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Controle de plantas daninhas em campos de produção de sementes de pastagens: Efeito na produção e na qualidade

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/01/2008

3 MIN DE LEITURA

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Em um intervalo de três décadas, o Brasil deixou de ser importador e passou a ser o maior exportador de sementes de plantas forrageiras, ocupando também o posto de maior produtor e consumidor. Segundo a ABRASEM - Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM, 2007), a quantidade de sementes de forrageiras tropicais comercializadas anualmente no Brasil está ao redor de 100.000 toneladas, com um valor bruto estimado em 100 milhões de dólares. São exportadas cerca de 5 mil toneladas de sementes por ano, principalmente para suprir os mercados da América do Sul e Central.

Nos últimos anos, aumentou a demanda por sementes sadias, de alta qualidade fisiológica, de baixo custo e livre de pragas, devido, principalmente, à maior exigência do mercado consumidor. Para atender a este mercado, a produção de sementes de forrageiras no país se transformou e hoje se constitui em uma atividade agrícola bastante especializada.

A presença de plantas daninhas nos campos de sementes é um dos problemas enfrentados pelos produtores. Ela pode ocasionar uma redução na produção, bem como também, na contaminação dos lotes por sementes destas invasoras. Uma das alternativas para contornar este problema é o controle das plantas indesejáveis por meio da aplicação de herbicidas seletivos. Martins et al. (2007) avaliaram a seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência sobre Brachiaria brizantha cv. Marandu e Brachiaria decumbens cv. Basilisk e seus efeitos na produção e qualidade de sementes dessas forrageiras.

Os autores tiveram como tratamentos a aplicação dos seguintes herbicidas: imazethapyr (100g/ha); chlorimuron-ethyl (15g/ha); nicosulfuron (50g/ha); bentazon (720g/ha); atrazine (3000g/ha), além do tratamento testemunha que não teve a aplicação de herbicida. Na Tabela 1 são apresentadas algumas espécies invasoras susceptíveis aos herbicidas avaliados.

Tabela 1. Plantas invasoras suscepitíveis aos herbicidas imazethapyr, chlorimuron-ethyl, nicosulfuron, bentazon, atrazine


Apesar das plantas de B. decumbens e B. brizantha apresentarem sintomas leves de fitotoxidez a partir de quatro dias após a aplicação de imazethapyr, clorimuron-ethyl, bentazon e atrazine, estes desapareceram 14 a 21 dias depois da aplicação. O herbicida a base de nicosulfuron, no entanto, provocou sintomas visuais de fitotoxidade até a última avaliação, realizada 28 dias após a aplicação (Tabela 2) (Martins et al., 2007). A aplicação de nicosulfuron também reduziu a produção de massa seca das plantas de B. decumbens e B. brizantha. A aplicação de atrazine, por sua vez, reduziu a produção da B. brizantha, porém não afetou a B. decumbens (Martins et al., 2007).

Tabela 2. Fitotoxidade (escala percentual de notas variando de zero = ausência de injúrias a 100 = morte das plantas) e produção de massa seca (MS) aos 28 dias após a aplicação do herbicida, em plantas de B. decumbens e B. brizantha tratada com herbicidas no período pós-emergência


Martins et al. (2007) não observaram redução na produção de sementes das duas espécies de Brachiaria em função da aplicação dos herbicidas testados. O herbicida nicosulfuron aumentou a dormências das sementes de B. decumbens, porém não causou redução na germinação e no vigor das sementes. Já o herbicida a base de atrazine provocou perda de vigor das sementes de B. brizantha, não devendo ser utilizado em campos de sementes desta espécie (Martins et al., 2007).

Comentário: O controle de plantas daninhas é indispensável em uma área para produção de sementes, pois, além de reduzir a competição inter-específica, evita a contaminação dos lotes com sementes de plantas invasoras, reduzindo a proliferação e contaminação de áreas a serem plantadas pelos pecuaristas. O trabalho de Martins et al. (2007) mostra que a seletividade de herbicidas para gramíneas forrageiras depende do cultivar, da molécula de herbicida utilizada e do objetivo para o qual a área será formada. De acordo com o autor, o herbicida atrazine não deve ser utilizado em áreas de produção de sementes de B. brizantha. Os dados obtidos por Martins et al. (2007) também podem ser aproveitados por pecuaristas que desejam controlar o aparecimento de plantas invasoras nas fases iniciais de implantação de suas pastagens. De acordo com os resultados apresentados, o herbicida nicosulfuron não deve ser utilizado para esta finalidade em pastagens de B. decumbens e nem de B. brizantha, pois prejudica o desenvolvimento inicial das plantas.

Referências Bibliográficas:

ANDRADE, R.P.; VILLAS BOAS, H.D.; SILVEIRA, G.C.; PAIVA, L. A parceria embrapa-unipastos e seu impacto na pesquisa e desenvolvimento de pastagens tropicais do brasil. Matéria técnica, 2004. ABRASEM - Associação Brasileira de sementes e mudas. Disponível em: , acessado em 12 de Dezembro de 2007.

MARTINS, D.; TRIGUERO, L.R.C.; DOMINGOS, V.D.; MARTINS, C.C.; MARCHI, S.R.; COSTA, N.V. Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência sobre capim-braquiária. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.6, p.1969-1974, supl., 2007.

NINO RODRIGO CABRAL DE BARROS LIMA

PATRICIA MENEZES SANTOS

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DANILO MARTINS

GOIÂNIA - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 06/12/2012

Não sei pq eles não usaram, Mas 2,4 D + Picloran = Tordon, contaminam o solo, ele fica retido.

Contaminando a pastagem.

CARLOS EDUARDO VIANA

ARAÇATUBA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/10/2009

Tenho pastagens em piquetes rotacionados irrigado, formado em capim Tifiton 85.
Estou enfrentando um serio problema de invasão do capim barba de bode.
O que deve fazer para erradicar essa praga?
ULISSES LUCAS CAMARGO

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 27/01/2009

Aqui utilizamos muito 2,4 D e picloram para controle de folhas largas em campos de sementes, utilizamos também o "Aramo" para folha estreita.

Existe algum trabalho sobre esses produtos?

Muito útil esse trabalho de vocês para nós que produzimos sementes.
JOEL ERNESTO MACHIAVELLI

SÃO BORJA - RIO GRANDE DO SUL

EM 29/06/2008

Prezados senhores temos um problema aqui no sul em pastagens com 2 invasoras de dificil controle e grande prejuizos para a pecuária o capim anoni e a maria mole está ultima causando até morte de animais (gado) por toxidade, gostaria de saber se existem algum tipo de herbecida ou máquina para o controle desta que não cause prejuizos para o animal, o dono e o campo nativo. Obrigado e fico no aguardo.
PATRICIA MENEZES SANTOS

OUTRO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 12/05/2008

Prezado Marcelo,

Este é um artigo de divulgação baseado em trabalho científico desenvolvido por Martins et al. (2007) (ver citação no texto). Não posso justificar a escolha dos princípios ativos utilizados pelos autores, mas posso lhe dizer que decidimos divulgar este trabalho por ele mostrar informações sobre princípios "alternativos". A demanda por este tipo de informação é bastante grande e sempre recebemos perguntas sobre o assunto.
MARCELO LEANDRO FARIA

CUIABÁ - MATO GROSSO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 04/04/2008

Qual foi o motivo que levaram a não utilizar principios ativos consagrados para o controle de plantas daninhas na manutenção e formação de pastagens, como o 2,4-D e Picloram?
HEITOR GOMES

NITERÓI - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/01/2008

Prezados,

Esta materia é de grande utilidade para nós da agropecuária. É um estudo que nós não podemos efetuar, e nem sempre encontramos num mesmo lugar tantas variáveis sobre o assunto.

Muito obrigado,

Heitor

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