A região superior do silo quando atingida pelo fenômeno da deterioração aeróbia (devido a falhas na vedação, presença de furos e/ou uso de plásticos de baixa qualidade) apresenta grande contaminação microbiana indesejável (Figura 1), o que pode ser danoso ao consumo e à saúde dos animais, obrigando o pecuarista a um oneroso trabalho de descarte destas partes.


Figura 1. Silagem deteriorada na camada superior.

Um fator essencial é minimizar a presença de oxigênio no silo após seu fechamento. Desse modo, a lona de cobertura assume papel importante no conjunto de estratégias associadas à vedação e na manutenção da anaerobiose (ausência de oxigênio). Porém, o que devemos ter em mente é que vários tipos de lona estão presente no mercado e em muitos casos a lona escolhida não atende aos padrões de qualidade, como espessura e tratamento anti-UV.

Recentemente, um novo polímero foi inserido na fabricação de lonas para silagem nos países Europeus. Esse filme plástico de dupla face apresenta uma mistura de polietileno (polímero mais utilizado na confecção de lonas no Brasil) e poliamida. Esse novo filme, apesar de possuir uma espessura inferior (125 µm), apresenta menor permeabilidade ao oxigênio e é fisicamente mais resistente a impactos. Uma demonstração de maior resistência pode ser visualizada na figura abaixo, onde em um experimento que conduzimos com este tipo de lona, um bovino de 300 kg passou por cima do silo e não houve rompimento da lona.


Figura 2. Lona de polietileno + poliamida.

Por apresentar menor permeabilidade ao oxigênio, este tipo de filme pode auxiliar na redução da deterioração aeróbia da silagem na camada superior do silo, principalmente pela menor entrada de oxigênio (através da lona), com consequente redução de microrganismos deterioradores (fungos e leveduras). Esse fato é comprovado pelo menor aquecimento da massa de silagem (Figura 3), o que indicada menor atividade de microrganismos deterioradores.


Figura 3. Temperatura das silagens de milho cobertura com diferentes filmes plásticos durante 90 dias de armazenamento.

Dessa forma, a inserção deste tipo de filme plástico no mercado brasileiro seria interessante do ponto de vista técnico. Os resultados de pesquisa gerados com este tipo de lona até o momento mostram reduções de perdas de MS e redução de microrganismos deterioradores. Agora, o próximo passo é verificarmos a viabilidade econômica para sua inserção no mercado.