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Holding rural: pais e filhos - passado, presente e futuro

POR JOSÉ NEY VINHAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/12/2009

3 MIN DE LEITURA

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O desafio para uma empresa rural é dar continuidade ao seu funcionamento por várias gerações. É sabido que isto não é tarefa fácil para o fundador e as gerações seguintes.

Embora todos saibam da dificuldade da manutenção dos negócios nas próximas gerações, muitos ainda não fazem nada ou muito pouco para planejar o processo sucessório. Embora isto venha mudando nos últimos anos, ainda encontramos poucos produtores ou empresários rurais preocupados com isto.

O problema pode estar na palavra "sucessão", que muitas vezes é mal interpretada. A sucessão em uma empresa rural, não quer dizer que estamos pensando na morte do patriarca ou fundador, e sim na continuidade do negócio com o patriarca ou fundador à frente do mesmo, mas com regras claras de continuidade e crescimento.

É fato que ninguém cria um negócio para uma geração! Os pais se sacrificam, passam necessidades, enfrentam desafios, para quê? Conscientemente ou inconscientemente, todo empresário rural tem um sonho: criar e expandir sua empresa, deixando aos filhos um excelente negócio.

Para que um processo de continuidade da empresa rural com crescimento e distribuição de lucros seja bem sucedido, é importante que se elaborem regras para toda a família. Quando falamos em família, estamos falando dos sócios e dos futuros sócios.

O problema pode estar no fato de que os fundadores não tratem a empresa rural como um negócio ou uma empresa, e sim como agricultura e pecuária, que tem o fator de produção "terra", como um bem de valor econômico e sentimental, muitas vezes, incomensurável. Então temos que falar não mais em terra ou propriedade ou fazenda ou estância, mas sim em empresa rural ou negócio.

Se os fundadores conseguirem passar à próxima geração a ideia de que farão parte de uma empresa ou negócio, e que, portanto, receberão uma porcentagem desta empresa ou negócio, teremos evoluído muito no processo de continuidade do empreendimento.

Alguns pais planejam o futuro da empresa ou negócio rural, pensando em comprar terras para deixar aos filhos ou sucessores em equilíbrio de tamanho e condições, para explorarem os seus quinhões no futuro de forma independente. Neste sentido, é comum encontrarmos propriedades do mesmo grupo familiar com mais de uma sede, mais de um armazém ou unidade de secagem/armazenagem, tudo pela busca de equilibrar as futuras frações de terra que caberá para cada um dos sucessores.

Esta situação já demonstra um pouco da tendência de alguns que procuram planejar a sucessão do negócio, deixando formatadas unidades autônomas, o que normalmente é um erro.

Quando tratamos a terra ou propriedade ou fazenda ou estância, como uma empresa rural ou negócio, temos que pensar em uma unidade para mantermos escala de produção, termos poder de barganha na compra e na venda dos produtos e insumos e, fundamentalmente, diluir custos fixos. Caso contrário, como poderão os sucessores investir em uma colheitadeira, se ficarem com uma área de 200 hectares? Como fará aquele que recebe a estrutura de secagem/armazenagem, que antes atendia 1.000 hectares e agora irá atender somente 200 hectares (sua herança)? Como ficará aquele que recebe em herança o sistema de irrigação, mas fica sem o reservatório ou tomada de água que ficou com outro herdeiro?

Para mantermos a empresa rural de forma única e com potencial de crescimento, é muito importante estabelecer regras para aqueles que administram e para aqueles que são somente sócios. Temos que aprender a separar família do negócio. Isto muitas vezes parece difícil, mas é necessário para a sobrevivência do empreendimento.

Sugestões para alcançar essas metas:

• Separar o caixa do negócio (recebimentos e despesas), do caixa da família;
• Definir uma retirada para os donos dos bens explorados pelo negócio ou empresa;
• Definir a remuneração dos administradores;
• Definir o volume de recursos a ser comprometido, anualmente, com investimentos e amortizações de dívidas de investimento;
• Definir um percentual do resultado para a criação de um fundo de reserva para eventuais perdas e danos climáticos;
• Definir reuniões entre os sócios com apresentação dos demonstrativos econômicos e financeiros do negócio ou empresa;
• Distribuir resultado entre os sócios do negócio ou empresa.

Os administradores do negócio têm que ter consciência de que ao mesmo tempo em que são administradores, também podem ser sócios, mas devem saber se portar como administradores e também como sócios.

Os administradores têm que entender que o objetivo da empresa ou negócio é crescer e ganhar mercado, portanto, reinvestir a totalidade dos lucros auferidos. Por outro lado, o objetivo dos sócios é o de satisfazer suas necessidades pessoais, ou seja, distribuição dos lucros.

"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."

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PAULO CÉSAR COLLA

CAMPINAS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/06/2011

Excelente a abordagem do autor, demonstrando com clareza o que é necessário e essencial fazer para o negócio avançar em bases sólidas.

Parabéns.
WALTER MAGALHAES JUNIOR

MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 27/05/2011

Fantástico!!!!


São artigos dessa qualidade que contribuem verdadeiramente com o desenvolvimento de um determinado setor, seja ele rural, comercial ou industrial.


Considerando as condições presentes no nosso meio, que já perduram por tempos imemoráveis, este artigo traz uma nova luz ao processo de sucessão dentro das organizações agrorurais brasileiras, de forma inovativa e extremamente atual.


Fanástico!!!


Parabens!!!
JOSÉ NEY VINHAS

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/12/2009

Prezado Jorbas, boa tarde, agradeço pelo elogio. Compartilho de tua opinião com relação a família e negócio, mas acrescentaria, que os pais, mesmo aqueles que aproximam os filhos do campo, devem criar nos filhos a cultura de negócio, portanto dizendo que no futuro terão uma participação em um negócio e não na terra. Isto já contribuí para formação no que diz respeito a participação na empresa familiar no futuro.

abraço,
JOSÉ NEY VINHAS

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/12/2009

Prezado Wilson, obrigado. A nossa experiência mostra que com tempo é possível estabelecer regras e ajustá-las a conduta familiar. O importante é sabermos separar a razão da emoção no negócio familia.

abraço,

José Ney Vinhas (joseney@safrasecifras.com.br)
WILSON ASHIDANI

MADRE DE DEUS DE MINAS - MINAS GERAIS

EM 08/12/2009

Ótimo artigo!
Como sucessor, vivi de perto, todos os problemas enfrentados durante o processo sucessório.
Nosso grupo familiar até que preparou bem os herdeiros, mas pecou justamente na falta de uma estrutura de regras claras, principalmente quanto aos processos sucessórios dentro da empresa. Com isso, a chegada dos herdeiros (incluindo aí os gênros e noras dos patriarcas) foi feita sem critéiors e de forma empática.
Isso, aos poucos, minou a estrutra patriarcal, culminando com a cisão e divisão dos bens de produção entre os herdeiros (sem falar nos prejuízos econômicos e emocionais que as sequelas dos atritos causaram ao grupo).
Acho que todo patriarca deve se preocupar com o processo sucessório e com como sua empresa é gerenciada em função disso. Pois hoje vivemos num mundo cada vez mais individualista, onde cada vez menos se investe tempo e recursos pensando-se no outro, ou no grupo.
JOSÉ NEY VINHAS

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/12/2009

Prezado Bruno Mesquita, agradecemos os comentários feitos sobre o artigo.

abraço,

José Ney Vinhas
joseney@safrasecifras.com.br
JOSÉ NEY VINHAS

OUTRO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/12/2009

Prezado Wilmar Crestani, agradecemos os comentários feitos sobre o artigo.
abraço.
JORBAS SAMPAIO DE MELO

JUAZEIRO - BAHIA - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 07/12/2009

Parabéns!
Este é um assunto muito atual e oportuno,visto que é uma realidade, pelo menos a nível de empresas rurais. Como você disse, são muitos os problemas que levam os filhos (ou sócios) a não enfrentarem a propriedade como um negócio ou um emprendimento que gere riqueza e lucro. Creio que um dos fatores que pesa muito na sucessão é o grande conflito de gerações. Os pais trabalharam muito para construir um patrimônio sólido e enquanto vivos não sentem segurança em passar para os filhos o que eles adquiriram. Os filhos por sua vez crescem e desenvolvem outras atividades ou profissões perdendo o interesse pela atividade rural e passam a ver a propriedade apenas como algo sentimental (memórias da sua infância). Para amenizar esta dificuldadde, acredito que é preciso conversar sobre o assunto e começar a quebrar as barreiras para que a família (pais, filhos, irmãos), enxerguem o potencial que todos juntos têm.
WILMAR CRESTANI

SORRISO - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 05/12/2009

Caro José Ney: achei muito importante está sua matéria, pois neste país os patriarcas trabalham muito para conseguir fazer um capital ou adquirir bens para assegurar uma vida melhor para seus herdeiros, porem quando estes assumem não saber gerir corretamente estes negócios e acabam deixando a desejar e na maioria das vezer perdem quase tudo oque seus pais lhes deixaram. As holdings é uma saída de extrema importância para se garantir a sobrevivência das empresas rurais familiares. Temos a necessidade de separar os negócios da empresa rural com as pretenções individuais. Prescisamos determinar as cotas de cada sócios e futuros herdeiros, visando assim a sobrevivencia da empresa rural e para que cada futuro herdeiro saiba que não e proprietário e sim um possuidor de cotas da empresa. Determinar os salários dos administradores e as distribuições de lucros do período aos associados, ficando bem claro que não se pode misturar o particular com o da empresa. É de suma importância definir regras bem clara a serem seguidas na condução dos negócios, bem como mostrar aos associados os resultados obtidos durante o ano, para que os mesmos acreditem na empresa e continuem confiando e investindo no prórpio negócio.
Um abraço. CRESTANI.. Sorriso - MT.
BRUNO DE SOUZA MESQUITA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 05/12/2009

Parabéns pelo artigo!
Realmente é esse pensamento que os atuais produtores rurais devem ter. Assim deixarão de ser produtores para se tornarem verdadeiros empresários rurais, de mentalidade empreendedora. Consequentemente isso reflitirá num aumento significativo de sua produtividade.

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