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Sementes mais puras, sem a máquina ideal

postado em 09/12/2010

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Em plena época de reforma de pastagens, que vai até fevereiro, pecuaristas e empresas de sementes enfrentam um problema no campo relacionado à Instrução Normativa 30, de 21/5/2008, do Ministério da Agricultura. A IN 30 elevou a exigência do teor de pureza da saca de sementes para pasto (braquiárias) de 40% para 60%. A mudança, que significaria economia na hora de formar o pasto, não está tendo o efeito desejado porque não há, nas fazendas, maquinário adequado para receber sacas com maior teor de pureza de sementes - com menos palha e terra.

"Há dois problemas. O primeiro é a falta de semeadoras reguladas para trabalhar com uma menor quantidade de sementes. O segundo tem a ver com uma questão cultural do pecuarista, que acha que se jogar menos semente do que está acostumado, o pasto não ficará bem formado", diz o agrônomo e consultor Rodolfo Wartto Cyrineu, de Itapetininga (SP).

Para entender a mudança, até o ciclo 2008/2009 uma saca de sementes de braquiária tinha, no mínimo, 40% de pureza. Portanto, em 20 quilos apenas 8 quilos eram de semente - 12 quilos eram de terra, palha e outras impurezas. Com a IN 30, que exige pelo menos 60% de pureza, uma saca passa a conter 12 quilos de semente e sobram 8 quilos de material inerte. Pelos cálculos, o pecuarista está habituado a semear 10 a 15 quilos de semente/hectare; com a saca mais pura, são necessários apenas de 7 a 10 quilos/hectare. "Há máquinas para semear 15 quilos, 10 quilos no mínimo/hectare. Para menos que isso, não há máquina."

A lei veio para melhorar, mas o produtor está insatisfeito, segundo Cyrineu. Para ajustar a quantidade de sementes à regulagem da máquina, produtores estão misturando a semente com material inerte e com adubo. "É o paliativo adotado por muitos produtores. Fazer o enchimento da semeadora com areia, palha de arroz e adubo", conta o diretor-comercial da empresa de sementes JC Maschietto, de Penápolis (SP), Murilo Nahas Batista. "O problema do adubo é que ele tem alta densidade e a semente, baixa densidade. A tendência é, portanto, que o adubo desça e a semente suba", diz Cyrineu. Outro risco, segundo o agrônomo, é que adubos salinos, como cloreto de potássio e nitrato de amônio, queimem a semente.

Batista diz que, do lado das empresas de sementes, o problema da IN 30 tem sido a concorrência desleal. "Uma saca de semente de melhor qualidade custa mais caro, mas a compensação é que se usam menos sementes por hectare. O problema são os produtores que não têm a máquina apropriada para semear a quantidade menor de sementes e buscam uma semente mais barata no mercado, que normalmente não respeita o nível de pureza da IN 30", afirma.

"O produtor economiza R$ 1 por quilo de semente, mas em vez de semear 12 quilos por hectare, semeia 18 quilos por hectare - sendo que nestes 18 quilos há mais palha e terra." Batista calcula que o País tenha cerca de 600 empresas produtoras de sementes e defende uma maior fiscalização por parte do ministério. Segundo ele, há empresas que vendem a saca com valor cultural de 36%.

"Embora na teoria esse índice seja aceito, na prática é ilegal, pois a empresa quer compensar na germinação a falta de pureza." O valor cultural (VC), além da espécie da forrageira, é o parâmetro que define a quantidade de sementes por hectare e é calculado com base nos índices de pureza e germinação. "Pela lei, a germinação pode ser de 60%, mas na prática todos adotam um índice de 80% de germinação. Portanto, o índice mínimo permitido teria que ser de 48%", explica Batista.

A reportagem é do jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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