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Idade a desmama e manejo alimentar na produção de cordeiros superprecoces

POR INGRID MONTEIRO MEDINA

E ANDRESSA NATEL

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/11/2009

2 MIN DE LEITURA

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A ovinocultura moderna tem se direcionado para a produção de carne que começa a ser mais aceita pelos grandes mercados consumidores do Brasil. No entanto, é importante salientar que esse mercado consumidor exige uma carne com excelência em qualidade e padronizada, tanto em tamanho como em maciez e teores de gordura. Esse tipo de produto somente pode ser obtido mediante o abate de animais jovens e se pode esperar que o consumidor pague preços melhores por um produto mais nobre.



Deve-se considerar que os cordeiros apresentam imensa capacidade de crescimento nas primeiras semanas de vida, e esse potencial que não pode ser desprezado. As recomendações de desmama precoce objetivam a mais rápida entrada do cordeiro ao sistema de alimentação intensiva, mas impõem ao sistema de produção uma fase de recria, normalmente feita a pasto. Infere-se, portanto, que as técnicas de produção vigentes dirigem os recursos para a terminação do cordeiro, mas preterem o cordeiro enquanto lactente. Tal prática pode ser um contra-senso e se constituir em uma forma de subtilização do potencial de crescimento dos cordeiros novos.

A deposição de gordura em cordeiros implica em exigências energéticas aproximadamente três vezes maiores do que a necessária para o seu crescimento muscular (NRC, 1985). Vários trabalhos têm correlacionado o confinamento à gordura excessiva nas carcaças, o que, além de um fator de demérito ao gosto do consumidor, pode ser uma forma errônea de manipulação do crescimento.

O estudo do crescimento envolve um entendimento da magnitude e sequência de deposição de tecidos em diferentes estádios de desenvolvimento (ROUSE et al., 1970). A energia insuficientemente ingerida por cordeiros lactentes é a maior causa de repressão no seu crescimento (WAGHORN et al., 1990). No entanto, pode-se inferir que, com pouca idade, dificilmente os cordeiros utilizariam a energia ingerida para produção de gordura.

A alternativa de fornecimento de concentrados a cordeiros, a partir de 15 dias de vida, pode complementar o fornecimento energético e protéico do leite materno que tende a diminuir com o avanço da lactação. A adoção de creep-feeding pode cumprir esse objetivo, sem onerar o custo de manutenção das ovelhas. A utilização de rações palatáveis no creep-feeding pode inclusive diminuir a intensidade de mamada dos cordeiros e, com isso, minimizar a demanda energética da lactação. Poupança energética nas ovelhas durante essa fase pode ser direcionada para novo ciclo reprodutivo do rebanho.



Essa proposta combina perfeitamente com as conclusões, de que um sistema racional de produção de carne deve envolver, não só o potencial de crescimento dos cordeiros, mas também a capacidade reprodutiva dos rebanhos que os originam (POLLOT, KILKENNY, 1994). Conclui-se, portanto, que o maior aproveitamento da capacidade reprodutiva das ovelhas e da capacidade de crescimento de cordeiros lactentes, pode constituir uma combinação capaz de racionalizar um sistema produtivo como um todo.

Referências bibliográficas

NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of sheep. 6.ed. Washington, D.C.: National Academy Press, 1985. 99p.

POLLOT, G.E.; KILKENNY, J.B. Carne. In: Nuevas tecnicas de producción ovina, 1994. p.13-28.

ROUSE G.H.; TOPEL D.G.; VETTER R.L. et al. Carcass Composition of lambs at different stages of development. Journal Agriculture Science, p.846-55, 1970.

WAGHORN, G.C.; SMITH, J.F.; ULYATT, M.J. Effect of protein and energy intake on digestion and nitrogen metabolism in wethers and on ovulation in ewes. Animal Production, v.51, p.291-300, 1990.

INGRID MONTEIRO MEDINA

Mestre em Ciências na área de concentração de Ciência Animal e Pastagens com ênfase em Ciência de Carnes (Qualidade Final)...

ANDRESSA NATEL

Mestre em Zootecnia com ênfase em Produção Animal pela FMVZ/UNESP. Atualmente trabalha como consultora na Sima Consultoria.

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PEDRO NACIB JORGE NETO

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 29/05/2010

Prezado Erique Pedro,

é muito mais inteligente investir em pastagens que em confinamento. O custo de produção será muito mais barato e fará a atividade mais rentável.

Não entendi quando disse "A laparoscopia, invibializa a matriz rapidamente".

Com certeza o custo da sincronização é um problema hoje no Brasil: caríssimo pois as drogas se concentram na mão de uma empresa apenas.

Em compensação, barateando as drogas, se somar o ganho genético que atinge por ano + redução no custo de manutenção de carneiros + cordeiros com parições próximas, fechando cargas maiores para abatedouros, viabiliza sim a IA por laparoscopia.

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto
ÉRIQUE COSTA

PORTO VELHO - RONDÔNIA - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 27/04/2010

Olá a todos. Às autoras, parabéns pelo texto. Na verdade, abordaram o aspecto a importancia do creep-feeding no desmame precoce e como ferramenta para manutenção da matriz PRODUZINDO no rebanho.

Quanto ao Pedro, sua resposta é ótima. Vem bem a calhar com sistemas neozelandezes e australianos.
Porém, me diga, no Brasil, como você faz para ter pastagens tão maravilhosas? E o controle parasitário?
A laparoscopia, invibializa a matriz rapidamente, aumentando o custos de produção do cordeiro. E qual seria o custo, por exemplo, em um rebanho de 500 matrizes (realidade brasileira - quem tem isso é quase rei rrrsss), preparando-se pastagem de elevada qualidade (somada a um pasto reserva para seca), sincronização e I.A. (com mão-de-obra), e o mais importante: qual é a margem de lucro com um preço de venda entre R$ 3,00 a R$ 4,00 kg/vivo para frigoríficos?

Se puder, por favor faça tipo um mapa das regiões brasileiras apontando animal e pastam. Seria muitíssimo interessante, não só pra mim, mas para todos que já criam (para concertar) ou que vão começar (começando certo).

Abraço
PEDRO NACIB JORGE NETO

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 19/11/2009

Adicarlo,

trabalhando com sincronização de cio e inseminação artificial por laparoscopia após 2 meses de parida e utilizando em seguida machos de repasse, com algumas raças você consegue uma eficiência reprodutiva mais alta.

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto
Médico Veterinário
JOSÉ L PONTES

PINDORETAMA - CEARÁ

EM 14/11/2009

Excelente alerta sobre o aproveitamento da potencialidade do cordeiro enquanto lactente.

Produzo Santa Inês PO e na 1ª semana após a parição, o cordeiro já entra na ração, pois além de melhorar no desenvolvimento do cordeiro, não sobrecarrega a ovelha, que deve chegar ao período de cobertura em estado corporal desejado.

Quanto a insatisfação do Gilnei, sobre o que ele esperava do artigo, gostaria de dizer pra ele que é assim mesmo que funciona o sistema. Assim como ele, eu também, e muitas outras pessoas, já se chatearam bastante, devido à sede de informações que se tem sobre infinidades de assuntos, em qualquer área da ciência.

Essas informações nos chegam como fragmentos, nunca em um artigo só. Comece a catalogar esses fragmentos e você logo será um especialista no assunto. Continue.

Parabéns às autoras.
ADICARLO JORGE BORGHETTI

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 13/11/2009

Concordo com o que o sr Gilnei comenta a respeito do texto.

Inclusive, sr. Pedro Nacib Jorge Neto, fiquei curioso em saber o que chama de "manejo reprodutivo eficiente" com a idéia de desmame que apresentou (e, diga-se de passagem, MUITO BEM apresentado, já que em 7 linhas do que escreveu, me fez pensar bem mais do que no texto base).

Um abraço e aproveito para dizer que sou FÃ DE CARTEIRINHA de todos os artigos enviados... muito difícil não ler um do início ao fim
GILNEI ROSA ALBUQUERQUE

PELOTAS - RIO GRANDE DO SUL

EM 12/11/2009

O texto é essencialmente técnico e não aborda aquilo a que o título sugere. Para leigos, como eu, que buscam informações úteis para sua criação, realmente insatisfatório. Certamente, o público alvo das autoras, não era pessoas como eu e sim pessoas que entendem do assunto, como o Pedro, o qual, em poucas linhas, oportunizou informações precisas justamente que não encontrei no texto, que é o tempo do desmame após a parida. De qualquer sorte, ao acessar o texto alcancei aquko que buscava.
Abraços
PEDRO NACIB JORGE NETO

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 12/11/2009

Vale lembrar que a utilização de raças especializadas na produção de carne, em sistema exclusivo de pastagens, consegue desmamar o lote todo, aos 90 dias cordeiros com peso de abate (entre 35 e 40kg) sem necessidade de gastos com ração, usando apenas o pasto para que as ovelhas se alimentem e produzam leite a baixo custo.

Ainda, adotando um manejo reprodutivo eficiente, é possível que nesta ocasião do desmame (90 dias de parida), quase a totalidade do rebanho já se encontre prenhe novamente.

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto


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