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Caudectomia proibida

POR CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/08/2009

16 MIN DE LEITURA

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A prática do corte da cauda (caudectomia ou descola) em ruminantes foi proibida pela resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária nº 877, de 15 de fevereiro de 2008.

CAPÍTULO II- DOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO

"§ 2º São considerados procedimentos proibidos na prática médico-veterinária: castração utilizando anéis de borracha, caudectomia em ruminantes ou qualquer procedimento sem o respeito às normas de antissepsia, profilaxia, anestesia e analgesia previstos no Anexo 1 desta Resolução".

No Anexo 1 não está inserida a caudectomia, portanto, conclui-se que a caudectomia em ruminantes, onde se incluem os ovinos, está proibida na prática médico-veterinária.

A caudectomia é uma prática recomendada pelos ovinocultores que criam animais de lã pelos seguintes motivos, segundo Sabogal Ospina e Quintero (1989): "a fim de evitar-se o acúmulo de esterco, urina, terra ou sementes na parte posterior do animal, já que esses elementos podem causar infecções e bicheiras; facilitar a monta para o macho, quando as fêmeas estão em idade reprodutiva".

Lucia Saavedra Boussès, responsável pela Lomas Negras Cabanha Orgânica Ltda., perguntada sobre se faz a caudectomia em animais da raça Ile de France, respondeu que, baseada nos seguintes argumentos, conseguiu autorização de tal prática pelo IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico, entidade responsável por fornecer certificação a produtos orgânicos, e que não aprova mutilações):

1) "Por questões de saúde e higiene, principalmente nas fêmeas para evitar a incidência de miíases no parto, pelo acúmulo de sangue e também no caso de diarreias (muito frequente em ovinos), que com a exposição ao sol e o contato com outros agentes podem atrair moscas, resultando em forte desconforto para os ovinos.
2) A prática da caudectomia também facilita o processo de cobertura. O reprodutor tem mais facilidade para efetuar a cópula, e, ainda, evitam-se possíveis contaminações do membro do reprodutor, inclusive possíveis cortes no membro do macho, causados por lãs da cauda da ovelha, geralmente duras e cortantes feito lâminas.
3) No aproveitamento do pelego, o fato do ovino ter a cauda longa faz com que os resíduos fecais (urina e fezes) manchem o pelego o que inviabiliza o aproveitamento por deixar odores de difícil remoção.
4) O corte da cauda é feito com 7 dias. Nesta idade a cartilagem na junta das vértebras não está totalmente desenvolvida / solidificada o que causa menos dor.
5) A caudectomia é realizada com instrumento cortante quente, em um único corte. Esta prática é rápida e segura, diferente do uso do elástico que deixa o animal sentindo desconforto por vários dias.
6) Nos machos de abates não é feita a caudectomia, apenas nas fêmeas e nos reprodutores PO e RGB destinados à reprodução."

Atualmente, existe preocupação crescente com o bem-estar dos animais domésticos e de produção, e estes estão sujeitos a diversos fatores agressores que produzem dor, em decorrência do manejo a que são submetidos, tais como a caudectomia (Nóbrega Neto, 2008). Esse autor relata que o neonato percebe a dor de modo mais eficaz que o animal adulto. O mesmo autor comenta, ainda, que quando a caudectomia é realizada sem anestesia - como na maioria das vezes - causa dor intensa, independente da idade em que é realizada, e pode causar dor crônica devido à inflamação e infecção do coto após o procedimento. Kent et al. (2000) demonstraram que o comportamento do animal após a amputação pode permanecer alterado, indicando dor, por até 41 dias após a intervenção.

Vários autores (Graham et al., 1997; Kent et al., 1998) estudaram métodos de analgesia e/ou anestesia na tentativa de minimizar o estresse e a dor provocados pela amputação da cauda. No entanto, mesmo realizada com procedimentos analgésicos e anestésicos, o efeito é pequeno sobre a dor provocada, principalmente na técnica que se utiliza de constrição da cauda com anel de borracha (Wood et al, 1991; Price et al, 2001; Kent et al., 2000). Novos métodos práticos de anestesia da área onde se insere o anel de borracha têm sido estudados (Kent et al., 1998; Kent et al., 2004), na tentativa de atenuar os efeitos da dor que essa técnica provoca aos cordeiros recém-nascidos.

Segundo a veterinária Annelise Traldi (Kiki), a caudectomia ou descola é realizada rotineiramente em cordeiros de raças lanadas e em animais da raça Dorper. Porém, "por motivos estéticos a cauda de animais da raça Dorper tem sido cortada curta demais. Isso tem levado ao aparecimento de prolapso retal e outras complicações, como lacerações graves do ânus e reto". A autora recomenda o corte da cauda após a terceira vértebra caudal, de forma que a cauda restante deverá cobrir parcialmente a vulva, "com o intento de espantar moscas, principalmente após a parição". A autora comenta ainda que, com a colocação do elástico, pode haver contaminação por bactérias, inclusive pela bactéria Clostridium tetani, que causa morte dos animais por tétano dentro de 15 dias, devido a um corte provocado pela compressão do elástico na pele, ou pela manutenção da porção necrosada da cauda, que deverá ser cortada abaixo do elástico, dois dias após sua colocação (Traldi, 2009).

No Brasil, Madeira et al. (2000) verificaram que a bicheira causada pela mosca (Cochliomyia hominivorax) foi o ectoparasita mais freqüente em ovinoculturas do Estado de São Paulo. Essa mosca causa grandes prejuízos aos ovinos, inclusive a morte de animais (Veríssimo, 2003). A mosca é atraída por cheiro de sangue, ferimentos, outras bicheiras, e excrementos, onde deposita seus ovos (cerca de 200) na borda das feridas ou nas cavidades naturais do corpo (ânus, vulva, canal lacrimal). As larvas passam por três estágios, todos se alimentando do tecido vivo do animal. Veríssimo (2003) comenta que, entre outros locais, constatou bicheira no ferimento causado pela caudectomia em cordeiros, e Amarante et al. (1992) também constataram 15,5% de bicheiras na cauda amputada de cordeiros, em um rebanho lanado no Estado de São Paulo. Nesse trabalho, os autores acharam 19% de bicheiras localizadas na vulva, sem ferimentos aparentes.

A figura 1 mostra uma ovelha da raça Ile de France (sem a cauda) acometida por grande bicheira na vulva. A mosca foi atraída por acúmulo de fezes amolecidas provocada por um surto de oesofagostomose no rebanho (infecção pelo verme Oesophagostomum). Na ocasião (verão de 2006), várias ovelhas com corte de cauda curto tiveram bicheira na vulva. Será que se os animais tivessem cauda não teriam a bicheira neste local porque teriam a cauda (ou parte dela) para espantar as moscas? Ou teriam ainda mais bicheiras?

Figura 1. Animal da raça Ile de France, sem cauda, apresentando grande bicheira no ânus e na vulva, em janeiro 2006.



Bicheiras no rabo logo após o parto são comuns nas ovelhas, devido à presença de sangue e restos de placenta que atraem as moscas. Esse fato acontece também com fêmeas deslanadas (figura 2). Veterinários comentam que em fêmeas lanadas com o rabo a incidência de bicheira na cauda logo após o parto é grande. Igualmente, é comum em cordeiros as diarréias causadas por cocciodiose ou pela presença de vermes que causam diarréia, como Trichostrongylus e Oesophagostomum, o que suja bastante o posterior do animal, como se pode ver na figura 3. Essas sujeiras grudadas no pelo do animal podem predispor a miíases. A incidência de miíase causada pela Lucilia cuprina, que causa prejuízos principalmente na lã e na pele (é uma bicheira superficial, que atinge alguns milímetros da pele), foi maior em ovinos com a cauda em experimento que comparou mais de 3.000 cordeiros com e sem a cauda; no entanto, não houve diferença entre os grupos quanto à mortalidade e a parâmetros produtivos (French et al., 1994).

Figura 2. Bicheira no rabo em ovelha deslanada



Figura 3. Cordeiro da raça Ile de France com a cauda e o posterior sujos, com bolas de fezes grudadas na lã, devido à diarréia.



Outro problema observado em animais que têm a pele despigmentada, como as Ile de France, é o carcinoma epidermóide das células escamosas. Um câncer de pele que está relacionado à queimadura da pele pelos raios solares (Del Fava et al., 2001). Na figura 4, podemos visualizar um animal da raça Ile de France, com cauda curta, apresentando câncer na vulva. Por esse motivo, o Instituto de Zootecnia passou a recomendar em suas palestras, um corte da cauda longo, que cobrisse toda a vulva do animal, a fim de proteger dos raios solares essa área de pele tão fina e delicada, principalmente nas raças desprovidas de pigmentação.

Figura 4. Animal da raça Ile de France, sem cauda, apresentando extensa massa tumoral infiltrada na vulva e vagina (carcinoma epidermóide de células escamosas)



Se o corte da cauda é feito muito curto, o que é comum em animais da raça Dorper, pode ocorrer prolapso retal. Oliveira et al. (2009) descrevem a colopexia (cirurgia feita para reverter o prolapso retal) em 30 ovinos da raça Dorper, 4 machos e 26 fêmeas, procedentes do nordeste brasileiro. A cirurgia, embora uma alternativa viável para o tratamento do prolapso retal, não impediu que houvesse recidivas e complicações pós-cirúrgicas. Na figura 5 visualiza-se um dos casos de prolapso retal na raça Dorper submetido à colopexia por Oliviera et al. (2009).

Figura 5. Uma das 26 fêmeas da raça Dorper com prolapso retal, submetida à colopexia por Oliveira et al. (2009)



Thomas et al. (2003) estudaram a relação entre prolapso do reto e tamanho do corte da cauda (curto - toda a cauda removida, no qual ânus e vulva encontram-se totalmente expostos; médio - coto de cauda cobrindo parcialmente a vulva; ou longo - coto de cauda cobrindo toda a vulva), em 1.227 cordeiros de várias raças lanadas, nascidos em rebanhos experimentais em universidades nos estados de Iowa, Texas, Ohio, Oregon e Wisconsin, EUA. Constataram que houve relação entre o corte de cauda curto e incidência de prolapso retal em ovinos. A incidência de prolapso foi maior nas fêmeas do que nos machos, e, principalmente, naqueles em confinamento, que recebiam dieta rica em concentrados. Considerou-se como prolapso retal uma inversão do reto que fizesse 4 cm ou mais de protuberância para fora, e permanecesse exterior ao corpo enquanto o animal estava de pé. Segundo o autor, muitos criadores de ovinos para exposição realizam a caudectomia completa para criar a ilusão de maior musculatura na região pélvica, não convencidos dos efeitos negativos dessa técnica. No entanto, Zanolini (2006) não encontrou relação entre diferentes tamanhos do corte de cauda e incidência de prolapso; verificou que outros fatores, como o efeito genético do reprodutor, foi responsável por grande parte dos prolapsos observados. O autor observou também alta incidência de prolapso de ânus em ovinos deslanados, com cauda, o que reforça a importância da herança genética do reprodutor envolvido, porém, não tirou do corte de cauda curto a importância que tem como fator predisponente ao prolapso de ânus.

Segundo Oliveira et al. (2009), se um cordeiro for predisposto ao prolapso, os ligamentos e estruturas internas não são fortes o bastante para manterem o intestino na área pélvica. A ocorrência de prolapso em animais com cortes de cauda curta se deve ao fato de o músculo esfíncter anal se inserir nas primeiras quatro vértebras coccígeas, e quando elas são removidas, os músculos não têm onde se ancorar.

Um estudo revisando as justificativas científicas do corte de cauda em bovinos chegou à conclusão de que esse procedimento não traz benefícios ao gado leiteiro, pelo contrário, as vacas sem rabo ficam mais afetadas por moscas, diminuindo o seu bem-estar, e, portanto, é uma prática não recomendada aos produtores de leite (Stull et al., 2002).

O corte da cauda provoca dor, e pode causar bicheiras e a morte do cordeiro por contaminações e infecções decorrentes do ferimento, se não for bem cuidado; o corte da cauda curto aumenta a incidência de câncer na pele da vulva e vagina, em animais despigmentados, e aumenta a incidência de prolapso de ânus.

Basta uma rápida olhada no site https://www.ansi.okstate.edu/breeds/sheep/, para verificar que existem várias raças com lã cujos rabos não são cortados, a maioria originárias de países europeus, asiáticos e africanos. Se rabo fosse empecilho para a reprodução de ovinos com lã, a natureza daria um jeito, ou essas raças já estariam extintas. Além disso, as ovelhas com lã, no Brasil, entram em cio geralmente no verão, quando já se encontram tosquiadas, o que diminuiria os prováveis ferimentos no pênis do reprodutor.

No exterior, existem problemas com a mosca Lucilia cuprina, mas aqui, no Brasil, o maior problema são as miíases causadas pela Cochliomyia hominivorax, e a presença da cauda, ou parte dela, pode ajudar o ovino a espantar esta mosca dos orifícios naturais (ânus e vagina), onde ela frequentemente põe seus ovos.

Por todos esses motivos, e diante dos argumentos inicialmente colocados a favor do corte da cauda fica a pergunta: por que efetuar o corte de cauda em ovinos? Será que essa prática é realmente necessária para o bem-estar dos animais (menos bicheira na região do períneo, menos problemas no pênis do macho que pode se machucar ao tentar introduzi-lo em fêmeas com lã com sujidades grudadas na lã)? Ou será que ela é importante financeiramente para a cadeia produtiva da lã (que se desvaloriza muito com as sujeiras grudadas na região do posterior, impossibilitando a sua utilização e a do pelego), ou da carne (desvalorização estética do posterior do animal, ou desvalorização do cordeiro na hora da venda, porque não se consome cauda de carneiro e esta pode ter um peso considerável, como citado por Thomas et al., 2003)?

No Instituto de Zootecnia, no ano de 2008, obedecendo à resolução nº 877 do CFMV, não se efetuou o corte de cauda nos animais lanados, que foram acompanhados até os seis meses de idade. Durante esse período, dos 87 cordeiros lanados nascidos apenas 1 apresentou bicheira devido a sujidades presas no rabo. No entanto, esses animais, machos e fêmeas, foram vendidos, pois havia medo de que os problemas com bicheira, principalmente no pós-parto, se avolumassem, e de causar ferimentos no macho durante a estação de cobertura.

O Conselho de Ética e Bem-Estar Animal do Instituto de Zootecnia, do qual faço parte, recebeu solicitação para liberar a realização da caudectomia nos cordeiros que deverão nascer a partir de julho. No entanto, sem uma posição formal do Conselho Federal de Medicina Veterinária sobre esse assunto, ainda não houve essa liberação.

As Associações de Criadores registram animais que possuem a cauda íntegra. No entanto, para animais de pista (que concorrem a prêmios em exposições), essa é uma regra ainda seguida, e animais de raças lanadas, incluindo o Dorper, são caudectomizados para poder concorrer. Os juízes que julgam os animais não deveriam penalizar um animal só porque está com cauda.

Quanto à raça Dorper, que não é lanada, e sim semi-lanada, em minha opinião, a caudectomia não se justifica, pois não há lã como nas outras raças lanadas. Será que os produtores dessa raça temem que elas fiquem parecidas com a raça africana de rabo largo que lhe deu origem (Blackheaded Persian), que possui um rabo largo e proeminente (diferente, engraçado, antiestético, ou talvez, feio?!...), como vemos na figura 6.

Figura 6. Raça africana Blackheaded Persian, que, cruzada com a raça Dorset, originou a raça Dorper. (Fonte: https://www.ansi.okstate.edu/breeds/sheep)



Como disse Nóbrega Neto (2008), o debate sobre bem-estar animal só está começando, e cabe a nós técnicos realizarmos a difusão da idéia de bem-estar animal com a sociedade em geral e, especialmente, com os criadores. Em outros países esse debate já vem sendo realizado, e alternativas para não fazer a caudectomia estão sendo estudadas, tais como utilizar o cruzamento com reprodutores de rabo curto (Scobie e O'Connell, 2002) ou criar raças em que não há necessidade de corte de cauda (deslanadas ou raças de rabo curto) (Schoenian, 2009).

Existe um consenso, tanto no Brasil, quanto no exterior, que, se for feita a caudectomia, a cauda não deverá ser cortada rente ao corpo do animal, em face dos problemas já citados anteriormente. A American Veterinary Medical Association recomenda que o corte de cauda deve ser feito por motivos de higiene e limpeza, a fim de minimizar os problemas com miíases, no entanto, condena seu uso por motivos estéticos e o corte da cauda curto (AVMA, 2009). Essas recomendações estão de acordo com as de outras associações de saúde e de produtores internacionais de pequenos ruminantes (Ballard, 2009).

Esse veículo de informação é um modo deste assunto, atualmente polêmico, ser discutido por todos os interessados na ovinocultura: técnicos e produtores. O debate está aberto, e os leitores gostariam de conhecer a opinião daqueles que defendem ou condenam a prática da caudectomia em ovinos lanados e semi-lanados.

Referências:

AMARANTE, A. F. T.; BARBSOA, M. A.; OLIVEIRA-SEQUEIRA, T. C.; FERNANDES, S. Epidemiology of sheep myiases in São Paulo State, Brazil. Trop. Anim. Hlth Prod.., v. 24, p. 36-39, 1992.

AVMA policy. Dockin of lambs' tails. Disponível em: https://www.avma.org/issues/policy/animal_welfare/sheep.asp, Acesso em 25 de junho de 2009

BALLARD, T. Tail docking and welfare of sheep. Disponível em: https://www.bcsheepfed.com/publications/Tail%20Docking%20and%20Welfare%20of., Acesso 24/06/2009.

DEL FAVA, C.; VERÍSSIMO, C. J.; RODRIGUES, C. F. C.; CUNHA, E. A.; UEDA, M., MAIORKA, P.C.; D'ANGELINO, J. L. Ocorrence of squamous cell carcinoma in sheep from a farm in São Paulo State, Brazil. Arq. Inst. Biol., v. 68, n. 1, p. 35-40, 2001.

FRENCH, N. P.; WALL, R.; MORGAN, K. L. Lamb tail docking: a controlled field study of the effects of tail amputation on health and productivity. Vet. Rec., v. 134, n. 18, p. 463-467, 1994.

GRAHAM, M. J.; KENT, J. E.; MOLONY, V. Effects of four analgesic treatments on the behaviouraland cortisol responses of 3-week-old lambs to tail docking. Vet. J., v. 153, n. 1., p. 87-97, 1997.

KENT, J. E.; JACKSON, R. E.; MOLONY, V.; HOSIE, B. D. Effects of acute pain reduction methods on the chronic inflammatory lesions and behaviour of lambs castrated and tail docked with rubber rings at less than two days of age. Vet. J., v. 160, n. 1, p. 33-41, 2000.

KENT, J. E.; MOLONY, V.; GRAHAM, M. J. Comparison of methods for the reduction of acute pain produced by rubber ring castration or tail docking of week-old lambs. Vet. J., v. 155, n. 1., p. 39-51, 1998.

KENT, J. E.; MOLONY, V.; HOSIE, B. D.; SHEPPARD, B. W. Randomised, controlled field trial of two new techniques for the castration and tail docking of lambs less than two days of age. Vet. Rec., v. 154, n. 7, p. 193-200, 2004.

MADEIRA, N. G.; AMARANTE, A. F. T.; PADOVANI, C. R. Diversity of ectoparasites in sheep flocks in São Paulo, Brazil. Trop. Anim. Hlth Prod., v. 32, p. 225-232, 2000.
NÓBREGA NETO, P. I. Dor, sensciência e bem-estar em animais. Ciênc. Vet. Tróp., v. 11, suplemento 1, p. 26-30, 2008.

OLIVEIRA, G. K.; OLIVEIRA, C. K.; RAISER,A. G.; SILVA, S. V.; MÔNACO, F. Colopexia em ovinos da raça Dorper com prolapso retal. Ciência Rural, v. 39, n. 2, p. 479-483, 2009.

PRICE, J.; NOLAN, A. M. Analgesia of newborn lambs before castration and tail docking with rubber rings. Vet. Rec., v. 149, n. 11, p. 321-324, 2001.

SABOGAL OSPINA, J. Y.; NARANJO QUINTERO, A. Actualidades Técnicas - Instituto Colombiano Agropecuário (Colômbia), v. 5, n. 2., p. 4-5, 1989.

SCHOENIAN, S. The welfare of docking and castrating lambs. Disponível em: https://www.sheepandgoat.com/articles/welfaredockcast.html, Acesso em: 24/06/2009.

SCOBIE, D. R.; O'CONNELL, D. Genetic reduction of tail length in New Zealand sheep. Proceedings of the New Zealand Society of Animal Production, v. 62, p. 195-198, 2002.

STULL, C. L.; PAYNE, M. A.; BERRY, S. L.; HULLINGER, P. J. Evaluation of the scientific justification for tail docking in dairy cattle. JAVMA, v. 220, n. 9, p. 1298-1303, 2002.

THOMAS, D. L.; WALDRON, D. F.; LOWE, D. G.; MORRICAL, D. G.; MEYER, H. H.; HIGH, R. A.; BERGER, Y. M.; CLEVENGER, D. D.; FOGLE, G. E.; GOTTFREDSON, R. G.; LOERCH, S. C.; McCLURE, K. E.; WILLINGHAM, T. D.; ZARTMAN, D. L.; ZELINSKY, R. D. Length of docked tail and the incidence of rectal prolapse in lambs. J. Anim. Sci., v. 81, p. 2725-2732, 2003.

TRALDI, A. S. (KIKI). Plantão médico: Descola de Dorper. O Berro, nº 122 (maio), p. 80, 2009.

VERÍSSIMO, C. J. Morte de ruminantes devido a infecção na orelha conseqüente à miíase causada por Cochliomyia hominivorax (Coquerel, 1858). Arq. Ins. Biol., v. 70, n. 2, p. 187-189, 2003.

WOOD, G. N.; MOLONY, V.; FLEETWOOD-WALKER, S. M.; HODGSON, J. C.; MELLOR, D. J. Effects of local anesthesia and intravenous naloxone on the changes in behaviour and plasma concentrations of cortisol produced by castration and tail docking with tight rubber rings in young lambs. Res. Vet. Sci., v. 51, n. 2., p. 193-199, 1991.

ZANOLINI, W. F. The effects of dock length on the incidence of rectal prolapse in lambs. Master's thesis, Texas Tech University. Disponível em https://repositories.tdl.org/tdl/handle/2346/999, Acesso em 26/06/2009.

CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

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NADIR BATISTA ALVES DA SILVA

EM 02/03/2017

Gostei da informação, pois tinha dúvida se deveria cortar ou não,porém agora estou certa de que o bem estar dos animais é melhor.
LUIS FELIPE GOME SANTIAGO

BAHIA - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 12/04/2015

urgente!! estou com uma ovelha da raça doper e esta com essa mesma ferida da foto....a vagina esta enchada e com larvas..... e nao consigo cura-la
LUIS FELIPE GOME SANTIAGO

BAHIA - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 12/04/2015

o mais importante!!! como faço o tratamento? quais os remedios e procedimentoa?
GILNEI

FLORIANÓPOLIS - SANTA CATARINA

EM 11/10/2012

Deveríamos discutir mais o assunto, pois apesar de ser prática proibida pelo CFMV, ainda é largamente utilizada pelos criadores que náo encontram outra opção. As casas agropecuárias vendem o alicate e os anéis de borracha sem restrição alguma pelos órgãos de fiscalização.

Gostei muito deste site
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/05/2010

Informamos que a Comissão de Ética e Bem-estar Animal (CEBEA) do Conselho Federal de Medicina Veterinária - CFMV já providenciou a alteração da Resolução nº 877/2008, e que de acordo com as alterações citadas nesta Resolução ficou definido que a caudectomia é permitida apenas em ovinos de raças lanadas, desde que previamente submetidos à anestesia e analgesia.
EDUARDO A CUNHA

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 11/08/2009

Seria interessante que os colegas que elaboraram a resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária nº 877, de 15 de fevereiro de 2008, estudassem ou acompanhassem uma criação de animais explorados economicamente, antes de elaborarem normas, pois estamos cansados de leis, normas, resoluções de gabinetes, elaboradas por pessoas sem conhecimento do assunto.

Eduardo Antonio da Cunha
PqC VI
Zootecnista - CRMV-SP 0028/Z
RODRIGO TENÓRIO PADILHA

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE - OVINOS/CAPRINOS

EM 11/08/2009

Srs,

Concordo que o artigo proibe as práticas mediante a não utilização de técnicas de anestesia e higiene e não a sua realização.

Porém, acho muito engraçado o que o nosso ilustre conselho faz através da pressão de certas ONGS, proibe o profissinal treinado de realizar tais técnicas com o intuito de promover o bem estar animal, só que dois pontos são importante:

1)Enquanto o Médico Veterinário é proibido de realizar qualquer destes procedimentos, os práticos, outros profissionais da área e os charlatões fazem no nosso lugar.
2) A Caudectomia ou derrabagem realizada em ovinos já está mais do que justificada, assim como a descorna em caprinos e bovinos, é questão de manejo e sanidade do rebanho.

Quero deixar claro que sou a favor da realização destas técnicas de acordo com a prática veterinária, de forma cirúrgica e realizando anestesia prévia, mas não sou a favor de que se tirem o único profissional habilitado para realizar estas técnicas e deixem outros a realizarem.
PEDRO NACIB JORGE NETO

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 10/08/2009

Prezado Dagoberto,

em rebanhos de 2, 5, 10 mil cabeças, o quanto acrescentaria nos custos de produção esta higienização no manejo das fêmeas?
E a quantidade de mão de obra a mais que necessitaria?

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto
MONALISA LIMA

NITERÓI - RIO DE JANEIRO - VAREJO

EM 10/08/2009

Como sempre uns relutando às mudanças... Parabéns pelo artigo, cara Cecília.
DAGOBERTO MARIANO CESAR

ITAPEVA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/08/2009

Sou a favor de não efetuar o corte pois ja tive más experiencias com o fato. É só adotarmos medidas de higienização no manejo das femeas durante as fases pre e ou pos parto.

Qual a função natural da calda e porque nos abolimos isso? E a porta de entrada de doenças nos cortes, sera que é menos malefico do que simples falta de rotina de higienização pos parto?

Pode ficar mais feio mas estaremos protegendo os cordeiros (as) de uma ação agressiva de seu dono.
Dagoberto
MARCIO

LAGES - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 07/08/2009

Sra. Cecília,

Lamento, mas não concordo. O anexo 1 não é um quadro em que lista os procedimentos cirúrgicos permitidos a serem realizados pelo médico veterinário e sim "normas para procedimentos cirúrgicos em animais de produção".

Tanto que, há uma série de procedimentos cirúrgicos que não estão listados, e isto não significa que estejam proibidos, muito pelo contrário.

"§ 2º São considerados..., caudectomia em ruminantes ou qualquer procedimento sem o respeito às normas.... ".

Ao citar caudectomia inclui "ou" qualquer procedimento, em condições iguais, como qualquer outro procedimento cirúrgico desde que respeitando as normas. Se desejo realizar uma ovario-histerectomia por exemplo, é proibido? evidentemente não, mas este procedimento não consta no anexo 1. Qualquer procedimento cirúrgico é permitido desde que respeite as normas, e é claro, desde que não conste literalmente como procedimento proibido na resolução (como a castração com anéis de borracha)
CARLA F M MOLENTO

CURITIBA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 07/08/2009

Artigo interessante e muito informativo. A realização de caudectomia ou qualquer intervenção mutilante como prática de manejo de rotina, no meu entendimento, será cada vez mais questionada pela sociedade.

No caso específico da caudectomia em ruminantes, tive a oportunidade de acompanhar a discussão de caudectomia nos EUA em relação a vacas leiteiras. Após muitas argumentações e pesquisas, percebeu-se que não existe benefício nenhum em realizar o procedimento, mas que o benefício está na higiene. Imagino que o mesmo raciocínio se aplique também às ovelhas...

Muitas vezes é mais fácil cortar que limpar, mas isto é difícil de defender do ponto de vista ético e legal (considerando a própria legislação de proteção animal do nosso país -, Lei 9605 de 1998). É muito bom ver a abordagem desse assunto e a discussão subsequente, parabéns à autora.
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 07/08/2009

Caro Sr. Marcio,
a caudectomia em ruminantes está proibida como procedimento a ser realizado por médico veterinário, sim, uma vez que essa prática não está relacionada no Anexo 1 dessa resolução (que não foi colocado no texto, pois iria ficar muito longo).
JOÃO JOSÉ DE SANTANA

BARREIRAS - BAHIA - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 07/08/2009

Trata-se de um assunto muito importante para os produtores de ovinos, que não deveria ser regulamentado sem uma ampla discussão com o meio produtivo. Aparentemente é mais um corporativismo destes conselhos que tentam criar mercados de trabalhos para alguns incompetentes.
MARCIO

LAGES - SANTA CATARINA - PESQUISA/ENSINO

EM 07/08/2009

Caudectomia proibida???

"§ 2º São considerados procedimentos proibidos na prática médico-veterinária: castração utilizando anéis de borracha, caudectomia em ruminantes ou qualquer procedimento sem o respeito às normas de antissepsia, profilaxia, anestesia e analgesia previstos no Anexo 1 desta Resolução".

Aparentemente há um erro na interpretação da lei ou uma radicalização do artigo para criar polêmica e atrair o interesse do leitor. A caudectomia não está proibida, SALVO casos em que não se respeite a antissepsia, profilaxia, anestesia e analgesia da resolução.

Mas a argumentação na utilização da prática está muito bem fundamentada, e claro, qualquer prática que diminua o sofrimento animal será sempre interessante.
ADRIANO ECHEVARNE

PASSO FUNDO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/08/2009

Esta matéria ilustra bem o que devemos procurar na adequação da matriz produtiva, ou seja cada (bioensaio) com sua realidade e isto não deve ser penalizado e sim observado, bem estar animal está relacionado diretamente a incidência de patologias e seu manejo, normatizar boas práticas de produção de forma regionalizada seria o mais adequado e para isto é necessario experiência profissional e bom senso.
VINICIUS ELIAS SARACENI

MATO GROSSO DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 06/08/2009

Parabens pela matéria!

Ilustrar, detalhar e mostrar os dois lados da moeda fizeram desta matéria uma recomendação para qualquer ovinocultor e outros do ramo.
LOURIVAL SILVEIRA DO COUTO

TOCANTINS

EM 06/08/2009

Tenho uma sugestão - deixemos de consumir animais e seus derivados! Se formos pensar sobre a maneira cruel com que tratamos os outros animais, o certo seria isso - não ao consumo de animais - pois o fim de praticamente todos os animais de produção é o nosso consumo, seja da maneira que for.

Nada contra, em absoluto, quanto ao bem estar animal, mas vejamos: ao confinar, ao manejar (vacinações, vermifugações, castrações, marcações, banhos, etc...), estamos impondo sofrimentos e condições estressantes, por maiores cuidados que tenhamos. Cito um exemplo, que com certeza é de conhecimento de todos que criam ovinos lanados e caudectomizados: antes do período de monta, é feita uma limpeza (tosquia) no posterior das fêmeas e em alguns rebanhos, também no período pré natal. Será que essa prática é realizada por motivos estéticos?

Acho extremamente louvável a preocupação com o bem estar animal - mas não somente para um aumento de produção. Em contra partida, temos um mercado cada dia mais exigente em termos de eficiência e lucratividade. É muito difícil escolher, mas ainda bem que sobre algumas coisas, ainda podemos fazê-lo.
ANTONIO CARLOS GOMES

SANTA MARIA - RIO GRANDE DO SUL

EM 06/08/2009

Excelente Artigo!

Essa analise mostra a diferença da teoria e a realidade pratica.

Parabéns a Sra. Cecilia Verissimo pelo artigo apresentado.
PEDRO NACIB JORGE NETO

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 06/08/2009

A raça Dorper e White Dorper, sendo semi-lanada e muitas vezes apresentando lã em partes mais frias do ano faz-se necessária, pois há lã suficiente para cobrir a vulva e o ânus trazendo transtornos ao animal.

De qualquer forma, hoje a grande maioria das caudectomias em ovinos são feitas pelos próprios funcionários das fazendas com a colocação de elástico, prática utilizada em diversos países do mundo mais desenvolvidos que o Brasil, como Austrália, Nova Zelândia, Europa, EUA... são raros os casos de veterinários realizando o procedimento. Não vejo o fato de funcionários de fazenda colocarem elástico como prática ilegal da profissão... trata-se de algo necessário para a atividade e inviável economicamente que o procedimento seja realizado por um médico veterinário.

Pedro Nacib Jorge Neto, Médico Veterinário, Corpo Técnico da ABCDorper

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