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Ricardo Goulart fala sobre a importância do planejamento da adubação de pastagens

postado em 18/03/2010

5 comentários
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Ricardo C. D. Goulart é Engenheiro Agrônomo pela Esalq/USP, M.Sc., e doutorando em Ciência Animal e Pastagens.

Atualmente é membro do Projeto CAPIM, grupo de pesquisa do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz". Tem experiência na área de Zootecnia, com ênfase em Produção Animal em Pastagens, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo de pastagens, produção de ruminantes, nutrição de animais em pastejo, comportamento de animais em pastejo e bovinocultura de corte.


AgriPoint: O que você considera mais importante em relação a adubação de pastagens, unindo sua experiência acadêmica na Esalq/USP com a experiência de campo?

Ricardo Goulart: Um aspecto muito importante é que a adubação seja planejada com um objetivo pré-definido. É necessário definir quantos animais se pretende colocar a mais por hectare, para que seja possível planejar quais os adubos necessários e quantidades para que finalmente seja avaliada a viabilidade deste empreendimento. É impossível planejar a adubação de pastagens sem considerar todo o sistema de produção, que inclui desde a produção de forragem, colheita (pastejo ou corte), até a nutrição do animal e categoria a ser utilizada.

AgriPoint: Nas fazendas que você atua, o que tem implementado em relação a adubação de pastagens?

Ricardo Goulart: Na maioria das vezes são aplicados conceitos básicos de adubação como os de equilíbrio de nutrientes, curvas de resposta das plantas aos nutrientes (pontos que são discutidos neste curso online) e também praticam-se simulações econômicas para fins de planejamento e para auxiliar nas tomadas de decisão dos empreendimentos.

A adoção de adubação normalmente ocorre em empreendimentos cuja viabilidade econômica é boa mesmo antes de se iniciar o uso de fertilizantes, ou seja, nas situações onde a pecuária é um bom negócio. A adubação, nestes casos, entra como opção para aumentar a escala do negócio e melhorar a sustentabilidade das pastagens.

Para cada caso deve ser feita uma nova avaliação econômica. Em uma determinada situação, sugeri que a adubação não devia ser adotada na recria de animais a pasto. As condições de parceria do uso da terra e preço de insumos inviabilizavam o empreendimento na situação em análise.

AgriPoint: Quais são os principais erros cometidos nas propriedades em relação ao manejo das pastagens?

Ricardo Goulart: O principal e mais frequente é a falta de planejamento para a colheita do capim. Não se estima previamente a quantidade de animais que será necessária para consumir a forragem adicional produzida com a adubação. Como consequência, a planta é colhida em estágio avançado de maturidade, com maior perda na colheita por pastejo e menor qualidade nutricional.

Portanto, a maior frustração do pecuarista em relação à adubação em pastagens é não ser capaz de transformar a produção da forragem em produto animal.

Outros erros frequentes são cometidos em relação ao equilíbrio de nutrientes e correção de solo.

AgriPoint: Atualmente, que sustentabilidade é palavra de ordem, que benefício a adubação pode trazer ao meio ambiente?

Ricardo Goulart: O impacto da adoção de adubação de pastagens (intensificação do sistema de produção) na preservação do meio ambiente é extremamente favorável. A adubação reduz riscos de erosão, o que contribui para a conservação do solo e melhora da qualidade da água; propicia fixação de carbono significativa no solo; e pode reduzir para cerca de 1/5 (ou até mais) a necessidade de área (ambiente) para o atendimento da demanda humana por carne.

AgriPoint: Que dica você daria para a sustentabilidade da produção de ruminantes?

Ricardo Goulart: É impossível pensar em melhorar a sustentabilidade na produção de ruminantes sem intensificação.

AgriPoint: Como tornar rentável a adoção da exploração intensiva de sistemas a pasto?

Ricardo Goulart: É preciso estar consciente da viabilidade econômica da atividade antes de se começar a implantar o projeto. Para cada passo a ser dado, deve ser feito uma nova simulação econômica para auxiliar a tomada de decisão. Esta análise prévia pode ser uma simulação elaborada ou até mesmo uma conta muito simples (RECEITA ESTIMADA - CUSTO ESTIMADO). O importante é que se pratique planejamento.

AgriPoint: Qual a importância de o produtor conhecer a fertilidade do solo e nutrição das plantas?

Ricardo Goulart: Os conceitos básicos são muito importantes para o sucesso do projeto. É preciso conhecer qual o nutriente que está limitando o crescimento da plantas, quanto se pode colocar de cada nutriente, qual será a reposta esperada em produção para cada quantidade de nutriente. Portanto, os conceitos básicos de fertilidade do solo e nutrição de planta são importantíssimos para direcionar o investimento de recursos a fim de se obter os melhores resultados possíveis.

AgriPoint: O que o produtor ou técnico poderá aprender de mais importante nesse curso?

Ricardo Goulart: O mais importante é discutir e entender conceitos. Bases para nutrição de plantas, manejo de solos e sistemas de produção em pastagens. Munidas de conceitos básicos, as pessoas melhoram suas capacidades para discutir e entender situações diversas de sistemas de produção e ambiente. Por outro lado, se fossem ensinadas "receitas de bolo" de como adubar, citando-se, por exemplo, quantidades fixas de adubo a serem usadas, épocas para adubação, etc... o aprendizado serviria apenas para situações específicas de sistema de produção e ao aluno não ficaria capacitado para discutir situações novas.

Ricardo Goulart é instrutor do Curso Online AgriPoint Adubação de pastagens: conceitos essenciais, que terá início no dia 31 de março e já está com as inscrições abertas.

Participe do curso Adubação de pastagens: conceitos essenciais e aprenda como fazer uma adubação correta, aumentando a produtividade de carne e leite, preservando os recursos naturais, deixando de desmatar novas áreas para implantação de pastos em decorrência da degradação das antigas áreas de pastagens. Inscreva-se já!

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Comentários

Fabiano Barboza

Araras - Goiás - Produção de leite
postado em 19/03/2010

Caro Ricardo,
Primeiramente gostaria de parabeniza-lo pela entrevista e pela iniciativa desse curso, pois em uma atividade intensiva a pasto, em minha opiniao, a pratica de manutencao/correcao do solo eh fundamental. Infelizmente, nao tenho experiencia no setor leiteiro brasileiro, e uma duvida que tenho seria em relacao ao efluente gerado pelas fazendas leiteiras no Brasil, principalmente durante a ordenha. Voce poderia me explicar como esse efluente eh "descartado" e/ou utilizado?
Agradeco, antecipadamente, sua atencao.
Atenciosamente,
Fabiano.

Marcio Sena Pinto

Goiânia - Goiás - Produção de gado de corte
postado em 22/03/2010

O curso é bom e os instrutores: Ricardo e Miguel José Thomé Menezes também são muito bons no assunto. Já fiz o curso e recomendo!

Marcio Sena - Eng. Agronomo Esalq-USP 84, Produtor rural em Goiás

Carlos Eduardo Costa Maria

Anhembi - São Paulo - Instituições governamentais
postado em 23/03/2010

Parabens à equipe Agripoint pela iniciativa de trazer sempre informações de alto nível ao pecuarista nacional. É muito importante para que o produtor/ pecuarista reformule suas atitudes no sentido de se utilizar cada vez mais técnicas avançadas nos seus empreendimentos.

Antonio Pereira Lima

Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 23/03/2010

A grande vantagem de fazer um curso tendo como instrutor o Dr Ricardo,é que ele além da teoria,tem muita prática,conheço propriedades aqui no MS,que fizeram melhoramento de pastagem sob sua orientação,e estão tendo muito sucesso.Parabéns ao Agripoint pela escolha deste grande profissional,que como poucos tem compromisso com o resultado.Um abraço

Mauricio Omizzolo

Joaçaba - Santa Catarina - Produção de gado de corte
postado em 31/03/2010

Caro Ricardo,

Sou pecuarista em Santa Catarina e achei pertinente este tema - pastagem - pois são tantas as dúvidas.... cada técnico tem uma opinião (normal, por terem formação diferentes, escolas diferentes) e nós pecuaristas "experimentamos" várias opções de pastagens, muitas sem sucesso. Tenho em minha propriedade a grama tifton, com piquetes para rotação e, adubo abundantemente com dejeto de suínos. Gostaria de saber se posso sobressemear aveia, azevém e trevo, posso usar plantadeira para plantio direto neste caso? Qual a sua experiência com azevém perene (usado no Uruguai e na Nova Zelândia)?
Como sugestão, acho que a Agripoint deveria explorar mais o tema PASTAGEM.

Abraço.

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