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Princípios de um programa de melhoramento genético

POR OCTÁVIO ROSSI DE MORAIS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/07/2007

4 MIN DE LEITURA

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Todo o tempo nos deparamos com a expressão "melhoramento genético". Você já parou para pensar o que é melhorar? Melhorar, no meu modo de entender, é sair de uma situação para outra mais vantajosa. Assim, um animal melhor é aquele que, em relação a outro, pode proporcionar maiores vantagens.

Pensemos numa vaca leiteira. A vaca que produz mais leite é melhor que a que produz menos, certo? Errado! Se a vaca que produz mais leite não for mais vantajosa, ela não será melhor. Na exploração agropecuária, assim como em qualquer negócio, o mais vantajoso é o que proporciona maior lucro, e aí entenda-se por lucro tudo o que possa envolvê-lo: lucro financeiro, social, ambiental... Pois bem, melhoramento animal tem que ser para gerar mais lucro.

Como fazer para melhorar geneticamente com vistas a um maior lucro? Um programa de melhoramento tem que determinar as ações que levarão a isto. Portanto há uma diferença fundamental entre programas de avaliação genética e programas de melhoramento genético. Um programa de melhoramento requer avaliação genética e avaliação econômica, e por fim, a combinação desses fatores para gerar uma composição de maior lucro. Esta composição é chamada de índice de seleção ponderado por pesos econômicos.

Um programa de melhoramento deve funcionar assim:

O sistema de produção é decomposto de forma a visualizarmos como as características estão envolvidas nos custos e nas receitas. Como exemplo: o intervalo de partos influencia no número de cordeiros produzidos por ano, e, portanto, esta característica está ligada parte nas receitas e parte nas despesas, pois se tenho mais cordeiros tenho mais produto para venda, mas tenho mais consumo de alimentos na fazenda, mais horas de mão de obra, etc.

Um maior ganho de peso dos cordeiros aumenta o peso à idade de abate, ou reduz o tempo para o abate, gerando mais receita, mas os animais podem requerer mais alimentos quando têm maior capacidade de desenvolvimento ou alimentos mais nutritivos, o que interfere nos custos. A susceptibilidade às doenças está sempre ligada às despesas e, assim, a resistência à redução delas.

Desta forma calculamos o "valor econômico" das características, que na definição formal é o valor monetário do aumento da característica em uma unidade ou em 1% . Esta parte do trabalho deve ser sistematizada e analisada em um centro de pesquisa, mas a anotação dos dados econômicos e de produção é feita nas fazendas, pelos próprios produtores.

Os valores econômicos das características nos permitem dar mais um passo no programa de melhoramento: a definição dos objetivos de seleção. Esse é um avanço importante, pois agora podemos definir de forma objetiva o que deve ser realmente deve ser buscado para gerar maior lucro.

O passo seguinte é definir os critérios de seleção, ou seja, como proceder para chegar aos objetivos traçados. A definição dos critérios considerará a facilidade de medição das características a serem selecionadas, o custo de fazê-lo, a possibilidade de selecionar em conjunto as características que desejamos, ou seja, tudo o que pode interferir de forma positiva ou negativa em nosso trabalho.

Do ponto de vista genético precisamos conhecer o modo como as características se relacionam para encontrar as alternativas mais viáveis e baratas de chegarmos aos objetivos. Assim, nem sempre as características que formam os objetivos de seleção serão aquelas que comporão os critérios.

Os dados de produção permitem a análise genética das características. Parâmetros genéticos importantes, tais como as herdabilidades das características e as correlações genéticas entre elas, são calculados a partir dos dados de desempenho produtivo. As famosas DEP's (Diferença Esperada na Progênie) são calculadas com base nesses dados dos animais e/ou de seus parentes e também na herdabilidade das mesmas, como já comentamos em outros artigos.

É preciso estar muito atento para o seguinte: as DEP's sem os valores econômicos não nos conduzem automaticamente ao melhoramento. Podemos, por exemplo, calcular a "DEP tamanho de rabo", selecionar e utilizar os reprodutores com base nessa característica e obter o resultado esperado. Mas será que isso conduzirá ao melhoramento? Pode ser que pareça óbvio que tamanho de rabo não deva ser incluído na seleção (embora esse item seja considerado importante pelos selecionadores de raça), mas a importância das características nem sempre é tão óbvia. O que deve ter peso maior, a prolificidade ou o intervalo de partos? O ganho de peso do nascimento à desmama ou a taxa de sobrevivência nesse período? Só saberemos se pudermos calcular os valores.

De posse dos valores econômicos, dos parâmetros genéticos e definidos os critérios, vamos para o próximo passo que é montar um índice de seleção. O índice de seleção nos permite maximizar o ganho econômico e direcionar a seleção nesse sentido.

Com o índice de seleção podemos comparar reprodutores tanto do ponto de vista de seu valor genético quanto do desempenho econômico esperado de seus descendentes, e assim, escolher aqueles que serão os pais da próxima geração. Os pais escolhidos deverão ser utilizados, mudando as médias das características na população, no sentido favorável. Não é tão simples, nem tão fácil, mas é o que precisa ser feito. O índice definido terá que ser alterado com o tempo, pois na medida em que muda o ambiente econômico ou que se avança geneticamente é preciso ajustá-lo para que ele continue eficiente.

No próximo artigo vamos ver um exemplo de como funciona um programa de melhoramento. O importante é ter em mente: o programa de melhoramento deve ter como meta alterar a composição genética do rebanho para aumentar o lucro do produtor.

OCTÁVIO ROSSI DE MORAIS

Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos - Embrapa

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OCTÁVIO ROSSI DE MORAIS

SOBRAL - CEARÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 16/10/2007

Agradeço a todos vocês, Ernani, Carlos, Edgenalvo e Cassia, pelos comentários. Espero poder continuar a contribuir, mesmo que de forma modesta, para tornarmos o melhoramento genético mais conhecido e compreendido. Um abraço a todos!
CASSIA ROBERTA RAMOS DA ROSA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/10/2007

Achei este artigo muito interessante e espero receber cada vez mais emais artigos desses perfil, pois estou muito interressada no assunto.
Obrigada, Cassia
EDGENALVO AZEVEDO FEITOSA

GARANHUNS - PERNAMBUCO

EM 10/09/2007

Muito bom artigo, você mostrou sem fantasiar os dois lados principais que emvolvem a técnica do "melhoramento genético": o lado do melhoramento do genótipo animal, e o lado financeiro com os custos e a lucratividade que esta técinica poderar gerar se bem aplicada.

Parabéns.
CARLOS SEMIAO RODRIGUES

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/09/2007

Foi como muita satisfação que li o artigo sobre melhoramento animal de sua autoria. Sou estudante de medicina veterinária e esta é uma das disciplinas que estou estudando no corrente semestre e este artigo vai me auxiliar muito em meu aprendizado, pois o conteúdo do artigo é muito claro e de fácil compreensão. Parabéns. Carlos
ERNANI PAGELS BARBOSA

JOÃO PESSOA - PARAIBA

EM 04/09/2007

Gostei muito da forma como você abordou o tema "melhoramento genético", pois mexe com o conceito de que melhorar geneticamente um animal é torná-lo mais pesado e mais bonito.

A ênfase dada ao aspecto econômico objetivando o aumento do lucro é a que, como produtor rural, julgo merecer a maior atenção dos pesquisadores.

Aguardo, com expectativa, a continuação do seu trabalho. Parabéns.

Um abraço.
Ernani Pagels
CLEDYSON KYLDARY

FORTALEZA - CEARÁ

EM 26/08/2007

Realmente a esplanação sobre melhoramento animal foi excelente, visto que muitos conteudo literarios colocam o assunto de uma forma muito similar e abordagem parece ser muitas vezes um coisa repetitiva, vi que neste artigo, houve uma escrita diferenciada dos demais autores, de forma sucinta, porem bem completa.

Sou estudante de Zootecnia, e busco muitas informações sobre melhoramento genetico animal.

Parabens muito bom.

<b>Resposta do autor:</b>
Obrigado Carlos e Cledyson. Espero poder continuar contribuindo para divulgar o que realmente é o melhoramento animal. O comentário de vocês me anima a caprichar cada vez mais nos artigos. Um abraço.

CARLOS JOSÉ PEDROSA

MACEIO - ALAGOAS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 23/07/2007

Este artigo sobre programa de melhoramento genético faz-me esperar pela continuação. Espero que chegue logo!

Um fraternal abraço,

Carlos José Pedrosa

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