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Alguns aspectos do comportamento de ruminantes sob condições de pastejo

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/04/2012

4 MIN DE LEITURA

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Luiz Carlos Vieira Júnior - Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia/UNESP/Botucatu-SP

Marcela Buosi Martins - Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia/UNESP/Botucatu-SP

Marco Aurélio Factori - Pós-Doutorando em Zootecnia/UNESP/Botucatu-SP

Para ruminantes, alguns fatores além da abundância de forragem são determinantes na escolha do local de pastejo. Os atributos relativos aos custos energéticos gastos na busca pelo alimento e a distância em relação às fontes de água também são levados em consideração. Por outro lado, locais de topografia irregular, presença de parasitas e de plantas com compostos antinutricionais podem provocar rejeição da forragem pelos animais.

Além disso, grande parte das habilidades comportamentais dos ruminantes sob pastejo são adquiridas em processos de aprendizagem durante a vida, sendo que estas podem ser influenciadas pelo convívio social.

Santos et al. (2002) relataram que ovinos em pastejo exploram preferencialmente locais em que, a altura da forragem permita perfeita visualização dos animais do grupo. Este comportamento da espécie ovina é o hábito de pastejo em grupo, geralmente ocorrendo redução do período de pastejo em grupos pequenos (PENNING et al., 1993). Logo, este comportamento é determinante na frequência e direção do deslocamento dos animais durante o pastejo, contrariamente àquele apresentado pelos bovinos, em que a quantidade e qualidade da forragem disponível exercem papel preponderante na escolha do sítio de pastejo. (CARVALHO et al. 1999).

O processo de pastejo adquire um caráter ainda mais complexo, uma vez que esses animais são dotados de uma capacidade inata de aprendizado, a qual se baseia no desenvolvimento de uma memória de referência (BAILEY et al., 1996), com duração de cerca de 20 dias. Locais na pastagem que permitem ao animal manter uma taxa elevada de ingestão de nutrientes são memorizados para que sejam utilizados frequentemente. Logo, o pastejo passa a ser realizado em locais onde a qualidade da forragem em oferta seja superior à qualidade média da forragem disponível na área total.

Bovinos e ovinos normalmente dividem o seu dia em períodos alternados de pastejo, ruminação e descanso (ócio). A maior parte da atividade de pastejo ocorre durante o dia, embora sejam comuns períodos de pastejo noturno, notadamente em dias muito quentes, como meio de tentar compensar a redução do pastejo diurno. Normalmente existe um período de ruminação após cada período de pastejo, porém a maior parte da ruminação ocorre durante a noite. Este padrão característico pode ser alterado por atividades de rotina como ordenha, mudança de piquetes em situações de lotação rotacionada ou por condições climáticas atípicas.

Ovinos apresentam preferência por forragem de menor porte em contraposição àquela priorizada pelos bovinos. Contudo, quando maiores alturas da planta forrageira estão associadas ao desenvolvimento reprodutivo ou à maturação, caracterizada por elevados teores de FDN e lignina, os animais sob pastejo são capazes de diferenciá-la de outra forragem mais tenra.

De modo geral, os animais pastejam em locais onde a massa de forragem é superior à média, o que permite maior nível de seleção, e com isto ingestão de forragem de melhor qualidade. Por outro lado, em condições de baixa taxa de lotação, os animais repetem o mesmo local já intensamente pastejado, no sentido de aproveitar uma forragem de melhor qualidade devido ao rebrotamento.

Uma vez escolhido o local de pastejo pelo animal, a quantidade e duração das refeições assumem importância ao longo do tempo. A atividade de pastejo envolve turnos. O número de refeições parece ser um indicador de qualidade do ambiente pastoril, uma vez que em situações de elevada oferta de forragem, os animais realizam um maior número de refeições de curta duração, caracterizadas por altas taxas de ingestão. Entretanto, o tempo total de pastejo tende a ser reduzido.

Já em situações de massa de forragem restritiva ao pastejo seletivo, o número de refeições é menor e o seu tempo é aumentado. Deste modo, maior tempo é despendido com pastejo.

O número total de refeições, combinado às suas respectivas durações, determina o tempo diário de pastejo, uma variável que indica as condições do pasto. O tempo de pastejo está inversamente relacionado ao consumo, pois, quanto maior a massa de forragem, maior tende a ser o consumo e menor o tempo gasto com o pastejo.

Na medida em que o consumo diário corresponde ao somatório de cada ação de captura de forragem pelo bocado, a maximização do consumo e, consequentemente, do desempenho animal, é obtida através da maximização de cada bocado desferido. A massa do bocado é variável determinante no consumo diário de forragem, a qual é fortemente influenciada pela profundidade do bocado.

Contudo, Mitchell et al. (1991) destacaram que variações na altura do pasto geram uma amplitude maior de variação em massa do bocado, indicando a importância da altura do dossel como uma referência de manejo e controle do processo de pastejo.
Desta forma, o conhecimento do comportamento dos animais sob condições de pastejo associado ao manejo adequado do pasto é de grande importância, uma vez que permite melhorar o consumo de forragem, aumentando o desempenho e produtividade animal.

Literatura citada

BAILEY, D.W.; GROSS, J.E.; LACA, E.A.; RITTENHOUSE, L.R.; COUGHENOUR, M.B.; SWIFT, D.M.; SIMS, P.L. Mechanisms that result in large herbivore grazing distribution patterns. Journal of Range Management, 49, p. 386-400.

CARVALHO et al. 1999b). CARVALHO, P. C. F., PRACHE, S., DAMASCENO, J. C. O Processo de pastejo: desafios da procura e apreensão da forragem pelo herbívoro. In: Penz Junior, A.M., Afonso, L.O.B.; Wassermann, G.J. (Org.). Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Anais... Porto Alegre, 1999, v. 36, p. 253-268. 1999.

MITCHELL, R.J.; HODGSON, J.; CLARK, D.A. The effect of varying leafy sward height and bulk density on the ingestive behaviour of young deer and sheep. In: A. Tarry (Ed.) Proceedings of the New Zealand Society of Animal Production, 51, p. 159-166, 1991.

PENNING, P.D.; PARSONS, A.J.; NEWMAN, J.A.; ORR, R.J.; HARVEY, A. The effects of group size on grazing time in sheep. Applied Animal Behaviour Science, 37, p. 101-109, 1993.

SANTOS, P.M. Controle do desenvolvimento das hastes no capim Tanzânia: um desafio.Piracicaba, SP: ESALQ, 2002. 98p. Tese (Doutorado em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo.

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FRANCISCO DANILO DE LIMA

URUOCA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/05/2012

Parabéns pelo artigo. Essas informações ajudam bastante a ajustar e melhorar a eficiência do pastejo. Publiquem mais texto sobre comportamento dos ruminantes.Obrigado.
EDIVAL BARRETO DE MAGALHAES

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 22/04/2012

Gostei das informações . Solicito informação do tipo de pastagem .

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