acima do seu requerimento. A probabilidade de ingestão excessiva da mistura e, consequentemente, de uréia é baixíssima, quando houver uma mistura bem formulada com proporção adequada de cloreto de sódio.

A finalidade da mistura múltipla é fornecer nitrogênio solúvel no rúmen para o crescimento das bactérias celulolíticas e aumentar a digestibilidade da fibra assim como o aporte de energia para o animal. Ruminantes em geral tem exigência mínima de 7% de proteína bruta na dieta, para que ocorra o adequado crescimento microbiano, fermentação da fibra e retirada de energia desta fração. Dietas fibrosas com conteúdo muito baixo de proteína bruta acarretam diminuição do consumo voluntário e do peso vivo dos animais.

A uréia caracteriza-se como fonte de nitrogênio-não-protéico solúvel no rumem, Porém, apresenta também algumas limitações como sua baixa aceitabilidade pelos animais, sua segregação quando misturada com outros ingredientes e sua alta toxicidade, que é agravada pela elevada solubilidade no rúmen. Portanto, deve ser fornecida aos animais em quantidades controladas.

A uréia ao ser ingerida e alcançar o rúmen é rapidamente desdobrada em amônia e CO2 pelas bactérias. A amônia é captada pelas bactérias fermentativas ruminais e é utilizada para seu crescimento e síntese de sua própria proteína. O aumento da população de bactérias celulolíticas aumenta a produção de energia proveniente da fermentação da fibra, o que leva a melhora do desempenho animal. A massa microbiana apresenta proteína de alto valor biológico e vai ser utilizadas pelo animal após sua saída do rumem.

As forrageiras das pastagens diminuem seu valor nutritivo durante o período da seca, notadamente por diminuição de seu teor protéico e aumento do de fibra. Isso acontece em função da diminuição na proporção de folhas e aumento na proporção de colmos e material morto na pastagem. Teores baixos de proteína dietética levam a redução do crescimento microbiano ruminal, com diminuição da digestibilidade da fração fibrosa da forragem e redução do desempenho animal.

A mistura múltipla é recomendada para animais alimentados com dietas ricas em fibra e com baixo teor protéico. Pode ser utilizada para animais criados extensivamente sobre pastagem diferidas, assim como aqueles alimentados com palhada de cereais (palha de trigo, milho, etc). Dietas a base de cana de açúcar podem ser melhoradas com a utilização da mistura múltipla, devido ao seu elevado teor de açúcares solúveis, elevado teor de fibra e baixo teor de proteína dietética. Animais alimentados com silagem de milho podem ser beneficiados pelo aporte de nitrogênio através da mistura múltipla.

Estudos realizados na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Itapetininga, APTA Regional-SAA-SP avaliaram algumas formulações de mistura múltipla associadas para cabras em manutenção alimentadas com palhada de trigo e observaram que quanto maior o teor de cloreto de sódio menor a ingestão voluntária da mistura. Os animais mantiveram o peso vivo, o que denota sua utilização para animais em mantença.

tabela 1. Formulações de mistura múltipla para suplementação de dietas de ovinos e caprinos com diferentes volumosos.



O consumo voluntário da mistura múltipla é muito variado e é inversamente proporcional á concentração de cloreto de sódio. Ingestão voluntária ao redor de 200g/dia para ovelhas adultas, com acesso irrestrito à mistura, parece ser satisfatória e adequada. Isso representa 0,4 a 0,5% do peso vivo.

O produtor deve começar com teores mais elevados de sal branco e diminuir até atingir o consumo preconizado para que os animais possam se adaptar aos poucos à ingestão de uréia.

Referências bibliográficas

IAPICHINI, J.E.C.S.; GERDES, L.; BUENO, M.S. et al. Níveis de cloreto de sódio na mistura múltipla para caprinos alimentados com palhada de trigo. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 43., 2006, João Pessoa- PB. Anais... João Pessoa.

MOREIRA, F.B.; PRADO, I.N.; NASCIMENTO, W.G. et al. Níveis de suplementação de sal proteinado para bovinos nelore terminados a pasto no período do inverno. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38., 2001, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2001. p.923-924.

NUSSIO, L.G. et al. Valor alimentício em plantas do gênero Cynodon. In: PEIXOTO, A.M. et al. (Ed.) Manejo de pastagens de tifton, coastcross e estrela. Piracicaba: FEALQ, 1998. p.203-242.

REIS, R.A. et al. A suplementação como estratégia de manejo de pastagem. In: PEIXOTO, A.M et al. (Ed.).Produção de bovinos a pasto. Piracicaba: FEALQ, 1997. p.123-150.

Underwood, E.J., Suttle, N.F. Los Minerales En La Nutrición Del Ganado. Zaragoza : Acribia, 2003. 648 p.

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GILVAN PEREIRA DA SILVA

BURITIRANA - MARANHÃO - OVINOS/CAPRINOS

EM 09/10/2023

Quero receber a receita
FRANCISCO JOSÉ DE LIMA

SENHOR DO BONFIM - BAHIA - ESTUDANTE

EM 17/01/2022

Se possível, manda a fórmula do sal proteína do pra mim, pois o custo certamente é mais baixo.
GERALDO GONÇALVES

JUAZEIRO DO NORTE - CEARÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 16/02/2021

É bem interessante esse assunto para os criador .
FRANCISCO BRAULIO AMORIN

JAICÓS - PIAUÍ - OVINOS/CAPRINOS

EM 04/09/2020

Manda uma receita p mim fazer o sal proteinado
LEGNIWHCS SEVOLC

VENÂNCIO AIRES - RIO GRANDE DO SUL

EM 03/06/2020

Ok
SEVERINO LIMA

CUSTÓDIA - PERNAMBUCO - OVINOS/CAPRINOS

EM 20/05/2020

Gostei dessa matéria.. obrigado!!
ANTONIO NETO

EM 08/07/2019

gostaria de saber a quantidade de cada mistura a ser acrecida a 40 kg de sal comum para ovinos neste tempo de pastagem seca, digo a quantidade de ureia, milho,farelo e o sal mineral, agradeço e uma boa noite.
IASMIM BULLA

EM 12/11/2018

Essa mistura é usada para carneiros?
JOSE HIGO SOARES CORDEIRO

EM 15/10/2018

GOSTARIA DE SABER QUAL SERIA A PROPORÇÃO, E OS INGREDIENTES USADOS PARA FAZER A MISTURA MULTIPLA PARA OVINOS.
FRANCISCO WALTER DA SILVA

GOIANÉSIA - GOIÁS - OVINOS/CAPRINOS

EM 05/07/2017

o que Mistura mineral? como é feita? ou se compra pronta? qual o nome comercial?
EMANOEL MARIO COSME

LAJINHA - RIO GRANDE DO NORTE - OVINOS/CAPRINOS

EM 27/06/2017

Boa noite amigo é queria saber o tanto de uréia e enxofre se usa para 90 quilos de ração e 25 de sal comum?
TED LOUREIRO

ALMADINA - BAHIA - OVINOS/CAPRINOS

EM 07/05/2017

Parabéns pela matéria,gostaria de saber se posso usar essa tabela pra novilhas de engorda 01 sal vitaminado

02 sal comum

01 kg de enxofre

01 kg de ADE em pó

04 kg de calcário

01 saco de farelo
JOSE ROBERTO BARBOSA BRAZ

CAMPINA GRANDE - PARAIBA - PESQUISA/ENSINO

EM 08/02/2017

Não, desde que esses animais tenham passado pelo período deadaptação quando do início da administração da multimistura.
JOSE REINALDO CREPALDI

ARAÇATUBA - SÃO PAULO

EM 08/02/2017

Boa Tarde,

Carneiras prestes à parir, a ração com uréia não vai interferir na gestação..

Demais assuntos abordados foram vaiosos para iniciante como eu.

Obrigado,
GLEYSON ALEXON DANTAS

RECIFE - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/05/2016

ola amigos tenho uma pequena propiedade aqui em recife gostaria da fomula mais detalhada para cabrinos obrigado que deus abencoi voceis
JOSE ROBERTO BARBOSA BRAZ

CAMPINA GRANDE - PARAIBA - PESQUISA/ENSINO

EM 03/05/2016

Olá Manuel Arcanjo!

Na mistura que formulei para Maria A, Bezerra no dia 27/10/2015, Não utilizei a soja e sim o farelo de trigo
MANOEL ARCANJO

OVINOS/CAPRINOS

EM 01/05/2016

BOA NOITE

parabens pela materia, mas lendo os cometarios me gerou uma duvida q gostaria q vc me esclarecesse, posso substituir a soja pelo farelo de trigo? aguardo resposta, agradeço desde ja
HAMILTON

ANCHIETA - ESPÍRITO SANTO - OVINOS/CAPRINOS

EM 06/04/2016

Bom dia

Matéria muito esclarecedora.

Tenho uma propriedade ES município de Anchieta região Sudeste região com mais umidade no ar. Estou começando criação de carneiro Doorper, esta mistura atende ou sugere alguma outra .

Agradeço desde ,





Hamilton Andrade
JOSE ROBERTO BARBOSA BRAZ

CAMPINA GRANDE - PARAIBA - PESQUISA/ENSINO

EM 27/10/2015

Olá Maria A. A. Bezerra!

Na sua sugestão estar faltando o sal mineral que é essencial para os animais, utilizando seus ingredientes formulei a seguinte multimistura?

15 Kg DE SAL COMUM;

20 Kg DE SAL MINERAL;

30 Kg DE FARELO DE TRIGO;

10 Kg  DE XERÉM DE MILHO;

15 Kg DE MANDIOCA, BEM SECA;

10 Kg DE UREIA, SENDO 9 Kg DE UREIA E 1 Kg DE SULFATO DE AMÔNIO( FONTE DE ENXOFRE)
MARIA APERÍCIA ALVES BEZERRA

MONSENHOR HIPÓLITO - PIAUÍ - ESTUDANTE

EM 21/10/2015

Monsenhor Hipólito Pi

Boa noite!

Qual a quantidade de ureia que pode ser usado em 25kg de sal bco.

por ex: 25kg sal bco

                01kg de fuba ou cherem

                01kg farelo de trigo

                01kg massa de mandioca

                   ?      Qual a quantidade de ureia

                   ?     Qual quantidade de enxofre

Se for possível queria que formulacem uma tabela com as quantidades certas de cada ingrediente que pode ser misturado.

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