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Utilizando e manejando rufiões

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/03/2009

3 MIN DE LEITURA

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Em sistemas de produção de carne ovina a rentabilidade do empreendimento está completamente vinculada à escala de produção ou ao número de cordeiros produzidos por ano, de forma que a eficiência reprodutiva do rebanho de cria é um pré-requisito crucial para se alcançar a eficiência econômica do sistema diante do total de capital imobilizado em terra, infra-estrutura, forrageiras e animais.

Dentro deste princípio, a capacidade e o potencial das ovelhas do rebanho de maximizarem sua produtividade durante sua vida útil e de apresentarem um maior número de partos por ano, tornam-se primordiais, e neste ponto, a utilização e o manejo adequados de rufiões é um ponto de elevada importância para se atingir uma eficiência reprodutiva satisfatória.

Existem várias técnicas - cirúrgicas, hormonais e químicas - disponíveis para produzir rufiões, no entanto, a vasectomia, por meio da remoção cirúrgica de uma secção de aproximadamente 4 cm do ducto deferente, é o procedimento de escolha na espécie ovina.

Figura 1. A vasectomia é a técnica de escolha para a produção de rufiões ovinos.



Como o carneiro vasectomizado será mantido no rebanho por vários anos e em contato direto com as fêmeas por um período de tempo muito superior ao dos próprios reprodutores, é essencial que o tipo certo de animal seja escolhido.

Sendo assim, o carneiro candidato a rufião deverá ser forte e saudável, com boa oclusão dentária de incisivos, membros equilibrados e sem sinais de qualquer condição artrítica, feridas de peito ou cabeça, além de possuir bom desenvolvimento testicular e alta performance sexual, o que poderia ser traduzido por meio de um certificado de exame andrológico positivo, uma pontuação igual ou superior a 7 (classificação de 0 a 10) no teste de libido e um exame sorológico negativo para Brucella ovis.

Todos os rufiões devem ser identificados por tatuagem e brinco auricular, podendo já serem introduzidos em um lote de ovelhas a partir dos 14 dias após a vasectomia em uma relação que pode variar de 1:25 a 1:50, valendo ressaltar que, se for preciso comprar um carneiro para tal, é importante que se conheça o status sanitário do rebanho de origem para se prevenir a introdução de agentes infecciosos na propriedade.

Apesar de haver recomendações de se usar carneiros jovens para o procedimento, especialmente pelos mesmos terem um menor risco de terem adquirido doenças transmissíveis e por serem mais fáceis de operar, a escolha sobre animais adultos está baseada na eficiência de seu efeito sobre as fêmeas do rebanho, uma vez que carneiros com idade superior a 2 anos e que foram recriados tendo contato com ovelhas em estro, possuem um desenvolvimento testicular e um libido mais pronunciado, sendo estes fatores cruciais para o ótimo desempenho de um rufião e para que os melhores resultados possam ser alcançados.

Na questão nutricional e alimentar, os rufiões devem ser mantidos sob um escore de condição corporal em torno de 3 (escala de 1 a 5) e a dieta deve ser rica em forragem verde e fresca de boa qualidade, com uma boa mistura mineral e água de qualidade à vontade.

Figura 2. O rufião possui uma função primordial na maximização da eficiência reprodutiva do rebanho de cria.



Embora ainda seja pouco explorado, o rufião é uma ferramenta extremamente útil para o manejo reprodutivo que, baseado na bioestimulação, pode atuar sobre as fêmeas do rebanho proporcionando o avanço da puberdade e da primeira ovulação em borregas; a sincronização e compactação do período de cobertura e de parição; a redução da extensão e da profundidade do anestro pós-parto; o avanço no retorno da atividade ovariana luteal cíclica; e induzindo o efeito macho assim como detectando sinais de estro em ovelhas para inseminação artificial, transferência de embriões ou, mais comumente, para a cobertura por reprodutores selecionados em sistemas de produção conduzidos sob um programa de controle reprodutivo.

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 28/10/2013

Olá Luiz,



Com a retirada dos testículos você estaria fazendo uma castração.



A vasectomia apenas remove uma pequena porção do ducto deferente (por onde passam os espermatozoides produzidos no testículo e armazenados na cauda do epidídimo).



A integridade dos testículos é primordial para manutenção da produção de testosterona. Sem testosterona, o rufião não possui líbido e não irá montar as ovelhas nem exercer o efeito macho. Se tornaria um capão.



Abraços,



Daniel
LUIZ SANDI

LAGES - SANTA CATARINA - OVINOS/CAPRINOS

EM 25/10/2013

Bom Dia Daniel



Para fazer vasectomia para rufiao, pode ser retirado os testiculos?
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 16/03/2009

Olá Hilton,

Sim, já existe no mercado um colete próprio para isso (em couro e semelhante ao da foto) que você usa com um buçal de tinta sólida.

O parâmetro para mudar a cor da tinta é o período de um ciclo estral, ou seja, 17 dias. Para facilitar a nível operacional, você pode trocar a cor da tinta a cada 15 dias.

E caso você utilize a mesma cor de tinta por um período superior a 15 dias, não há como identificar as ovelhas que ainda estão ciclando e as que já foram cobertas e conceberam. Então, realmente é necessário mudar a cor a cada 15 dias.

Abraços,

Daniel
HILTON FELIPE MARINHO BARRETO

MOSSORÓ - RIO GRANDE DO NORTE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/03/2009

Sobre o buçal marcador. Existe algum tipo de colete apropriado e que possa ser adquirido? Se utiliza a mesma cor da tinta durante quantos dias? Se utiliza a mesma cor da tinta, como identificar se houve repetição de cio?

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