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Medidas de controle e tratamento da Linfadenite Caseosa

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/07/2008

3 MIN DE LEITURA

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O leitor do FarmPoint Renato Mascarenhas Xavier enviou uma dúvida ao Fórum Técnico FarmPoint sobre Linfadenite Caseosa. O leitor conta que tem um rebanho de ovinos SRD e Santa Inês próximo a Brasília e que tem notado um aumento significativo de animais com linfadenite. Foi aconselhado a mudar o protocolo de tratamento da enfermidade, em vez da drenagem dos abscessos, foi instruído à aplicar injeções de solução de formol a 10% dentro dos linfonodos assim que começarem a aumentar de tamanho. Ele gostaria de saber se esta terapêutica é segura e se for, porque a aplicação é proibida nos EUA.

Daniel de Araújo Souza, médico veterinário e consultor em sistemas de produção de ovinos enviou a seguinte resposta:

"As medidas de controle e tratamento da Linfadenite Caseosa (LC) ainda permanecem controversas em alguns pontos, especialmente no tocante à terapêutica e tratamento em si.

As principais técnicas empregadas a nível de tratamento são a drenagem cirúrgica do abcesso que pode apresentar mais de 50% de sucesso; a extirpação cirúrgica do abcesso com resultados de mais de 80%, e a aplicação de solução de formol a 10% dentro do abcesso.

A drenagem cirúrgica é a técnica padrão e apresenta bons resultados quando bem aplicada. Por isso, a priori, seria interessante você rever todo o processo de realização dessa técnica em seu rebanho; avaliar o protocolo operacional em si, pois pode estar havendo alguma falha que esteja comprometendo os resultados.

A aplicação da solução de formol foi uma técnica descrita por um pesquisador americano (Bulgin, M.S.), na qual aplica-se entre 10 e 25 mL da solução dentro do abcesso, porém antes, é preciso aspirar o conteúdo do abcesso para a homogeinização com a solução de formol.

Embora apresente bons resultados, a utilização do formol apresenta algumas restrições por ser o formaldeído uma substância de natureza caústica/irritante, tóxica e com potencial carcinogênico. Em decorrência dessas características, o uso dessa técnica é contra-indicado devido ao risco de se introduzir o formol na cadeia alimentar.

O uso de vacinas autógenas formalizadas (embora apresentem uma eficácia na redução dos abcessos de mais de 70%) também sofre ressalvas em animais destinados ao consumo humano devido ao mesmo risco.

Na verdade, o uso isolado de apenas uma técnica não é suficiente para o controle, muito menos, para a erradicação da LC de um rebanho. Um programa profilático para LC deve passar por uma série de medidas integradas envolvendo um sistema rigoroso de desinfecção de instalações, cama e solo de baias, currais e galpões; evitar o uso e a existência de objetos ou estruturas que possam causar lesão na pele dos animais (arame farpado, estruturas pontiagudas, pastagens com plantas invasoras, espinhos, etc.), assim como, combater ectoparasitas; manejo adequado de procedimentos como vacinações, casqueamento, tosquia e aplicação de medicamentos onde os animais compartilham agulhas, tesouras de casco, tosquiadoras e outros instrumentos (desinfectar pesadamente esses instrumentos); isolamento de animais acometidos e quarentena (por alguns meses) de animais recém-adquiridos quando possível.

Existem também algumas outras medidas como a vacinação - há uma vacina chamada 1002 desenvolvida pela EBDA e comercializada pela empresa Labovet, que pode ajudar; a própria extirpação cirúrgica do abcesso em animais de maior valor zootécnico e/ou financeiro (a cirurgia é relativamente simples e de baixo custo); e a aplicação de protocolos terapêuticos a base de antibióticos em casos especiais (há protocolos mais recentes que tem apresentado bons resultados).

Vale ressaltar, que trata-se de uma zoonose, então é preciso ter bastante cuidado na manipulação das secreções e dos animais acometidos.

Concluindo, não há nada de errado em se usar a drenagem cirúrgica dos abcessos, mas talvez, a forma como essa técnica esteja sendo aplicada e realizada em seu rebanho, possa estar comprometendo os resultados. Naturalmente, associado a outras práticas, já mencionadas.

Espero ter contribuído e fique à vontade para debate ou mais dúvidas!!!


Mariana Paganoti - Equipe FarmPoint

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LEMOS RODRIGUES SAMUEL

MOCAMBIQUE - ESTUDANTE

EM 17/02/2022

Oi boa tarde
Sou Lemos Rodrigues Samuel, estudantes da área agropecuária
Tenho uma questão sobre
Quais são os processos zootécnicos viáveis para controlo e reduzir a doença Lifandenite caceosa nos animais Ovi-caprinos
JOSÉ RAIMUNDO

SÃO JOÃO DO PIAUÍ - PIAUÍ - OVINOS/CAPRINOS

EM 03/03/2020

Gostaria de obter informações sobre a linfadenite caseosa
MARCOS HERMOGENES GOMES FLORENTINO

EM 14/01/2019

oi boa tarde , meu nome é Marcos trabalho com homeopatia para ruminantes gostei muito do artigo pois á cada dia procuro mais conhecimento na área animal para poder melhor atender os meus clientes , obrigado vc ajudou muito .
TADEU DA SILVA RODRIGUES

EM 04/06/2018

Olá Dr Daniel, muito importante suas informações, até mesmo devido ser zoonose, já criou uns 5 anos, agora vim a ter um caso de lc numa ovelha jovem 8 meses nascida comigo, fiz a drenagem dentro das orientações, ficaram dois módulos pequeninos fechados e um aberto com pouca secreção, limpei, apliquei iodo e larvicid, qual o procedimento a partir daí, acompanhar limpando com iodo até fechar, e os nódulos duros que ficaram, deverá ser operado por um ver? Muito obrigado
CARLOS AUGUSTO

FORTALEZA - CEARÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 04/04/2017

Mestre Daniel, estou querendo fazer uma pastagem de capim pata ovinos. Minha propriedade fica no Estado do Piauí. Qual o tipo de capim mais indicado para pastagem no período da estiagem em regime de pisoteio? o capim aruanã e o mombaça são indicados?
EVERTON CRUZ

MAURITI - CEARÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 15/03/2017

Boa tarde a todos, Tambem estou com esse problema em uma ovelha, gostaria de saber se depois que for feito a drenagem e cicatrizado se o animal pode ser usado para consumo? Outra duvida temos alguma vacina que podemos usar para tentar prevenir outros animais e quais são a mais indicada para o manejo.

Desde já agradeço pela atenção!



Obrigados a todos!
LUCIANO

ITÁPOLIS - SÃO PAULO - OVINOS/CAPRINOS

EM 26/07/2016

Uma pergunta: crio 2 ovelhas num terreno de 1.400m2 em área urbana. A ideia da criação é para controle do mato do terreno, além do fato de eu gostar dos bichos. Acontece que eu não tinha ideia da existência da LC e agora que estou mais informado a respeito sei que uma das ovelhas veio com um caroço "tratado" pois me lembro da marca no local e uma pequena bolinha. Com o tempo a bolinha se tornou uma ferida que não parou mais de crescer. Consegui controlar a ferida aplicando Pencivet e passando Topline. O problema é que a segunda ovelha atualmente apresenta um caroço mandibular quase no ponto de drenagem. As duas comem no mesmo compartimento e provavelmente houve a transmissão pela ferida da primeira. Nesses 1.400m2 do terreno praticamente não há onde você pisar sem encontrar fezes desses animais. Também crio galinhas soltas no local. A pergunta: corro risco de contaminação das galinhas e consequentemente dos ovos? Corro risco comendo os ovos? Se eu der fim nas duas ovelhas, em quanto tempo o meu terreno ficará livre de qualquer contaminação? Obrigado.
LUCIANO

ITÁPOLIS - SÃO PAULO - OVINOS/CAPRINOS

EM 26/07/2016

achei ótimas informações aqui e gostaria de contribuir com esse texto que encontrei na internet. https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Repositorio/doc74_000g45vctui02wx5ok0iuqaqk58903dh.pdf


RODRIGO CAMPOS

ATIBAIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/07/2016

Obrigatoriamente o "caroço" estarão localizadosendo nos linfonodos? Pois tenho uma cabra, que teve no meio do pescoço... Pode não ter sido LC?
RODRIGO CAMPOS

ATIBAIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/07/2016

Dr Daniel,

O leite devidamente fervido ou pasteurizado de animais portadores, pode trazer algum risco para a saúde humana?
CARLOS FRANCISCO GEESDORF

CAMPINA GRANDE DO SUL - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAPRINOS DE CORTE

EM 15/02/2016

Bom dia.

Sou Caprinocultor de BOER em Campina Grande do Sul PR.

Gostaria de colocar a minha experiencia com a Linfadenite......Fiz várias experimentações ao longo destes últimos 15 anos e hoje tenho a segurança de afirmar que são raros os casos de Linfadenite no meu rebanho  de (250) cabeças, dificilmente aperece em novos Caprinos e dificilmente tem recidiva nos ja tratados.

UFaço todos os procedimentos como descrito neste FORUM, dreno, lavo com agua abundantemente o "buraco" após drenado, várias vezes encho de agua e aperto para sair qualquer resquício de material purulento.

Após lavo o buraco com ACIDO ACÉTICO GLACIAL a 100%, e tambem lavo com IODO a 10%. Coloco um mata bicheira e pronto, como disse anteriormente dificilmente reapareçe o caroço. Obrigado pelas trocas de experiencia.  
JORGE MENESES RIBEIRO

EM 29/01/2016

Dr Daniel, tudo bem? GOSTARIA DE CONSEGUIR UMA FORMULA DE FAZER UMA RAÇAO BALANCEADA PARA MINHAS OVELHAS, PARA QUE ELAS TIVESSEM UMA MELHOR DESENVOLTURA, QUE MISTURAS DEVO FAZER E EM QUE QUANTIDADES, [ UMA TABELA], O CAPIM IDEAL PARA OVINOS E CAPRINOS, LEVANDO EM CONTA A FORMAÇAO DO RELEVO DO TERRENO [ALTO E BAIXO], TENHO AREA A SER PLANTADA. MORO NO PIAUI, ESTAMOS PROXIMOS, VC CONHECE O SISTEMA CLIMATICO, TAMBEM O SISTEMA AGRICOLA, QUE NAO E TAO DIFERENTE DO CEARA. TUDO DE BOM P VC E SUA FAMILIA. JORGE
MARIA ELIANA DA SILVA

RESENDE - RIO DE JANEIRO

EM 06/01/2016

Dr Daniel,



Tenho um bezerro que está com um mês de vida, apareceu um caroço bem pequeno na parte lombar, só que agora está enorme, cada dia que passa cresce mais.

Será que é linfadenite? O que devo fazer?

Obrigada,



Lia
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 04/01/2016

Olá Jorge,



Animais com linfadenite caseosa não devem ser consumidos pois representam um risco à saúde humana.



Uma vez que um animal manifeste a doença, a bactéria permanece no seu organismo de forma latente ou em nódulos internos (pulmões, fígado, intestino, etc).



Sobre o incentivo à vacinação, cada criador ou produtor deve tomar as medidas mais apropriadas. A ovinocultura ainda é uma atividade de pouca expressão econômica no cenário do agronegócio nacional, de forma que não justifica "investimentos" or parte do governo.



Abraços,



Daniel
JORGE MENESES RIBEIRO

EM 24/12/2015

Um fato curioso, Dr Daniel é que, apesar da importancia economica dos rebanhos de ovinos e caprinos para nossa economia, nao há campanhas de incentivo para a vacinacao, como ha para o gado bovino e outros animais, tomando como base a LC e sua complexidade ou mal sem cura. Nao ha um atraso nesta área? Como perder de vista em plena época da tecnologia uma doença com tamanha gravidade?
JORGE MENESES RIBEIRO

EM 22/12/2015

Dr Daniel ate que ponto um  animal que apresenta linfadenite representa uma ameaça à saude humana se consumido, mesmo extraido e tratado o local onde se manifestou o caroso, visto que é uma doença gravissima e de um alto poder de contaminação e uma vez adquirida, o anjmal como um todo,permanece com ela até morrrer, independente da quantidade de caroços( nódulos), nele existente°?
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 30/11/2015

Olá Jorge,



Primeiramente, obrigado pelas palavras de apreço.



Sim, o status nutricional do animal condiciona a resposta do sistema imunológico. Porém, de forma a apenas controlar a infecção, não eliminá-la.



Antes de adquirir quaisquer animais, certifique-se que os mesmos não apresentem nódulos compatíveis com os de linfadenite caseosa e converse com o proprietário e funcionários para colher informações sobre a existência ou não da doença no rebanho em questão. Essas medidas reduzem a probabilidade de você introduzir um animal portador no seu rebanho.



Outro ponto importante é descartar do rebanho qualquer animal que apresente a doença e sempre monitore o rebanho para prevenir que os nódulos se rompam no campo e nas instalações.



Abraços,



Daniel
JORGE MENESES RIBEIRO

EM 24/11/2015

Parabenizar ao Dr Daniel de Araujo Sousa pelo trabalho de orientaçao sobre a LC. Li todas as informações, vi muita segurança no que diz e fala com muita propriedade. comecei um pequeno rebanho de 28 unidades a 7 meses atras e ja estou com o problema da LC em tres animais e ja estou um pouco decepcionado com isso, pois sou muito leigo e nao tinha conhecimento deste mal. Dr Daniel, como se trata de uma doença similar a tuberculose a sua proliferaçao tambem nao esta inserida ao sistema alimentar de proteçao ao organismo animal, falta de vitamina, um balanceamento da raçao, uma descalcificaçao, que deixa o organismo do animal vulneravel a isso? Confesso que estou profundamente decepcionado e com medo.Jorge Meneses Ribeiro, meu email. jorgemoveis2011@hotmail.com -Esperantina Piaui
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 02/11/2015

Olá Elvis,



A Linfadenite Caseosa é uma zoonose, ou seja, é uma doença que pode ser transmitida aos seres humanos, especialmente, que tiveram contato (por meio de ferimentos superficiais e mucosas - olhos, boca, por exemplo). com o conteúdo dos nódulos.



Para prevenir esse tipo de situação, o operador e ajudantes devem utilizar obrigatoriamente luvas descartáveis, máscara e óculos de proteção no momento da execução do procedimento e todo o material utilizado (luvas, gazes, algodão, etc.) deve ser incinerado, e os resíduos enterrados em local isolado.



Abraços,



Daniel
ELVIS PERES

SANTA CECÍLIA DO PAVÃO - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 01/11/2015

Elvis- Norte do PR

Olá, Daniel



No meu rebanho de ovinos já tínhamos o hábito do controle da LC pelo procedimento cirúrgico. Entretanto, é realizado por nós próprios, sem auxílio veterinário. O que gostaria de saber é, quais os riscos os seres humanos correm quando, efetuam esse manejo de forma leiga, o qual seria o nosso caso!

Ou seja, é possível a doença em humanos? E como é a forma de contágio?

Se possível entrem em contato, pois estou preocupado.

pquenteq@gmail.com

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