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Aumentando a sobrevivência de cordeiros - Parte II

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PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/12/2009

12 MIN DE LEITURA

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Fatores comportamentais da ovelha e do cordeiro neonato

No artigo anterior, abordamos a sobrevivência dos cordeiros recém-nascidos sob a ótica do bem-estar, bem como o impacto econômico que a alta mortalidade dos cordeiros até a desmama gera na atividade (Parte I). Neste texto iremos discutir a importância do comportamento materno da ovelha e da agilidade do cordeiro neonato. Nos próximos textos abordaremos os fatores externos que influenciam este momento tão delicado que é a formação do vínculo materno-filial.

1. Comportamento da ovelha

Os níveis elevados de mortalidade de cordeiros em rebanhos ovinos de todo o mundo são uma grande preocupação econômica e de bem estar animal. A maioria das mortes de cordeiros ocorre no período perinatal (DALTON et al., 1980) devido a fome, falta de cuidados por parte da mãe e exposição às condições ambientais.

Morris, Hickey & Clarke (2000) afirmam que sobrevivências elevadas de cordeiros devem ser encaradas principalmente como uma parceria bem sucedida entre mãe e cria durante a gestação, parto e lactação. Assim, o comportamento da ovelha antes, durante e após o parto tem grande influência sobre a sobrevivência do cordeiro, particularmente sob condições extensivas (NOWAK, 1996).

Segundo Petersson & Danell (1985), a forma mais eficiente de se elevar a produtividade através da seleção seria a melhora da habilidade das ovelhas em prover um ambiente adequado ao desenvolvimento das crias. Isto seria mais importante para a sobrevivência do cordeiro do que o próprio componente genético herdado por ele.

Na Austrália, as características de prolificidade e habilidade materna são utilizadas em conjunto há anos na seleção de ovinos, e vêm apresentando excelentes resultados (BALL & BANKS, 2000).

O parto é um momento muito importante no ciclo reprodutivo da ovelha. Seu comportamento sofre profundas mudanças entre algumas horas e alguns dias anteriores ao parto. A ovelha transforma-se de um animal altamente gregário para um animal isolado do rebanho. Durante este período, o contato social é limitado à relação entre a mãe e os filhotes (LYNCH, HYNCH & ADAMS, 1992). Segundo Nowak et al. (2000) o isolamento é um importante passo preliminar para a formação do vínculo materno-filial. Ele protege o conjunto mãe-cria(s) de incômodos por parte de congêneres e predadores, facilitando interações iniciais. Entretanto, Blackshaw (2003) afirma que algumas fêmeas preferem permanecer com o rebanho.

Segundo Gill (2005), as ovelhas podem parir a qualquer momento da noite ou do dia, e as fêmeas tornam-se mais inquietas à medida que o parto se aproxima. A ingestão de alimentos e a ruminação normalmente cessam, e batidas de patas, vocalizações e movimentações em círculos são comuns entre os 60 a 90 minutos que antecedem a parição, embora esta fase seja, via de regra, mais curta em ovelhas mais velhas.

Logo após o parto a atividade locomotora é reduzida e a fêmea permanece no local da parição por algumas horas. A ovelha tende também a mostrar-se menos assustada por estímulos estressores (VIÉRIN & BOUISSOU, 2001), o que é especialmente importante para minimizar os prejuízos causados por predação (WARREN e MYSTERUD, 1995; NOWAK et al., 2000; ERHARD & GRIFFITHS, 2003).

Estas modificações comportamentais são primordiais para permitir o rápido estabelecimento de um vínculo forte e seletivo entre a ovelha e suas crias, bem como garantir a ingestão de colostro pelos cordeiros em até 24 horas após o nascimento. Sob condições extensivas, falhas no cuidado maternal podem levar ao aumento da mortalidade de cordeiros (ROUSSEL et al. 2006).

Para compreender os comportamentos da mãe e dos filhotes no período perinatal é essencial conhecer os fatores que levam a ovelha e os cordeiros a estabelecer uma relação entre si (SIMM et al. 1996).

O início do comportamento materno pós-parto na ovelha caracteriza-se por uma forte atração pelos fluidos amnióticos (LÉVY, POINDRON & NEINDRE, 1983), resultando na limpeza corporal do cordeiro, balidos de baixa intensidade e aceitação do cordeiro no úbere. Estes comportamentos são direcionados à formação de um vínculo olfatório exclusivo entre a ovelha e o cordeiro.

Diferentes raças ovinas apresentam diferenças significativas na utilização da visão e audição no reconhecimento materno, porém todas requerem estímulos olfativos para a formação do laço inicial com o neonato (LÉVY & POINDRON, 1987).

As características de comportamento materno expressas após o nascimento associadas à sobrevivência das crias são divididas em duas categorias. A primeira é de cuidados com o cordeiro que facilitam a transição da vida pré-natal para a pós-natal: esses comportamentos incluem balidos de baixa intensidade (uma vocalização específica para a comunicação com a cria; SHILLITO & HOYLAND, 1971), lambidas ou grooming (para secar o cordeiro e estimular a respiração e a termorregulação; ALEXANDER, 1988; NOWAK et al., 2000), cooperação com as tentativas de mamar do cordeiro, ausência de agressão e de abandono.

A segunda categoria é da formação de uma memória que permita o reconhecimento de seu(s) cordeiro(s), dirigindo os cuidados maternos apenas para sua própria cria (seletividade). Isto é importante por ser improvável que a ovelha produza leite suficiente para vários cordeiros, e o cuidado com outros filhotes acabaria por ter efeitos negativos sobre os seus (POINDRON et al., 1984; LÉVY et al., 1995).

Estudando o comportamento de ovelhas durante as duas horas subsequentes ao parto, McGlone & Stobart (1986) descreveram que estas fêmeas procedem à limpeza corporal de seus cordeiros de forma não-aleatória. Elas lambem as crias da cabeça à parte posterior, pois falhas na remoção das membranas sobre o focinho poderiam levar ao sufocamento do neonato (NOWAK et al., 2000). Esta ação encoraja os neonatos a se levantarem e procurarem o úbere. Quando estes ficam em pé, as ovelhas podem expor o úbere de forma a facilitar a mamada ou se afastarem, atrasando o processo.

A facilitação da mamada pela ovelha é realizada adotando-se uma posição de dorso arqueado e pernas traseiras estendidas, que levanta os tetos e os torna mais proeminentes (NOWAK et al., 2000).

Duas formas de comportamentos da mãe que afetam direta e negativamente a sobrevivência dos cordeiros são o abandono e o interesse maternal por outros cordeiros durante o pré-parto. Cordeiros abandonados pelas mães demoram mais tempo para mamar pela primeira vez, ou não obtêm sucesso na busca por uma ovelha que os aceite. A ocorrência de abandono de crias pode decorrer de manejo incorreto, como ovelhas muito magras ao parto, altas lotações, transporte ou estímulos estressores no periparto (MAFF, 2000). Demonstrações de abandono e agressão são mais comuns também em mães de gêmeos, que parecem não reconhecer que possuem mais de um cordeiro (BLACKSHAW, 2003).

Ovelhas pré-parturientes frequentemente se aproximam, farejam e permanecem próximas aos recém-nascidos de outras fêmeas. Este comportamento reflete as mudanças fisiológicas que ocorrem no final da gestação e deve ser considerado normal. O interesse pré-natal da ovelha por outros neonatos pode resultar na aceitação de um ou mais cordeiros estranhos, que podem ser "roubados" de suas mães biológicas (ARNOLD & MORGAN, 1975; NOWAK et al., 2000).

Esta ocorrência não é necessariamente prejudicial para o neonato adotado, já que a lactogênese da ovelha já se encontra avançada. No entanto, as chances de sobrevivência do seu próprio cordeiro serão reduzidas pela possibilidade de rejeição ou por não haver mais colostro disponível (NOWAK et al., 2000). Este comportamento pode ser responsável por 10% a 34% das mortes de neonatos (WATSON et al., 1968, WINFIELD, 1970; ARNOLD & MORGAN, 1975).

2. Comportamento do cordeiro neonato

O principal enfoque dos estudos comportamentais relativos à sobrevivência neonatal em ovinos tem sido o cuidado materno promovido pela ovelha, tendo o comportamento do cordeiro recebido pouca atenção (NOWAK & LINDSEY, 1992).

Diversos estudos demonstraram que a sobrevivência é bastante prejudicada em neonatos de peso muito baixo (GAMA et al., 1991; YAPI et al., 1992; FOGARTY et al. 2000), nascidos de partos múltiplos (CLOETE et al., 2002; DWYER, 2003) ou de mães com comportamento maternal inadequado. No entanto outros fatores devem ser levados em conta, particularmente o comportamento do próprio cordeiro, já que foi provado que o recém-nascido tem um papel ativo na formação de uma relação preferencial com sua mãe (NOWAK e LINDSEY, 1992).

Os ovinos pertencem ao grupo dos animais ungulados classificados como "seguidores" (LENT, 1974), significando que o cordeiro precisa acompanhar sua mãe logo após o nascimento. Isto requer não apenas que o cordeiro apresente capacidade locomotora apropriada, mas que consiga diferenciar sua mãe das outras ovelhas e sinta-se atraído a permanecer com ela. Esta deveria ser a prioridade do cordeiro. Estudos com Merinos sugerem que a separação entre mãe e filhote seja uma das maiores causas de mortalidade de cordeiros (STEVENS et al., 1982; ALEXANDER et al., 1983).

O atraso na primeira mamada impede o desenvolvimento normal do relacionamento do cordeiro com a mãe (NOWAK et al., 1997), enquanto a ingestão precoce do colostro ativa mecanismos que facilitam o estabelecimento deste laço (GOURSAUD e NOWAK, 1999). Acesso atrasado ao úbere, especialmente em gêmeos, pode concorrer para a alta incidência de perda de contato entre a mãe e os neonatos e conseqüente morte dos cordeiros. Este fato é adicionalmente sustentado pelo fato de que cordeiros gêmeos que conseguem reconhecer sua mãe em até 12 horas após o parto têm maiores chances de sobreviver. Assim, o estabelecimento de reconhecimento precoce da mãe pode ser vital para os neonatos (NOWAK e LINDSEY, 1992; NOWAK et al., 2000).

Os cordeiros nascem com tecidos limitados de reserva, portanto é essencial que levantem e mamem rapidamente para sobreviver (NOWAK et al., 2000). Tanto comportamentos dos próprios neonatos quanto de suas mães têm influência marcante sobre seu sucesso. Alexander & Peterson (1961) atribuíram 15% das mortes de cordeiros ao comportamento apenas da ovelha, 33% ao comportamento do cordeiro e os 52% restantes à associação dos comportamentos de ambos.

Para obter sucesso na mamada, o cordeiro deve estar apto a ficar de pé e mover-se até o úbere, servindo o comportamento da ovelha para estimular e orientar a cria (ALEXANDER e WILLIAMS, 1964). Portanto, quanto mais rapidamente o cordeiro se levantar e conseguir caminhar e mamar, maiores suas chances de sucesso até a desmama (OWENS et al., 1985; CLOETE, 1993; DWYER, 2001). Também a taxa de crescimento é maior em cordeiros que se levantam mais cedo (DWYER, dados não publicados).

Imediatamente após o parto, o neonato está altamente desperto como consequência da estimulação geral do processo de parto. Esta excitação promove movimentos exploratórios do corpo da mãe e põe o neonato em contato com pistas sensoriais que facilitam a localização do úbere (NOWAK et al., 2000). Os fatores que guiam o cordeiro nesta fase estão relacionados à temperatura, textura e odores (VINCE, 1993). Cordeiros sentem-se atraídos por superfícies quentes, macias e sem lã. Há também evidências de que a cera secretada pelas glândulas inguinais, associada aos fluidos fetais presentes no úbere, pode agir em conjunto com estímulos tácteis para ativar o comportamento de busca dos tetos (VINCE e WARD, 1984; SCHAAL et al., 1995).

Referências bibliográficas

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WATSON, R.H., ALEXANDER, G., CUMMING, I.A., MCDONALD, J.W., MCLAUGHLIN, J.W., RIZZOLI, D.J., WILLIAMS, D. Reduction of perinatal loss of lambs in winter in western Victoria by lambing in sheltered individual pens. Proc. Aust. Sot. Anim. Prod., v.7, p. 243-249, 1968.

WINFIELD, C.G. The effect of stocking intensity at lambing on lamb survival and ewe and lamb behaviour. Proc. Aust. Sot. Anim. Prod., v. 8, p.291-296, 1970.

CAMILA RAINERI

Zootecnista formada pela FZEA/USP, com mestrado pela mesma instituição. Doutoranda pela FMVZ/USP. Responsável Técnica pela Paraíso Ovinos e consultora em Ovinocultura.

BRUNO CÉSAR PROSDOCIMI NUNES

Zootecnista formado pela FZEA/USP, com mestrado em Qualidade e Produtividade Animal pela mesma instituição.

RENAN ANTONELLI MENDES

Graduando de Zootecnia da FZEA/USP.

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CAPATAZ ASSESSORIA RURAL

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 15/12/2009

Olá Camila.

Criamos a raça Santa Inês aqui no nordeste goiano.
O processo de observação da Habilidade Materna (HM) em nosso criatório foi "desenhado" e implementado a cerca de quatro anos. Entretanto, ainda temos algumas dificuldades na execução dessa atividade. São vários os motivos: falta de interesse de tratador; hora do parto (noturnos, xiii); entre outros.
Mas, felizmente as coisas estão entrando nos eixos. Mesmo porque criamos metodologia para facilitar a observação. Exemplo:

Lamber (limpar) a Cria
: observa-se, pela manhã e à tarde, as condições de limpeza da crias nascidas durante à noite ou durante o dia. De acordo com o "grau" de limpeza da cria, pontua-se a mãe.

Ajudar a cria
: observa-se o comportamento das mães (comparando uma com as outras) quando vêm os filhos com alguma dificuldade;

Oferecer o peito/tetas
: observa-se o comportamento da mãe quando a criar quer mamar.

Primeiras mamadas
: essa é uma das observações difíceis de ser feita, em face da hora do parto. Entretanto, se a cria está espertinha e mamando normalmente, é certo que houve facilidade nas primeiras mamadas.

Produção de leite
: cria sadia, mamando e bem desenvolvida é sinal de boa produção de leite.

Cuidados com a Cria
: observam-se os cuidados gerais da mãe com a cria. Itens de referência, por exemplo, é a VOCALIZAÇÃO e ABANDONO.

Proteção da Cria
: esse comportamento se confunde um pouco com o anterior (cuidados), porém observa-se, tb, a defesa da cria frente a alguma forma de perigo/ameaça.

Aparelho mamário
: esse é fácil. Tem que possuir boa conformação, tamanho e localização.

Condição do Parto
: também esse é fácil. Entretanto, dependendo da hora do parto deixa de ser observado.

Bem, um programa de seleção requer "coração duro". Não se pode apegar aos animais: "ah.. ela é tão bonitinha!". Bonitinha, porém ordinária; Logo, vai pro açougue!

Além da avaliação da HM, trabalhamos com um software que faz, automaticamente, outras avaliações de cada animal, atribuindo pontos, negativos ou positivos, para diversas situações. Com base no relatório de avaliação/pontuação tomamos a decisão de descartar ou não a matriz.
CAMILA RAINERI

LEME - SÃO PAULO

EM 13/12/2009

Prezado Ananias,

Realmente este é um processo bastante trabalhoso... Esta série de artigos é parte de minha dissertação de mestrado, cujo objetivo foi verificar a influência do comportamento da ovelha e da cria entre o parto e a primeira mamada na sobrevivência e desempenho dos cordeiros até a desmama. No meu caso verificamos que cordeiros de mães mais "cuidadosas" possuíram maior peso à desmama que os demais, o que justificaria incluir nos critérios de seleção as características de comportamento materno.

Qual tem sido a experiência do senhor com esta seleção? Há quanto tempo ela é praticada?

Abraço,

Camila
CAPATAZ ASSESSORIA RURAL

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 05/12/2009

Excelente! Muito, muito bem feito o artigo. Parabéns.

Em nossa criação, um dos itens de controle é a Habilidade Materna. Fazemos isso observando os seguintes situações ou comportamentos:

1) Lamber (limpar) a Cria
2) Ajudar a cria
3) Oferecer o peito/tetas
4) Primeiras mamadas
5) Produção de leite
6) Cuidados com a Cria
7) Proteção da Cria
8) Aparelho mamário
9) Condição do Parto

Para cade item avaliado é atribuída uma nota (1 a 5) em função do desempenho da fêmea.

1 - Ruim
2 - Regular
3 - Bom
4 - Muito bom
5 - Excelente

Esse trabalho (e é trabalhoso mesmo) permite descartar as fêmeas que no primeiro e segundo partos tenham obtido nota menor que 3 (Bom).

Para que os processos de descarte e de seleção sejam bem conduzido usamos software específica de Escrituração Zootécnica.

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