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Controle alternativo de verminose em caprinos e ovinos

POR LUIZ DA SILVA VIEIRA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/11/2009

5 MIN DE LEITURA

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O parasitismo pela verminose gastrintestinal constitui-se num dos principais fatores limitantes à exploração de pequenos ruminantes, em conseqüência do comprometimento na produtividade do rebanho. Dos vermes que parasitam caprinos e ovinos, destaca-se o Haemonchus contortus, que geralmente está presente em 100% dos animais do rebanho e representa no mínimo 80% da carga parasitária.

O controle de verminose em caprinos e ovinos é realizado principalmente com o uso de compostos químicos. No entanto, a maioria dos produtores não trata adequadamente seus rebanhos, sendo os vermífugos administrados sem base técnica, visando apenas atender a um programa fixo de controle.

Consequentemente, tem sido observada uma crescente redução na eficácia dos vermífugos, resultando no aparecimento de resistência parasitária a vários grupos químicos. Em adição, o uso indiscriminado de vermífugos ao longo dos anos tem resultado no aumento dos custos de produção, contaminação da carne, do leite e do meio ambiente com resíduos químicos de anti-helmínticos e aumento dos índices de mortalidade no rebanho.

Atualmente, as alternativas química de controle são escassas, principalmente na caprinocultura leiteira, já que os vermífugos que ainda apresentam moderada eficácia geralmente não podem ser utilizados em matrizes que produzem leite para consumo humano, devido à presença de resíduos químicos. Os fármacos com menor período de carência não são eficazes, em função da alta prevalência de resistência parasitária.

O esquema estratégico preconizado para o controle de verminose, a curto prazo, proporciona excelentes resultados. Entretanto, quando utilizado por período superior a cinco anos, toda a população de parasitos tende a se tornar resistente. Nesse contexto, torna-se necessário investir em pesquisas que visem a busca de outras estratégias de controle, que reduzam e/ou eliminem a dependência por produtos químicos, sejam de baixo custo e menos prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente.

Existem algumas alternativas que vem sendo avaliadas pela pesquisa e, algumas delas, adotadas em maior ou menor grau por produtores de vários países. Dentre elas destacam-se: método seletivo de controle (método Famacha), fitoterápicos, medicamentos homeopáticos, uso de fungos nematófagos, uso de cobre, suplementação alimentar, seleção de animais geneticamente resistentes, pastejo misto e/ou alternado de hospedeiros susceptíveis (caprinos e ovinos) com animais resistentes (bovinos e equinos) e o manejo integrado.

O método FAMACHA tem como objetivo identificar clinicamente animais com diferentes graus de anemia, em decorrência da infecção por H. contortus, sem a necessidade de recorrer a exames laboratoriais, possibilitando vermifugar apenas os animais que apresentam sintomatologia clínica, deixando os demais sem medicar. A vermifugação é realizada com base no exame da conjuntiva ocular, comparado com um cartão guia, que classifica os animais em cinco categorias. Recebem tratamento anti-helmíntico apenas os indivíduos que apresentam graus de anemia 3, 4 e 5, permanecendo sem medicação anti-helmíntica os que apresentam graus FAMACHA 1 e 2.

A fitoterapia é o método que consiste no uso de plantas, seus extratos ou óleos essenciais para o controle de verminose. Vários trabalhos têm avaliado a eficácia de diversas plantas na redução da infecção por nematódeos gastrintestinais no mundo inteiro, principalmente, aquelas que possuem altas concentrações de taninos condensados. Entretanto, embora os experimentos in vitro, em sua maioria, tenham demonstrado excelentes resultados, tanto na inibição da eclosão de ovos, como na interrupção do desenvolvimento lavar, os resultados da eficácia in vivo na redução do número de ovos por grama (OPG) de fezes e da carga parasitária adulta, não têm sido promissores.

É possível que a ineficácia a campo esteja relacionada a degradação da fração quimicamente ativa do fitoterápico pelas bactérias do rúmen. Uma forma que está sendo pesquisada no momento, na tentativa de resolver essa limitação, é o encapsulamento das frações dos fitoterápicos, de forma que sejam liberados após a passagem pelo rúmen e não sofram ação das bactérias.

A veterinária homeopática parte do princípio que o mesmo agente capaz de causar uma enfermidade, quando administrado com freqüência em concentrações bastante reduzidas, é capaz de curá-la. Os medicamentos homeopáticos também têm sido avaliados no controle de verminose com o objetivo de interromper a ovopostura das fêmeas dos vermes. É uma opção que tem sido recomendada, principalmente na produção orgânica. Entretanto, apesar da disponibilidade comercial para uso pelos produtores, os resultados obtidos pela pesquisa quanto a eficácia dos medicamentos homeopáticos ainda deixam a desejar.

Diversas espécies de fungos nematófagos também têm sido avaliados para serem utilizados como agentes biológicos na destruição ovos e larvas de nematóides na pastagem. São fungos isolados do solo, que sobrevivem à passagem pelo trato gastrintestinal do animal e mantém a atividade predatória nas fezes. Os resultados até então obtidos demonstram a viabilidade de serem utilizados na descontaminação das pastagens. Entretanto, até o momento, não existem formulações seguras e eficazes disponíveis para comercialização, que possam ser utilizadas pelos produtores.

Os animais que recebem alimentação de boa qualidade respondem melhor às infecções por nematódeos gastrintestinais. O bom estado nutricional é fundamental para a manutenção da imunidade, principalmente no que se refere à dieta protéica, considerando que os animais parasitados requerem quantidade extra de proteína, para reparação dos tecidos lesados e expressão da resposta imune, quando comparados com animais livres de vermes.

A capacidade dos ovinos adquirirem e expressarem imunidade frente a infecção por nematóides gastrintestinais é controlada geneticamente e varia entre diferentes raças e entre indivíduos de uma mesma raça. Com base nessa premissa, e no fato notório de que o uso de compostos químicos por si só não será capaz de controlar a verminose, uma alternativa, numa visão integrada, pode ser a seleção genética de animais naturalmente resistentes.

A seleção de ovinos geneticamente resistentes com base no OPG é atualmente realizada por vários programas de melhoramento genético ovino na Austrália, Nova Zelândia e, mais recentemente, no Uruguai. Na Austrália, o programa teve início em 1978 e em 1994 foi criado o Programa Nemesis do CSIRO com o objetivo de selecionar ovinos da raça Merino pelo baixo OPG, entre outras características econômicas. Na Nova Zelândia, a variabilidade genética aos nematódeos gastrintestinais tem sido usada na produção de ovinos comerciais. As contagens de OPG realizadas rotineiramente em reprodutores ovinos da raça Rommey e suas progênies são usadas para estimar o valor relativo dos reprodutores machos para a venda. Nesse programa, vários reprodutores e suas respectivas progênies de diferentes rebanhos são avaliados anualmente. O pastejo misto e/ou alternado de caprinos ou ovinos jovens com bovinos adultos ou equinos, visa utilizar bovinos e equinos para descontaminar a pastagem para os ovinos e caprinos. Consiste em manter na mesma área, caprinos ou ovinos jovens, que são espécies sensíveis a verminose, junto com bovinos adultos ou equinos, que são resistentes, respeitando a taxa de lotação ou então alternar o pastejo da área entre bovinos ou equinos com pequenos ruminantes.

Considerando o exposto acima, o futuro do controle adequado de verminose, que visa a sustentabilidade na produção, não deve se prender a uma única abordagem, mas poderá ser alcançado por meio de várias medidas, como acima mencionado, as quais devem ser associadas ao uso mínimo de compostos químicos. O controle será mais efetivo quando várias dessas medidas são utilizadas simultaneamente, de forma integrada.

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JANIO SILVA ROCHA

EM 21/03/2019

Boa tarde estou com um proplema de verminose no caprinos.como que eu possa controlar
UMBERTO XAVIER DAMACENA

EM 05/07/2016

DR . LUIS VIEIRA VENHO POR ESTA , LHE PEDIR UMA AJUDA ;EU JA PERDI VARIOS BURREGOS . ELES COMEÇAM TRISTE DE CABEÇA BAIXA , DEIXAN DE COMER E COM ISSO CHEGA A MORTE . ME DIGA O QUE POÇO FAZER PRA SALVAR O MEU REBANHO DE CAPRINOS.UMBERTODAMACENA@HOTMAIL.COM. RESIDO EM ITATIM NA BAHIA
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 16/11/2009

Parabéns à intervenção de Farouk sobre homeopatia.
Tenho acompanhado (de São Paulo) os trabalhos feitos pela equipe da EBDA com medicamento homeopático (adquirido em qualquer farmácia homeopática), e os resultados no controle de Haemonchus com este medicamento são muito interessantes.

Não vejo a hora de testar o mesmo produto que deu resultados muito bons aí na Bahia, com ovinos susceptíveis aqui no sudeste!
Saudações,

Cecília José Veríssimo
Pesquisadora IZ, Nova Odessa, SP
FAROUK ZACAHARIAS

SALVADOR - BAHIA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/11/2009

Parabéns Luis pelos seus comentarios extremamente didaticos sobre controle parasitario, mas gostaria de tecer algumas consideraçaões sobre o seu controle com o uso da Homeopatia.

A homeopatia por definição não se preocupa com doença e sim com a saúde, isso já nos diferencia bastante em relação ao controle com produtos quimicos. Uma outra grande diferença é que a homeopatia produz imunomodulação e também uma ação antioxidante.

Os trabalhos de pesquisa com medicação homeopatica que temos participado, que podem ser consultados no nosso curriculo lattes, têm demonstrado melhores resultados do que os produtos quimicos no controle de helmintos em caprinos e ovinos. Evidentemente que em outros tabalhos os resultados não foram favoraveis com pouca eficácia de alguns produtos comerciais homeopaticos.

Faz -se portanto necessario esclarecer que hoje no Brasil existem dois grandes laboratorios homeopaticos veterinarios que atuam em todo territorio nacional, mas no nosso caso, e de outros pesquisadores, temos nos dedicado a investigar outros produtos homeopaticos constantes da materia médica homeopatica (mais de 3000 medicamentos) e seguimos a metodologia de prescrição conforme as leis dos semelhantes preconizada por Hahnemann, aprendida nos cursos de formação de especialistas em homeopatia.

Acreditamos portanto que a avaliação da eficacia dos produtos homeopaticos, deverá considerar não somente os indicadores técnicos de avaliação parasitologica, mas os de custo - beneficio desses produtos, sustentabilidade que os mesmos conferem, paradigmas hoje que todo trabalho técnico cientifico deve considerar, requeridos pelos novos pardigmas do seculo XXI.

Uma outra dificuldade dos pesquisadores homeopatas é conseguir publicar o seus resultados em revistas cientificas, mesmo conduzidos sob rigoroso delineamento cientifico, os seus trabalhos podem ser indeferidos sob alegação de que os medicamentos homeopaticos utilizados nas pesquisas não estão indexados no Anuario Merck ....que nos sabemos que é um guia de produtos veterinarios quimicos.

Mesmos com todas as dificuldades, a adesão ao uso da homeopatia tem sido crescente pelos produtores de caprinos e ovinos, não fruto do aval da comunidade cientifica, mas da baixa eficacia dos produtos quimicos com niveis de resistencia antihelmintica de 0 a 100% e a evolução génetica as essas bases quimicas, o que torna inviavel o seu uso, proporcionado uma migração desses produtores que tem utilizados os produtos homeopaticos e observando seus resultados, conjugando-se medidas de manejo adequadas, considerando a necessidade de integração de outros fatores, notadamente a nutrição, génetica.

Em relação a Homeopatia ainda estamos sujeitos a ouvir o que ouviram os indios Aymara da região Andina em 1998

"Quando tinhamos todas as respostas, mudaram as perguntas"


Atenciosamente
Farouk Zacharias
Médico - Veterinário -
pesquisador - EBDA,
Especialista em Homeopatia Animal
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 13/11/2009

Creio que o método Famacha só seleciona os animais potencialmente susceptíveis, pois estes vc dá preferência para descarte.

A seleção para resistência deve se dar a favor daqueles que têm OPG=0 (zero!).

Quando o animal é jovem, é difícil dele ter um OPG = zero, mas à medida que vai crescendo, com idade em torno de 6-8 meses, já é uma idade em que se pode fazer uma avaliação da resistência à verminose.

Sempre comparar animais conteporâneos (nascidos na mesma época), no mesmo manejo (mesmo pasto, alimentação, etc). Geralmente, um único exame de OPG tem sido suficiente para os programas de melhoramento genético da Austrália ou Nova Zelândia, mas quanto mais OPGs vc tiver de um animal (repetições) melhor.

Quanto ao método Famacha, quem o faz não deixa de utilizar, pois é um excelente meio de controlar todas as outras doenças que afetam os ovinos (foot rot, lifadenite, conjuntivite, bicheira, e, inclusive a mastite) podem ser diagnosticadas numa ida do rebanho ao tronco!

Não se esqueça de vermifugar também animais que apresentam outros sintomas de verminose, como magreza, pêlos sem brilho e quebradiços, lã solta, presença de diarreia, pois outros vermes (Trichostrongylus e/ou Oesophagostomum) podem estar causando esses sintomas e podem não causar anemia!

Parabéns ao colega Luiz Vieira pelo artigo.

Cecília José Veríssimo
Pesquisadora IZ
PEDRO NACIB JORGE NETO

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 12/11/2009

Primeiramente, parabéns pelo artigo, muito elucidativo.

Tenho meus receios com o método Famacha, pois o mesmo avalia o animal individualmente e um animal que estiver Ok não significa que não possua vermes e pior, pode ser um animal tolerante a verminose e esteja contaminando o ambiente e, conseqüentemente, outros animais.

Este método deve ser usado com certa precaução pois podemos estar selecionando animais tolerantes a verminose, o que no ponto de vista zootécnico não é interessante. O correto é selecionarmos animais resistentes.

Além disso este método pode dar falso positivo pois o método Famacha pontua a coloração da conjuntiva que dá em pontuação o grau de anemia, que está associada entre outras causas ao H. contortus. Porém anemia pode ser causada por diversos outros fatores como Fasciola hepatica, infecção por Mycoplasma ovis, deficiência de cobre ou molibdênio.

Ou seja, para ter certeza do diagnóstico via Famacha, devemos desconsiderar todas outras possíveis causas de anemia.

Lembrando também que Famacha é ineficiente para Ostertagia circumcincta e Trichostrongylus.

Referente aos fungos nematófagos, é uma realidade já bem próxima e em breve ja haverá disponibilidade no mercado. Vale apenas lembrar que menos de 5% das amostras do fungo colhidas no ambiente são eficientes.

Minha aposta para o futuro.

Na Austrália foi criado atualmente um novo índice no maior e mais eficiente programa de melhoramento genético em ovinos no mundo, o LAMBPLAN. Criaram o índice Lamb 2020, que visa a produção para daqui 11 anos. Neste índice, a resistência a verminose, avaliada através de OPG, possui grande peso.

Para o futuro, uma associação de melhoramento genético buscando animais resistentes (e não tolerantes), a utilização de fungo nematófago para controle da infestação no ambiente e diminuição de recontaminação, associado a utilização de vermífugos com aplicações bem mais espaçadas e usados racionalmente, será o que predominará no cenário brasileiro e mundial da ovinocultura.

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto
Médico Veterinário
EURANIO SILVA REZENDE

ANÁPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/11/2009

Parabéns pelo seu artigo. Essa e uma realidade que estamos vivendo, os criadores tem que estar cientes disso, e tb saber como nao usar sempre o mesmo principio ativo de anti helmintico. Sempre estar mudano.

Eu estou usando o método de famacha em minha criaçao e estou contente com os resultados, sempre a cada desvermifugação troca o principio ativo, apesar que nao temos muitos principios ativos no mercado.

Onde vemos outro erro é o produtor mudar só o nome do medicamento, mas o principio as veses e o mesmos do anterior. Isso é comum.

Esse artigo é muito interessante


LUÍS HENRIQUE FERNANDES

TUPI PAULISTA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 10/11/2009

Prezado Dr. Luiz Vieira,

Parabéns pelo seu artigo. Foi extremamente oportuna as colocações referentes as possibilidades alternativas de controle dos parasitas gastrintestinais que acometem ovinos e caprinos. É de fundamental importância que os técnicos e produtores de todo país saibam do real problema da resistência parasitária, e que artigos como esses possam delinear um horizonte de trabalho dentro das diversas propriedades existentes pelo Brasil. Todos precisam entender que os anti-helmíticos são necessários, mas têm que aprender e entender a forma correta de uso.

Luís Henrique Fernandes
Zootecnista
Campo Grande - MS

<b> Resposta do autor</b>

Prezado Luís Henrique Fernandes,

Obrigado pelos comentários. Você tem toda razão, a resistência parasitária constitui atualmente o principal entrave na produção de caprinos e ovinos.

Qualquer informação que precisares ou queira trocar ideias me coloco a sua disposição, Ok.

Atenciosamente,
Luiz da Silva Vieira
Pesquisador Embrapa Caprinos e Ovinos,
Sobral, CE
RENATO MOCELLIN LOPES

GUARAPUAVA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAPRINOS DE CORTE

EM 09/11/2009

Prezado Luiz, parabéns pelo artigo. Primeiramente, é de assustar o número de rebanhos que são desverminados sem critério, ou seja, apenas como forma de cumprir um calendário, normalmente com desverminações a cada 60-90 dias.

Como curiosidade, gostaria de citar as estratégias de controle que utilizamos em nosso capril. Atualmente desverminamos nosso rebanho em média 2 vezes por ano, sendo que em uma delas temos como objetivo principal ectoparasitas (piolhos), porém utilizamos um princípio ativo que atue tanto nos parasitas externos quanto nos parasitas gastrointestinais.

Pela manhã os animais permanecem fechados no capril, recebem concentrado e pequena quantidade de volumoso no cocho. Vão para os piquetes ao meio-dia, e são recolhidos novamente as 18:00 horas. Nosso objetivo é conseguir 30-35 kg de peso vivo, que é o peso quando abatemos os machos e realizamos a cobertura das fêmeas. Portanto, essas categorias permanecem em confinamento até que se cumpra tal objetivo. Sabemos que animais jovens apresentam alta susceptibilidade a verminose e são grandes agentes propagadores de larvas nos pastos. Desta forma, conseguimos atingir o peso desejado rapidamente e evitamos uma alta infestação das pastagens. Além disso, trabalhamos com pastoreio rotacionado, sendo que os animais retornam ao piquete já pastoreado com um intervalo de 40 (30-50) dias aproximadamente. Desta forma os piquetes nunca ficam "rapados", e assim dificultamos a subida das larvas até o ápice das plantas e contamos com boa quantidade de forragem. Nunca utilizamos o mesmo pincípio ativo duas vezes seguidas.

Com essas medidas, temos conseguido de forma geral, apresentar bons índices zootécnicos do rebanho, e raramente os animais apresentam sinais evidentes de verminose como debilidade e papeira, e principalmente, conseguimos ter o produto que nosso consumidor prefere, um cabrito jovem, com 7-9 meses de idade e carcaças de 12-14 kilos.


Obrigado, Renato.

<b>Resposta do autor</b>

Prezado Renato Mocellin Lopes,

Obrigado pelos comentários. Também lhe parabenizo pelo manejo que você adota em sua propriedade, visando o controle de verminose em caprinos.

Você está no caminho certo, com o uso mínimo de compostos químicos e a integração de outras estratégias que reduzem o contato parasito - hospedeiro.

Estou a sua disposição para o que precisares, bem como para trocarmos ideias.

Atenciosamente,
Luiz da Silva Vieira
Pesquisador Embrapa Caprinos e Ovinos
Sobral, CE

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