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Nutrição de ovinos de corte

POR CLEDSON AUGUSTO GARCIA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/11/2009

5 MIN DE LEITURA

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1. Introdução

Nos últimos anos, aconteceram mudanças mercadológicas dos produtos ovinos, tornando-se a carne o item principal e mais explorado deste agronegócio. Entretanto, essa espécie como produtora de carne, ocupa no Brasil posição ainda modesta em relação às demais e nos últimos anos vem aumentando o número de criadores ingressantes na atividade, tanto a nível estadual como nacional, devido ao aumento crescente na demanda dos consumidores pela carne ovina.

A influência indireta da comercialização da carne é alta, devido à grande variação do produto ofertado, que está influenciado pelo ambiente, genética e nutrição. Além disso, é importante que a mesma esteja disponível para comercialização ao longo do ano, necessitando a busca de novos sistemas de produção para cordeiros de corte, que promovam ritmo de crescimento mais acelerado, consequentemente reduzindo a idade de abate e proporcionando retorno rápido de capital.

No Brasil, a maioria dos criadores adota o sistema extensivo de criação de ovinos, enquanto que os empreendimentos com melhor emprego de tecnologia, realizam o confinamento após o desmame. A adoção de tecnologias vem sendo facilitada pelos trabalhos técnicos ligados às diversas entidades ligadas a pesquisa e Associações de criadores, contribuindo para a expansão e melhoria da qualidade dos produtos da espécie, buscando genótipos mais adequados, aliados ao bom manejo nutricional e profilático.

2. Manejo nutricional das diferentes categorias

2.1. Manejo dos reprodutores

Existem alguns cuidados essenciais para que os carneiros demonstrem todo seu desempenho reprodutivo, possibilitando aumentos significativos de fertilidade das ovelhas, sendo a nutrição extremamente importante, cuidado esse que deve ser antes e durante a estação de monta.

Os cuidados na fase de pré encarneiramento são de vital importância, pois constituem a preparação para a reprodução e consequentemente para todo o desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho, pois os mesmos são considerados o polo melhorador de todo o rebanho.

Num rebanho ovino os reprodutores são os responsáveis pelo maior número de descendentes e transmitem suas características com maior intensidade, em função de acasalar com aproximadamente 40 a 50 ovelhas, isso em monta natural.

Caso o pasto não apresente bom valor nutricional devemos realizar uma suplementação alimentar, variando de 0,5 a 1% do peso vivo (ração concentrada com aproximadamente 14% PB e 65% NDT), isso quando o mesmo não estiver em boa condição corporal. Lembrando que o reprodutor não pode estar muito gordo nem magro demais. A suplementação dos carneiros, às vezes torná-se necessária também durante a estação de monta.

2.2. Manejo de ovelhas no terço final de gestação

O período de gestação da ovelha é de aproximadamente 147 dias, sendo que nos primeiros 100 dias de prenhes, a exigência nutricional da mesma é menor, pois o feto ainda está com pouco desenvolvimento.

Entretanto, na fase que compreende as últimas 6 semanas (terço final de gestação - Figura 1) são formados aproximadamente 75-80% de peso final do cordeiro. Neste período à alimentação deficiente, traduz-se em nascimento de cordeiros débeis, além da baixa produção de leite da ovelha e menor instinto materno, com maior chance de rejeição dos cordeiros.

Figura 1. Suplementação de ovelhas Suffolk no 1/3 final de gestação (Cabanha UNIMAR).



Nessa fase devemos ter um pasto maternidade de boa qualidade, preferencialmente adubado, com folhas tenras de alta qualidade, para atender suas necessidades nutricionais, caso contrário devemos lançar mão da ração concentrada (17% de PB e 68% NDT), com suplementação de 0,5 a 1% do peso vivo. Também existe a possibilidade de fornecer um sal mineral proteínado (40 % PB), objetivando atender esse déficit, com consumo estimado de 60g/dia.

2.3. Manejo de ovelhas em lactação

Nessa fase aumenta drasticamente a exigência nutricional, principalmente se a ovelha estiver parida de gemelar, portanto, nesse estágio é imprescindível a nutrição adequada, almejando a redução da verminose, evitando mortalidade das mesmas e até dos cordeiros. Outro ponto positivo da boa nutrição nesse período é que contribuirá com o aumento do peso ao desmame dos cordeiros, devido à maior produção de leite das ovelhas.

Cerca de 80% da produção total do leite das ovelhas são produzidos nas primeiras oito semanas de lactação, após essa data a quantidade oferecida ao cordeiro corresponde em menos de 10% das suas necessidades diárias. A partir dos 45 dias de idade, o cordeiro já se alimenta normalmente como um ovino adulto, não necessitando exclusivamente de leite para sua sobrevivência.

2.4. Manejo dos cordeiros

Desta maneira, o cuidado com o cordeiro se inicia quando o mesmo está na fase fetal, devendo dar continuidade nas boas práticas de manejo após o nascimento. O colostro é imprescindível nas primeiras horas, quanto mais rápido o cordeiro ingeri-lo melhor (no máximo até 8 horas - Figura 2), devido à maior absorção de imunoglobulinas nesse período, conferindo a imunidade aos mesmos até os 30 dias de vida.

Figura 2. Borregas Suffolk x Primera recém parida (Cabanha UNIMAR).



As reservas energéticas dos cordeiros os mantêm vivos por um período de aproximadamente oito horas, em condições de frio e umidade, esse tempo reduz drasticamente se a cria não mamar o colostro, em pouco tempo entra em estado de inanição e vem a óbito.

Para que ocorra a intensificação de produção, torna-se necessário adotar alternativas ao sistema convencional, fazendo com que os cordeiros tenham o máximo de ganho de peso possível, em menor tempo. Neste contexto apresenta-se como opção a suplementação exclusiva para os lactentes, desde os primeiros dias de vida, comumente conhecida por creep feeding (comedouro privativo - Figura 3).

Figura 3. Cordeiros Suffolk com ração no comedouro privativo. (UNIMAR).



Esta prática consiste em fornecer alimentação suplementar somente para os cordeiros em aleitamento, em área inacessível às ovelhas. Este sistema ainda é pouco adotado a nível nacional, que tem como principal objetivo alcançar melhores índices zootécnicos, principalmente à redução na idade de abate dos cordeiros.

Na Universidade de Marília, no Setor de Ovinocultura têm sido realizados trabalhos experimentais nesta área desde 1997, com abate dos cordeiros Suffolk, possuindo idade variando de 60 a 80 dias, com peso vivo de abate entre 28 a 30 kg. Os animais abatidos têm apresentado excelentes características de carcaça, além de boa qualidade da carne, atendendo o padrão exigido pelo mercado consumidor (parte dos trabalhos publicados na Revista Brasileira de Zootecnia).

Além dessas vantagens, outro ponto importante a ser destacado é o menor custo de implantação do sistema, pois os ovinocultores que trabalham em sistema intensivo, geralmente adotam a técnica de confinamento, que necessita de instalações consideradas desnecessárias no sistema aqui preconizado. Embora sempre têm cordeiros que atingem o peso ao desmame, desta maneira necessitando da sua terminação em confinamento (Figura 4), porém o mesmo irá permanecer menos tempo nessa estrutura.

Figura 4. Cordeiros no confinamento coletivo (Cabanha UNIMAR).



3. Considerações finais

Para obter bons resultados na produção de ovinos de corte deve-se preocupar com os três pontos fundamentais, que é o ambiente, genética e nutrição. A nutrição é imprescindível para o ovinocultor que deseja atingir boa produtividade e rentabilidade na sua criação. Entretanto, as categorias animais possuem exigências nutricionais diferentes, para conseguir ganhos satisfatórios consulte sempre um técnico para formular e indicar a quantidade de uma ração específica para cada fase.

CLEDSON AUGUSTO GARCIA

Professor da Universidade de Marília

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JULIO CAMARGO

SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES - RIO GRANDE DO SUL

EM 13/07/2016

          SR. Cledson estou querendo fazer  terminação de cordeiros, utilizando animais com 28 a 30kg, para terminar com peso médio de 40kg. Pretendo terminar em no máximo 40 dias.   Qual a formulação ideal de ração a ser utilizado tomando como ingredientes o Milho, Farelo de Soja e Farelo de trigo. Desejo saber ainda se posso utilizar cana-de-açúcar ou capim elefante triturados acrescido de Proteinado, e se possível qual a seria a formulação do proteinado.



                                     Desde já agradeço. Um forte abraço.



                                                            Júlio Lima :  

                                                                      e-mail: julio.guaramano2013@yahoo.com.br








































SERGIO JOSE GROTTO

NOVA MUTUM - MATO GROSSO

EM 21/02/2014

sr. Cledson não sou criador de ovelhas ,mas pretendo iniciar uma criação. queria saber se silagem de milho, e suplemento alimentar é suficiente para ter uma criação de corte a nivel comercial.
DANIELE

VIÇOSA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 06/11/2013

Prezado Cledson:



Observei o comentário da recomendação nutricional, e no entanto, recomendou a relação volumoso:concentrado de 20:80. Esta recomendação não estaria comprometendo  a relação músculo:gordura ? Comprometendo desta forma o rendimento de carcaça, devido a maior deposição de gordura na mesma? levando em consideração a idade dos animais para o abate.

Att.
CLEDSON AUGUSTO GARCIA

SÃO PAULO

EM 25/10/2013

Prezado Regivaldo Vieira de Macedo sobre a tabela de requerimentos nutricionais não tenho digitada, mas faço a sugestão para consultar algum livro de Exigência Nutricional, bem como NRC, AFRC, INRA, etc...Geralmente trabalhamos com 15% PB e 70%NDT, considerando a IMS de 4%PV, com uma relação volumoso:concentrado de 20:80. Confinamento coberto ou parcialmente coberto de 1 a 1,5m2/animal. A céu aberto piso de chão batido 1,5 a 2 m2/animal. att
REGIVALDO VIEIRA DE MACEDO

OURICURI - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/10/2013

Caro Professor Cledson! Eu sou Regivaldo e trabalho com projetos da área rural, Queria saber da vossa excelência se é  possível enviar para meu email uma planilha de alimentação de ovinos em confinamento para ganhar peso em alta escala e qual é a alimentação que se deve alimenta os ovinos confinados. Pergunto ainda qual o espaço em m² para cada animal. (regis.macedo@hotmail.com)



AGUARDO RESPOSTA.



REGIVALDO VIEIRA DE MACEDO

Engenheiro Agrônomo   
SANDRO ARLEY ALVES LOPES

PIRAJUÍ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/09/2012

caro sr. cledson preciso saber o porque que minhas carneiras matrizes estao ficando segas isso ocorreu em 14 carneiras em menos de uma semana sera q vc pode me ajudar

sem mais

fico no aguardo
ALBER GUEDES

PANAMBI - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 18/08/2011

Boa Sr Cledson

Sou criador de ovinos de corte, em confinamento intensivo e estou tendo a situação de ter muita gordura nos animais e pretendo suplementar com algum tipo de pasto qual a graminea que melhor posso suplementar, ou posso trabalhar com feno apenas, e no caso da ração o que posso fazer para diminuir o indice de gordura nos animais



Att



Alber Guedes - alber@agroplan-rs.com.br - 55 9153 9521 / Panambi-RS
CLEDSON AUGUSTO GARCIA

SÃO PAULO

EM 26/02/2011

"Prezado Alvaro Ortega" o díficil é a implantação do Stylosanthes com a gramínea, pois o mesmo tem um ritmo de crescimento mais lento. No Brasil tem se usado mais para bovinos de corte, entretanto não há nenhuma restrição para ovinos. Há um grupo de pesquisadores que recomenda o mesmo exclusivamente, nesse caso usado como bando de proteína, com realização de pastejo em determinadas hoas do dia. Lembrando que sempre deve ser feito a adaptação dos ovinos a nova dieta. Cordialmente
ALVARO ORTEGA

ASSUNÇÃO - CENTRAL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 22/02/2011

bom dia!eu gostaria de conhecer o pensamento dos produtores ovinos respeito a utilizacao da stylosanthes campo grande no pastejo consociado com gramíneas dos ovinos num sistema em semi-confinamento seja na engorda o na fase de cria
muito obrigado voces
alvaro ortega
assuncao paraguai
CLEDSON AUGUSTO GARCIA

SÃO PAULO

EM 24/07/2010

"Prezado Guilherme Caires Borges de Souza" a raça Suffolk é uma das raças mais antigas para a produção de carne, isso no Brasil e no mundo. Já estamos trabalhando com ela a 17 anos, com cruzamento absorvente, com resultados surpreendentes, quanto a ganho de peso e qualidade das carcaças produzidas. A linhagem usada aqui é a Inglesa (de onde a raça foi oiginada), a Canadense e Neozelandesa. Pois existe a Americana também (animal mais alto), que aumenta sua exigência nutricional, isso acontece para qualquer outra raça, quando tentam aumentar o seu tamanho adulto, desta maneira aumentando a susceptibilidade da mesma à endoparasitose, quando a sua exigência não é atendida. A raça suffolk é usada em 70% dos cruzamentos terminais para a produção de carne em países com tradição na ovinocultura, como Nova Zelândia, entre outros. Mas em nosso rebanho comercial também temos animais mestiços Highlander, Suffolk e Texel.
Cordialmente
GUILHERME CAIRES BORGES DE SOUZA

GUARARAPES - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 20/07/2010

Parabens Dr. Cledson!

Ótima matéria. Gostaria de saber o que motivou a escolha da raça suffolk e não de outra pela UNIMAR. Muito obrigado.

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