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Controlando a taxa de crescimento em borregas

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/12/2008

2 MIN DE LEITURA

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O sucesso de um sistema de produção de carne ovina depende, sobremaneira, da qualidade de suas matrizes, uma vez que o produto final do processo produtivo - o cordeiro - é fruto direto do desempenho das fêmeas quanto ao crescimento, reprodução, gestação e lactação, sendo responsáveis, assim, por grande parte dos resultados obtidos no decorrer dos ciclos produtivos.

Dessa forma, planejar e/ou diagnosticar esquemas para manejar estratégias de criação que otimizem a performance produtiva da futura ovelha é crucial. Neste ponto, a idade e o peso à puberdade, assim como a relação entre ambos, são fatores primordiais que impactam o potencial zootécnico das fêmeas de reposição.

Em geral, a maioria dos grupos genéticos na espécie ovina alcançam a puberdade reprodutiva entre os 6 e 10 meses de idade, considerando que determinantes ambientais como disponibilidade de nutrientes, saúde e fotoperíodo são favoráveis, de forma que os fatores genéticos e ambientais, e a interação entre os mesmos, regulam todo o processo.

Dentre os fatores ambientais, o nível e a qualidade nutricionais fornecidos à cordeira desde a sua vida intra-uterina é o item que determina mais fortemente o seu desenvolvimento. Assim, programas nutricionais que encorajam taxas ótimas de crescimento permitem que as borregas entrem em reprodução aos 7-8 meses de idade, tendo o seu primeiro parto aos 13-14 meses.

Borregas manejadas visando essa meta têm o potencial para uma maior vida produtiva, além de acelerar os ganhos genéticos por encurtar o intervalo entre gerações, aumentando a produtividade, na sua vida útil, em cerca de 15-20%, e permitindo a redução dos custos relacionados à recria.

Figura 1. Relação entre idade e peso de cordeiras à puberdade em 3 diferentes taxas de crescimento.


Conforme exemplificado na Figura 1, a linha G1 (em azul) ilustra a taxa de crescimento de animais superalimentados na tentativa frustrada de minimizar a idade à puberdade, no entanto, a mesma só será atingida quando os requerimentos mínimos de idade forem atendidos. Esse tipo de manejo equivocado concentra um volume grande de investimento em alimentação que resultará em uma forte deposição de tecido adiposo nos órgãos internos, incluindo os reprodutivos e mamários, afetando negativamente a fertilidade e a produção de leite dessas borregas, além de aumentar desnecessariamente os custos pré-produtivos das fêmeas.

Por sua vez, a linha G3 (em verde), representa a curva de crescimento de cordeiras inadequadamente alimentadas baseado na perspectiva de que as mesmas começarão a ciclar quando tiverem a idade mínima suficiente. Nesta situação, as cordeiras apresentarão sub-desenvolvimento geral, imaturidade ginecológica, reduzido crescimento mamário e reservas metabólicas insuficientes para iniciar o processo reprodutivo, fazendo com que as mesmas superem a idade mínima à puberdade, além de possuírem uma performance produtiva futura seriamente comprometida.

Já a linha G2 (em preto) representa a situação ideal, onde a alimentação tem como objetivo um peso e uma idade alvos e onde o potencial genético e orgânico da cordeira será otimizado, economizando alimento sem sacrificar a performance reprodutiva e maximizando a produtividade da fêmea ao longo de sua vida como matriz.

Figura 2. Controlar a taxa de crescimento das cordeiras de reposição é crucial para otimizar o desempenho produtivo futuro desses animais.


Assim, a obtenção de borregas de tamanho e idade adequadas para terem o primeiro parto aos 13-14 meses, maximizando a produção de carne, requer nutrição e manejo adequados para que as mesmas tenham o peso necessário para serem cobertas aos 7-8 meses de idade, e quando adultas, uma ótima capacidade leiteira e habilidade materna para desmamar cordeiros pesados, fertilidade e eficiência reprodutiva para alta prolificidade e para parir a cada 8 meses, e saúde para garantir longevidade e elevada produtividade.

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 03/03/2009

Caro João,

Agradeço suas considerações e continue lendo nossos artigos!!

Abraços,

Daniel
JOÃO GUALBERTO A. ESTRELA

LEIRIA

EM 02/03/2009

Caro colega Daniel
Gostei do seu artigo. Fico atento aos seus trabalhos futuros. Interesso-me pela pecuária brasileira, em especial: ovinos e caprinos.

Um abraço transatlântico...

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 22/01/2009

Olá Rafael,

Obrigado pela particiapção e contribuições!

Abraços,
RAFAEL COLONESE

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 19/01/2009

Muito esclarecedor,

diversos produtores realizam excessos ao acreditar que uma super alimentação é o caminho mais curto esquecendo por muitas vezes da fisiologia do animal.
Aproveito ainda o comentário do colega Miguel para salientar que cruzamentos de lanados e deslanados devem ser terminais de forma a aproveitar a máxima da heterose entre raças.

Quando o objetivo é um cruzamento absorvente o elevado peso ao desmame é um grande facilitador pois estes animais tendem a ter ganhos de peso maiores com uma maior eficiência na conversão alimentar. Devemos neste caso nos ater ao bom dimensionamento alimentar evitando sobrepeso que da mesma forma que a desnutrição afetará a capacidade reprodutiva dos animais, bem como tornará mais custoso este confinamento.

Parabéns Daniel por mais este artigo.
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 06/01/2009

Olá Miguel,

Obrigado por suas palavras e pela participação!!

Abraços,
MIGUEL HADDAD

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/01/2009

Olá Daniel,

Brilhante artigo, com a maioria dos nossos produtores realizando cruzamentos de raças deslanadas com animais de corte (Dorper, Texel, outras..) existe uma tendencia por parte de nossos produtores em acreditar que estes animais por terem peso de desmame superior (precocidade) ao de suas mães tendem a "encurtar caminho" na vida reprodutiva destes.
Desta forma acontece a primeira situação que foi muito bem descrita...

Mais uma vez parabens.

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