Formas de identificação:
Nomes: são comumente utilizados em rebanhos com poucos animais, ou nos que existe outro sistema de identificação, mas alguma característica marcante determina um nome ao animal. É um sistema eficiente enquanto é possível o reconhecimento de todos os animais, porém na medida em que há aumento do plantel torna-se mais difícil a assimilação.
Brincos: é um dos principais sistemas adotados, permite ser utilizado em grandes rebanhos, visto que as escalas utilizadas (numérica e alfanumérica) são infinitas. Há diversas opções de brincos (cores diferentes, código de barras, formatos, numeração pronta ou em branco, etc). Deve-se tomar os devidos cuidados no momento de aplicação, pois a colocação do brinco causa um ferimento na orelha do animal, porém se aplicado no local correto e acompanhada a cicatrização, os riscos de infecção são minimizados e diminuem as chances de perda do brinco.
Colares: os colares funcionam como os brincos, com a diferença da aplicação ser mais fácil e não ferir o animal. Deve-se dar atenção especial ao material que será feito o colar (nylon, sisal, arames), estes serão colocados no interior de mangueirinhas plásticas estreitas ("macarrão"), pois existem vantagens e desvantagens para cada tipo (amarração, resistência, ferimentos). Podem ser reaproveitados em casos de identificação de animais que terão giro rápido na propriedade (lotes de abate, por exemplo).
Tatuagens: as tatuagens quando bem aplicadas são muito eficientes quanto a estabilidade da marca, ou seja, uma vez realizada não será removida. A desvantagem é a dificuldade para se enxergar a numeração em momentos que necessitam agilidade de manejo, por conta disso está geralmente associada a outras de fácil visualização. Podem ser feitas na parte interna da orelha do animal, na base da cauda ou na prega da pele da virilha, respeitando os locais corretos de aplicação. Os materiais utilizados (alicate tatuador, jogos de números e/ou letras e tintas) devem ser de excelente qualidade, garantindo segurança sanitária ao animal e um bom resultado do processo.
Piques nas orelhas: embora seja incomum o uso de piques em ovinos, tem sido utilizado nos mesmos moldes de suínos. Em virtude dos maiores riscos devido aos vários ferimentos causados, a impossibilidade de correção e a perda de agilidade de identificação, este sistema tem sido pouco recomendado e vem caindo em desuso.
Marcações a ferro: há dois tipos diferentes, à frio e à quente; os dois tipos permitem inúmeras possibilidades de identificação. Para obter boa marcação em qualquer uma das duas formas, no momento da aplicação, o animal deve ser imobilizado, para se obter qualidade das marcas e evitar ferimentos. A marca à frio apresenta fácil visualização em animais de pêlos escuros (os pêlos crescem brancos), não acontecendo o mesmo em animais de pelagem clara. A marcação a ferro quente é semelhante à realizada em bovinos, porém, de difícil visualização em animais lanados ou de pelagem escura, além de provocar maior estresse e dor.
Tinta: as marcações com tintas são utilizadas em animais lanados, as tintas persistem na lã por até 12 a 14 meses. Devem ser utilizados moldes de ferro que serão imersos em tinta e depois na lã do costado, sendo importante o uso de cores contrastantes com a lã do animal. Apesar da necessidade de ser refeita ao longo da vida do animal, mantém-se a qualidade do couro e da lã, possui fácil visualização, não fere o animal e provoca pouco estresse ao animal.
Chip: as identificações com chip têm sido utilizadas visando agilidade no cadastramento dos dados dos animais. O marcador, tradicionalmente, era inserido sob a pele ou no rúmen do animal. Hoje a sua utilização está se tornando mais comum nos brincos ou colares, pois o procedimento é mais simples e permite a fácil recuperação dos chips. Devido ao maior aparato tecnológico exigido, são em geral, mais onerosas.
Escolha do método:
Apenas para ilustrar, vamos tomar como exemplo o custo de identificação de dois lotes, 200 e 2000 animais. Vale lembrar que na maioria dos sistemas há necessidade de um dispêndio financeiro maior num primeiro momento, pois será necessário a aquisição do material utilizado nas diferentes aplicações, como exemplo, alicates (tatuador, aplicador de brinco), ferros e outros equipamentos, sendo estes custos diluídos com o aumento do lote.
Foram considerados também os custos de mão-de-obra pra cada tipo de sistema, através do tempo gasto por animal para realizar a identificação. É importante destacar que alguns sistemas exigem mão-de-obra especializada, tornando-os mais onerosos.
Apesar das diferenças significativas entre os custos, apenas esta informação não permite decidir o melhor sistema para determinado rebanho, sendo necessário uma avaliação técnico-econômica que levará em conta outros fatores envolvidos, como valor individual de cada animal (elite, comercial) e categoria (reprodução, reposição e abate).
Conclusão
Há uma gama de sistemas de identificação passiveis de uso para se obter sucesso na produção de ovinos. Por medida de precaução, o ideal é adotar ao menos dois sistemas, possibilitando a identificação do animal no caso de danos em algum dos sistemas, por exemplo, quando da perda de brincos. Para tanto, se faz a combinação de métodos de fácil visualização (brincos, colares, pintura da lã) com outros permanentes (tatuagem, marcação a ferro). Lembrando que no dia-a-dia as identificações serão utilizadas por funcionários que, nem sempre, se adaptam a sistemas complexos. Portanto, O ideal é que junto ao planejamento da propriedade, feito pelo profissional de sua confiança, seja definido o sistema que será utilizado.