ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

A posição do cocho de sal não interfere na uniformidade de pastejo

POR PATRICIA MENEZES SANTOS

E MARCO A. A. BALSALOBRE

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/12/2007

3 MIN DE LEITURA

16
0
Colocar o cocho de sal longe da água, em locais pouco freqüentados pelos animais, não ajuda a reduzir a desuniformidade de pastejo. Esta é uma das conclusões do trabalho desenvolvido por pesquisadores do Depto. de Zootecnia da ESALQ/USP na Estação Experimental "Hildegard Georgina von Pritzelwitz", em Londrina - PR.

O objetivo do trabalho desenvolvido por Goulart (2006) foi estudar os fatores que interferem na escolha do local de pastejo pelos animais e propor alternativas para reduzir a desuniformidade de pastejo em áreas extensas. O autor observou o comportamento dos animais em duas áreas, uma com 25 e outra com 42 ha (Figura 1).

Apenas para efeito de observação, foram consideradas subunidades de 1ha em cada área (não havia cercas, as subunidades serviram apenas de referência para as observações e foram demarcadas com GPS.). As características de cada área são apresentadas na Tabela 1.


Figura 1. Áreas utilizadas para observação do comportamento de bovinos de corte em pastejo. As subunidades de 1 ha foram demarcadas com o auxílio de GPS e serviram apenas como referência para as observações (não havia cerca)

Tabela 1. Características das áreas onde o comportamento de pastejo de bovinos de corte foi avaliado


O uso das subunidade pelos animais e, conseqüentemente, a uniformidade de pastejo, foi estimado por meio da redução da altura do capim. As observações foram feitas em quatro períodos de 15 dias, entre 14/01/2005 e 15/03/2005. A cada período, a posição do cocho de sal na invernada era alterada entre locais próximos e distantes da água.

No primeiro e terceiro períodos, o cocho de sal foi colocado na mesma sub-unidade da água na Invernada 1 ("Oncinha") e distante da água na Invernada 2 ("Caixa Seca"); já nos períodos dois e quatro, a posição dos cochos foi invertida de forma que ficassem longe da água na Invernada 1 ("Oncinha") e na mesma sub-unidade da água na Invernada 2 ("Caixa Seca").

Goulart (2006) observou maior uso pelos animais das subunidades mais próximas da água (distância horizontal) e onde a diferença de nível em relação à subunidade da aguada também fosse menor (menor declividade; distância vertical). Além disso, os animais mostraram preferência por locais onde a forragem se apresentava com maior proporção de folhas.

As alterações na altura do pasto indicam que os animais avançaram para áreas mais distantes à medida que a quantidade de forragem disponível próximo da água foi reduzida. A Figura 2 mostra as variações na altura do capim-colonião na invernada 2 ("Caixa Seca") ao longo dos quatro períodos de observação. Nos dois primeiros períodos, foi observada redução na altura apenas das subunidades localizadas até 506m da aguada; somente a partir do terceiro período, quando a massa de forragem disponível nos locais mais próximos da água ficou menor, foi observada redução na altura do capim-colonião das áreas mais distantes.

Figura 2. Variação da altura do capim-colonião na invernada 2 ("Caixa Seca") ao longo dos períodos de avaliação em função da distância da aguada (próxima, intermediária e distante)


Goulart (2006) observou ainda que a presença de sombras e a localização do cocho de sal não interferiram no comportamento dos animais. O autor concluiu que a redução das distâncias entre as aguadas é melhor forma para se reduzir a desuniformidade de pastejo. Além disso, o autor recomenda que a divisão das invernadas seja feita de forma que sua topografia e vegetação sejam uniformes.

Comentário: O pastejo desuniforme, além de reduzir a eficiência de colheita da forragem, representa uma situação de risco para a sustentabilidade da pastagem. Nos sistemas tradicionais de manejo, onde o ajuste da taxa de lotação é feito com base na produção de inverno, a prática mostra que os animais inicialmente pastejam nas áreas de mais fácil acesso e/ou próximas às fontes de água.

Como a taxa de crescimento do capim é maior que o ritmo de consumo dos animais, antes dos animais precisarem ir para as áreas mais distantes, a rebrota do capim nas primeiras áreas utilizadas já é grande o suficiente para serem pastejadas novamente. Com o tempo, o pasto passa a apresentar áreas superpastejadas, áreas subpastejadas e áreas intermediárias.

Na parte superpastejada, a rebrota do pasto fica cada vez mais longa, favorecendo o estabelecimento de plantas invasoras. Em pouco tempo, essa área se degrada e os animais passam a superpastejar em outro local. Dessa forma, a cada ano a percentagem de área degradada aumenta, até que seja necessária a reforma do pasto.

O trabalho desenvolvido por Goulart (2006) confirma esta observação prática e mostra a importância do planejamento das divisões das pastagens e da alocação das aguadas para garantir o uso mais eficiente e sustentável do pasto.

Referências bibliográficas:

GOULART, R.C.D. Mecanismos envolvidos na escolha de locais de pastejo por bovinos de corte. Dissertação (Mestrado). Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz". 2006. 73p.

16

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ARISTIDES GARCIA FILHO

AVARÉ - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/01/2009

Parabéns pelo trabalho, simples e objetivo. Hoje temos que discutir detalhes para ganharmos eficiência, ou seja, manejo atrás de manejo e é lógico, manejo técnico e comprovado.
PATRICIA MENEZES SANTOS

OUTRO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/06/2008

Prezado Pedro Victor Oliveira,

O artigo apresentado mostra que, na realidade, não há forte relação entre a localização do cocho e a uniformidade de pastejo. Para se obter pastejos mais uniformes, portanto, é importante ajustar o manejo dos pastos e planejar adequadamente a divisão dos piquetes.

A escolha do capim depende de características da propriedade e do sistema de produção. Sugiro que você procure profissionais da extensão rural de sua região para obter maiores informações.

Atenciosamente,
Patricia Santos
Embrapa Pecuária Sudeste
PEDRO VICTOR DE LUNA FREIRE OLIVEIRA

COLINA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 10/05/2008

Muito bom o trabalho publicado. Mas gostaria de esclarecer. Sabendo que uma boa distribuição dos cochos é melhor para um pastejo uniforme, qual seria uma distância boa entre os cochos e a aguada sabendo que, principalmente o gado de leite, estaria desperdiçando energia no caminhar dessa distância? Qual altura ideal da pastagem para o gado de leite? Qual melhor tipo de capim?

Atenciosamente,
Pedro Victor.

<b>Resposta da autora</b>

Prezado Pedro Victor Oliveira,

O artigo apresentado mostra que, na realidade, não há forte relação entre a localização do cocho e a uniformidade de pastejo. Para se obter pastejos mais uniformes, portanto, é importante ajustar o manejo dos pastos e planejar adequadamente a divisão dos piquetes. A escolha do capim depende de características da propriedade e do sistema de produção. Sugiro que você procure profissionais da extensão rural de sua região para obter maiores informações.

Atenciosamente,
Patricia Santos
Embrapa Pecuária Sudeste
RODRIGO ZAMPERLINI

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 28/01/2008

Muito interessante o assunto abordado. Acredito que tal informação deve reforçar mais ainda a utilização do pastejo rotacionado, no que diz respeito a uniformização do pastejo de toda a área, independente da posição do cocho.
GLEDSON MORAES DE OLIVEIRA

ANASTÁCIO - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 18/01/2008

Agradeço pelo trabalho elaborado e fornecido neste site. Torço para que a cada dia apareçam novos assuntos vindo a melhorar no nosso mercado agropecuário.
RICARDO CAZERTA D. GOULART

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 14/01/2008

Olá, faço parte da equipe que conduziu o trabalho.

A expectativa do Thales de resultados diferentes com sal proteinado é coerente. Existem alguns resultados na literatura mostrando que suplementos de maior consumo do que a mistura mineral podem ter algum efeito na atração dos animais para áreas subpastejadas.

Mas deve-se atentar para o fato de que o posicionamento do cocho em locais pouco frequentados pode também reduzir o consumo do suplemento proteinado, resultado que também já foi mostrado por outras pesquisas.

Esta questão da relação da localização do cocho com o consumo foi colocada pelo Cláudio Real. Com base na literatura e nos resultados do experimento em questão, minha opinião é que o cocho não precisa ser colocado necessariamente próximo à água, mas precisa estar em um local bem freqüentado/pastejado, para que não prejudique o consumo.

Mais detalhes podem ser encontrados na discussão dos resultados da tese, no site já citado pela Patrícia:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-09102006-095507/

Atenciosamente,

Ricardo
DIEGO SIQUEIRA DA ROCHA

TAPERA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 10/01/2008

Parabéns pela matéria, é de grande impotância para muitos produtores da nossa região.
PATRICIA MENEZES SANTOS

OUTRO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 07/01/2008

Prezado Thales,
No experimento foi utilizado suplemento mineral e não sal proteinado. A dissertação da qual extraí os resultados pode ser acessada a partir da página https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-09102006-095507/
Atenciosamente,
Patricia Santos
Embrapa Pecuária Sudeste
RICARDO DUARTE GOULART

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 04/01/2008

Parabéns Patricia e Marco Antonio pela divulgação desse trabalho (divulguem mais trabalhos)

Meu avô sempre dizia para mudar o cocho que o gado iria pastejar mais por lá. Acredito que ele foi um grande observador para a época, mas com esses novos resultados de pesquisas e se observarmos bem na prática, podemos concluir que ao redor desse cocho o consumo de capim não é nada muito signicativo (só ao lado dele mesmo é que fica pisoteado).

O determinante mesmo é a alocação da aguada.

Parabéns também a toda equipe da pesquisa.
LUCIANO GUEDES

REDENÇÃO - PARÁ - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 03/01/2008

Estou absolutamente convencido que a subdivisão das pastagens em piquetes o menor possível, é a única forma de diminuirmos a desuniformidade do pastejo.

Trabalho com rotacionado com cercas elétricas cercando áreas menores possível com ótimos resultados quanto a unifomidade do pastejo.

Infelizmente pode não ser o manejo mais cômodo, uma vez que dá mais trabalho, entretanto para as pastagens e até mesmo para o gado na medida que acostumar, é a única saida que temos.

Parabéns pelo tema da pesquisa pois este assunto é da mais alta importância.
FERNANDO

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/12/2007

Muito Legal a matéria. está de parabéns.
THIAGO NARCISO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/12/2007

Informação excelente. Trabalho de grande valia, parabéns.
JOSÉ BRÍGIDO PEREIRA PEDRAS JÚNIO0R

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 14/12/2007

O trabalho ora exibido é muito ilustrativo e serve para afastar uma idéia de que a aguada e o cocho de sal devem ser colocados um distante do outro para forçar o animal deslocar-se por todo o pasto e assim usá-lo uniformemente.

Parabéns aos jovens autores.
CLAUDIO MARTINS REAL

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/12/2007

Muito interessante o trabalho.

Esta área de pesquisa sobre o comportamento dos rebanhos merece mais estudos.

Quer me parecer que falta um elemento na avaliação que a tornaria mais objetiva.

Seria a verificação do consumo médio/cabeça/dia em cada área onde foi localizado o cocho.Uma variação significativa nestes consumos de conformidade com a localização dos cochos, enriqueceria as obervações .

<b>Resposta da autora:</b>

Prezado Cláudio,

Foram feitas algumas avaliações de consumo no experimento, verifique
no trabalho original que pode ser acessado a partir da página:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-09102006-095507/

Atenciosamente,

Patricia Santos
Embrapa Pecuária Sudeste
THALES DOS ANJOS DE FARIA VECHIATO

SÃO BERNARDO DO CAMPO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 13/12/2007

Muito interessante o experimento.

Porém, gostaria de saber o tipo de sal utilizado neste experimento, pois acredito que se for utilizado um sal proteinado é capaz que estes prefiram se alojar próximos ao cocho e com isso a desuniformidade do pasto ocorra, independente da taxa de lotação.
HAMILTON CARNEIRO DA COSTA

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 11/12/2007

Muito bom o trabalho acima.

Mudo o coxo de local a cada 6 meses, porque não tendo recursos para divisão em piquetes, acredito que o esterco sendo depositado em outro local, melhora a pastagem naturalmente ao redor daquela área antiga devido ao menor pisoteio e concentração de esterco.

E também ao redor da nova área que recebe mais esterco.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures