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Ensilagem de Grãos de Cereais: Parte I

POR THIAGO BERNARDES

E RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 16/08/2007

4 MIN DE LEITURA

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A necessidade de elevar a concentração energética da ração dos animais ocasionou, recentemente, um aumento na aquisição de ingredientes energéticos, seja na forma de grãos ou de ração completa, cujo amido é o principal representante.

Os carboidratos possuem importância quantitativa na dieta de ruminantes (~70%), o que confere alto impacto sobre a economicidade do sistema. Como o amido deriva principalmente dos cereais, alguns produtores com o objetivo de conter gastos, iniciaram sua própria produção de grãos, entretanto, os custos começaram a se alavancar, especialmente os relacionados à secagem.

Desse modo, foi iniciada a técnica de ensilagem de grãos úmidos, para contribuir com os problemas de perdas no campo e no armazenamento de grãos na propriedade, onde normalmente os custos são elevados e ocorrem perdas qualitativas e quantitativas em função do ataque de insetos-pragas e de roedores.

Contudo, alguns produtores e técnicos que abraçaram com entusiasmo este sistema de conservação, estão demonstrando certa incerteza sobre a real conveniência da silagem de grãos de cereais, derivada da intensa deterioração aeróbia, especialmente após a abertura do silo.

1. Fundamentos da produção

A tecnologia da ensilagem de grãos deve seguir o mesmo princípio daquela utilizada na conservação de qualquer forrageira, ou seja, fermentação anaeróbia com redução do pH da massa, respeitando-se todos os cuidados em relação à colheita, compactação, vedação e desabastecimento do silo.

1.1. Colheita

O ponto ideal de colheita é quando o grão apresentar entre 30 a 35% de umidade (70 a 65% MS). Na prática, a espiga apresenta as brácteas (palha) secas e o grão já completou a maturidade fisiológica. No milho a maturidade fisiológica é evidenciada quando é formada uma "camada negra" no ponto de inserção do grão com o sabugo (Jobim et al., 2001).

Logo após a colheita, os grãos devem ser quebrados ou laminados (amassados), quando possível. Na alimentação de suínos, recomenda-se moer finamente os grãos (peneira de 8 mm), entretanto, na alimentação de ruminantes, uma moagem grossa (quirera) é suficiente, ou seja, a quebra dos grãos em três a quatro pedaços. No entanto, alguns autores têm afirmado que o grão laminado teria melhor aproveitamento pelo animal (Jobim et al., 2001).

1.2. Abastecimento e tipos de silos

Independentemente do tipo de silo utilizado, ressalta-se que a silagem de grãos úmidos deve ser bem compactada, onde os valores de densidade devem alcançar entre 800 a 1000 kg/m3. Este tipo de silagem possui alto risco à deterioração aeróbia, seja na estocagem ou no fornecimento aos animais, sendo que a densidade da massa é determinante na qualidade final, pois aliada à concentração de MS indicam a porosidade do alimento, que condiciona a taxa de movimentação do ar e, conseqüentemente, o potencial de deterioração.

Em relação aos tipos de silos utilizados na conservação de alimentos, o trincheira é o mais conhecido e utilizado, devido à sua facilidade no abastecimento, compactação, desabastecimento e menores perdas, quando comparado ao do tipo superfície, por exemplo. Em geral, são construídos em alvenaria, com duas paredes laterais e uma de fundo, podendo ter a forma de um trapézio ou a forma de um retângulo.

Silo do tipo superfície, por não possuir parede lateral, dificulta a compactação pelo deslizamento dos grãos e então a preferência recai sobre àqueles com maiores facilidades operacionais e que impõem menores perdas. Desse modo, os silos tubulares horizontais (tipo bag), representam atualmente, uma alternativa interessante na estocagem dos grãos.

Algumas das vantagens deste tipo de silo incluem seu custo, sendo considerado um método relativamente barato, flexibilidade no armazenamento, permitindo que culturas com qualidade distinta ou com histórico agronômico diferenciado sejam armazenadas individualmente. Além disso, os silos de diâmetro menor permitem a redução de perdas no manejo da silagem, principalmente em propriedades de menor porte.

Muck & Holmes (2001), realizaram um estudo interessante, com o objetivo de monitorar o enchimento e a retirada de silagem de alfafa e milho em três fazendas na região de Madison - EUA, a fim de avaliar a densidade, as perdas e os fatores potenciais que os afetam. Segundo os autores as densidades médias nos silos foram influenciadas pela concentração de MS da planta, equipamento que compacta a forragem, operador, safra e processamento ou não dos grãos (no caso de silagens de milho).

Observa-se na Figura 1 que a densidade estimada a 15 cm do topo e das laterais foi de aproximadamente 40% da densidade observada na porção inferior central do painel do silo. As densidades estimadas para o centro geométrico do painel variaram entre 20 e 150% da densidade da porção inferior central.

Figura 1. Variação percentual na densidade das silagens em silos do tipo bag.
 


Apesar deste estudo não ter sido realizado com silagem de grãos úmidos, depreende-se que além dos fatores inerentes à cultura, como a concentração de MS, a habilidade do operador e a característica da máquina que desempenha a tarefa têm grande importância no manejo de confecção.

1.3. Vantagens e desvantagens do uso de silagem de grãos úmidos

As vantagens e desvantagens da silagem de grãos úmidos em relação aos grãos secos são as seguintes:

 


Fonte: Costa et al. (1999), Jobim et al. (2001) e Buchanan-Smith et al. (2003).

THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

Zootecnista pela Unesp/Jaboticabal.
Mestre e Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.
Gerente de Nutrição na DeLaval.
www.facebook.com.br/doctorsilage

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SILVIO ANTÔNIO VIGANÓ

CRUZEIRO DO IGUAÇU - PARANÁ - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 27/08/2007

Realmente, estou buscando mais essa tecnologia para baratear custos e melhorar a qualidade da ração, e essa matéria veio somar muito as informações que eu já tinha.
MAURICIO CESAR ANDREOLI

FRANCISCO MORATO - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/08/2007

Prezados Thiago e Rafael,

Parabéns pela matéria, pois ela vem em bom momento. Tenho muito apreço pela silagem de grão úmidos de milho por ser um ingrediente de alto valor na formulação, mas também por apresentar-se menos propoenso a contaminação por micotoxinas. Assim, espero que os produtores não desanimem de estar utilizando este conceito.

Gostaria de informar-lhes que já existem soluções p/ os problemas de perdas relacionadas à abertura de silos e conservação da mistura total por mais dias.

Grande abraço e sucesso na continuidade dessa matéria.

Atenciosamente,
Mauricio Andreoli
Med.Veterinário

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