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Ilha Sul (2)

Por Dayanne Martins Almeida - publicado em 24/02/2012

12 comentários
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Foto: Dayanne Martins Almeida
Ilha Sul (2). Adversidades.

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Comentários:

PRUDÊNCIA GOMES DOS SANTOS

Alegrete - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de corte
publicado em 28/02/2012

Dayanne, o que são essas formas redondas avermelhadas que aparecem na foto junto das ovelhas?

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
publicado em 28/02/2012

Olá Prudência! São aspersores para irrigação. Você pode os ver funcionando na próxima foto.

Rebeca Magda

Fortaleza - Ceará - Estudante
publicado em 28/02/2012

Q lindoooo!

José Alexandre Machado Zanini

são vicente do sul - Rio Grande do Sul - Pesquisa/ensino
publicado em 28/02/2012

Gostaria de saber qual a lotação de ovinos por ha na Nova Zelândia. Essa foto nos mostra uma lotação alta.
     Att.  
José Alexandre Zanini

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
publicado em 28/02/2012

Olá José Alexandre! São vários os fatores a serem considerados para uma resposta a sua pergunta. O manejo de pastagem na Nova Zelândia é o ingrediente-chave para o sucesso ou não da produção visto que o sistema é 100% extensivo. No entanto, para ilustrar, o manejo adequado de uma pastagem de alto valor nutritivo (entre 18 a 22% de proteína) pode permitir  uma concentração entre 16 a 20 ovelhas (com média de peso de 55 kg) por hectare, com as devidas considerações para sanidade e manejo dos animais. Já para pastagens deficientes em qualidade nutritiva ou manejo produtivo esse número pode cair para 8-11 ovelhas/ha. Leva-se em consideração a categoria dos animais (borrega, cordeiro, ovelha, reprodutor), estação do ano e período de rotatividade com ou sem consorciação com o gado. Aqui na fazenda, retiro os animais do piquete quando a altura da pastagem está por volta de 75 mm (para pasto novo) o que pode levar 2 ou 4 dias, dependendo do tamanho do lote de animais. No caso dos borregos destinados à reprodução, os animais permanecem até que o pasto atinja o mínimo de oferta nutritiva a qual gira em torno de 1500 a 1800 kg de matéria seca por hectare. O principal motivo para tal manejo é manter as reservas nutritivas da pastagem favorecendo o crescimento contínuo mesmo em condições adversas.

Geraldo José Dutra

Ipatinga - Minas Gerais - Estudante
publicado em 16/05/2012

Não dá nem para acreditar, numa Imagem dessa.

Marcelo Gomes

Santa Maria - Rio Grande do Sul - Consultoria/extensão/criador
publicado em 18/05/2012

Olá Dayanne,
qual a oferta de MS quando os animais entram nos piquetes e
pelo que estou vendo eles usam matrizes cruzadas e até tricros, isto é comum na Nova Zelândia?
obrigado.

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
publicado em 18/05/2012

Olá Marcelo! Cada propriedade tem um sistema que depende da época do ano, da quantidade de animais, a relação gado:ovino, da categoria, do tipo de pastagem e do tamanho do piquete, mas geralmente os animais entram quando a oferta é em média, entre 2300 a 2500 kg MS/ha. Aqui na fazenda, retiro o lote do piquete quando a oferta cai para 1500-1800 kg MS/ha para que haja rebrota rápida. Quanto às raças, sim, hoje quase 30% do rebanho da NZ é formado por animais compostos de até 4 raças diferentes, tanto matrizes quanto reprodutores. O objetivo é potencializar a produção tendo em um único animal o que 2 ou 3 ou 4 raças possam oferecer. Por exemplo: um reprodutor 1/4 Finn 1/4 Texel 1/2 Romney possui melhores índices de prolificidade que o Texel e o Romney puros, melhores características de carcaça que o Finn e o Romney puros e melhor adaptação climática que o Texel e o Finn puros. Esse é o conceito difundido na NZ e aplicado em 99,9% das propriedades de ovinos. Obrigada pelo contato!

José Alexandre Machado Zanini

são vicente do sul - Rio Grande do Sul - Pesquisa/ensino
publicado em 18/05/2012

Olá Dayanne!
Qual o número aproximado de ovinocultores na New Zelandia; a média de rabanho por produtores e renda bruta aproximada ; como é feita a comercialização da lã e cordeiros. É individual ou coletiva ?
           Att.
       José Alexandre


   

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
publicado em 18/05/2012

Olá José Alexandre!

Aproximadamente foram computadas 14 mil propriedades de ovinos e bovinos na NZ (toda propriedade de ovinos possui bovinos em consorciação). A média de rebanho por fazenda é de 5 mil cabeças (com menor e maior proporção de 2500 a 130 mil). A taxa de retorno do capital é de 7.9%, a melhor em 10 anos. A comercialização é feita tanto em conjunto ou individual com ou sem contratos com as plantas processadoras de carne (100% dos abates inspecionados). A lã é comercializada diretamente com as empresas exportadoras. Falarei sobre o sistema de produção ovina da NZ em palestra na Central Álamos, perto de Curitiba, dia 23 de junho. Focarei também no programa de seleção genética utilizado na NZ no dia-de-campo na cabanha Mantovinos em Porangaba/SP, dia 30 de junho. Se tiver interesse em participar, por favor não hesite em me contatar pelo email dayanne@zootecnista.com.br. Obrigada!

Leonardo Brandel Didres da Cruz

Lavras - Minas Gerais - Consultoria/extensão rural
publicado em 18/05/2012

Tb bem Dayanne?

Qual a taxa de prolificidade  do rebanho nacional? As fazendas preferem que as ovelhas venha a ter partos gemelares ou tripos?

Pelo valor de proteína das pastagens que você informa não há suplementação proteica no período de pastejo mas há energética ou não é necessário?

Há trabalhos na NZ  com IA para obter melhores resultados, os rebanhos comerciais utilizam?

O controle de verminose e feito mensal, bimestral ou devido os resultados de OPG?

Os produtores são organizados em cooperativas, se sim quais as contribuições que elas fornecem para os ovinocultores?

Obrigado!

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
publicado em 18/05/2012

Olá Leonardo!

A taxa de prolificidade média é de 162% (incluindo borregas). Apesar de possuir metade do rebanho nacional quando comparado com o da década de 80, a NZ hoje produz 2x mais, fato explicado pelas altas taxas de desmame alcançadas nas fazendas, não por possuírem mais trigêmeos mas sim por terem diminuído a taxa de partos simples. Como a monta é feita somente uma vez por ano, faz-se imprescindível o alto índice de produtividade no sistema como um todo.  

Normalmente, suplementação energética não é necessária quando feita uma boa programação de manejo de pastagem que por si só oferece todos os nutritientes para os requerimentos nutricionais de praticamente todas as categorias de animais na fazenda. No entanto, ainda que menos comum, políticas individuais de manejo podem incluir práticas como oferecimento de brassicas, chicória, alfafa, aveia etc.

Monta natural na quase totalidade dos casos. As proporções variam de 50 a 180 ovelhas por carneiro dependendo do relevo e da finalidade da fazenda. A estação de monta dura em média de 2 a 3 ciclos estrais com utilização ou não de rufião.

As prioridades no controle de verminose são as seguintes em ordem de importância: identificação e seleção genética para resistência à verminose, descarte imediato de animais susceptíveis, manejo racional das pastagens com rotatividade de categorias animais e consórcio com bovinos e por fim OPG e vermifugação estratégica.

Leonardo, na década de 80, o governo reduziu os subsídios à agropecuária no país de 30 para 2% (e ainda está no mesmo patamar até hoje), fato esse que obrigou os produtores que sobreviveram ao corte a se tornarem 'produtivos' e a se unirem para o bem comum do setor no país. Hoje, o órgão mais conhecido e respeitado mundialmente denominado de Beef and Lamb New Zealand é formado, patrocinado e gerenciado pelos produtores de ovinos e bovinos da NZ. Para cada cordeiro enviado ao frigorífico, 55 centavos de dólar neozelandês é 'doado' à organização. O dinheiro arrecadado então é distribuído da seguinte forma: 27% vai para o desenvolvimento de mercado, 23% para pesquisa e desenvolvimento deste, 18% para capacitação, 20% para administração e acesso ao mercado interno e externo e o restante para análises estatísticas, bolsas de estudo e comunicação. O lançamento da campanha 'do pasto ao prato' feita pela organização em 2011 já calculou adição de $2,8 bilhões de dólares NZ à cadeia produtiva até o ano de 2025.

Tudo isso apenas ilustra alguns pontos sobre a indústria ovina na NZ. Com certeza podemos aprender e aplicar no Brasil, basta mudarmos nosso foco.

Como mencionei em comentário anterior, falarei sobre o sistema de produção ovina da NZ em palestra na Central Álamos, perto de Curitiba, dia 23 de junho. Focarei também no programa de seleção genética utilizado na NZ no dia-de-campo na cabanha Mantovinos em Porangaba/SP, dia 30 de junho. Se tiver interesse em participar, por favor não hesite em me contatar.

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