ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Fechamento e a abertura dos silos

POR LUIZ GUSTAVO NUSSIO

E MATEUS CASTILHO SANTOS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/08/2006

5 MIN DE LEITURA

2
1

A vedação do silo é a etapa final do processo de preparação da silagem. Uma vez vedado, o silo permanecerá armazenado a campo por um longo período e, depois de encerrada esta etapa, o mesmo estará pronto para ser fornecido aos animais. O correto fechamento e manejo de retirada da silagem após abertura são práticas fundamentais para reduzir perdas de massa da forragem e aumentar o valor nutritivo das silagens. Mais que isso, a falta de cuidados nessas etapas podem colocar em risco todos os benefícios alcançados durante o processo de colheita e compactação do silo.

A vedação rápida e completa é um ponto importante para se ter silagem de boa qualidade. Problemas com a entrada de ar e água são os principais responsáveis pela perda de qualidade durante esta etapa. A má vedação do silo geralmente pode provocar fissuras na lona, resultando em deterioração acentuada da massa superficial do silo, uma vez que a presença de ar, aliada a entrada de água, favorece o crescimento de microrganismo envolvidos com o processo de deterioração.

Segundo Bolsen et. al. (1993), as perdas de matéria-seca nos primeiros 90 cm variam de 8% a 46% para silos cobertos e sem cobertura, respectivamente. Sendo assim, a utilização de lonas dupla face e com espessuras de 200 a 400 micras e a proteção das mesmas com material que permite aderência à massa ensilada como sacos de areia, pneus ou terra, são técnicas necessárias para evitar os problemas acima citados.

Apesar de representar elevação de custos, essas práticas são interessantes, pois apresentam reflexos positivos para o consumo e desempenho de animais alimentados com silagem. Deve-se ressaltar que a vedação tem um impacto importante em evitar as trocas gasosas com o meio externo. Resultados experimentais sugerem que a admissão de ar para o interior do silo, ocasionado pelo bombeamento resultante da troca gasosa, poderia admitir oxigênio em volume 2-3 vezes maior que aquele remanescente após a compactação da massa.

Finalizando o processo de produção de silagem vem o manejo pós-abertura e fornecimento da silagem no cocho para os animais. Práticas corretas de manejo nesta última etapa também são importantes, pois as perdas podem chegar a valores superiores a 30% (Roth e Undersander, 1995). Neste caso, as principais fontes de perdas são: perdas do painel e superfície do silo, silagem perdida no piso durante a retirada e silagem rejeitada pelo animal no cocho.

As perdas de painel e de superfície do silo apresentam grande magnitude de variação, e estão associadas aos tipos de deterioração ocorridas após a abertura. A deterioração aeróbia realizada por mofos e leveduras propicia perda da energia contida na massa de forragem. Essa perda de energia está associada com uma elevação da temperatura do painel do silo. Painéis com temperaturas elevadas são indicadores de atuação de mofos e leveduras e estão correlacionados com silagens que apresentam elevada perda de energia e redução do valor nutritivo.

Figura 1. Efeito da taxa de retirada sobre as perdas de matéria-seca em silos tipo bunker.
 


Fonte: Adaptado de Pitt e Muck (1993).

A magnitude das perdas pós-abertura varia de acordo com a taxa e o modo de retirada da silagem. Silos corretamente dimensionados e que apresentam altas taxas de retiradas de forragem (maiores que 15 cm por dia) apresentam perdas reduzidas de matéria-seca (Figura 1), pois o painel do silo fica exposto ao ar por um período reduzido de tempo. O modo de retirada também é importante, pois silos que possuem painel desuniforme apresentam elevada área de exposição ao ar e, com isso, são mais susceptíveis à deterioração aeróbia (Figura 2).

Figura 2. Painel de silo com desuniformidade durante o processo de retirada.

 


Outro ponto importante e que também contribui para as perdas nesta etapa final, seria a rejeição da silagem por parte do animal no cocho. Essa rejeição pode ocorrer de duas formas: elevado tamanho de partícula ocorrido durante o processo de colheita e pelo fornecimento no cocho de silagem deteriorada. De fato, a presença de silagem deteriorada no cocho além de provocar rejeição por parte do animal, resulta em perdas de desempenho. Whitlock et. al. (2000) avaliando a presença de silagem de milho deteriorada em rações para bovinos de corte observaram que a inclusão de quantidades crescentes de silagem deteriorada, não só reduzia consumo como também ganho de peso por parte dos animais (Figura 3).

Figura 3. Efeito da inclusão de silagem de milho deteriorada no consumo e desempenho de bovinos de corte.

 


Fonte: Adaptado de Whitlock et. al. (2000).

O processo de produção de silagem consiste de várias etapas, cada qual com sua relativa importância. A etapa final de vedação e manejo pós-abertura apresenta importância relevante, uma vez que se não for realizada de forma adequada coloca em risco todos os benefícios alcançados nas etapas anteriores.

Como visto, estas etapas contribuem para a redução das perdas e da qualidade da silagem, e também apresentam grande impacto no consumo e desempenho do animal. O manejo correto da vedação e do pós-abertura dos silos são essenciais para o alcance da máxima eficiência durante o processo de produção de silagens. Essa fase torna-se mais crítica quanto melhor for o manejo da ensilagem na propriedade, pois podem representar perdas de energia de maior intensidade justamente na etapa que atende o fornecimento ao animal.

Referências:

Bolsen, K.K., J.T. Dickerson, B.E. Brent, R.N. Sonon, Jr., B.S. Blake, C. Lin, and J.E. Boyer, Jr. 1993. "Rate and Extent of Top Spoilage Losses in Horizontal Silos." J. Dairy Sci. 76:2940

Pitt, R. E and R. E. Muck. 1993. A diffusion model of aerobic deterioration at the exposed face of bunker silos. J. Agric. Engng. Res. 55:11-26.

Roth, G. and D. Undersander. 1995. Corn Silage Production, Management and Feeding. North Central Regional Publication-574.

Whitlock, L.A., T. Wistuba, M.K. Siefers, R. Pope, B.E. Brent, and K.K. Bolsen. 2000. Effect of level of surface-spoiled silage on the nutritive value ofcorn silage-based rations Kansas Agric. Exp. Sta. Rpt. of Prog. 850:22.

2

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

GUSTAVO FERNANDO RIBEIRO DE OLIVEIRA

UBERABA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 14/09/2006

Com certeza, que a deteriorização da silagem á uma rejeição pelos os aminais, devido ao mal manejo quando os silos são abertos e retirados, ocorrendo uma perda significativa da parte super do silo devido a perda de nutrientes e matéria seca, diminuindo a palatabilidade desta silagem.
TATIANA VIEIRA ARAUJO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/08/2006

Parabéns por esse artigo sobre a silagem. Deu para ter uma noção como fazer silagem e quais suas vantagens e desvantagens.
Mais uma vez parabéns!

Tatiana

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures