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Encontrando as exigências da indústria e do mercado

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/07/2008

2 MIN DE LEITURA

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A cadeia produtiva da carne ovina tem apresentado um grande desenvolvimento nos últimos anos, havendo um maior conhecimento e demanda por parte dos consumidores que, por sua vez, tem estimulado investimentos em novas plantas frigoríficas e unidades de produção.

No entanto, um aumento na demanda não implica apenas no crescimento do consumo, mas também na busca por produtos de maior qualidade, padronizados, inspecionados e saudáveis. Isto tem se refletido em uma elevação do patamar de exigência dos consumidores, o que tem levado a indústria frigorífica a estabelecer sistemas de pagamento de acordo com o perfil de animal fornecido pelo produtor, conforme a Tabela 1.

Tabela 1. Valor percentual para pagamento na indústria frigorífica ovina, de acordo com a categoria.


Como é possível observar na Tabela 1, para se atingir a cotação máxima, os animais devem apresentar pesos vivos de abate entre 30 e 35 kg com idade inferior a 5 meses, havendo, dessa forma, preferência por carcaças com peso entre 14 e 16 kg e com moderada cobertura de gordura (entre 2 e 5 mm) associados a uma conformação frigorífica que permita a elaboração de cortes homogêneos e padronizados.

Dessa forma, a valorização da carcaça ovina depende da relação entre peso vivo e idade, onde se buscam maiores pesos ou o peso mais adequado a menores idades, assim como, da conformação dessa carcaça, forçando a que o setor produtivo se re-estruture a fim de atender as novas exigências e ao mesmo tempo conseguir valores diferenciados.

Dentro desse processo e considerando os principais grupos genéticos utilizados como raças maternas no Brasil, como Santa Inês, Corriedale e SRD, dentre outras, duas ferramentas essenciais que podem ser utilizadas objetivando atender a demanda por produtos de qualidade superior são o cruzamento e o confinamento, naturalmente, associados a outras tecnologias de produção e/ou técnicas de manejo.

Figura 1. O cruzamento e o confinamento são ferramentas essenciais para a produção de carcaças de alta qualidade e para obtenção de preços diferenciados.


Por meio do cruzamento com raças especializadas de corte, de acordo com o sistema de produção, é possível explorar os benefícios da heterose e da complementaridade entre grupos genéticos, propiciando maior velocidade de crescimento e melhor conformação frigorífica, assim como, uma qualidade superior tanto da carcaça quanto da própria carne.

Por sua vez, a terminação de cordeiros em confinamento apresenta algumas vantagens em relação à terminação a pasto quanto ao nível de infecção parasitária (ecto e endoparasitas), estresse ambiental (calor, umidade e chuvas), economia de energia (baixo nível de locomoção) e controle nutricional (dieta adequadamente balanceada) que, em associação, proporcionam uma performance maximizada, um maior controle do processo produtivo, o abate precoce e a produção de carcaças em acordo com as exigências da indústria e do mercado.

Com isso, nos modernos sistemas de produção de carne ovina, buscam-se animais cruzados, com alto potencial genético para ganho de peso e um sistema de terminação eficiente, para obtenção de maior quantidade de carne com qualidade, no menor espaço de tempo e a custos competitivos, o que se reflete em melhores preços na comercialização e no encurtamento do ciclo produtivo com retorno mais rápido do capital investido.

Dessa forma, com a utilização adequada e coerente de ferramentas como o cruzamento e o confinamento, associada à incorporação de outras tecnologias, o setor produtivo será capaz de fornecer produtos de alta qualidade que, por sua vez, irá se refletir em aumento da rentabilidade do negócio e em um maior dinamismo do processo produtivo e do capital investido na atividade.

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 05/08/2008

Olá Élide,

Infelizmente, a ovinocultura no Mato Grosso não parece acompanhar o ritmo de alguns outros estados do centro-oeste como Mato Grosso do Sul e Goiás, onde a pecuária ovina vem se desenvolvendo de forma bastante significante.

É regra fundamental em qualquer negócio analisar a viabilidade financeira e econômica do mesmo antes de qualquer investimento, de acordo com a realidade vigente e dentro de parâmetros técnicos reais, mas, infelizmente, poucos são os empreendedores que fazem isso corretamente e mesmo a pecuária ovina apresentando ótima rentabilidade, a falta de planejamento e problemas (de todo o tipo) na execução de todo o processo produtivo ainda causa bastante frustração com a atividade.

Ainda existe uma cultura extensiva e extrativista arraigada no setor produtivo pecuário brasileiro que não nos permiti avançar com o ritmo que poderíamos e até necessário. E não adianta investir em outras atividades, especialmente com ruminantes, pois o que era praticado em pecuária de corte e de leite, acaba sendo praticado na ovino e caprinocultura. E isso, certamente, não conduz ninguém ao sucesso na atividade.

Então, realmente falta informação e vontade administrativa em grande parte do setor e ninguém ganha nada com isso, seja indústria de insumos, produtores, associações, frigoríficos, varejistas, consumidores ou o país.

Temos que colocar a cadeia produtiva em movimento, com fluidez e dinamismo!

Obrigado pela sua participação!

Abraços,

Daniel
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 05/08/2008

Olá Nei,

Bem, a escolha dos recursos genéticos e a utilização de cruzamentos é fundamentada em diversos fatores, principalmente, ecossistema de produção, grupos genéticos disponíveis e o perfil de produto que se deseja fornecer à indústria ou ao mercado.

Existem diversas pesquisas científicas publicadas no Brasil sobre desempenho de cordeiros F1 utilizando diversos grupos genéticos (raças), e os resultados dessas pesquisas, associado ao domínio de conceitos básicos de genética e sistema de produção, assim como, das peculiaridades de cada raça, nos permiti recomendar cruzamentos em diferentes ecossistemas, sobretudo, para produção de cordeiros para abate.

Realmente, de fato, há uma carência de informações sobre o uso de matrizes F1 em sistemas de produção de ovinos, mas tudo é uma questão de analisar criteriosamente situações e alternativas, e tomar a melhor decisão.

Desculpe a demora no feed-back e obrigado pela sua participação!

Abraços,
ÉLIDE MAZER

CUIABÁ - MATO GROSSO

EM 05/08/2008

É isso ai concordo com vc caro Daniel.
Mais vc deve ter as raças de melhor cruzamento.
Nos aqui temos na nossa região o Santa Ines e o Dorper.

O negócio aqui vai de marcha lenta, os produtores tem medo, pois quem começou grande ja parou, e isso é muito ruim pra nos que somos criadores de reprodutores.

Creio que a desinformação, e a vontade de dirigentes (de associações) em fazer a coisa acontecer, é que tem atrapalhado o setor produtivo, pois os produtores estão ai em busca de diversificação de renda principalmente o médio e pequeno, e a ovinocaprinocultura seria uma boa para nos.
NEI ANTONIO KUKLA

PORTO UNIÃO - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/07/2008

Caro Daniel:

Felizmente tenho reparado que os ovinocultores que estão "ficando" na atividade vem buscando a profissionalização munindo-se de ferramentas melhoradoras como produção de pasto, manejo e genética. Recentemente, tem-se falado muito no cruzamento industrial, porém creio que carecemos de pesquisas sobre o tema para podermos recomendar qual ou quais cruzamentos usar em diferentes regiões e condições climáticas e de solo (topografia).
Acho que embora seja um trabalho bastante árduo, estamos trilhando um caminho sem volta na ovinocultura.

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