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Agricultura familiar não consegue cumprir requisitos sanitários

postado em 18/10/2012

2 comentários
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A agricultura familiar não consegue atender as exigências sanitárias para comercialização de produtos em escala nacional. Só 2% dos produtores estão cadastrados no sistema do governo que concede autorização para que os produtos cheguem aos consumidores de todo o País, o Sistema Único de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). A informação foi divulgada pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário em audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, nesta quarta-feira (17).

O coordenador do Movimento dos Pequenos Agricultores, Valter Israel Silva, defendeu uma legislação adequada ao pequeno produtor. Ele denunciou que os entraves impostos para que a produção artesanal não ultrapasse os limites do município são mais uma barreira comercial do que sanitária e cita um exemplo de como o produtor burla a legislação. "Como o pessoal vende o queijo minas artesanal, que é reconhecido pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] como patrimônio histórico nacional? Se deslocando de Minas para São Paulo na madrugada e vendendo escondido em São Paulo", afirmou Valter.

Ele observou que, assim como essa situação acontece com um produto que é reconhecido como patrimônio nacional, algo parecido ocorre com a produção camponesa. "Há uma perseguição. Está sendo jogada na clandestinidade a produção camponesa. Essa é a nossa denúncia, a nossa angústia e o desabafo que estamos fazendo aqui na audiência pública."

Adaptação da legislação

O próprio governo reconhece a necessidade de adaptar a legislação aos pequenos produtores. O secretário de Agricultura Familiar do Ministério de Desenvolvimento Agrário, Valter Bianchini, sugeriu procedimentos mais simples e menos burocráticos. "As exigências, sejam por portarias ou por leis, estão muito adequadas à grande agroindústria", ressaltou o representante ministerial. Segundo Bianchini, são exigidos muitos equipamentos, muitas vezes os custos não são adequados, além da necessidade do acompanhamento de um bioquímico.

"Exigem que aqueles produtos passem por um processo de registro como qualquer produto de grande escala, isso leva anos, encarece", acrescenta o secretário de Agricultura Familiar. "Então, os procedimentos da grande empresa não são adequados à realidade dessas indústrias artesanais."

Negociação com o governo

A deputada Luci Choinacki (PT-SC), uma das autoras do requerimento para a audiência pública, abraçou a causa e se comprometeu a negociar com o governo ajustes na legislação. Segundo a deputada, o que não puder ser alterado por meio de decretos e portarias, deve ser objeto de um projeto de lei que ela deve apresentar.

Já o deputado Assis do Couto (PT-PR) avalia que o conjunto de leis e regulamentos existentes só serve para promover uma reserva de mercado. Ele sugeriu que fosse estimulada a adesão dos pequenos agricultores ao Suasa e que fosse editada uma cartilha explicativa sobre esse sistema de sanidade agropecuária.

As informações são da Agência Câmara, adaptadas pela Equipe AgriPoint.

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Comentários

Paulo Tilelli de Almeida

Bebedouro - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 19/10/2012

Alimento é coisa séria...não adianta transferir responsabilidades de fiscalização a municípios e Estados sem auditar o que se fara nestes estabelecimentos quando produzindo.


Entendo que a saúde do consumidor está em risco, por exemplo, os frigoríficos sob inspeção do estado de São Paulo não têm veterinários da Inspeção nos momentos de abate.


Andre Luis Zanatta

Coronel Vivida - Paraná - Produção de leite
postado em 19/10/2012

Parabéns. Pois na europa pequenas agroindustrias familiares são responsáveis por grande parte da produção de alimentos com muita responsabilidade sanitária e qualidade. A rigorosidade e o nivelamento do serviço de inspeção não é o caminho para o Desenvolvimento sustentável do nosso País.

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