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Proteína na alimentação de ovinos e verminose - Parte III

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/11/2009

7 MIN DE LEITURA

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Alimentação das diversas categorias:

1. Ovelhas

Ovelhas no inicio da gestação podem ser alimentadas exclusivamente com volumosos de média qualidade (ao redor de 9% de proteína bruta, 55% de NDT, 0,2% de cálcio e 0,2% de fósforo) e sal mineral. Neste período apresentam consumo voluntário ao redor de 2,5-3% do peso vivo em matéria seca. No período das águas podem ser alimentadas com pastagens, capins cortados, leguminosas, etc. Na seca devem ser suplementadas com volumosos conservados (silagens ou feno) ou cana-de-açúcar, com adequação do teor protéico da dieta, o que permite mantê-las em bom estado corporal.

No terço final da gestação o crescimento fetal é acentuado, principalmente no caso de gestação de gêmeos. Neste período o requerimento energético fica aumentado devido ao crescimento fetal e sua exigência nutricional é por volta de 11% de proteína bruta e 60% de NDT, 0,35% de Ca e 0,23% de P. Consomem ao redor de 3-3,5% do peso vivo em matéria seca. Devem receber pastagens de boa qualidade e podem receber suplementação com ração concentrada com 14 -16 % de PB (300-600 g/dia). Nesta fase a ingestão de energia deve ser aumentada para promover adequado crescimento fetal e preparação para a lactação.

Na fase final da gestação, os cuidados com a alimentação devem ser redobrados. Consumo baixo de energia em ovelhas excessivamente magras leva a baixo peso ao nascer das crias, diminuição da produção de leite, redução da habilidade materna e da viabilidade dos cordeiros recém nascidos com consequente aumento de mortalidade das crias. Também a infecção parasitária aumenta. Deve-se manter a ovelha em bom estado corporal e evitar animais excessivamente gordos. Fêmeas jovens ou em gestação de fetos múltiplos, podem apresentar sintomas de deficiência de energia, denominada toxemia da gestação.

Após a parição as exigências energética e protéica são aumentadas devido a produção de leite. Logo após o parto, o consumo de alimento é menor e aumenta progressivamente. Ovelhas de grande produção de leite perdem peso durante as primeiras quatro semanas de lactação, assim sendo, devem ingerir quantidade mais elevada de energia e proteína. Necessitam dietas com aproximadamente 64-68% de NDT, 14-16% de proteína bruta, 0,33% de Ca e 0,27% de P e consomem entre 3,5 e 4% do seu peso vivo em matéria seca. Da parição até o desmame, as ovelhas devem ser alimentadas com volumosos de boa qualidade e ração concentrada com 16-18% de proteína (400-800g/dia), dependendo do tamanho da ovelha, número de crias e estado corporal.

A ovelha atinge seu pico máximo de produção de leite entre a terceira e quarta semana após o parto, diminuindo progressivamente nas semanas seguintes, e na oitava semana a produção de leite geralmente é muito pequena. O período inicial da lactação concentra-se nas oito primeiras semanas pós-parto, representando 75% da produção. Deve-se ter especial atenção na alimentação das ovelhas até 30-45 dias pós-parto, diminuindo, gradativamente, o fornecimento de ração concentrada até o desmame, para facilitar o processo de secagem da glândula mamaria, evitando mastite (inflamação da glândula mamária), bem como estimular o cordeiro a procurar alimento sólido no "creep-feeding".

As ovelhas durante a cobertura devem ser alimentadas com pastagens ou volumoso de boa qualidade ou ração concentrada. O aumento da ingestão de energia imediatamente antes (10 dias) e durante a cobertura (flushing), garantindo ganho de peso nesse período e pode estimular ovulações múltiplas, ocasionando maior proporção de partos duplos.

Quando o sistema de manejo reprodutivo adotado procura a obtenção de intervalos entre partos de 8 meses, ou menos, a alimentação deve ser acompanhada com maior cuidado, devendo se trabalhar com alimentos de melhor qualidade e valor nutritivo.

O nível nutricional dos animais também influi na sua capacidade imunológica. Ovelhas melhor nutridas, recebendo dietas com teores mais elevados de proteína, tendem a apresentar maior capacidade imunitária de resistir à ação da verminose, seja por dificultar a fixação das larvas de helmintos no trato intestinal, ou limitar e até mesmo impedir o seu desenvolvimento, ou seja, ainda por maior capacidade orgânica frente à ação espoliativa dos parasitas (resiliência).

2. Cordeiros recém desmamados em acabamento

Cordeiros desmamados precocemente (50-60 dias) são muito exigentes em nutrientes, principalmente em energia e proteína. O acabamento é feito por um período ao entre 40-60 dias, em confinamento em galpão coberto. Esta fase compreende os cordeiros com peso inicial de 14-16 kg, até um peso final de 30 a 35 kg. Ganhos diários de peso acima de 250 g são adequados, todavia, esse ganho pode alcançar mais de 400g/dia, em animais especializados e de elevado potencial para ganho de peso. A conversão alimentar gira ao redor de 3-3,5:1, sendo, portanto, excelentes transformadores de alimento de origem vegetal, em carne nobre. A exigência nutricional nessa fase situa-se ao redor 16% de PB; 70-75% de NDT; 0,45% de Ca e 0,25% de P na matéria seca total. Consomem ao redor de 4,5-5 % do peso vivo em matéria seca, sendo aconselhável o fornecimento, no mínimo, de 60% de ração concentrada na dieta total, a base de milho e farelos de oleaginosas. O acabamento de cordeiros à pasto é possível mas não é indicado nas regiões onde o verão é marcado pela alta pluviosidade devido à grande susceptibilidade à verminose que esta categoria apresenta, o que torna o sistema mais caro (maior mortalidade, menor ganho de peso diário, maior uso de medicamentos veterinários, maior tempo para terminar os animais o que diminui o capital de giro,).

3.Borregas para reposição (dos 5 meses até a cobertura)

Nessa fase as fêmeas são preparadas para serem futuras reprodutoras e fazer parte do plantel de fêmeas adultas. Quanto mais cedo forem cobertas maiores serão os índices produtivos da propriedade.

As borregas apresentam exigência nutricional de 11% de proteína bruta, 65% de NDT e 0,4%de cálcio e 0,2% de fósforo na matéria seca total ingerida e consomem entre 3,5 e 4% do peso vivo em matéria seca. Devem ser alimentadas com volumosos de boa qualidade, à vontade, e quantidade moderada de ração (aproximadamente 1-2% do peso vivo) com 14-16% de proteína. A partir dos cinco meses podem ser adaptadas gradativamente às pastagens e devem atingir o peso de cobertura (70% do peso adulto) entre 8-14 meses.

Conclusão

Como discutido nos capítulos anteriores, a nutrição adequada, com níveis apropriados de proteína bruta de acordo com as exigências de cada categoria animal, é fator muito importante para aumentar a resistência e resiliência dos pequenos ruminantes à verminose e jamais deverá ser deixada em segundo plano no sistema de produção. Erro comum a que incorrem principalmente produtores iniciantes é começar a investir em instalações e nos animais sem prever uma alimentação adequada durante todo o ano, inclusive para a época da seca, que geralmente ocorre no inverno na região Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Um rebanho bem alimentado certamente terá poucos problemas com verminose.

Por outro lado, animais susceptíveis que não conseguem responder à doença, mesmo quando alimentados adequadamente, devem ser descartados do rebanho.


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Acesse os artigos anteriores, parte I e parte II.

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