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Análise semestral do mercado doméstico da carne ovina brasileira

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/08/2009

3 MIN DE LEITURA

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1. Introdução

Em nosso artigo anterior analisamos sucintamente os efeitos imediatos da crise financeira global sobre o mercado doméstico da carne ovina brasileira, concluindo que, até então, os efeitos da crise ainda não tinham sido sentidos no mercado interno, uma vez que os preços e a demanda encontravam-se em patamares elevados.

No entanto, as reações subseqüentes da crise sobre o sistema agroindustrial brasileiro da carne ovina ainda não poderiam ser elucidadas, de forma a gerar alguma insegurança e baixa nas perspectivas sobre o setor.

Assim, com base nas informações disponíveis após a economia brasileira passar pela fase mais conturbada da crise, é possível ter uma noção mais clara da situação atual da carne ovina no mercado doméstico.

2. Preços

No decorrer dos últimos 8 anos têm-se evidenciado um processo sólido de valorização da carne ovina no mercado doméstico, por meio do crescimento linear nos preços nominais do cordeiro, tendo-se como referência a praça de Feira de Santana (Bahia), como apresentado no Gráfico 1 e já comentado em artigos anteriores.

Gráfico 1. Evolução do preço do cordeiro, quilo carcaça.



Esse fortalecimento no valor das cotações tem impulsionado os preços para patamares cada vez mais elevados, ano após ano, de forma que neste primeiro semestre de 2009 os valores médios para o cordeiro fecharam com alta de 13 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2008, como demonstrado no Gráfico 2.

Gráfico 2. Índice semestral de preço do cordeiro (2008=100).



Seguindo o clássico modelo econômico de oferta e demanda, da relação existente entre ambas e considerando a alta de 13% no preço nominal do cordeiro, é possível concluir que a demanda doméstica nas capitais e grandes centros urbanos do país segue firme, sustentando os preços em níveis crescentes e altamente favoráveis ao setor produtivo.

3. Produção

Conjuntamente a uma alta nos preços médios para o cordeiro doméstico, observa-se (Gráfico 3) também um crescimento de 28,9% no volume de abates de ovinos sob inspeção federal, alcançando um nível de 158,3 mil cabeças, o que incrementa a produção doméstica para 2009 e dá continuidade ao processo de aumento na produção formal observado nos anos anteriores.

Gráfico 3. Índice semestral de abates (2008=100).



Caso o volume de abates mantenha o crescimento médio de 28,9 pontos percentuais até o final de 2009, o Brasil poderá alcançar sua maior produção formal desde 2002, o que seria mais um indicativo do aquecimento do mercado da carne ovina, assim como, da solidez da demanda doméstica.

4. Importações

Ao nível das importações, os índices ficaram abaixo daqueles alcançados no primeiro semestre de 2008, havendo uma queda significativa tanto no volume quanto no valor das importações. Esse fato, embora possa dar a falsa impressão de que o consumo doméstico tenha enfraquecido, se justifica pelo desaquecimento na produção ovina do Uruguai - o principal fornecedor para o mercado interno brasileiro, bem como por uma retração marcante nos valores da maioria dos produtos ovinos uruguaios, considerando o mesmo período do ano e de acordo com a Tabela 1.

Gráfico 4. Índice semestral das importações de produtos cárneos ovinos (2008=100).



Nesta análise pontual, é preciso considerar que o rebanho ovino do Uruguai vem sofrendo um processo continuo de redução do seu efetivo de cria, com altas taxas de abate, porém já com algumas restrições a nível de capacidade de fornecimento, o que comprometeria seriamente o abastecimento do mercado interno a médio prazo, mesmo com os preços dos produtos uruguaios se mantendo em valores históricos bastante atrativos e o dólar em patamares tão favoráveis às importações, em relação ao mesmo período de 2008.

Tabela 1. Valores FOB para produtos cárneos ovinos uruguaios, semestre.



4. Considerações finais

Apesar de todos os problemas ocasionados e subseqüentes à crise financeira global no mercado internacional da carne ovina, tais eventos foram pouco sentidos no mercado doméstico brasileiro, considerando a alta nos preços e na produção, embora com uma redução significativa no volume das importações uruguaias.

Dessa forma, o mercado interno se mantém aquecido, com uma demanda firme e crescente, sustentando o SAG brasileiro da carne ovina no mesmo caminho próspero, de desenvolvimento e expansão, iniciado no começo dessa década e alavancado nos últimos anos em todas as regiões do país.

Bibliografia consultada

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretária de Defesa Agropecuária - Serviço de Inspeção Federal. Disponível em: . Acesso em: 18 agos. 2009.

MDIC. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Secretaria de Comércio Exterior - ALICE Web. Disponível em: . Acesso em: 18 agos. 2009.

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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DIEGO MASCULINO BERNARDES

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 02/10/2009

Parabens pelo artigo!

Caro Daniel,

Onde posso pesquisar mais dados sobre preços, abates, consumo, na regiao sudeste, Minas Gerais e região sul de Minas. Gostaria tambem de pesquisar mais sobre indices produtivos e viabilidade de projetos na ovinocultura.

Obrigado!
LUIZ ALBERTO FRANCO DO NASCIMENTO

MARÍLIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 14/09/2009

Parabens pelo artigo
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 08/09/2009

Olá Ribamar,

Primeiramente, muito obrigado pelas palavras de apreço!!

Sobre os valores, você deve considerar o valor do dólar referente a cada ano (dólar de 2008 para os valores de 2008; dólar de 2009 para os valores de 2009). No nosso caso específico, o valor médio do dólar comercial no 1º semestre de 2008 ficou em torno de R$ 1,69; e no 1º semestre de 2009 ficou em R$ 2,19.

Para maiores informações sobre cotações, acesse o site do Banco Central do Brasil, seção de câmbio e capitais estrangeiros (tópico de cotações e boletins).

Abraços,

Daniel
JOSÉ RIBAMAR P. SILVA

NATAL - RIO GRANDE DO NORTE - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/08/2009

Excelente artigo do colega Consultor (Méd Veterinário) Daniel de Araujo Souza.

Somente uma informação para uma análise de preços que estou realizando para um Estudo de Viabilidade Econômica e Financeira para um Frigorífico:

Na Tabela 1. Valores FOB para produtos cárneos ovinos uruguaios, semestre.
O Valor US$/Kg - 1º Sem 2008 - 1º Sem 09: Qual o dólar a ser adotado? de 2008 ou 2009? Você poderia me fornecer os valaores de conversão para cada tabela semestral?

Abraços e mais uma vez Parabéns pelo artigo
J.Ribamar P. Silva

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