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Dayanne Almeida: "A grande diferença entre Brasil e Nova Zelândia em termos de cadeia produtiva é resumida em uma palavra só: foco".

postado em 17/08/2011

25 comentários
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Confira a entrevista realizada pela Rádio Estrada Fora com Dayanne Martins Almeida, zootecnista pela Unesp de Botucatu e represante técnica na América do Sul pela One Stop Ram Shop Genetics - Criação de Reprodutores Ovinos de Elite da Nova Zelândia. A Rádio Estrada Afora foi criada em abril de 2009 por dois alunos de doutorado em Ciência Animal (Zootecnia) e Biológica: Rodrigo Pacheco e Gustavo Cruz. O meio de comunicação (rádio) foi escolhido por ser de fácil acesso e apresentar tecnologias que permitem distribuição em áreas remotas do planeta. Os temas discutidos durante os programas englobam tanto questões regionais como mundiais. A participação dos ouvintes é de extrema importância para a geração de discussões, as quais consequentemente, promovem o conhecimento. Abaixo escute o áudio da entrevista e leia os principais destaques.










Destaques da entrevista

"A grande diferença entre Brasil e Nova Zelândia em termos de cadeia produtiva é resumida em uma palavra só: foco. Aqui o pessoal levou 40 anos para focar no que hoje é a ovinocultura do país e eles vivem disso. A NZ é um país que possui 4 milhões de habitantes e 50% da terra é composta por montanhas de mais de 2 mil metros, eles precisam ser eficientes naquilo que fazem se não eles ficarão para trás. Tudo aqui tem foco, se eu quero chegar na meta A, eu tenho 1,2,3,4 e 5 pontos. Se eu sair desses 5 pontos, não consigo chegar na meta A".

"No Brasil, as pessoas fazem estágio em associações, fazem estágio em fazenda, em cooperativa ou consultoria e não existe um padrão, não existe um foco, nem mesmo nas universidades. No Brasil, há universidades focadas em uma raça só, há universidade focada em produção leiteira, tem universidade que é focada em utilização de amendoim para a alimentação de cordeiros. Não há foco e a gente não consegue trabalhar junto".

"O individualismo na cadeia produtiva do Brasil é o que na minha opinião impaca todo o resto, por mais que a gente tenha potencial, por mais que a gente tenha vontade, essa desunião não nos deixa caminhar. Aqui o foco é muito forte, tudo faz sentido, tudo tem uma pergunta e uma resposta caminhando para o objetivo deles que é a produção de carne".

"Quando eu cheguei na Nova Zelândia eu perguntei qual era o segredo, já que o país é um dos maiores produtores de ovinos do mundo. E a pessoa me respondeu da forma mais tranquila e direta dizendo que lá eles não criam ovelhas, mas criam pastos e a ovelha é consequência do sistema. Eu achei essa filosofia incrível pois no Brasil a gente trabalha o inverso. Temos formulações de rações para ovinos fantásticas com porcentagem e acurácia incrivelmente medidas, mas tudo que vem antes disso, não acompanha essa formulação. Aqui nós começamos com o básico, que é o alimento - pasto, a forma mais barata de alimentar os animais. Se a mãe dos cordeiros não se alimenta bem, ela não vai produzir leite e consequentemente não vai criar os cordeiros bem. E não adianta eu dar uma ração com uma formulação fantástica para este cordeiro daqui 2 meses, pois se ele não teve crescimento satisfatório no período inicial da vida dele, ele não vai trazer bons resultados no confinamento, pelo contrário, eu vou estar gastando mais com esse animal".

"Aqui eu posso dizer que se produz ovinos, e no Brasil se cria. A produção na NZ é voltada para carcaça. Quando eu olho o animal pendurado no frigorífico o significado dele é carne, eu não olho a raça, mesmo porque são várias raças que eles usam aqui, não tem uma raça pura na maioria das vezes e sim raças compostas que dão n tipos de animais em termos de aparência. Por exemplo: aqui na fazenda eu tenho 10 diferentes raças e compostos e a partir do momento que eles viram carcaça, todos eles são iguais. Você não fala o que que era da raça a, b ou c porque geneticamente eles tem a mesma máquina".

"No Brasil o produtor se preocupa se a ovelha pariu, quando o cordeiro vai entrar no confinamento e com quantos quilos ele vai sair de lá. Para isso, o reprodutor precisa ter 10 premiações e há pouca importância sobre os resultados no frigorífico, o que importa é que eu finalizei e mandei para lá. A parte como criador está feita e não há mais nenhum vínculo. Pouco importa se meus animais possuem carcaças tipo A ou tipo B. Não há um link e uma preocupação com o consumidor. Aqui pouco importa se a orelha é grande ou pequena, se o animal tem manchas nas costas ou não, ele é carcaça e precisa atingir uma qualidade x para alcançar aquele mercado".

"Como a NZ depende muito da agricultura, inclusive grande parte do PIB deles é oriundo da agricultura e 90% do que se produz aqui é exportado, a demanda por qualidade e eficiência é muito grande, pois se eles deixam de produzir x números de cordeiros, eles vão deixar de exportar x números de cordeiros. Então é menos dinheiro entrando e a economia cai um pouco. E para estar melhorando, eles tem a consciência que precisam trabalhar coisas elementares que muitas vezes a gente deixa passar despercebido".

"A partir do momento que a lã começou a decair aqui, os produtores não tiveram outra opção além de abater matrizes até que um certo grupo de criadores resolveu procurar outras opções para os ovinos que não fosse a lã. Então, foram introduzidas algumas raças europeias no país para dupla aptidão e novos caminhos foram pesquisados. Como tudo aqui é pequeno, as informações chegam muito rápido e para isso eles tem órgãos especiais para a difusão do conhecimento e da pesquisa. Eles também recebem bastante influência da Austália".

"Quando a produção de carne virou prioridade, eles tiveram praticamente que mudar todo o sistema e para isso precisaram rever e aplicar bases da zootecnia para ganhar dinheiro e manter a posição no mercado mundial. Aqui a união entre universidade, produtor e consumidor é muito grande, eles se comunicam bastante, porque um depende do outro".

"Mesmo no RS, onde a ovinocultura é considerada top, os produtores não entendem muito sobre melhoramento genético, mesmo tendo cultura e universidades por lá".

"Precisamos achar o nosso foco. Nós ainda estamos presos num monópolio genético. Se eu trago genética de fora, ela é de ponta, então o valor é milionário. O produtor busca genética para alavancar a sua produção mas os preços de reprodutores no Brasil são muito caros. Numa feira no RS havia um reprodutor custando US$ 9.000,00. Na fazenda aqui onde eu trabalho, que cria reprodutores, o carneiro mais caro custa US$ 1.000,00 e está entre top dos 10%".

"A NZ não tem preocupação nenhuma em esconder a informação. Tudo aqui em termos de pesquisa é aberto para a população, é aberto para os produtores e é aberto para os sites internacionais. Eles não tem medo de desvendar segredos e gerar possíveis competidores".

"Atualmente é produzido 1 milhão de toneladas de carne ovina no mundo, quantidade que não sustenta a demanda atual. A NZ sabe que não vai conseguir sustentar toda essa demanda, mas o que eles querem é promover a carne ovina e ter países para ajudá-los a produzir e sustentar este mercado".

"Nós aqui recebemos clientes do mundo inteiro. Nós fazemos primeiro a pré venda. Nós apresentamos as raças ao cliente e vamos na fazenda dele para ver o sistema de produção, o manejo, o objetivo, a taxa de prenhez, a resistência aos vermes e à fotossensibilização, etc. Então, elaboramos um relatório e escolhemos a raça ou composto que vai melhor se adaptar a realidade do cliente. A partir do momento que defino a raça ou composto eu escolho o animal que mais se aproxima".

"Aqui os animais passam por seleção genética e nada é feito a olho. Desde que o animal nasce, ele tem um acompanhamento da taxa de crescimento, resistência a vermes, prolificidade, sobrevivência ao nascimento, sobrevivência ao desmame, etc. Acompanhamos esses animais com uma ficha de campo desde o parto e captamos todas as informações possíveis. E como aqui nós produzimos reprodutores, precisamos realizar uma seleção maior, para atingirmos uma maior gama de produtores. Todos os animais possuem uma ficha que os classificam e que dá uma resposta final que é: quanto em termos de dólares esse animal adiciona na progênie?".

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Comentários

Deivison Novaes Rodrigues

Pontes e Lacerda - Mato Grosso - Zootecnista
postado em 17/08/2011

Olá Dayanne, se não for lhe pedir muito, gostaria que você esclarece como funciona, em termos de procedimento e custos, todo o processo de importação de reprodutores da NZ para o Brasil. Penso eu que esta seja a dúvida de muitos produtores.

Abraço

Genésio Saraiva

Sebastião Laranjeiras - Bahia - Produção de gado de corte
postado em 17/08/2011

Olá Dayane, ótima entrevista, que gerou equivalente artigo.
Só lamento que tudo que você apontou como falha em nosso modo de ver o mundo da ovinocultura,  seja um problema em quase tudo o que fazemos. Nós simplesmente não nos amamos, somo fortemente imediatistas e dinheiristas. Não possuímos nenhuma "cola" social, Como você disse, falta-nos um foco. Ainda não sabemos o que queremos ser.

Guilherme Caires Borges de Souza

Guararapes - São Paulo - Estudante
postado em 17/08/2011

Dayanne, gostaria de agradecer imensamente por compartilhar parte do seu conhecimento aqui. Realmente, aqui o que falta é foco. Em conversas com produtores aqui da região percebi que eles "estão perdidos". Literalmente, eles criam. Adorei suas palavras.

Muito obrigado.

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
postado em 17/08/2011

Olá Deivison!

Os procedimentos para a aquisição de genética da NZ são relativamente simples uma vez que os protocolos de exportação/importação de ambos os países sejam seguidos. Após escolha dos animais, estes são dirigidos para quarentena ou pelo tempo mínimo requerido pela autoridade federal que no caso da NZ é o MAF (MAPA para o Brasil). A coleta de sêmen e/ou embrião é feita por um laboratório especial contratado pela fazenda vendedora e seguindo a programação deste (perído de coleta e preparação). A fazenda, também, dispõe de uma agência particular de exportação e é ela que organiza toda a parte burocrática da comercialização entre os dois países bem como é responsável pelo envio do material até o Brasil. Para isso eles, normalmente, incluem uma taxa de 10% do valor total da venda. Uma vez estando no Brasil, geralmente, o laboratório que fará a coleta e avaliação é contratado pela fazenda compradora. Assim, uma vez chegando ao Brasil, o tanque é de total responsabilidade do comprador. A One Stop Ram Shop já exporta para uma série de diferentes países e por esse motivo possui experiência para esse tipo de comercialização. Animais vivos também podem ser exportados mas os procedimentos são bem mais detalhados e requerem antecedência na organização de pelo menos 1 ano. Os preços de sêmen e/ou embrião são os mesmos para qualquer raça e qualquer posição no ranqueamento genético do animal aqui na fazenda e são dados sempre em dólar americano (US$). A diferença se dá no frete, logo a quantidade de pedidos é que determina a dissolução do valor deste. Há suporte pré e pós venda em qualquer comercialização de animais pela OSRS e ele é parte da qualidade do serviço prestado tanto para os clientes neozelandeses quanto para os internacionais.

Espero poder ter ajudado de certa forma e não hesite em me contatar para maiores informações.

Muito obrigada!

MAIRA YONEZAWA

São Paulo - São Paulo - Médico Veterinário
postado em 17/08/2011

Daya, parabéns pelo seu trabalho!! fruto de muito suor e sacrifícios, eu sei!! Tudo mérito seu amiga!! Continue representando nossa faculdade e nosso país com essa garra!! Obrigada! Beijos

Leandro Busch

Bauru - São Paulo - Estudante
postado em 18/08/2011

Parabéns pela entrevista Dayanne! Fico feliz em ver seu entusiasmo no trabalho! Realmente eu concordo com você. Aqui no Brasil os criadores não têm esse foco que você nos relata. Muito menos essa união na produção. O mais triste é que se acaba produzindo muita carne de má qualidade, prejudicando o mercado da carne ovina. Existe um longo trabalho a ser feito! Pretende voltar e trabalhar nesse mercado no Brasil?!

Abraços,

Leandro Busch - Bauru/SP -  M. Veterinário

António Luiz Gomes

Santarém - Santarém - Portugal - Pesquisa/ensino
postado em 18/08/2011

Ótima entrevista. Informação muito interessante.

PRUDÊNCIA GOMES DOS SANTOS

Alegrete - Rio Grande do Sul - Produção de ovinos de corte
postado em 19/08/2011

Muito Bom! Leitura produtiva e esclarecedora. Aqui na minha região os "fazendeiros" criam ovelha esperando que sanidade e peso caia do céu e depois emitem opiniões negativas quando ouvem falar em ovinicultura: "ovelha dá muito trabalho e pouco lucro".

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 19/08/2011

Parabens Guria !
Eldar Alves
criador Raça Poll Dorset

Sergio Antonio Schwartz Custodio

Iporá - Goiás - Pesquisa/ensino
postado em 19/08/2011

Olá Dayane, Talvez tenhamos que entender que somos um país continental e ao contrário da NZ temos 200 milhões e não 4 milhões de habitantes. Certamente deve ser mais fácil organizar uma cadeia produtiva e ter um pensamento único num país menor. Não estou com isso justificando nossa incompetência, mas penso que para o Brasil, uma boa saída seja organizar-se em regiões de acordo com condições de clima, relevo e perfil socioeconômico. Não adianta querer que os produtores do sertão nordestino pensem como os gaúchos pois são realidades diametralmente opostas. O que precisamos é que nossa cadeia produtiva seja gerenciada em setores, ou em fatias, de acordo com a aptidão. Temos um potencial muito maior que a NZ, mas precisamos da mentalidade dos Neozelandeses.

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
postado em 19/08/2011

A Maira Yonezawa, ao Antonio Gomes e ao Eldar Alves muito obrigada pelo incentivo. Estou mesmo bastante agradecida e feliz!

Ao Leandro Busch seria muito cômodo continuar na Nova Zelândia onde tudo funciona harmoniosamente, mas minha meta sempre foi voltar para o nosso Brasil com o máximo de experiência e conhecimento que eu puder adquirir aqui para poder retribuir a sociedade que custeia as universidades públicas toda a preparação que a mim foi permitida na forma de exercer minha profissão como zootecnista dentro da área que tanto amo: a ovinocultura.

Ao Leandro Bush novamente, ao Genésio Saraiva, ao Guilherme de Souza e a Prudência dos Santos muito obrigada pela enfatização e discussão. Amadorismo e negligência também são fatores inerentes a cadeia produtiva ovina no nosso país e isso já se faz sabido há muito tempo. Criadores 'pára-quedistas' e o 'estrelismo' contribuem e muito para as divergências do setor da mesma forma. Infelizmente são poucos os consultores técnicos autônomos em ovinos que conseguem 'sobreviver' financeiramente dentro do sistema, desenvolvendo um trabalho decente e voltado para a zootecnia de resultados.

Ao Sergio Custodio muito obrigada pela contribuição na discussão. É de fato muito construtiva e justa. Comparar o Brasil com a Nova Zelândia em termos geo-demográficos realmente não é a melhor forma de justificar erros ou acertos uma vez que se trata de culturas e programas de desenvolvimento socioeconômico completamente distintos e esta não foi minha intenção na entrevista. Acredito, sim, que organização parta mais do fator necessidade do que do fator área/população (ainda que este esteja a favor). A Austrália é tão grande quanto o Brasil e tão diversa quanto nós da mesma forma. O que nos falta então? Acredito que não sejamos incompetentes, que tudo que relacionou e citou seja, sim, chaves paras as 'algemas' da cadeia produtiva da ovinocultura no nosso país. Concordo plenamente. No entanto, falta-nos o ingrediente-chave que eu pude sentir na imensa maioria dos profissionais e pessoas ligadas ao setor ovino na Nova Zelândia: humildade. De tão grande a humildade é o que nos falta.

KiLOViVO - Ovinocultura de precisão - (65)99784004

Tangará da Serra - Mato Grosso - Técnico
postado em 26/08/2011

Prezada Dayanne:

É proposital a minha manifestação, apenas, agora, depois de a sua entrevista já ter recebido os comentários mais imediatos.

Venho acompanhando e degustando as suas postagens. Mas, agora, não posso deixar de manifestar que é um privilégio contarmos, aqui no Brasil, com as opiniões e ensinamentos de alguém que, com conhecimento e competência, nos mostra as realidades da Ovinocultura como atividade estritamente empresarial no cenário intercontinental.

Parabéns pela forma como você expõe as suas idéias e pela sabedoria com que você escolhe os conteúdos das suas abordagens, sempre oportunas e esclarecedoras.

Quero que saiba que comungo com os seus posicionamentos. Muitos deles, além de outros afins, venho comentando há mais de dois anos aqui no FarmPoint (consulte "Giorgi Kuyumtzief" em <<Buscar Conteúdos>>) num trabalho persistente no sentido de provocar o "despertar" do ovinocultor brasileiro.

Desejo-lhe sucesso pleno em seus objetivos e aguardo mais postagens assinadas por você.

Um fraterno abraço.

*** GiORGi ***

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
postado em 01/09/2011

Olá Giorgi,

Muito obrigada pelas palavras que me dão suporte e força para continuar enfrentando o frio intenso, a distância da minha família e amigos e o calor humano do nosso Brasil.

Acredito que motivação não seja apenas alimentada pelo reconhecimento mas pelo amor que temos ao que fazemos e pelo fato de acreditarmos no nosso trabalho. Eu tenho alguns ídolos dentro da ovinocultura como o Dr Antônio Sérgio Villas Bôas e a Zootec Ana Carolina Prado Zara, os grandes responsáveis por terem introduzido a mim o significado da zootecnia de resultados. Hoje, recebendo apoio e incentivo, sinto-me na obrigação de poder provocar nos profissionais e pessoas ligadas a nosso setor essa mesma paixão e respeito pela produção ovina e que a mim foi apresentada.

Nós profissionais do setor e idealistas merecemos suas palavras e devemos sempre nos manter unidos. É válido lembrar, também, que o sucesso do nosso trabalho é diretamente proporcional ao amor que temos por ele. Essa é minha filosofia como profissional e o que procuro passar para as pessoas com quem me relaciono.

Um forte abraço e muito obrigada mais uma vez!

Dayanne

sergio galdi faria

Frutal - Minas Gerais - Produção de ovinos
postado em 23/09/2011

Dayanne
Parabens, me sinto compensado por termos passados dois dias juntos . O "foco" foi
por mim assimilado e estamos correndo para atingi-lo.
Continue com este seu amor e garra para com a ovinocultura
Sergio Faria ( Fazenda Sta. Terezinha do Cerradão - Frutal - MG )

VERA FARIA

São Paulo - São Paulo - Produtor Rural
postado em 23/09/2011

QUE NOS SIRVA DE EXEMPLO, A GDE FORÇA DE VONTADE E O AMOR PELA OVINOCULTURA,O QUE  ESTA MENINA BRASILEIRA FAZ,AO SE DISPOR,  A CONSERTAR CERCAS,DIRIGIR TRATOR, ACORDA RDE MADRUGADA PARA ALIMENTAR ANIMAIS,  NUM PAIS  MTO DISTANTE DO NOSSO  ACHANDO TD ISTO FANTÁSTICO!!!
PARABÉNS

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 23/09/2011

Ola
Dayanne ,por favor , poderia nos descrever um pouco sobre a utilizaçao da raça dorper ai na nova zelandia ? contribuiçao da mesma, tricross etc....

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
postado em 23/09/2011

Obrigada imensamente Sergio e Vera Faria pelas palavras tão motivadoras. O caminho percorrido nesses últimos 3 anos tem sido muito mais gratificante para mim do que a realização do sonho como um todo. Foi um prazer conhecê-lo pessoalmente e mais uma vez obrigada pela hospitalidade e pela agradável e enriquecedora 'conversa ovina' que tivemos. Enfatizo o convite afirmando que será sempre bem-vindo a nos visitar aqui na Nova Zelândia quando quiser. Muito obrigada a vocês mais uma vez!  

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
postado em 23/09/2011

Olá Eldar Alves, no início do mês recebi um questionamento do Med. Vet. Daniel de Araújo justamente sobre a raça Dorper na Nova Zelândia. Vou postar aqui, novamente, minha resposta a ele para você. Obrigada pelo contato!

"Os primeiros embriões Dorper foram trazidos da Austrália para a OSRS em 2000, justamente quando a raça foi introduzida na Nova Zelândia e antes mesmo de ser criada a Associação Neozelandesa de Criadores de Dorper (2002). Problemas de casco são o principal limitante dos animais na fazenda e o descarte direto daqueles que apresentam o problema faz parte do programa diário de manejo juntamente com a seleção para gemelaridade já quando borrega. Temos obtido resultados muito satisfatórios nas gerações subsequentes desde então. Além das características inerentes à raça, a principal razão pela procura de reprodutores Dorper na fazenda é o fator lã. Por serem desprovidos de lã ao redor da genitália, ânus e barriga e, também, pela lã no dorso sofrer 'queda' natural, os produtores estão se utilizando cada vez mais de reprodutores Dorper para cruzamentos industriais e economizando bastante na tosquia.

Há também procura pelo carneiro Dorper para primeira cruza de borregas em virtude da diminuição significativa da incidência de partos distócicos. A ideia de menor estacionalidade reprodutiva ainda é discutida frequentemente nos seminários e dias-de-campo e pelo que venho sentindo é muito mais pelo fator mão-de-obra do que pela tradição do país.

Depois do fator lã, o principal diferencial positivo da raça quando comparada com aquelas pré-estabelecidas na Nova Zelândia é a precocidade reprodutiva inserida já no meio-sangue e o que atrai bastante os produtores comerciais de ovinos. No início do ano, enviamos ao frigorífico 3 lotes experimentais de cordeiros contemporâneos de diferentes grupamentos genéticos (Perendale-Texel, Dorper e Texel-Suffolk) para avaliação de carcaça (serviço extra proporcionado por meio da utilização da tecnologia de Raio-X). Os requisitos para premiação de rendimento de carcaça são < 35% para quarto dianteiro, > 30% para lombo e > 35% para quarto traseiro. Dos 3 lotes os que apresentaram maior média de animais dentro dos 3 requisitos foi o cruzamento Perendale-Texel. No entanto, ainda há discussão sobre o que é interessante para o frigorífico e o que é viável para o produtor em termos de manejo. A seleção para o quarto dianteiro tem apresentado forte correlação com a incidência de partos distócicos."
(...)

Dayanne Martins Almeida

Masterton - Wairarapa - Nova Zelândia - Zootecnista
postado em 23/09/2011

Continuação (...)

"Por haver ainda forte resquício do tradicionalismo no país acredito que o Dorper ainda deva 'lutar' muito para conseguir seu 'lugar ao sol'. Agora com os preços da lã subindo novamente torna-se mais difícil ao produtor 'desprender o pé' da produção de lã. No entanto, a raça passa por situações extremas aqui desde a surpresa nos olhos dos produtores que ainda não a conhecem até a utilização satisfatoriamente contínua na formação da linha materna (1/4 e 3/8) dos rebanhos comerciais que a descobriram como diferencial positivo. Apesar de tudo, todo o ano há aumento nas vendas de reprodutores Dorper ainda que inexpressiva quando comparada aos demais cruzamentos estabilizados na fazenda."

eldar rodrigues alves

Curitiba - Paraná - governo
postado em 29/09/2011

Ola Querida !
Grato pela resposta .
Seria pedir muito falar um pouquinho da utilização da raça poll dorset ai na Nova Zelandia, pois estou importando semen dai, atraves do Sergio Nadal se quiser dar uma olhadinha na minha cabanha cabanhakingsize.com.br

RICARDO MEDEIROS

Natal - Rio Grande do Norte - Produção de ovinos de corte
postado em 08/03/2012

Ouvindo toda a entrevista da Dayanne podemos parar e pensar.
Os fatores de atraso são históricos, caminhar para uma ovinocultura diferenciada é questão de tempo.
Introduzir rapidamente os conceitos já enraizados na Nova Zelândia e Austrália, alem de muita coisa do Uruguai, nos levaria a outro patamar (digamos vencer a diferença de 40 anos em 04 ou 05 anos), poderíamos tomar como parâmetro a agricultura no cerrado (altamente tecnificada ) que avançou assustadoramente em poucos anos.
Portanto devemos neste momento deixar de citar os gargalos e "focar" sim, focar em todos os requisitos que podemos rapidamente introduzir aos nossos planteis.
A idéia é que os criadores juntamente com os técnicos possam abordar a caprino-ovinocultura com outro olhar.
Os vários projetos que aqui estão se estabelecendo podem procurar este rumo, procurar novos métodos de criar, de manejar, de estabelecer novas metas.
Vamos avançar, vamos ousar! A hora é agora! realmente esta na hora de mudar, de assumir novas posturas, com certeza os resultados serão maravilhosos.

CARLOS ALBERTO DO NASCIMENTO MORAES

Camanducaia - Minas Gerais - Estudante
postado em 21/04/2012

Deivison Rodrigues, li seu comentário e achei pertinente. O Sr Edo Osvaldo Mallman, é grande conhecedor deste assunto. Já importou amimais e conhece bem a NZ e Austrélia.
Pode entrar em contato através do sitio da Fazenda Rondon.

ANTONIO R LIMA FILHO

Anajatuba - Maranhão - Revenda de produtos agropecuários
postado em 12/11/2012

OIa Dayanne.
È muito bom saber que existe profissionais com essa percepção e vontade de ajudar
esse pais. para bens.

Gelson Iodi

Matelândia - Paraná - Produção de ovinos de corte
postado em 14/01/2014

Ola Dayanne, gostaria de saber se é possível e viável, implantar a forma de trabalho deles ai na nz, aqui na minha propriedade, poderia me auxiliar.
gelson lodi

Weig

Mineiros - Goiás - Produção de ovinos de corte
postado em 09/12/2014

Ola Dayanne, excelente materia, concordo plenamente que precisamos de foco para produzirmos mais ovinos. Falta foco em todas as regiões do pais, mesmo as mais desenvolvidas na atividade. Produzimos muitos pastos, falta inserirmos de vez os ovinos como consequencia tambem destes pastos em todo o pais. Parabens.

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