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Reatividade: um novo critério de seleção para ovinos de corte

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/02/2012

3 MIN DE LEITURA

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Autoras:

Priscilla Regina Tamioso
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Paraná - UFPR.
E-mail: priscillatamioso@gmail.com

Laila Talarico Dias
Profa. Adjunta do Depto de Zootecnia da UFPR.
Email: lailatalarico@gmail.com

A seleção unilateral para características produtivas, como o ganho de peso e a quantidade de carne magra na carcaça, determinou temperamento mais excitável em suínos e bovinos (GRANDIN,1993). Nesse mesmo sentido, espera-se que a reatividade tenha implicações importantes sobre características de interesse econômico, tais como o ganho de peso, a produção de leite e a qualidade da carne, sendo que animais mais reativos devem ter desempenho inferior àqueles menos reativos. Portanto, o conhecimento das diferenças de reatividade entre os ovinos favorecerá a seleção de animais mais adequados aos diferentes sistemas de produção.

A reatividade pode ser definida como a resposta do animal face a situações novas existentes no ambiente (WILSON et al., 1994), que podem ser as condições climáticas, instalações, práticas de manejo, transporte, o abatedouro, além das relações sociais, sendo uma característica intrínseca do animal, determinada pela interação entre fatores genéticos e ambientais (GRANDIN, 1998; BARBOSA SILVEIRA et al., 2010) ou, simplesmente, a resposta comportamental do animal ao manejo (BURROW, 1997).

A partir deste conceito, é possível avaliar os animais por meio de alguns testes, tais como: relação materno-filial, de campo aberto, escore de movimentação na balança, distância de fuga, velocidade de fuga, tempo de fuga e tipos de marcha, mais comumente utilizados em bovinos (ROLL et al., 2006). Atributos fisiológicos, como a frequência cardiorrespiratória, temperatura corporal e cortisol plasmático, também têm sido amplamente aplicados com a mesma finalidade. Estas metodologias também vêm sendo propostas para avaliar a reatividade de ovinos de corte, a fim de detectar as mais adequadas para a identificação de indivíduos com melhor desempenho e menos reativos.

Em ovinos, especificamente, Le Neindre et al. (1993) afirmaram que o melhor indicativo da reatividade seria a vocalização, com variações provavelmente associadas à idade e à experiência prévia. Os autores destacaram que as características comportamentais exibidas na presença de seres humanos seriam adequadas para o uso na seleção.

A partir da estimativa de parâmetros genéticos para esta característica será possível avaliar a combinação e a proporcionalidade existentes entre os efeitos genéticos e ambientais existentes entre as diferentes medidas de comportamentais e entre estas e aquelas relacionadas ao desempenho produtivo. Na literatura, trabalhos com bovinos mostram que a reatividade é altamente herdável (GRANDIN, 1998) e, por essa razão, responde à seleção direta. Já para ovinos, ainda são escassos os estudos nessa área, porém Blache & Bickell (2010) reportaram coeficientes de herdabilidade para reatividade de baixa a moderada magnitude e concluíram que essa característica é passível de seleção.

Ainda é preciso avançar muito no estudo de tais características tão importantes. Porém, destaca-se como ponto favorável o fato de que os criadores de ovinos de corte não precisam iniciar os trabalhos do zero. Podem sim, e devem utilizar como modelo, os programas bem estruturados de melhoramento genético de bovinos de corte.

Literatura consultada

BARBOSA SILVEIRA, I.D. Influência da genética bovina na suscetibilidade ao estresse durante o manejo e seus efeitos na qualidade da carne. Pelotas: UFPEL, 2005. 180 f. Tese (Doutorado em Ciências) - Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2005.

BLACHE, D.; BICKELL, S.L. Temperament and reproductive biology: emotional reactivity and reproduction in sheep. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, p. 401-408, 2010 (supl).

BURROW, H.M. Measurement of temperament and their relationship with performance traits of beef cattle. Animal Breeding Abstracts, v. 65, p. 478-495, 1997.

GRANDIN, T. Agitated wild behaviour is persistent over time in exotic crossbred cattle. Applied Behaviour Science, v.36, p.1-9, 1993.

GRANDIN, T. Review: reducing handling stress improves both productivity and welfare. The Professional Animal Scientist, v. 14, n. 1, 1998.

LE NEINDRE, P., POINDRON, P., TRILLAT, G., ORGEUR, P. Influence of breed on reactivity of sheep to humans. Genetics Selection Evolution, v. 25, p. 447-458, 1993.

ROLL, V., C. RECH, et al. Comportamento animal: conceitos e técnicas de estudo. Pelotas: Ed. Universitária UFPEL, 2006.

WILSON, D.S. et al. Shyness and boldness in humans and other animals. Trends in Ecology and Evolution, v.9, p.442- 446, 1994.

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PRISCILLA TAMIOSO

CURITIBA - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 01/02/2012

Prezada Jordana Andrioli Salgado,



O fator ambiental exerce grande influência sobre a reatividade animal. Assim, é possível afirmar que a reatividade verdadeira pode ser "mascarada" pelo manejo (experiência prévia) e o ambiente no qual este animal se encontra. Mesmo aqueles indivíduos menos (ou pouco) reativos responderão de forma negativa ao manejo aversivo.

Um animal com genética excitável é mais agitado, nervoso, mesmo que as condições de manejo sejam adequadas. Isso não é um limitante para a seleção, visto que o componente genético é intrínseco ao animal. Se a herdabilidade para a reatividade também variar de moderada a alta em ovinos da raça Suffolk (objetivo do nosso estudo), isso será um indicativo de que a seleção pode ser realizada.
JORDANA ANDRIOLI SALGADO

CURITIBA - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 01/02/2012

Esse critério de seleção pode ser afetado pela diferença de manejo no rebanho? Ou seja, animais muito reativos, mas também muito manejados, podem tornar-se mais "calmos" por estarem acostumados ao manejo diário, e o contrário também. Isso pode ser um limitante nesse tipo de seleção?

Parabenizo pelo conteúdo atual do artigo.



Att.

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