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A importância do peso ao nascer na produção de cordeiros

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/02/2007

2 MIN DE LEITURA

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Crescimento, do ponto de vista da pecuária de corte, pode ser definido como o processo de deposição de proteína, gordura e ossos na carcaça, constituindo o principal produto dos sistemas de produção de carne ovina e, por isso, o objetivo nesses sistemas é otimizar o crescimento pré e pós-natal.

Diversos fatores alteram a eficiência do crescimento, como peso, idade, nutrição, genética e sexo. Entretanto, a eficiência do crescimento em cordeiros é dramaticamente influenciada pelo peso ao nascer (PN).

O peso ao nascer é reflexo não apenas dos aspectos genéticos, mas, sobretudo, das condições ambientais disponíveis à ovelha durante a gestação, bem como pelo tamanho da ninhada, sexo das crias e idade da ovelha. Esses fatores influenciam o crescimento pós-natal e podem ser responsáveis por 55 e 40% da variação, respectivamente, no crescimento inicial e peso a desmama.

O PN é significativamente influenciado pelo tamanho da ninhada, de forma que pesos mais altos são registrados para cordeiros únicos, enquanto cordeiros gêmeos, trigêmeos e quadrigêmeos apresentam pesos ao nascimento 16, 26 e 47% inferiores, em média, respectivamente.

O sexo das crias também afeta o peso ao nascer, uma vez que fêmeas são mais leves do que os machos, resultando em uma diferença percentual na performance de crescimento antes da desmama de até 25%, podendo dobrar no período pós-desmama.

O peso ao nascer aumenta em função da idade da mãe. Cordeiros de ovelhas primíparas possuem menor peso do que cordeiros de ovelhas multíparas, uma vez que borregas apresentam, geralmente, menor eficiência reprodutiva do que as ovelhas, e originam também crias mais leves. Em muitas circunstâncias, cordeiros únicos, filhos de borregas, apresentam PN semelhantes aos gêmeos nascidos de ovelhas adultas.

Sendo assim, cordeiros com baixo peso ao nascimento são:

  • menos maduros em relação aos sistemas metabólicos, precisando de um período mais prolongado de adaptação à vida pós-natal e a dietas ricas em gordura (leite);

  • apresentam imaturidade endócrina que limita o processo anabólico nos tecidos;

  • possuem capacidade digestiva inferior levando a baixa conversão alimentar;

  • têm maior consumo voluntário associado a menor capacidade dos tecidos para utilizar os nutrientes disponíveis, resultando em maior percentual de gordura na carcaça e músculos menores;

  • e possuem menor conteúdo de DNA muscular, limitando o crescimento pós-natal dos músculos esqueléticos.


  • Essas características destacam as potenciais vantagens econômicas de assegurar aos cordeiros um tamanho adequado ao nascimento, por meio do manejo pré-natal. Essas vantagens incluem diminuição no consumo voluntário total com melhor conversão alimentar, redução no tempo para alcançar o peso de mercado, e carcaças mais magras produzidas com maior eficiência e a um custo inferior.

    DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

    Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

    Facebook.com/prime.asc

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    LUIZ ALBERTO OLIVEIRA RIBEIRO

    PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

    EM 08/05/2008

    Ótimo o tema de discussão. Gostaria de referir que em zonas de clima frio como o RS a mortalidade perinatal de cordeiros (MPC)pode assumir valores altos entre 20 a 30%.

    A viabilidade dos cordeiros ao nascer nessas condições ostis esta relacionada com o peso ao nascer. Estudos realizados na NZ demostraram que a faixa de peso de menor risco ao nascer está entre 4,0 e 4,5Kg. Cordeiros abaixo desse peso seriam têm alto risco de hipotermia e cordeiros grandes podem morrer por distocia.

    O peso médio as nascer dos cordeiros no RS é de 3,5kg, estando assim abaixo do peso mínimo.
    Além dos fatores que influenciam o peso ao nascer, mencionados pelo autor, estão o tamanho da placenta e a esquila pré-parto. Trabalhos por nós realizado no RS, em ovelhas a campo, mostrou que a esquila aso 70 dias de gestação pode aumentar 700g no peso ao nascer de cordeiros.

    Esse manejo, que já vem sendo adotado por ovinocultoes gaúcho, coloca os cordeiros em uma faixa de peso ao nascer de menor risco de hipotermia, o que resulta numa diminuição da MPC.
    RONALD PEACH

    SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

    EM 08/05/2007

    Muito interessante o artigo de Dr Daniel com esclarecimentos da importância do PN
    após desmame.
    Gostaria no entanto de colocar a seguinte questão: sou criador de Santa Inês em São Paulo e em março deste ano nasceram 36 cordeiros em minha propriedade, sendo o mais leve com 3,0 kg, o mais pesado com 5,0 kg e o peso médio dos 36 foi 4,0 kg. Os 2 machos que nasceram com 5 kg estão com um ganho de 255 e 296 gramas por dia, enquanto que uma fêmea que nasceu com 3 kg está ganhando 250 gpd.

    Outros 2 machos que nasceram com 4,1 e 4,4 kg estão com ganho de 314 gpd. Todos tem exatamente o mesmo trato, não foram desmamados ainda, as mães vão a pasto e retornam, mas os cordeiros ficam confinados todo o tempo e com creep feeding. A pergunta é onde reside a diferença. O pai de todos é o mesmo.

    Atenciosamente,
    Ronald Peach

    <b>Resposta do autor:</b>
    Prezado Ronald,

    Como colocado no artigo, o peso ao nascer (PN) sofre influência de diversos fatores, incluindo fatores genéticos e ambientais.

    A média de PN alcançada por esse lote de 36 cordeiros está dentro da faixa que considero ótima para ovinos de raças não especializadas para corte, ou seja, entre 3,5 e 5 kg, a depender do sexo, tamanho da ninhada, maturidade e porte da mãe.

    O ganho médio diário de peso também está em uma faixa muito boa, considerando que não houve restrições nutricionais às ovelhas durante a gestação e que as pesagens foram corretamente realizadas.

    Partindo do pressuposto que o manejo está OK, pelo informado, a variação existente pode estar fundamentada na mãe, a nível de maturidade e porte (borregas, ovelhas primíparas ou ovelhas multíparas), tipo de gestação (única ou gemelar) e capacidade de produção de leite.

    Seguindo essa linha de pensamento, e considerando que as condições disponíveis aos cordeiros são iguais e ótimas, é possível que as mães dos cordeiros de 4 kg tenham uma produção de leite semelhante ou um pouco maior que as mães dos cordeiros de 5 kg. Como as exigências nutricionais dos cordeiros de 4 kg são menores que aquelas dos cordeiros de 5 kg, elas são mais facilmente atendidas, permitindo uma maior taxa de crescimento, principalmente quando os cordeiros são frutos de gestação única.

    Nessa questão, o sistema de cria e recria das fêmeas de reposição, e o manejo nutricional durante a gestação podem estar influenciando esses resultados.

    Espero ter contribuído para esclarecer a questão e obrigado por sua participação ! !

    Caso ainda haja dúvidas, por favor entre em contato !

    Cordialmente,

    Daniel de Araújo Souza

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