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Cupins-de-montículo - 2. Biologia e controle das principais espécies

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/04/2007

4 MIN DE LEITURA

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A criação de bovinos no Brasil tem como base na alimentação dos animais as gramíneas forrageiras, o que torna as pastagens de grande importância para a produção pecuária, porém vários fatores influenciam negativamente na produção de forragem, sendo responsáveis pela degradação e morte das pastagens, entre eles podemos citar déficit nutricional, déficit hídrico, manejo inadequado (super-pastejo e sub-pastejo), pragas, doenças, etc.

Os cupins estão entre as diversas pragas com importância para as gramíneas forrageiras no Brasil, são insetos sociais e vivem em colônias populosas, abrigados em ninhos denominados termiteiros ou cupinzeiros.

Segundo Gallo et al. (1988) e Valério (2005), os prejuízos causados pelos cupins em pastagens ainda não foram totalmente determinados, sendo considerados por muitos como sendo apenas uma questão de estética. A presença de cupins em um pasto está associado pelos produtores ao abandono de propriedade e é, portanto, responsável pela desvalorização da mesma. Ainda não existe um consenso entre pesquisadores para determinar os prejuízos causados pela área ocupada pelos seus ninhos numa pastagem, necessitando de mais estudos. Porém os prejuízos também podem ser sentidos pela dificuldade nos tratos culturais, por abrigarem animais peçonhentos, além de poderem danificar mourões de cercas, cochos de madeiras, etc. No entanto os cupins do gênero Syntermes, conhecidos como cupins boiadeiros ou cupins subterrâneos, forrageiam, podendo causar danos diretos às pastagens, constituindo ameaça principalmente na formação das pastagens.

As espécies de cupins mais encontradas nas pastagens brasileiras são pertencentes à Família Termitidae, sendo caracterizada por construir seus ninhos principalmente na forma de montículos. O termo cupim-de-montículo é associado quase que exclusivamente a espécie Cornitermes cumulans, pois esta é uma das espécies mais difundidas no Brasil.

O Cornitermes cumulans constrói seus ninhos de forma cônica, irregular, tomando a cor do terreno em que se encontram. A camada externa do cupinzeiro é constituída por terra cimentada com saliva, a parte interna é formada pelo endoécio ou núcleo, local onde vive a colônia. O núcleo é frágil e de origem orgânica (principalmente celulose e material fecal). Pode ocorrer de haver ninhos compostos, isto é, formado por unidades satélites, estas conectadas com o cupinzeiro original, dominadas por um único par real. Quanto ao hábito alimentar desta espécie ainda não se tem estudos suficientes para determinar sua preferência alimentar, porém, observações mostram que mesmo com grandes infestações não houve danos visíveis causados nas pastagens, o que sugere preferência por materiais vegetais mortos.

Dentre as demais espécies de importância encontradas nas pastagens brasileiras, temos o C. Bequaerti, C. Silvestrii e Syntermes spp.
Os cupins C. Bequaerti diferenciam dos C. Cumulans, principalmente por construírem aberturas para o exterior, lembrando "chaminés" e pelo fato do núcleo ser localizado mais profundo no solo. Já o C. Silvestrii não possuí núcleo em seus ninhos, sendo estes de forma achatada, crescendo mais em largura do que em altura, esta espécie possui ninho composto.

De acordo com Valério (2005), os Syntermes spp., são diferentes das demais espécies que forrageiam folhas mortas das pastagens. Este gênero forrageia cortando folhas verdes, lembrando formigas cortadeiras. Os cupinzeiros das espécies pertencentes a este gênero não tem uma camada celulósica definida, seus ninhos podem ser classificados em três tipos: 1) completamente subterrâneo; 2) subterrâneo, com um montículo formado por um amontoado de terra solta na superfície; 3) subterrâneo, com um montículo resistente e duro, aflorando a superfície. Para forragearem estes cupins saem do ninho através de pequenos orifícios na superfície, e ao término, entram no ninho e obstruem os orifícios com solo.

Para o controle de cupins em pastagem o mesmo pode ser realizado através de uso de inseticidas químicos (Tabela 1). Estes são introduzidos no cupinzeiro através de perfuração do cupinzeiro até que se passe da camada mais dura, atingindo uma camada de mais fácil penetração, o núcleo (C. Cumulans e C. Bequaerti), no caso de C. Silvestrii, cujo ninho não se observa um núcleo, recomenda-se que a perfuração seja feita numa profundidade que atinja sua altura. Valério (2005), recomenda para os Syntermes spp., onde não se constata facilmente um núcleo, aplicar o inseticida através de perfurações feitas nos cupinzeiros (uma perfuração por metro quadrado), penetrando a barra de ferro até atingir uns 20 cm abaixo do nível do solo. Existem também resultados experimentais utilizando fungos entomopatogênicos para o controle de cupins nos pastos.

Muitos dos cupinzeiros nas pastagens podem estar abandonados pelos cupins, não tendo nenhum efeito a aplicação de inseticidas, o controle através de implementos acopláveis à tomada de força do trator, tem sido uma boa alternativa para o controle.

Porém é bom lembrar que pastagens normalmente infestadas por cupins são pastagens mais velhas, degradadas ou em degradação, sendo, portanto passíveis de recuperação, podendo desta maneira receber uma mecanização para preparo de solo e completa destruição dos cupins, dependendo apenas de um diagnóstico de área para avaliar a melhor forma de controle dos cupins e de recuperação desta pastagem.

Tabela 1. Produtos registrados para o controle de cupins de montículos


Adaptado de Valério (2003)

Referências bibliográficas:

Gallo, D. et al. Manual de entomologia agrícola. Ed. Agronômica Ceres, 2ª edição, p. 560-565. São Paulo, 1988.

Valério, J.R. Ameaça de insetos pragas na formação de pastagens. In: Rosa, A.N. et al. (Ed.) Curso de formação, recuperação e manejo de pastagens - Programa Repasto-Seprotur, Turma 5, 1ª etapa, Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS,2003.

Valério, J.R. Insetos pragas de gramíneas forrageiras: Identificação e controle. In: Pedreira, C.G.S. et al. (Ed.) Teoria e prática da produção animal em pastagens. Anais do 22° Simpósio sobre manejo de pastagem, FEALQ, Piracicaba, SP, 2005.

PATRICIA MENEZES SANTOS

NINO RODRIGO CABRAL DE BARROS LIMA

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RUDVAL RAMOS

FEIRA DE SANTANA - BAHIA - PESQUISA/ENSINO

EM 14/10/2012

Tenho atuado no controle dos cupins de pastos e obtido resultados técnicos bastantes satisfatórios.

Contudo, quanto mais informações obtiver, estarei adicionando às nossas observações

coletadas ao longo dos 12 anos de pesquisas.
VALDAIR DA CONCEICAO CAMPOS

TAUBATÉ - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 10/11/2008

Aqui na região dá pena de ver o estado das pastagens, tão grande é a infestação do cupim de monticulo. Minhas conciderações: Quando estudava agropecuaria na CEDAF/UFV, discutimos o assunto e sai com a informação de que um cupinzeiro adulto de 1m², consome o equivalente a 0,025 boi/ano; veja só, se não consome nada, ao menos concorre em espaço e água, e mais uma vez concorrendo à agua, logicamente danifica o sistema radicular.

Eu necessito de informação de como combater esta praga. Caso possa me ajudar me envie informações, temos que agir rapido e economicamente viavel, ecologicamente, quais produtos posso usar? Visto que destruição mecanica na maioria das vezes faz é multiplicar os cupinzeiros.
PAULO LIMA

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS

EM 26/06/2008

Muito embora o maior problema muitos afirmarem ser visual, o cupinzeiro é um sinal de desleixo com a terra que tudo nos dá. Erradicá-lo é uma necessidade e um cuidado que devemos ter.
ANDRÉ LUIS NETTO

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 30/05/2008

Parabéns, muito interesante esta matéria!!!!
MARCIVAL DUETI RESENDE SILVA

NAZÁRIO - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/12/2007

Em Goiás, por sermos extensionistas, fizemos parte de uma pesquisa no campo, coletando cupins, mensurando a base e altura dos monticulos.. Foram escolhidos tanto o local como a propriedade aleatoriamente.

A conclusão é que a maioria dos cupins presentes na pastagens não atacavam a celulose, e os espaços ocupados não eram significativamente representativos. Pois a maioria das pastagens implantadas eram do gênero Brachiária, e que alguns destes cultivares não remificam no solo, permanecendo assim na linha em que foram plantados e normalmente associados ao milho ou arroz, diminuindo assim a produção de Materia Verde/ha.

Concluindo, os cupinzeiros de monticulos tratam-se de uma praga mais visual do que econômica. Todavia, não descarta-se que a presença deste insetos está relacionada com a degradação de pastagens, ou seja, solos exauridos de sua qualidade química e física.
JULIANO EDUARDO THOMAZ DINIZ

SETE LAGOAS - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 27/06/2007

Parabéns, pela matéria, gostei bastante!
GUSTAVO FERNANDO RIBEIRO DE OLIVEIRA

UBERABA - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 02/05/2007

Dr. Marco Antonio, Patricia Menezes,
De fato o grande gargalo para ocorrência desses cupins na área é o desleixo do agricultor na área de pastejo. A degradação dessas áreas traz problemas que danificam ainda mais a forrageira presente no local (presença de cupins) diminuindo ainda o fornecimento de um alimento adequado para suprir a demanda de seu rebanho. Parabéns pela matéria, que demonstra que devemos nós (agricultores), ter mais preoculpação diminuindo o índice de degradação dos nossos pastos.

Gustavo. Tecnico Agricola. Gestor em Agronegocio
CLECIO AUGUSTO CARDOSO

SALINAS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/04/2007

Parabéns, a matéria foi muito clara e objetiva, sem rodeios, na liguagem que o produtor rural gosta e entende.
EUGENIO MENUCI

DUERÉ - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 28/04/2007

A muitos anos, li um artigo sobre cupim, não lembro quem o escreveu dizendo:

a)-Que o cupim é um grande aliado do pecuarista, enquanto ele se encontra no sub-solo, pois além da aeração do terreno ele ainda é um grande fixador de nitrogênio.

b)-Que ele só vem a superfície, quando não mais encontra condições ideais no sub-solo, por degradação, acidez, etc.

c)-Quando começa aparecer os cupínzeiros é o primeiro sinal de que se deve tratar a terra. Muitas vezes, só o fato de calcareá-la, já permite que o cupim abandone o montículo e volte a se fixar no sub-solo.

Pergunto:-Essas afirmações procedem?Se procedem porque não são divulgadas?

<b>Resposta da autora:</b>

Prezado Eugênio,

A biologia dos cupins ainda é relativamente pouco conhecida e o impacto de sua presença no pasto bastante discutida. A localização dos cupinzeiros (superfície ou sub-solo) é função, principalmente, da espécie de cupim. Não conheço trabalhos científicos que correlacionem a calagem com a presença de cupins nos pasto.

Atenciosamente,

Patricia Santos
HILDEBRANDO DE CAMPOS BICUDO

ARCEBURGO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/04/2007

Marco Antonio e Patrícia,

Curiosamente atirei no que ví, e acertei no que não vi. Por dois anos, com jatão apliquei o fungo metarrizium nas pastagens de braquiarinha para combater a cigarrinha, e com surpresa vi se desmancharem os cupinzeiros na sua quase totalidade, creio que se concentrada a aplicação nos montículos pode ser uma solução barata.

Não sei se existem estudos a respeito.

Hildebrando

<b>Resposta da autora:</b>

Hildebrando,

O fungo Metarrizium pode ser utilizado. A aplicação de 3 a 5 gramas dentro do núcleo do cupinzeiro têm apresentado bons resultados.

Atenciosamente,

Patricia Santos
MARCOS OTTONI DE ALMEIDA

GUARATINGUETÁ - SÃO PAULO

EM 24/04/2007

Prezados pesquisadores, muito bom o artigo que escreveram sobre os cupins-de-montículos.

Talvez algumas espécies não causem danos às forragens. Mas, se calcularmos a área que um montículo ocupa, por exemplo um montículo pequeno com 0,50 m de diâmetro, veremos que a ocupação será de 0,20 m2.

Se tivermos pelo menos 10 montículos em um ha, teremos 2,00 m2 de área não utilizada, ou seja 2% da área útil. Conforme a infestação teremos muito mais do que isso.

Na minha opinião, só pelo motivo da concorrência na ocupação da área, já se faz necessário a erradicação dos montículos.

Atenciosamente,
Marcos Ottoni de Almeida
JOAQUIM ESPÍNDOLA DE ALMEIDA

MATO GROSSO DO SUL - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 23/04/2007

Parabéns, gostei da matéria.

Trabalho com produtos biológicos para controle de cigarrinhas das pastagens. Estamos pesquisando em cupins aplicação de fungos.

Como os Sr.s disseram é um praga mais visual do que danosa, lógico a maioria das espécies.

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