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Por que é importante evitar a consangüinidade?

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/12/2006

2 MIN DE LEITURA

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É comum ouvir alguns produtores de caprinos e ovinos comentarem: "Não há qualquer problema no acasalamento entre pai e filha! O que não pode é acasalar avô com neta ou irmão com irmã". Infelizmente, os produtores estão cometendo um equívoco ao pensar desta maneira. A verdade é que todo acasalamento entre animais aparentados, definido como consangüíneo ou endogâmico, apesar de ter alguns aspectos positivos, se mal utilizado, pode trazer prejuízos para o rebanho.

Muitos produtores também acreditam que o problema da consangüinidade restringe-se apenas ao nascimento de animais com defeitos genéticos. No entanto, os prejuízos ocasionados pela consangüinidade vão mais além: ela também prejudica o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. Como grande parte dos produtores não faz escrituração zootécnica, esses prejuízos acabam passando despercebidos.

É verdade que a consangüinidade pode ser utilizada como ferramenta para promover o melhoramento genético dos rebanhos. E, desde que orientado por um técnico especializado, o produtor tem condições de tirar proveito dela, pois seu uso de maneira criteriosa permite a detecção de genes recessivos deletérios no rebanho e a seleção através do descarte dos animais portadores desses genes.

Além disso, a exploração da prepotência do animal consangüíneo (tendência para imprimir suas características com maior intensidade), facilita a uniformização racial e a fixação de características que o produtor considera desejáveis.

Apesar dos benefícios citados, de maneira geral, a consangüinidade é considerada prejudicial. E, como já foi afirmado, além do aumento da incidência de defeitos genéticos, ela influencia de maneira negativa o desempenho produtivo e reprodutivo dos animais. No Quadro 1 são apresentados os resultados obtidos com estudos envolvendo os efeitos da endogamia, realizados com diversas espécies animais exploradas economicamente, e que têm evidenciado esse aspecto.

Quadro 1. Resultados de estudos sobre efeitos da consangüinidade realizados com diversas espécies animais.


Quando se trata de caprinos e ovinos, praticamente não se encontram trabalhos desta natureza no Brasil. Mas, em países como Índia, Escócia e Estados Unidos, pesquisadores já obtiveram alguns resultados com ovinos.

Quadro 2. Resultados de estudos sobre efeitos da endogamia realizados com ovinos na Índia, Escócia e Estados Unidos.



Com base nessas informações, é possível perceber que a influência negativa da consangüinidade sobre o desempenho produtivo e reprodutivo dos ovinos é bastante significativa, devendo algo semelhante ocorrer com os caprinos.

Sabe-se que os desempenhos produtivo e reprodutivo dos animais têm impacto econômico. Sendo assim, fica fácil concluir que um rebanho com alto nível de consangüinidade terá seu desempenho geral reduzido, e conseqüentemente, os lucros do produtor também serão diminuídos. Este é um aspecto importante que não deveria ser esquecido pelo produtor de rebanhos comerciais ao realizar acasalamentos consangüíneos.

Porém, na prática, não é o que acontece. Muitos desses produtores nem têm conhecimento dos aspectos negativos da consangüinidade. Esses efeitos adversos poderão ser minimizados apenas quando eles tomarem consciência sobre a importância de manter baixo o nível de consangüinidade dos rebanhos.

Alguns produtores começam a caminhar nessa direção. É o caso dos que participam do Programa de Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos de Corte - GENECOC - da Embrapa Caprinos. O programa consiste numa assessoria genética aos produtores, a qual compreende avaliação genética dos animais, além da orientação dos acasalamentos, de acordo com os objetivos de cada produtor e com as particularidades de cada rebanho, sempre visando maior produção de carne e pele por hectare, em determinado tempo e a menores custos.

Portanto, de uma maneira geral, para os produtores de rebanhos comerciais, o mais indicado é evitar os acasalamentos consangüíneos, a fim de minimizar esses efeitos indesejáveis.

LUCIANA CRISTINE VASQUES VILLELA

RAIMUNDO NONATO BRAGA LÔBO

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LEONEL NOGUEIRA

FAFE - BRAGA - OVINOS/CAPRINOS

EM 13/01/2018

Bom dia. Ate que geraçao e considerado cosanguinidade ?
GERALDO DOS SANTOS TUPINAMBÁ

IACIARA - GOIÁS

EM 26/08/2015

Buscando o lado " bom " da consanguinidade poderia manter em um rebanho, apenas o cruzamentos com as filhas ?
PEDRO ÁLEX ALMEIDA DE JESUS

NOSSA SENHORA APARECIDA - SERGIPE - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 04/03/2014

Sabendo de todos os riscos, os prós e os contras, estou meio sem opção. Tenho apenas um reprodutor, e par trocá-lo sempre fica um pouco inviável devido ao valor do mesmo e por possuir um rebanho pequeno. Sendo assim, vou cruzar ele com as filhas, mas as crias desse cruzamente coloco com outro de genealogia diferente. Mesmo assim corro riscos de perder qualidade nos animais ?
DANILO ANTÔNIO

TORIXOREU - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/08/2008

Esse é o maior problema que agente como profissional do ramo e criador tenta colocar na cabeça de novos e antigos criadores que com a consanguinidade a criação só tem a perder e que a troca de reprodutor ou um manejo reprodutivo bem feito só trará beneficio ao bolso do produtor de caprino/ovino, estão de parabens os autores desse artigo!!
IVANETO BARBOSA DANTAS

MOSSORÓ - RIO GRANDE DO NORTE - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 09/08/2008

Sou principiante nesta atividade e como estou começando com dois reprodutores, sei que na segunda/terceira geração já irá ocorrer das femeas cruzarem com os seus avós/bisavós. Ante essa preocupação até que grau de parentesco é considerado como consaguineos com os riscos previstos?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Sr. Ivaneto Barbosa Dantas,

O assunto é amplo também. As perdas serão menores, caso o medicamento seja
bem aplicado (limpeza dos materiais e do local). O jejum não é necessário.
O importante neste caso é saber a categoria animal e a dosagem correta.
Grande abraço.
Marcelo
WILSON TARCISO GIEMBINSKY

PARACATU - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 16/06/2008

Eu e minha esposa ganhamos um casal de carneiros deslandos. Nunca tinhamos criado carneiros, só conheciamos os lanados e mesmo assim não conheciamos seus indices de desenvolvimento.

A femea já veio prenhe de outro macho e pariu 2 femeas. Bastante prolíficos, o casal e as duas femeas filhas de outro macho, com partos duplos e triplos encheu meu quintal de carneiros.

Minha esposa é quem cuida dos carneiros e só percebeu que as femeas, filhas do carneiro, já estavam ciclando quando o macho cruzou com as primeiras filhas.

Tratei de aparta-los e troquei o macho por outro, mas destes cruzamentos, uma ovelha abortou e da outra nasceu um borrego com defeitos físicos nas pernas, que não acompanhava a mãe e morreu.
PEDRO HENRIQUE REZENDE DE ALCÂNTARA

PALMAS - TOCANTINS - PESQUISA/ENSINO

EM 03/01/2007

Bela explanação sobre um assunto que ainda causa muita polêmica e divergências. Trabalhos como o da GENECOC são louváveis pois o protudor por si só quase sempre não é capaz de orientar bem os acasalamentos dentro de sua propriedade, otimizando as progênies e conseqüentemente aumentando sua produtividade.

É uma pena não termos no Brasil trabalhos que tratem deste assunto tão relevante ao bom aproveitamento do potencial do rebanho nacional, talvez esta seja uma boa chamada aos estudantes brasileiros, para que se atentem a essa escassez de trabalhos importantes sobre cruzamentos consangüíneos na ovinocultura.

Um abraço a todos,

Pedro Henrique Rezende de Alcântara
Estudante de Zootecina - Universidade Federal de Viçosa

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