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O tratamento de sementes com fungicidas pode contribuir para reduzir os riscos da "síndrome da morte do capim-braquiarão"

POR MARCO A. A. BALSALOBRE

E PATRICIA MENEZES SANTOS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/01/2007

2 MIN DE LEITURA

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A morte de plantas de capim-braquiarão, principalmente nas regiões Centro-oeste e Norte do Brasil, tem despertado grande preocupação entre técnicos e produtores. As causas da "síndrome da morte do capim-braquiarão" ainda não estão bem estabelecidas e, aparentemente, envolvem uma série de fatores como estresse hídrico (tanto por excesso quanto por falta d'água), ataque de pragas (percevejos-castanhos, cigarrinha-das-pastagens) e doenças (fungos) e outros fatores de degradação de pastagens como baixa fertilidade dos solos e manejo inadequado.

Duarte et al. (2006) coletaram material para exame fitopatológico de plantas com sintomas de doença nas regiões de Paragominas - PA, Carutapera - MA e Araguaína - TO. O objetivo deste estudo foi determinar o agente causal da doença e sua forma de dispersão. Os sintomas observados nas plantas foram: amarelecimento e posterior secamento das folhas mais externas e depois das demais folhas, até atingir todo o perfilho; podridão úmida do colmo até 15cm acima do solo; manchas úmidas arredondadas com bordas irregulares e de coloração escura na bainha das folhas. A partir das amostras coletadas, os autores isolaram fungos dos gêneros Phythium e Rhizoctonia.

Após a identificação, Duarte et al. (2006) multiplicaram os fungos isolados e fizeram um teste para verificar sua patogenicidade (ou seja, sua capacidade de provocar doença) sobre plantas de capim-braquiarão. O teste consistiu em semear o capim em vasos com o solo infestado ou não por fungos. Quando as plantas atingiram 15 cm de altura, os vasos foram colocados na área externa da casa-de-vegetação para ficarem sujeitos ao tempo. Duarte et al. (2006) observaram os primeiros sintomas da doença 24 dias após o plantio e, 72 dias após, várias plantas encontravam-se mortas (Tabela 1).

Tabela 1. Incidência de podridão-do-coleto em plantas de capim-braquiarão cultivadas em solo pré-infestado com três isolados de Pythium e Rhizoctonia isoladamente ou combinados entre si


Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si
Fontes: Duarte et al. (2006).

Em seguida, Duarte et al. (2006) fizeram um teste para verificar a possibilidade de transmissão do fungo por meio das sementes do capim. Os autores dividiram uma amostra de semente de capim-braquiarão em duas partes, sendo apenas uma delas tratada com fungicida. As sementes tratadas originaram plantas sadias. No tratamento testemunha (sementes não tratadas), os sintomas da doença só se tornaram evidentes quando as plantas foram expostas às condições do ambiente, o que demonstra a necessidade de excesso de umidade para que o fungo se desenvolva (Duarte et al, 2006).

Comentários: As causas da "síndrome da morte do capim-braquiarão" ainda não estão bem estabelecidas, mas parecem envolver uma combinação de fatores. O trabalho de Duarte et al. (2006) mostra que a ação combinada do excesso de umidade e da presença de fungos determina o desenvolvimento da podridão-do-coleto e que a disseminação dos fungos responsáveis por esta doença pode ocorrer por meio das sementes. Um das alternativas propostas pelos autores para contornar o problema é o tratamento das sementes do capim com fungicidas. O tratamento de sementes de gramíneas forrageiras com fungicidas não é uma técnica usual, porém deve ser desenvolvida e aplicada, principalmente nas áreas onde há registro de problemas com doenças.

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JOSÉ BARBOSA DA SILVA

SANTARÉM - PARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/12/2008

Sou produtor pecuarista e no momento estou com problemas de pastagem em minha propriedade. O capim Braquiarão está sendo atacado por um fungo que no qual me parece ser a síndrome da morte do Braquiarão. Em algumas áreas a morte é vista em áreas de rebuleiras, e o campim seca e morre instantaneamente. Acredito que a Embrapa ja tenha pesquisa para a solução, mas gostaria de saber antecipadamente como sair do mal que me preocupa.

Grato, Jose Barbosa.
PAULO JORGE SILVA GONÇALVES

BARREIRAS - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/01/2008

Dr. Patricia Santos,

Gostaria de saber se vocês já tem outro fungicida para o tratamento de sementes, qual a dosagem por Ha ,e se tem eficiência como o Thiram? Também gostaria de saber se já temos algum resultado com relação as pesquisas que estão sendo feitas com relação a morte súbita do Brachiarão.

Gostaria também de fazer uma observação,c om relação ao depoimento do profissional Dr. Miguel Barros, sobre o Brachiaria Humidicula ,que é um material recomendado para terrenos em que na época das chuvas, tem pouca drenagem, consequentemente ficam encharcados, e com isso o único material que é resistente á essas condições é o Brachiaria Humidicula, nos deixando no entanto muito limitados com uma única alternativa. Precisamos de outras alternativas para poder melhor contornarmos as determinadas situações.

<b>Resposta da autora:</b>

Prezado Paulo,

Desculpe-me a demora em respondê-lo. Não tenho novas informações sobre o tratamento de sementes com fungicidas. A Embrapa publicou recentemente o
livro "Morte de pastos de braquiárias", editado por Dr. Rodrigo Amorin da Embrapa Gado de Corte. Você deverá encontrar informações interessantes nesta publicação.

Atenciosamente,

Patricia Santos
Embrapa Pecuária Sudeste


Acredito que o tratamento de sementes com fungicidas seria uma grande alternativa, mas temos que ter outras moléculas para esse trabalho, para que tenhamos um custo operacional menor, e evitar que honere muito esse processo e tenhamos que repassar esse aumento significativo para o consumidor.
Precisamos de alternativas com custos menores.
MIGUEL ANGELO DE BRITO BARROS

OURO PRETO DO OESTE - RONDÔNIA - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 29/08/2007

Quero parabenizá-los pela iniciativa. Sou o engenheiro agrônomo responsável pela revenda, e freqüentemente recebo questionamentos referente a esta morte do braquiarão. É um problema que se agravou muito neste último ano e ainda sem solução.

O que tenho indicado é uma readequação do manejo do pasto e em casos mais críticos o plantio da <i>B. humidicola</i>, que tem se mostrado resistente.
PAULO JORGE SILVA GONÇALVES

BARREIRAS - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/02/2007

Concordo com esses resultados, mas gostaria de saber de que forma é feito o tratamento, qual a dosagem do fungicicida utilizado e qual o indicado para que o tratamento tenha uma eficiência. E também se está sendo obrigatório o tratamento das sementes em áreas em que tem casos ocorridos desse fungo com relação à fiscalização.

<b>Resposta dos autores:</b>

Prezado Paulo Jorge,

As pesquisas com tratamento de sementes de forrageiras utilizando fungicidas ainda são iniciais. No trabalho em questão, foi utilizado fungicida a base de thiram na formulação pó seco na dose de 500g/100kg
de sementes. O tratamento de sementes de forrageiras não é obrigatório no Brasil.

Atenciosamente,
Patricia Santos

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