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A produção de ovinos e o melhoramento genético no Brasil - Parte 4

POR BRUNO FERNANDES SALES SANTOS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/01/2010

6 MIN DE LEITURA

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A seleção dentro de raças e linhagens envolve a comparação objetiva entre animais no rebanho ou entre diferentes rebanhos, acasalando os animais de melhor desempenho a fim de produzir a geração seguinte. Este processo é realizado geração após geração e à medida que exista variabilidade genética para as características desejadas, as mudanças ocorrem através das gerações.

É de fundamental importância que, a cada geração, o número de fêmeas produzidas seja maior do que o número de fêmeas necessárias para manter a população em questão, assim é possível selecionar e incorporar aos rebanhos apenas fêmeas que atendam às necessidades com relação às características interessantes. Assim, quando em uma população fechada (reprodutivamente isolada) uma determinada parte do rebanho é multiplicada e outra não, o processo de seleção está sendo aplicado.

A escolha dos pais das gerações futuras pode ser baseada em sua aparência ou uma estimativa subjetiva das mesmas ou dos parentes dos futuros reprodutores e matrizes. Um exemplo é quando optamos por utilizar o reprodutor devido à sua caracterização racial, forma ou tamanho, cor e etc. ou mesmo estimativas subjetivas do peso (tamanho e condição corporal), produção de leite (tamanho do úbere) ou lã (densidade visual do velo).

Alternativamente, mensurações objetivas podem ser utilizadas para definir os animais que irão produzir a futura geração de cordeiros. Isto significa, na verdade, pesar os animais, calcular seu ganho de peso, mensurar a produção de leite e lã, mensurar a musculosidade (área de olho de lombo) e etc. A combinação de fatores objetivos e subjetivos também é uma alternativa muito utilizada em diversos locais do mundo e que pode se encaixar perfeitamente em países como o Brasil, onde ambos os aspectos são considerados importantes.

O ponto central é de promover a evolução genética, e consequentemente a produtividade, em uma população determinada, uma raça ou uma linhagem, é fundamental que os níveis de efeito genético aditivo (mérito ou valor genético) de toda esta população. Para tanto, é fundamental que utilizemos medidas objetivas e informações de parentesco no processo de seleção. Os passos básicos para a introdução de tal processo seriam:



O processo acima descrito geralmente é mais simples do que aparenta, no entanto, o início de qualquer processo é trabalhoso devido aos entraves de organização da imensa maioria das propriedades. Uma das maiores vantagens de implementar um programa de melhoramento genético no rebanho deve-se ao fato da propriedade enxergar os números de seu rebanho e seu nível de produtividade.

O primeiro passo, determinante para o sucesso de um programa de seleção, é a identificação única e permanente dos animais do rebanho. É fundamental que a numeração seja única (exclusiva) e que os animais sejam identificados permanentemente ao longo da vida, assim, as informações do mesmo animal podem ser adequadamente registradas ao longo de toda sua vida, além disso, tais informações serão ligadas aos filhos e demais parentes e por fim, uma vez que os animais superiores sejam identificados, os mesmos terão de ser encontrados para que a próxima estação reprodutiva tenha início.

A implantação de um programa de seleção em uma raça ou linhagem depende do comprometimento da propriedade e seus envolvidos. Informações de nascimento, parentesco das crias, sexo, pesagens diversas, histórico de doenças e etc. são todas fornecidas pela propriedade e dependem diretamente de uma adequada escrituração. As informações que dependem de maior técnica e equipamentos específicos (ex. medidas de ultra-som para musculosidade e gordura) são geralmente aferidas por técnicos envolvidos com o programa de melhoramento.

O processo de seleção baseia-se na semelhança entre matrizes, reprodutores e seus descendentes. Quando a semelhança é alta, a seleção de pais superiores resulta em médio resultado da progênie. A variação devido a ação dos genes no desempenho, excluindo-se os efeitos ambientais (manejo nutricional, clima e etc.), é chamada de herdabilidade. O valor da herdabilidade varia de 0 a 1, por exemplo, o valor h2 = 0,5 para uma determinada característica significa que 50% da variação pode ser explicada pela ação dos genes e 50% pela influência dos fatores ambientais.

Altamente relacionado ao conceito de herdabilidade está o conceito de Valor Genético (VG)ou mesmo Diferença Esperada na Progênie (DEP) dos indivíduos, que é simplesmente o valor de um animal como matriz, reprodutor ou pais das gerações futuras, dentro de um rebanho, grupo de rebanhos ou raça. Em geral VG é uma predição do potencial produtivo da próxima geração. Os mesmos são expressos em forma de desvios + ou - no desempenho em relação à média da progênie para cada característica.

Outro importante conceito é o de acurácia de seleção, que é a correlação entre o "valor genético real" dos pais e os VG estimados. Para a determinação da acurácia são consideradas a herdabilidade da característica, as relações de parentesco entre os animais avaliados e o número de informações (dados) analisadas. Quando a herdabilidade é baixa (abaixo de 0,15) o desempenho do animas por si só não é suficientemente acurado, assim as informações dos parentes, meio-irmãos, e principalmente da progênie, podem ser utilizados para aumentarem a acurácia de seleção. Isto só é possível por que animais com relação de parentesco possuem cópias dos mesmos genes originados de seus progenitores.

Intensidade de seleção é o termo utilizado quando um determinado número de animais é selecionado, em relação ao total de animais do rebanho, como pais da futura geração. A diferença entre a média do grupo selecionado e a média de todo o grupo, antes de qualquer seleção, é chamada diferencial de seleção. Ambos os termos são formas padronizadas de expressar a superioridade dos animais

A quantidade total de resposta alcançada com a seleção irá depender do tamanho do rebanho, quanto maior o rebanho, maior a resposta a ser alcançada. Quando a resposta se torna muito pequena, a maneira mais comum de incrementar os resultados é introduzindo material genético de outro rebanho, aumentando assim a variabilidade genética e as possibilidades de novas combinações de genes. Este tipo de estratégia é muito utilizado, porém em rebanhos submetidos a programas de melhoramento genético é extremamente importante que os novos animais sejam oriundos de rebanhos que também participem de processos de seleção, a fim de preservar o progresso até então alcançado.

A consanguinidade pode acontecer quando parentes próximos são acasalados, produzindo descendentes com altos níveis de parentesco e genes comuns. Muitas vezes este fato possui efeitos deletérios em muitas características produtivas, particularmente aquelas com baixa herdabilidade (reprodução, por exemplo). Em rebanhos pequenos pode se tornar um entrave preocupante. Além disso, a depressão produtiva causada pela consangüinidade pode mascarar seriamente o progresso genético obtido através do processo de seleção.

Índices de seleção envolvem a coleta de dados e cálculo dos VGs para cada indivíduo, em seguida, os mesmos são combinados de acordo com sua importância econômica. A soma de todos os valores resulta no índice de seleção para cada animal individualmente. Os animais com maiores índices são selecionados e mantidos no rebanho, a fim de elevar o valor genético de todo o grupo, ou destinados a diferentes rebanhos que têm por objetivo elevar sua qualidade genética. Um dos benefícios dos índices é que os mesmos consideram não apenas parâmetros genotípicos e fenotípicos, mas também valores econômicos para cada característica a ser selecionada. Quando valores econômicos e VGs são colocados juntamente, para um criador ou interessado na aquisição de um reprodutor ou matriz, em forma de índices, estes irão refletir o valor econômico relativo para cada reprodutor e permite a comparação entre os mesmos.
Alguns pontos devem ser considerados e os criadores devem se comprometer com os mesmos, uma vez que se objetiva maximizar os ganhos genéticos dentro de um espaço de tempo relativamente curto.



Estas são algumas observações básicas a respeito do processo de seleção em raças ou linhagens. Tais comentários podem ser muito úteis para os criadores ou futuros criadores que têm por objetivo abranger atividades sérias e que possam trazer retorno econômico de suas propriedades. É válido salientar que a maior necessidade atual da ovinocultura é a obtenção de níveis adequados de produtividade tendo como conseqüência uma eficiência econômica natural para o negócio. Aos poucos a cadeia produtiva está se estruturando e à medida que qualidade e oferta de produtos forem incrementadas a tendência é que mais elos da cadeia sejam preenchidos e a atividade se profissionalize cada vez mais.

Os cruzamento entre raças e linhagens será abordado no próximo artigo.

BRUNO FERNANDES SALES SANTOS

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ZELIA

PINDAÍ - BAHIA - ESTUDANTE

EM 19/02/2013

mto bom o artigo, mas eu queria saber mais sobre as raças de melhoramento genetico, raças essasque puderam incrementar...

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