Costuma-se dizer que, para cada situação de fornecimento de alimento para animais, existem 3 dietas: a que formulamos, a que fornecemos para o animal e aquela que efetivamente o animal ingere. A questão específica da correção do fornecimento é um bom exemplo da implicação da MS na nutrição de ruminantes, apesar de obviamente não se limitar a isto.
Pode haver significativas diferenças de consumo pelo fato do teor de umidade real do nosso alimento ser diferente do valor usado para converter o cálculo de ingestão de matéria seca em matéria original.
Um método de determinação de MS bastante prático e que pode ser feito na própria fazenda é a evaporação de toda a água da forragem através do aquecimento no forno de microondas. A seguir é apresentada a marcha analítica e algumas dicas para a realização desta determinação:
1) Material Necessário:
- Forno de Microondas com Prato Giratório
- Bandeja de Material Não Higroscópico (Plástico, por exemplo).
- Balança com precisão de, no mínimo, 0,1% do peso da amostra. Exemplo: 50 g de amostra pode ser pesada em uma balança com precisão de 0,050 g (50 mg).
- Copo comum
- 2) Procedimento:
a) Pese a Bandeja e Anote o Peso
b) Coloque uma amostra representativa do material a ser analisado sobre a Bandeja. Anote o peso da Bandeja + Amostra. (Ver item 3.1)
c) É necessário colocar um copo com água no Microondas, que ajuda evitar que a amostra carbonize. (Ver item 3.2)
d) Coloque a Bandeja + Amostra no Microondas.
e) Ajuste o temporizador do Microondas para 3 minutos, na potência máxima e ligue-o.
f) Retire a Bandeja + Amostra do Microondas. Pese e Anote.
g) Repita os itens "e" e "f" até que as leituras das pesagens repitam o mesmo valor por duas vezes (ou mais) ou que o valor não afete o cálculo em mais de 1% do valor da umidade.
h) Faça os cálculos conforme o item 4.
3) Observações Muito Importantes :
3.1) A quantidade mínima de Amostra é 25 g, mas pode ser preciso pesar mais em função da precisão da balança. Exemplo: Balança de 0,1 g (100 mg) de precisão, pesar no mínimo 100 g de amostra (0,1g ? 0,1% = 100g).
3.2) Encher o copo d´água de tal forma que não haja possibilidade de espirrar água dele e demore a ferver (Pode ser colocado um pouco de gelo junto).
3.3) É importante deixar a amostra de forma mais espalhada possível no recipiente, evitando deixar locais com excesso, onde pode ocorrer excessiva concentração de calor e queimar a amostra. É comum acontecer isso no centro da amostra. Assim, desde que se evite qualquer perda de amostra, pode ser interessante remexê-la.
3.4) A maioria das forragens não precisam ser picadas para se determinar a umidade. A cana de açúcar é um dos exemplos de forragem que deve ser picada.
3.5) É possível, após ter mais experiência com o material que se está secando, aumentar o intervalo de tempo de 3 minutos, especialmente nos intervalos iniciais, quando há mais água no material. A medida que a amostra seca, gradualmente volta-se a encurtar os tempos menores (Exemplo: 9, 5, 4, 3, 3 min)
4) Cálculos :
Peso Inicial da Amostra = (Peso da Amostra + Peso da Bandeja) - (Peso da Bandeja)
Peso Final da Amostra = (Peso da Amostra + Peso da Bandeja, após peso constante) - (Peso da Bandeja)
% MS = 100 - % Água da amostra
Abaixo, um exemplo de determinação de matéria seca de cana-de-açúcar, onde é mostrada a folha com as anotações de pesagem e os cálculos.
Referência:
"American Stantard Association Standards" de 1992 (ASAE S358.2) - "Moisture Measuremente-Forages" (pg. 406).
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