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Mortalidade embrionária em ovelhas

POR DÉBORAH ASSIS BARBOSA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/06/2008

3 MIN DE LEITURA

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A mortalidade embrionária pode ser considerada como a maior causa de prejuízo econômico na ovinocultura de corte. Isso porque os efeitos diretos dessa perda resultam em menores taxas de parição e conseqüentemente menos cordeiros para abate. No caso de ovulações múltiplas, a morte de um ou mais embriões durante a implantação resulta no nascimento de cordeiros menores.

Ao examinar as causas de perdas reprodutivas em ovinos, muitos autores têm dado importância ao período inicial do desenvolvimento embrionário, que ocorre entre a fecundação e os dias 20 a 30 da gestação. Estima-se que 20 a 30% dos óvulos fertilizados são perdidos nesse período. No RS a incidência de mortalidade embrionária e fetal é considerada como a principal fonte de perdas econômicas para a produção ovina local.

Possíveis causas incluem: endogamia, senilidade, incompatibilidade sanguínea, anormalidade cromossômica, deficiências nutricionais (tanto falta quanto excesso), temperaturas elevadas, problemas endócrinos e gestação múltipla. Essas perdas são de difícil reconhecimento, já que muitas vezes a fêmea volta a ciclar e tem sucesso na próxima cobertura, ou leva essa gestação ao fim, porém com menos cordeiros do que poderia.

Segundo o trabalho de Ribeiro et. al, em uma revisão de SILVA (1992) sobre causas de perdas reprodutivas em ovinos na América Latina, são mencionados três fatores principais que são: (a) manejo nutricional e reprodutivo deficiente; (b) mortalidade perinatal de cordeiros e (c) enfermidades como footrot, miiases etc. Todas contribuindo para a redução da condição corporal das ovelhas, tendo efeito direto na eficiência reprodutiva das ovelhas.

Antes da fecundação:

• Os oócitos (óvulos) se desenvolvem no folículo, e são influenciados pelo FSH;
• O número de oócitos que serão ovulados (taxa de ovulação) é influenciado pela raça, nutrição e ambiente. O hormônio luteolítico causa a ovulação;
• Após a ovulação, o folículo que ovulou transforma-se no corpo lúteo;
• Caso haja fecundação o corpo lúteo persiste e continua a produção de progesterona. A progesterona evita novas ovulações e é necessária para a manutenção da gestação;
• Caso não haja fecundação, a prostaglandina causa luteólise desse corpo lúteo ("morte" do corpo lúteo), dando início a uma nova fase do ciclo estral.

Após a fecundação:

A mortalidade embrionária pode ser causada, como dito anteriormente, por uma falha no reconhecimento da gestação, stress térmico, menor taxa de sobrevivência em gestações múltiplas e menor taxa de sobrevivência de embriões em borregas, entre outras. Abaixo citamos as principais causas:

• Nas ovelhas em que há falha no reconhecimento da gestação, o corpo lúteo, ao invés de persistir e manter a produção de progesterona, regride e "morre" por uma falha de reconhecimento hormonal. Conseqüentemente o embrião perece.
Ovulações múltiplas - geralmente óvulos que são ovulados sozinhos têm maiores taxas de sobrevivência do que óvulos múltiplos. Entretanto não podemos esquecer da importância de gestações múltiplas, que é um fator de seleção nos rebanhos que têm o manejo nutricional e sanitário adequado.
Stress térmico - nos primeiros 9 dias de vida, o stress térmico pode causar mortalidade embrionária. Altas temperaturas também podem atrasar o ciclo estral em 1 ou 2 dias, alterar o comportamento da fêmea em cio com o macho e encurtar o período do cio. Daí a importância do sombreamento também para os lotes em monta!
Idade - as borregas são mais propensas à mortalidade embrionária. Animais mais velhos têm uma qualidade menor de oócitos e resposta uterina reduzida.
Deficiência de minerais como cobre, iodo, magnésio e selênio também interferem na concepção, assim como deficiência energética e protéica.

Além de nos atentarmos aos fatores acima, devemos sempre lembrar que a mortalidade embrionária acontece nos primeiros 30 dias de vida do embrião. Ou seja, na prática devemos:

• Evitar ao máximo o stress das ovelhas nesse período, evitando a tosquia, vacinações e todo manejo que puder ser adiado devemos fazê-lo, e sempre que manejar o rebanho fazê-lo com calma, sem gritaria e sobretudo sem a presença de cães não treinados para lidar com ovelhas - latidos e mordidas são altamente estressantes.
• É importante também manter a mesma dieta nesse período - sem mudanças alimentares. Planejar as mudanças para antes ou após esse período.
• Correta mineralização do rebanho com sal mineral próprio para a espécie e a vontade todos os dias do ano;
• Correto sombreamento a pasto e nas instalações;
• Correta densidade animal nas instalações.

Referências bibliográficas:

Ribeiro, L.A.O.; Gregory, R. M.; Mattos, R.C. Prenhez em rebanhos ovinos do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural, v. 32, n. 4, 2002.

Wilson, K.; McLennan, N. Sheep breeding - oestrus, ovulation, fertilization and embryo mortality. Acesso on-line.

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DIEGO FRANCISCO OLIVEIRA COELHO

JOÃO PESSOA - PARAIBA - ESTUDANTE

EM 27/06/2008

Pequenos detalhes como esse nos mostram que em um meio de produção precisamos estar atentos a rotina dos animais, evitando que problemas como esse afetam o desempenho produtivo deles.
Para tanto a observação diária e o controle zootécnico são alternativas eficazes para evitar tais prejuízos ou perdas.
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 24/06/2008

A mortalidade embrionária (ME) pode ter um impacto bastante significativo sobre a eficiência reprodutiva de um rebanho, representando uma importante perda econômica quando se considera o potencial biológico da espécie ovina e o fato de que a rentabilidade econômica da atividade é fortemente determinada pela escala de produção ou pelo número de cordeiros produzidos por unidade de área.

A maioria das perdas embrionárias ocorrem durante os primeiros dias após a fertilização e durante o processo de implantação do embrião no útero materno que se inicia nos dias 15-16 de gestação, podendo apresentar causas tanto infecciosas quanto não-infecciosas. Embora agentes patogênicos como vírus, bactérias e protozoários possam causar ME por alterar o ambiente tubárico-uterino, por afetar diretamente o embrião ou por provocar efeitos sistêmicos como febre e luteólise, as causas não-infecciosas são responsáveis por mais de 70% das perdas embrionárias existentes.

Dessa forma, fatores externos como temperatura ambiental elevada, deficiências nutricionais específicas (como vitamina A, Cu, Zn, I e Se), balanço energético negativo ou má-nutrição, estresse (transporte, manejo, dor, isolamento, etc.) e substâncias tóxicas (micotoxinas, metais pesados e compostos teratogênicos) podem afetar o desenvolvimento folicular, a qualidade do oócito, a atividade secretora e a motilidade das tubas uterinas, assim como, influenciar negativamente o metabolismo endócrino a nível de hipotálamo e ovários. Além disso, fatores relacionados à mãe ou à ovelha, como deficiência de progesterona, falhas no reconhecimento do embrião/gestação, insuficiência útero-placentária, idade e nível de endogamia no concepto podem contribuir para um aumento nas taxas de ME. As aberrações cromossômicas também são um fator crucial que determina a inviabilidade do embrião com subsequente morte do mesmo.

Alguns estudos americanos têm revelado que as perdas totais ocorridas durante o período embrionário e fetal podem chegar a percentuais ao redor de 43%, desde a ovulação até ao parto, com cerca de 28% das perdas ocorrendo antes do dia 25 de gestação, ainda durante a fase embrionária precoce.

Esses números ressaltam ainda mais os cuidados referentes ao manejo do rebanho de cria durante todas as suas fases fisiológicas, especialmente desde o período pré-concepção até o parto.

Cordialmente,

Daniel

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