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Escrituração zootécnica: a base para o sucesso de sua criação

POR CLEDSON AUGUSTO GARCIA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/03/2010

5 MIN DE LEITURA

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Na maior parte do Brasil, o uso da escrituração zootécnica nas propriedades rurais é baixo, isso tanto na ovinocultura como nas demais criações de ruminantes. Já nos países desenvolvidos esta prática ocorre em quase todas as propriedades rurais e a disponibilidade destas informações é de extrema importância, para o sucesso e eficiência dos programas de seleção do rebanho, devendo ser um dos primeiros passos para o desenvolvimento de qualquer atividade.

A escrituração zootécnica é o conjunto de práticas relacionadas às anotações da propriedade rural, bem como: localização, clima, área de pastagens (nativas ou cultivadas), práticas de manejo geral, como nutricional, sanitário e reprodutivo, além de envolver a produção e comercialização dos diferentes produtos e anotações contábeis; desta maneira poderemos ter um controle mais rigoroso do que acontece dentro na criação de ovinos.

A principal importância desta prática é manter sob controle tudo o que ocorre na propriedade e assim tomar decisões mais precisas, corrigindo erros que por ventura possam acontecer. Num sentido amplo, a escrituração zootécnica consiste no conjunto de práticas relacionadas às anotações da propriedade rural que possui atividade de exploração animal, incluindo os tipos de benfeitorias, máquinas e equipamentos, cargos e folha de pagamento dos funcionários, registro de todo o rebanho e suas categorias.

No sentido restrito, a escrituração zootécnica consiste nas anotações de controle do rebanho, com fichas individuais de cada animal, registrando-se sua genealogia, ocorrências gerais e desempenho. Nestas anotações são registradas as datas importantes na vida do animal, como as ocorrências dos nascimentos e pesos das crias, peso ao desmame e ao abate, coberturas, partos (simples ou gemelar), enfermidades, morte, descarte, entre outras. Quanto mais detalhadas as anotações maiores serão os benefícios extraídos destas informações.

Na maior parte dos estabelecimentos de exploração pecuária no Brasil não se realiza anotações zootécnicas individuais dos animais, muitas vezes, quando se realiza, os dados são pouco usados. Quando os dados anotados não são utilizados da à sensação de trabalho perdido. Esta é uma das razões do abandono da escrituração por parte de proprietários e funcionários.

A escrituração dos dados pode ser de maneira manual ou informatizada, sendo que na manual o produtor utiliza fichas individuais para o registro do desempenho de cada animal e as coletivas para o controle das práticas de manejo, tais como vacinações, coberturas, etc. Essas fichas geralmente são armazenadas em arquivos físicos na propriedade, possuindo um custo menor, porém sendo bem mais trabalhoso.

Na escrituração informatizada, estas fichas estão contidas em programas específicos de computador, sendo que as informações são gravadas e armazenadas no disco do computador, com cópias de segurança (back up), para evitar perdas dos dados. Os benefícios da escrituração informatizada são vários, permitindo maior controle, detalhe e integração da informação, com disponibilização fácil e rápida para o usuário, entretanto geralmente apresentam custos mais elevados e necessitam de mão de obra especializada.

Entretanto, na impossibilidade da informatização, a escrituração manual pode bem atender aos objetivos propostos, desde que tomada de forma prática e eficiente. O mercado disponibiliza hoje diversos programas de gerenciamento de propriedade e estes softwares apresentam várias formas de entrada dos dados, controle e níveis de uso da informação.

A utilização das informações disponibilizadas com a escrituração zootécnica permite ao produtor um gerenciamento muito mais eficiente de seu rebanho e da propriedade como um todo, inclusive facilita o controle do melhoramento genético do seu rebanho. Portanto, as principais vantagens consistem em: conhecer melhor cada um dos animais; identificar aqueles mais produtivos e possíveis problemas que estejam ocorrendo no rebanho muito rapidamente.

Outro ponto positivo é a redução dos custos com alimentação, separando os animais por categorias de produção; identificação de raças, linhagens ou animais mais susceptíveis às enfermidades, além de observar o histórico reprodutivo individualmente dos animais. Também é possível agregar valor aos animais no momento da venda, uma vez que o comprador está adquirindo a certificação individual dos animais, com seu histórico e desempenho, o que torna o produto mais competitivo.

A primeira prática a ser adotada na criação dos ovinos é a identificação dos animais, podendo ser feita com brincos, tatuagens, colares, numeração na lã e/ou chips eletrônicos. A melhor opção é aquela, que o ovinocultor usou e está dando certo, seguindo aquele velho ditado "time que está ganhando não se mexe".

A coleta de dados no curral pode ser manual (cadernetas, folhas avulsas ou planilhas de campo) ou até mesmo eletrônica. Após a identificação dos animais, os mesmos devem ser catalogados, com o máximo de informações possíveis.

Os principais benefícios da escrituração é a maior confiabilidade nos resultados, a identificação de problemas através da visualização de índices e o uso de estatísticas como ferramenta. O uso da escrituração facilita a adoção de um programa de melhoramento genético dentro do próprio rebanho e permite a comparação dos custos x resultados, identificando os melhores e piores animais, além da geração do banco de dados mais representativo, quesito de fundamental importância para o desenvolvimento da ovinocultura no país.

Alguns principais índices avaliados na ovinocultura são: a fertilidade que deverá ter média mínima de 85% (relação entre ovelhas cobertas por ovelhas em acasalamento), a taxa de parição que deve buscar média de 90% (relação entre ovelhas paridas e ovelhas acasaladas); a prolificidade com o objetivo de buscar 150% ou mais (relação entre cordeiros nascidos e ovelhas paridas); a mortalidade com média de 5% (relação entre cordeiros nascidos e cordeiros mortos); a taxa de desmame 95% (relação entre cordeiros desmamados e cordeiros nascidos); a taxa de natalidade 140% (relação entre cordeiros nascidos e ovelhas acasaladas).

Assim, é necessário que aqueles que não realizam as anotações passem a fazê-las, para isto buscando orientações junto aos profissionais e entidades competentes. Por outro lado, aqueles que já o fazem, devem procurar se agregar a outros, buscando maior nível do uso das informações, avaliando os dados obtidos de maneira mais criteriosa, como é o caso da realização de avaliações genéticas.

Diariamente nos deparamos com situações que nos levam a meditar sobre o porquê das coisas darem certo ou não. Geralmente, verificamos que o que deu certo ou o que fez sucesso está alicerçado, de alguma forma, em controles bem estruturados e suficientes que permitem a realização de ações, adequadamente planejadas e necessárias para a obtenção do resultado desejado.

O nosso dia a dia está estruturado em ações que nos movem e faz a vida acontecer, sejam eles sucessos ou fracassos, dependendo de como foram realizadas as ações, em resumo se tudo foi bem planejado, organizado, controlado e adequadamente executado o resultado será o sucesso. Caso contrário, possivelmente fracassaremos, no mundo da ovinocaprinocultura ou dos negócios, não pode ser diferente; se não houver planejamento, organização, controle e gerenciamento, com certeza o fracasso irá acontecer

Vamos primeiro fazer o possível e mais fácil, deixando o impossível para depois. Jamais conseguiremos melhorar aquilo que não podemos medir.

Figuras 1 e 2 - Colar de identificação e jogo de números para identificação com tinta ou marcação a frio.



Figuras 3 e 4 - Tatuador para ovinos e reprodutor da raça Suffolk com brinco de identificação.



Figuras 5 e 6 - Leitor eletrônico para ovinos e pesagem dos ovinos em balança eletrônica.

CLEDSON AUGUSTO GARCIA

Professor da Universidade de Marília

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LEONARDO

DOIS VIZINHOS - PARANÁ - ESTUDANTE

EM 17/11/2014

Olá Carlos Francisco Geesdor, como vai? Espero que tudo bem!.



Você pode procurar o pessoal da farmin (https://www.farmin.com.br). Nós estamos com uma proposta bastante inovadora para solucionar a questão da coleta e tomada de decisão para ovinocaprinocultores. A solução permite a coleta de dados a campo, no momento que elas acontecem. E o melhor, o sistema ajuda o produtor a tomar a decisão mais assertiva possível, para o rebanho e também individualmente, por animal.



Se eu puder ajudar em mais alguma coisa, pode favor, deixe-me saber. Meu email é

leonardocfavaro@gmail.com.



Abraços.
RODRIGO

BERNARDINO DE CAMPOS - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/02/2014

Cledson Augusto Garcia :

Parabéns pelo Seu Trabalho, estou fazendo uma pesquisa obre a importância do controle zootecnico de rebanhos, e seu material foi bastante importante para esclarecer algumas duvidas. obrigado      
ELY MARTINS DE LIMA

AREIA - PARAIBA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/10/2013

Para que eu possa transmitir conhecimentos sobre a atividade ovino/caprino aos produtores rurais é necessário que esteja altamente atualizado com as inovações tecnológicas. Para tanto,se possível, desejo receber matérias ou comentários a respeito desta atividade. Aquí, no Nordeste Brasileiro, hoje, é uma atividade que vem se destacando a cada dia quer no avanço tecnológico, quer no hábito alimentar.
CARLOS FRANCISCO GEESDORF

CAMPINA GRANDE DO SUL - PARANÁ - PRODUÇÃO DE CAPRINOS DE CORTE

EM 14/09/2013

Prezado Cledson, bom dia.



Poderia por favor me indicar um programa informatizado de ESCRITURA^~AO ZOOTECNICA?????

Tenho revirado a Internet e não consegui achar.

Obrigado.

Carlos
CLEDSON AUGUSTO GARCIA

SÃO PAULO

EM 08/05/2013

Prezado Moisés Roberto Eloi de qual tabela está se referindo? att
MOISÉS ROBERTO ELOI

CAMPO BOM - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/05/2013

Pessoal não costuma compartihar estar tabelas...gostaria de saber o porque. grande abraço
CLEDSON AUGUSTO GARCIA

SÃO PAULO

EM 24/07/2010

"Prezado Alan Angeli" fico contente por estar com seu rebanho na palma da mão, ou melhor, totalmente informatizado (no computador), pois sem dúvida isso é que faz a diferença na produção de ovinos ou criação de quaisque outras espécies animais. Esse é o caminho de seleção e evolução da ovinocultura. Parabéns para toda sua equipe pelo brilhante trabaho.
ALAN ANGELI

MARINGÁ - PARANÁ - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 21/07/2010


Será que poderia me indicar um sistema de escrituração informatizada?
grato!
CLEDSON AUGUSTO GARCIA

SÃO PAULO

EM 12/04/2010

"Prezado Ananias Duarte", obrigado e fico contente de estar usando todas essas tecnologias disponíveis no mercado, com certeza irá ter grande sucesso na atividade ovinícola, principalmente em função do melhoramento genético certeiro que terá num futuro breve.
CAPATAZ ASSESSORIA RURAL

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 10/04/2010

Caro Dr. Cledson.
Muito, muito boa sua visão sobre a importância e a necessidade dos controles sobre o negócio pecuário.

É fato que os gestores precisam de informações úteis, precisas e tempestivas sobre o desempenho e/ou andamento do seu negócio. Na pecuária, por sua vez, não poderia ser diferente. E mais: é exatamenta na pecuária que se mais precisa de informações.

Infelizmente, como o senhor mesmo disse, os pecuaristas brasileiros ainda não enxergaram ou entenderam isso! Trabalham no "escuro". Não sabem nem o básico: quantos animais existem no plantel; quantos nasceram; quais matrizes pariram ou não; quais matrizes rejeitaram suas crias; quantos morreram e por que/de que morreram; quais são os índices zootécnicos de seu plantel, etc.

Particularmente, e até por experiencia própria, penso que a escrituração zootécnica por meio de fichas, cadernos, cadernetas e similares não funciona e é pura perda de tempo.

Não adiante ou basta ter fichas e mais fichas cheia de dados e não ter informações. Vale lembrar que o objetivo da EZ é gerar informações úteis, precisas e tempestivas para o pecuarista. Por sua vez, as informações são geradas a partir dos dados coletados, registrados e manipulados (trabalhados).

Citamos, por exemplo, o calcúlos dos índices zootécnicos citados pelo Sr. Para sabê-los/apurá-los a partir de anotações (dados) em fichas, já pensou no trabalhão que isso dá? Na probabilidade de erros? E mais, o pecuarista não tem "obrigação" de saber fazer esse tipo de cálculo, são fórmulas complexas e complicadas. Cálculo é coisa para matemáticos ou computadores!

Bem, como disse, minha experiência em EZ em fichas foi frustante. Porém, a partir do momento em que passei a usar um programa especialista em Escrituração Zootécnica e Controle de Rebanhos, tudo mudou! Tenho informações úteis e precisas, com apenas um clic!

Como o sr. mesmo disse, felizmente já existe no Brasil diversos softwares especialistas em EZ. E, felizmente, também, os pecuaristas brasileiros já estão "informatizados"; já andam "navegando" pelo mundo cibernético e obtendo informações que o ajudam no dia a dia do seus negócios.

Parabéns e obrigado pela matéria.



LUIZ CESAR NADAL

GUARAPUAVA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 02/04/2010

Gostei. Repassarei para meus alunos do curso técnico.

Saudações

Prof. Nadal

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