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Sistema de marcação dos machos na estação de monta

POR MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/11/2008

5 MIN DE LEITURA

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O sucesso na criação de animais de produção depende do bom andamento de vários fatores, como: manejo nutricional, sanitário e reprodutivo, além da administração e gestão do sistema como um todo. O importante é buscar o equilíbrio entre esses fatores, em cada situação. Não existe uma regra fixa para todas as situações e condições. Portanto, para se atingir o equilíbrio é importante ter domínio de cada fase, com anotações precisas e corretas. Assim, a gestão permite descobrir onde estão os problemas que exigem soluções mais rápidas e como intervir de forma a aumentar a produtividade do rebanho e como conseqüência buscar incremento nos lucros. Neste sentido, iremos apresentar informações que auxiliarão no manejo prático da estação de monta com objetivo de intensificar a eficiência reprodutiva do rebanho.

A estação de monta é uma prática de manejo de baixo custo e de aplicação relativamente fácil que permite maximizar a eficiência reprodutiva, concentrar e otimizar a mão-de-obra do ciclo produtivo e ainda, possibilita maior homogeneização e disponibilidade de lotes de cordeiros de forma a atender as demandas de mercado. Assim, para a escolha do momento adequado à realização da estação de monta deve-se considerar o objetivo da exploração (leite ou corte), a época do ano mais favorável para as coberturas e principalmente, ao terço final da prenhez e ao nascimento das crias. Dessa forma, devem-se ponderar as características climáticas, a disponibilidade de alimentos, a estacionalidade reprodutiva dos animais e as necessidades de mercado. O número de estações de monta a serem realizadas ao longo do ano pode ser aumentado de forma a intensificar a eficiência e produtividade do rebanho, pela redução do intervalo entre partos.

A duração da estação da monta varia entre 45 - 60 dias, e as técnicas de acasalamento utilizadas podem ser monta natural, monta natural controlada e inseminação artificial. O controle zootécnico adequado é possível quando se adota uma das duas últimas técnicas citadas, permitindo a identificação e o monitoramento das coberturas.

Práticas de manejo como o sistema de marcação dos machos auxiliam no controle zootécnico reprodutivo dos animais em estação de monta a um baixo custo e fácil manejo. Esse sistema consiste na colocação de buçal marcador ou mesmo uma mistura com graxa colorida no peito dos machos. Essa prática pode facilitar o manejo, já que não requer que os animais sejam manejados diariamente, sendo apenas necessário revisar periodicamente a integridade do buçal marcador ou ainda repor à graxa de marcação. Assim, o sistema permite a identificação das fêmeas que manifestaram estro e as montas ocorridas, facilitando o monitoramento e controle da reprodução.

Em estação de monta que se utiliza a monta natural controlada, o emprego do sistema de marcação dos reprodutores permite o controle básico dos acasalamentos, de modo a gerar informações como a identificação das fêmeas mais férteis e fêmeas não prenhes, possibilitando o descarte controlado e a previsão de partos, resultando em uma maior eficiência reprodutiva futura. Além disso, o sistema de marcação pode auxiliar na identificação da paternidade das crias, pois, apenas fêmeas marcadas com a cor empregada durante a cobertura pelos reprodutores podem ter filhos destes.

Na estação de monta em que se utiliza a inseminação artificial, um dos maiores obstáculos é a observação de estro, já que mais ou menos 50% das fêmeas em estro não são identificadas pelos observadores. Assim, o uso de rufiões facilita esse manejo, além de intensificar o percentual de detecção das fêmeas em estro. Com o emprego do sistema de marcação dos rufiões essa identificação é ainda mais facilitada, de modo que, com apenas duas ou três rápidas observações do lote ao longo do dia, pode-se identificar as fêmeas que estão em estro, ou seja, aquelas fêmeas que aceitaram a monta e ficaram marcadas com a tinta do rufião. Desse modo, permite-se a determinação do momento ideal para a realização das inseminações artificiais. Lembrando-se que essas devem ser realizadas 12 horas após o início da aceitação de monta, ou seja, fêmeas observadas em estro pela manhã devem der inseminadas pela tarde e as que manifestaram estro pela tarde, inseminadas na manhã do dia seguinte.

O sistema de marcação dos reprodutores ou rufiões pode ainda ser realizado com a substituição das cores do buçal marcador ou das graxas de forma sistemática. Assim, a cor da tinta usada deve ser trocada a cada 15 dias, devendo-se selecionar uma seqüência de cores da mais clara à mais escura, de modo a evitar a sobreposição de tintas que possam prejudicar a identificação das cores caso uma fêmea seja montada repetidas vezes e fique marcada com várias cores. Um exemplo de seqüência de cores a ser usada é: amarelo - verde - azul - vermelho, conforme apresentado na Figura 1. As cores devem ser selecionadas considerando a coloração das pelagens ou lãs dos animais, a fim de evitar ofuscamento das cores de marcação pela cor dos animais. A interpretação das marcações é fácil e permite obter diferentes informações. As fêmeas que foram marcadas apenas por uma cor, manifestaram estro e foram cobertas ou inseminadas e deverão iniciar os partos aos 145 dias a partir do início das coberturas do período da cor que foram marcadas.

As fêmeas marcadas em amarelo, pela seqüência proposta neste artigo, foram cobertas no início da estação de monta e deverão parir antes das fêmeas marcadas com uma das outras cores da seqüência. Ainda é possível identificar fêmeas que não emprenharam ao primeiro serviço ou tiveram morte embrionária/fetal durante a estação de monta, pois essas fêmeas seriam marcadas com duas cores, indicando que retornaram ao estro e foram novamente montadas/cobertas/IA. As fêmeas que ao final da estação de monta não foram marcadas por nenhuma das cores, possivelmente apresentam problemas e não emprenharam.


Com essas práticas de manejo podem-se identificar corretamente as fêmeas que manifestaram estro ou foram cobertas, as que retornaram ao estro e foram novamente identificadas ou cobertas, e as fêmeas que não manifestaram estro durante a estação de monta. Desse modo, a eficiência reprodutiva é incrementada, pois o acompanhamento é intensificado, possibilitando o controle da ciclicidade das fêmeas, suas coberturas, retornos ao estro, fêmeas mais férteis ou com problemas e não emprenharam e ainda, prever as datas possíveis para os partos.

Com estas informações o produtor pode dividir o rebanho por lotes de partos, em função das cores, desta forma propiciando maior atenção às ovelhas que vão parir em cada período, o que é fundamental para garantir a sobrevivência das crias. Contudo, além do controle reprodutivo, essas informações são indispensáveis para programação de todas as etapas do sistema de produção, de modo a garantir melhoria do desempenho zootécnico e econômico do rebanho.

MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

www.mariaemilia.vet.br

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ITAMAR LOPES BRAGA

BEBEDOURO - SÃO PAULO

EM 31/01/2015

Saudações Maria Emília.

Parabéns pela matéria.

Estou querendo ter 30 ovelhas parindo mês, com este método eu conseguiria atingir este número, ou eu teria que formar lotes de 30 ovelhas e deixar num piquete com o macho durante 30 dias?

Agradeço, fico no aguardo.

Itamar Lopes Braga

Itamar-Braga@hotmail.com
MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 05/05/2011

Prezado Alex Cicinato Paulino de Oliveira,

Não há necessidade de substituir os reprodutores no momenta da troca das cores. Caso utilize buçal é simplesmente trocar a cera (com cor diferente).

A troca de machos é indicada em casos que o macho não tem apresentado libido suficiente para continuar desempenhando seu papel na estação de monta.

Agradeço imensamente por sua participação.

Grata, Maria Emilia F. Oliveira
ALEX CICINATO PAULINO DE OLIVEIRA

RIO BRANCO - ACRE - INDÚSTRIA FRIGORÍFICA

EM 05/05/2011

Saudações Maria Emilia

Lhe parabenizo pelas matéria que você escreve. Tenho uma dúvida no sistema de marcação: Ex.: Tenho 200 ovelhas para estação de monta (EM), na proporção de 25 - 30:1) necessitando assim de 6 a 8 reprodutores. pergunto: A cada mudança de cor (amarelo, verde, azul e vermelho) tenho que ter novos reprodutores? Totalizando de 24 a 32 reprodutores por EM com 200 ovelhas.

Desde já agradeço pela atenção e aguardo resposta!
MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 15/12/2008

Prezado Caio Costa
Obrigada pelas suas considerações, realmente existem diversos fatores que se relacionam e são fundamentais para o sucesso de qualquer tecnica.
Grata, Maria Emilia
CAIO ALVES DA COSTA

BOA VISTA - RORAIMA - PESQUISA/ENSINO

EM 14/12/2008

Parabéns pelo artigo simples, objetivo e de grande importância para quem quer ter um melhor controle de montas e de plantel reprodutivo em seu rebanho.

Realmente esta é uma prática simples e sem muitos segredos que pode contribuir bastante na eficiência reprodutiva do rebanho. Claro que não devemos esquecer (creio que você deve saber muito bem disso também), assim com foi citado pelo Prof. Luiz Fernando, da sanidade do reprodutor utilizado e da condição corporal. E eu ainda acrescentaria o estado nutricional tanto do reprodutor quanto da matriz.

No mais, está de parabéns seu artigo Maria Emilia.

Espero manter contato para futuras discussões dentro da ovinocaprinocultura.
Abraço.
MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 09/12/2008

Prezado Thiago Alves de Oliveira,

No mercado de produtos para ovinos existe o buçal marcador com as tintas já especificas, mas quanto a mistura de graxa, é apenas adicionar em média, para cada 4 partes de graxa, uma parte de tinta. Esta pode ser o pó Xadrez, geralmente vendido em lojas de materiais de construção.
Agradeço pela participação.
THIAGO ALVES DE OLIVEIRA

REGISTRO - SÃO PAULO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 09/12/2008

como fazer a mistura com graxa? vou pintar a graxa?
MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 02/12/2008

Prezada Luzia Matias de Araújo,

Agradeço pelo seu comentário.
MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 02/12/2008

Prezado Luiz Fernando de Souza Rodrigues

Obrigada pelas suas considerações. Realmente existem diversos outros fatores que se relacionam e são importantes para a eficiência reprodutiva e produtiva do sistema.
Grata
MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 02/12/2008

Prezado Luis Guilherme de Oliveira,

A relação macho: fêmea a ser utilizada na época da estação de monta pode variar em função da idade dos animais (machos e fêmeas), tamanho e topografia de piquetes e a quantidade esperada de fêmeas em cio por dia. Dessa forma, deve-se fazer uma projeção com base nesses fatores e ajustar conforme as observações da eficiência dos reprodutores ou rufiões em detectar o cio das fêmeas. A relação macho:fêmea média utilizada é de um macho para cada 35 fêmeas. Mas fique atento e ajuste conforme as necessidades no sistema.

Obrigada pelo questionamento pertinente e caso tenha outras dúvidas entre em contato.
MARIA EMILIA FRANCO OLIVEIRA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 01/12/2008

Prezado Thony A. Carvalho,

Quando pensamos em implementar uma tecnologia em nosso sistema de produção, esses fatores comentados (simplicidade, praticidade e custo) são extremamente importantes. Claro que nem todas as biotecnologias oferecem todas essas vantagem, ou nessa mesma proporção, mas é importante que se avalie sua relação custo x beneficício. E aos poucos se adeque e intensifique o uso das biotecnologias no sistema, visando aumento de sua produtividade.
Muito obrigada pelo comentário.
THONY A. CARVALHO

JATAÍ - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 01/12/2008

Simples, prático e econômico, quem dera todas as recomendações técnicas tivessem todos esses propósitos agrupados como nessa!!!
LUIS GUILHERME DE OLIVEIRA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 30/11/2008

Muito interessante este artigo, ainda mais pela aplicabilidade nos sistemas de criação. Mas gostaria de mais informações sobre a relação macho-fêmea que a autora recomendaria para sistemas de criação em regiões de clima quente ?

Grato
LUZIA MATIAS DE ARAÚJO

PARAIBA - ESTUDANTE

EM 29/11/2008

super interessante e necessário sobretudo para os criadores que precisa ter o controle completo de seu plantel. É uma informação completa.
LUIZ FERNANDO DE SOUZA RODIGUES

BELÉM - PARÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 29/11/2008

Excelente pela forma como foi escrito, notadamente por trazer informações importantes e de fácil compreensão para quem objetiva o agronegócio da ovinocaprinocultura, apenas realçaria também, que na escolha do momento adequado à realização da estação de monta, além dos aspectos já apontados, a condição corporal dos animais a serem utilizados, a saúde reprodutiva do macho se a opcão for a monta natural e a relação destes animais (machos e fêmeas) com o meio ambiente.
ENIO ROGÉRIO CARDOSO FAGUNDES

ALEGRETE - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 28/11/2008

Boa tarde, o artigo é importante e de muita ajuda a quem tem como visão a otimização da criação através do controle, previsão de períodos de maior cuidado com o rebanho e tambem das disponibilidades de animais a venda.
Parabens.

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