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Grão de soja como fonte de gordura na alimentação de ovinos e caprinos

POR CLAYTON QUIRINO MENDES

E FUMI SHIBATA URANO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/10/2007

5 MIN DE LEITURA

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Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, a qual é considerada como uma das sementes oleaginosas mais ricas e disponíveis no mundo, podendo ser utilizada na alimentação de ruminantes em sua forma original (crua) ou na forma processada. Devido ao seu alto conteúdo protéico e energético, a sua utilização pode se tornar economicamente viável aos criadores de ovinos e caprinos, sobretudo quando são adotados sistemas de confinamento e em dietas com alto teor de concentrado.

O grão de soja contém cerca de 2,11 Mcal/kg de MS de energia líquida, sendo mais energético que o grão de milho, além de conter elevado teor de proteína bruta (42,8%) e de gordura (18,8% de extrato etéreo).

A gordura contém mais do que o dobro do conteúdo de energia quando comparado aos carboidratos, portanto espera-se aumento na eficiência quando a concentração energética da ração é aumentada, desde que o consumo de matéria seca não seja afetado (Gibbs et al., 2005).

O efeito do uso do grão de soja e de outras fontes de gordura sobre o desempenho de ruminantes tem sido variado. Oliveira Junior et al.,(2002) utilizaram teores de 0%, 7%, 14% e 21% de grão de soja na ração de cabras em lactação e observaram redução no consumo de matéria seca, aumento na eficiência alimentar e redução linear na produção de leite com a inclusão de teores crescentes de grão de soja. Estes autores concluíram que a inclusão de grão de soja em até 14% da matéria seca na ração de cabras em lactação não afeta o desempenho dos animais.

Urano et al. (2006) avaliaram o desempenho de cordeiros confinados recebendo teores crescentes de grão de soja moído (0%; 7%; 14% e 21 % MS) em substituição ao farelo de soja em dietas com alto teor de concentrado. Os autores observaram redução linear para o consumo de matéria seca e para o ganho de peso, cujos valores observados foram de 298, 275, 280 e 255 g/dia, respectivamente (Tabela 1). Os autores concluíram que a inclusão do grão de soja em até 14% da matéria seca, em rações com alto teor de concentrado, proporciona desempenho satisfatório aos cordeiros confinados, com maior viabilidade econômica.

Tabela 1. Consumo de matéria seca (CMS), ganho de peso médio diário (GMD), conversão alimentar (CA) e eficiência alimentar (EA) de cordeiros confinados alimentados com diferentes teores de inclusão de grão de soja na ração.


1Tratamentos: GS0= controle; GS7= 7% de grão de soja, GS14= 14% de grão de soja, GS21= 21% de grão de soja na ração; 2 Erro padrão da média; 3Valor de P para o teste de polinômio ortogonal apresenta resposta linear ou quadrática, 4Consumo de matéria seca.

Mendes et al. (2007) avaliaram o desempenho e os parâmetros de carcaça de cordeiros confinados alimentados com grão de soja moído (9,2% da matéria seca da ração) em substituição ao farelo de soja e observaram redução do consumo de matéria seca e melhora na conversão alimentar (Tabela 2). Segundo os autores a inclusão do grão de soja elevou o teor energético da ração, o que pode ter contribuído para a redução no consumo e manutenção do ganho de peso dos animais, devido à melhor utilização da ração consumida. Como não foi observada variação no ganho médio de peso, os animais que receberam o grão de soja apresentaram melhor conversão alimentar em relação ao tratamento contendo apenas farelo de soja.

Tabela 2. Desempenho e parâmetros da carcaça dos cordeiros alimentados com grão de soja moído ou extrusado em substituição parcial ao farelo de soja.


aTratamentos: FS= farelo de soja, FS+EX= farelo de soja + grão de soja extrusado, FS+GR= farelo de soja + grão de soja moído; bErro padrão da média; cProbabilidade de haver efeito significativo entre tratamentos (P<0,05); a,b,c Médias seguidas de letras distintas, na mesma linha, diferem (P<0,05) pelo teste Tukey.

A gordura é um nutriente fundamental, e importante componente do sistema de produção de carne, pois a eficiência de produção, a precocidade, o acabamento da carcaça, os rendimentos de corte, a maciez e a suculência do produto estão relacionadas à quantidade e ao local de deposição de gordura.

A gordura proveniente da ração tende a promover a sua deposição na carcaça do animal, mas apresenta grande variação, uma vez que esta deposição pode ser influenciada pela fonte de gordura, consumo, estado fisiológico e categoria animal.

Diversos trabalhos com diferentes teores e fontes de gordura na alimentação de ruminantes não verificaram alterações nas características de carcaça. Urano et al. (2006) não observaram diferença nos parâmetros de carcaça de cordeiros alimentados com diferentes teores de grão de soja na ração, conforme dados apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Parâmetros de carcaça dos cordeiros confinados.


1Tratamentos: GS0= controle; GS7= 7% de grão de soja, GS14= 14% de grão de soja, GS21= 21% de grão de soja na MS da ração; 2Erro padrão da média; 3Peso vivo de abate; 4Rendimento de carcaça quente; 5Rendimento de carcaça fria; 6Quebra por resfriamento; 7Área de olho de lombo; 8Espessura de gordura.

Os dados apresentados mostram que o grão de soja pode ser utilizado como fonte energética e protéica na alimentação de pequenos ruminantes, contribuindo para elevar a densidade energética da ração e reduzir a utilização de fontes protéicas tradicionais como o farelo de soja. Entretanto, sua inclusão deve respeitar o teor máximo de extrato etéreo, o qual deve estar entre 5 e 6% da matéria seca da ração e, a viabilidade econômica do seu uso. Além disso, vale ressaltar que devido ao elevado teor de óleo, o grão de soja quando moído não deve ser armazenado por muitos dias, pois pode sofrer processo de rancificação e interferir negativamente no consumo de matéria seca e, conseqüentemente no desempenho dos animais.

Literatura consultada

GIBBS, D. J.; SHAH, M. A.; MIR, P. S.; McALLISTER, T. A. Effect of full-fat hemp seed on performance and tissue fatty acids of feedlot cattle. Canadian Journal of Animal Science, Canada, v.85, p. 223-230, 2005.

MENDES, C.Q.; SUSIN, I.; PIRES, A.V.; GERAGE, L.V.; URANO, F.S.; RODRIGUES, G.H. Substituição parcial do farelo de soja pelo grão de soja moído ou extrusado na alimentação de cordeiros confinados. In: 44ª REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, Jaboticabal, SP, 2007. Anais... CD ROOM.

OLIVEIRA JUNIOR, R. C.; SUSIN, I.; PIRES, A. V.; SIMAS, J. M. C.; MORAIS, J. B. Desempenho de cabras em lactação alimentadas com grão de soja. Acta Scientiarum, v. 24, n. 4, p. 1113-1118, 2002.

Urano, F.S.; Pires, A. V.; Susin, I. et al. Desempenho e características da carcaça de cordeiros confinados alimentados com grãos de soja. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 41, n. 10, p. 1525-1530, 2006.

CLAYTON QUIRINO MENDES

É colaborador do Agripoint como instrutor do curso Princípios da Nutrição de Caprinos e Ovinos de Corte e escreve artigos técnicos para seções Nutrição e Pastagem.

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CICERO DOS SANTO NOQUEIRA

VÁRZEA ALEGRE - CEARÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 16/02/2014

meus parabens pela o tratamento dos a nimais com toda a tegnologia para manter no s ficamos de olho para cada dia q passa ficamos + a tento nasw esplicaçôes.de novas nuvidades
RAIMUNDO NUNES DA ROCHA FILHO

RUSSAS - CEARÁ - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 16/10/2013

um trabalho muito interessante,parabens
DOUGLAS BRASIL

MARINGÁ - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 04/11/2007

Concordo com o Rodrigues.
Na elaboração de trabalhos e para aprofundar os conhecimentos, nada melhor que trabalhos publicados e de livre acesso.
Obrigado e parabéns!
ANTONIO RAFAEL CAMARGO RODRIGUES

BARRETOS - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 19/10/2007

Para nós, profissionais em formação e criadores, é maravilhoso termos informações como essas!!!Uma vez que este setor tem crescido cada vez mais e se destacado no nosso país!! Muito Obrigado, e Parabéns pelo seus Trabalhos!!!!!!

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