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Terminação de ovinos em pastagem com e sem creep: custo e lucro

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/09/2010

4 MIN DE LEITURA

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Neste mês vamos voltar a falar de custo de produção de ovinos com um estudo que foi realizado no rebanho de ovelhas Suffolk do Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos (LAPOC-UFPR) localizado na região metropolitana de Curitiba, em Pinhais/PR.

Nosso objetivo foi avaliar o custo de produção com a terminação de cordeiros ao pé da mãe em pastagem com e sem o uso de creep feeding em um módulo de 150 ovelhas.

O manejo para todo o rebanho foi praticamente igual em todo o período avaliado, que compreendeu um ano. A única mudança foi no fornecimento ou não do concentrado em creep feeding no momento da terminação. Nesse sistema, os cordeiros eram alimentados duas vezes ao dia com um concentrado de 20% de proteína bruta na matéria seca. A quantidade ofertada foi de 1% do peso dos cordeiros, sendo ajustada conforme as pesagens dos animais.

A pastagem utilizada foi Cynodon spp. cultivar Tifton 85 (Tifton 85) sobressemeada com Lolium multiflorum (azevém) no inverno, em área de 9 hectares de pastagem (150 ovelhas/9 ha). Todos os animais tinham à disposição sal mineralizado para ovinos e água à vontade. As ovelhas foram suplementadas na época do vazio forrageiro com silagem pré-secada de milho e antes da monta com concentrado (flushing). Realizou-se uma estação de monta no ano. A Figura 1 representa a matéria seca disponível na pastagem durante a fase de terminação dos cordeiros.

Figura 1 - matéria seca disponível na pastagem durante a fase de terminação dos cordeiros.

Clique na imagem para ampliá-la.

Os preços utilizados nos cálculos foram obtidos na SEAB (SEAB-PR, 2010) ou por orçamentos em fevereiro de 2010.

Os componentes do custo variável foram:

- gastos com alimentação;
- sanidade;
- pastagem;
- energia elétrica;
- impostos;
- conservação e reparos (benfeitorias, máquinas e equipamentos);
- juros sobre capital de giro.

O custo fixo foi composto pela soma de:

- gasto com mão-de-obra;
- depreciação (benfeitorias, máquinas e equipamentos, pastagem);
- custo de oportunidade do capital investido em benfeitorias, rebanho, máquinas e equipamentos.

Como custo operacional considerou-se o custo total (custo fixo + custo variável) menos o custo de oportunidade.

A receita total foi composta pela venda de animais para abate no preço de R$ 3,50 o kg do animal vivo, venda de fêmeas e machos para reprodução e animais descarte.

Os cálculos foram realizados por meio do programa Custare (BARROS et al., 2009) com metodologia citada em Barros (2008), cuja metodologia já foi apresentada em artigos anteriores. Com os dados obtidos montou-se a Tabela 1 e Figura 1. Observe no Gráfico 1 a distribuição dos custos conforme os itens.

Figura 1 - Composição do custo total de produção.



Tabela 1 - Resultado anual de sistemas de terminação de cordeiros.



O custo variável dos sistemas apresentou pequena diferença. Essa pode ser explicada por alguns itens:

Gasto com alimentação - a diferença de valor observada (R$ 555,74) maior no creep deveu-se somente ao uso do concentrado para os cordeiros.

Custo de conservação e reparos - um pouco maior no creep devido à conservação e reparos das instalações que ficavam no pasto para ofertar a dieta dos cordeiros.

Com relação ao gasto com anti-helmínticos, não houve diferença significativa entre esses sistemas. Os cordeiros sem suplementação receberam 1,91 doses de anti-helmínticos durante a terminação, enquanto os do creep receberam 1,92.

O mesmo número de animais foi terminado em ambos os sistemas, pois a mortalidade foi de 3% em ambos os casos.

O custo fixo diferiu entre os sistemas devido:

- à depreciação das instalações do creep;
- ao custo de oportunidade do capital investido que também foi maior quando houve creep. Como esse custo é baixo, a diferença foi mínima.

Mesmo havendo pouca diferença, ao avaliar o lucro nota-se que esse foi maior para os cordeiros que não receberam suplementação em creep. Isso porque o desempenho dos cordeiros não diferiu estatisticamente (P>0,05) entre os sistemas, mas o creep teve um custo a mais da suplementação.

Tabela 2 - Desempenho de cordeiros nos sistemas de terminação.



O creep feeding não apresentou efeito na melhoria do desempenho, e consequentemente, do resultado econômico. Isso deve-se, provavelmente, ao fato de haver pastagem de boa qualidade e alta oferta aos animais, portanto o acréscimo do concentrado não representou grande mudança na dieta. E segundo, pelo fato dos sistemas de terminação terem iniciado aos 60 dias de idade dos cordeiros. Sabe-se que o creep feeding apresenta efeitos benéficos como já foi relatado por diversos autores em situações diferentes da presente pesquisa. No entanto, por motivos operacionais da instituição da pesquisa, não foi possível iniciar o experimento mais precocemente.

Observou-se que houve lucro, mesmo remunerando todos os itens componentes do custo de produção, entretanto, esse foi pequeno, menos de mil reais em um ano. Ressalta-se que esse índices foram obtidos nas condições ambientais específicas, no modelo descrito e desenvolvido no LAPOC-UFPR.

Referências bibliográficas

BARROS, C. S. Análise econômica de sistemas de produção de ovinos para carne. 2008. 144p. Disertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

BARROS, C. S.; MONTEIRO, A. L. G.; PRADO, O. R. Custare. 2009. 1 CD-ROM.

SEAB-PR. Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná: Preços pagos pelo produtor, trimestre: fevereiro-2010. Disponível em: Acesso em: 08/04/2010.

CARINA BARROS

Médica veterinária
Mestre em Ciências Veterinárias UFPR
Doutora em Nutrição e Produção Animal FMVZ-USP
Pós-doutorado FMVZ-USP
Atuação na avaliação econômica e modelagem

MARIA ANGELA FERNANDES

Médica Veterinária pela UFPR
Doutoranda do Programa de Ciências Veterinárias da UFPR
Integrante do LAPOC - Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos da UFPR

ALDA LÚCIA GOMES MONTEIRO

Coordena o Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos (LAPOC) da UFPR

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LEOFAR CÁMERA

EM 23/09/2010

Prezada Carina.

Agradezco vuestra aclaración. Me sumo a la sugerencia de Renato Mascarenahas, de iniciar el Creep a las 2 semanas de edad, al 3% del PV. Estaríamos aprovechando el Pico de producción de Leche de sus Madres, y en consecuencia mejorando la eficiencia de Conversión del Suplemento. También Se podría pensar en aumentar la Carga animal, sin perjudicar a las Ovejas.

Leofar Cámera
CARINA BARROS

OSASCO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 23/09/2010

Prezado leofar cámera,

Os animais tinham acesso ao concentrado em creep feeding no pasto, não eram separados das mães. A oferta era feita em uma instalação, uma "casinha" de madeira na qual somente cordeiros tinham acesso. Duas vezes ao dias colocávamos o alimento para eles.

A carga animal foi igual nos tratamentos, e mesmo havendo diferença numérica, estatisticamente a probabilidade de 5% não houve diferença entre os tratamentos para essas duas variáveis.

Carina Barros
LEOFAR CÁMERA

EM 20/09/2010

Estimadas : ? la administración del suplemento-2 veces al día- apartando los Corderos de sus Madres, no altera su comportamiento, y disminuye el Consumo?.
? Ó Emplearon algún sistema de Autoconsumo del suplemento ?.
En la Fig.1, llama la atención la menor disponibilidad de M.S.en la pastura-Tifton85- durante el período experimental, de los Creep. ? Estaban a mayor Carga/Há. ??.
Salu2
Ing.Agr. Leofar Cámera
C.L.U. Salto. Uruguay
CARINA BARROS

OSASCO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/09/2010

Prezado Renato Mascarenahas Xavier,

Nós já conseguimos trabalhar com suplementação ad libitum em pastagem com esse mesmo concentrado de 20% PB na MS. Os cordeiros ingeriram 3,2% de concetrado por dia, mas nesse caso eram cordeiros desmamados aos 45 dias.

Também gostaríamos de ter o experimento com início mais precoce. Entretanto, devido à vários fatores não foi possível inciar mais cedo. Nem sempre tudo que é necessário para a pesquisa está disponível no momento certo, pois dependemos de recursos para fazer as avaliações. No entanto, vamos trabalhando com o que temos e divulgando que o produzimos! Assim vamos indicando novos caminhos para pesquisa, que pode inclusive ser realizada por outras instituições de pesquisa! E vamos seguindo em frente nos novos projetos!
CARINA BARROS

OSASCO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 19/09/2010

Prezada Cecília José Veríssimo,

Nós trabalhamos com ovinos da raça Suffolk, tanto as ovelhas como os reprodutores.

Carina Barros
RENATO MASCARENAHAS XAVIER

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 16/09/2010

Em primeiro lugar gostaria de parabenizar as autoras pela pesquisa, demonstrado que no futuro teremos diversos sistemas de produção comprovados para as diferentes realidades de cada região. Mas também gostaria de ver o resultado da mesma pesquisa com implementação do creep aos 15 dias e com oferta de no mínimo 3% do PV em concentrado com os mesmos 20% de PB na MS. Assim poderiamos realmente verificar se a recomendação do uso do creep é justificavel nas situações onde exista pastagem de boa qualidade e em alta oferta aos animais.

Grato.
Renato M. Xavier
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 15/09/2010

Boa tarde, e parabéns às autoras pelo trabalho.
Qual foi a raça utilizada no experimento? Cecília José Veríssimo

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