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Pecuaristas familiares do Alto Camaquã/RS aprendem mais sobre ovinocultura

postado em 14/07/2014

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No último dia 10, cerca de 130 produtores da rede estiveram reunidos na Embrapa Pecuária Sul para participar de um seminário técnico sobre parição ovina. O evento foi promovido pela Embrapa e a Associação para o Desenvolvimento Sustentável do Alto Camaquã (Adac), em parceria com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), o Sebrae, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR/RS) e a Emater e objetivou oferecer mais conhecimentos sobre o manejo do rebanho de cria, já que o grande gargalo encontrado se refere à alta taxa de mortalidade perinatal que reduz a oferta de cordeiros.

Foto: Manuela Bergamim

Durante o encontro, foram distribuídos 40 “kits parição”, contendo documentos técnicos explicativos, "cajado" com a extremidade curva para segurar os cordeiros recém-nascidos no campo, termômetro e sonda para administração de colostro. De acordo com o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Marcos Borba, coordenador do seminário, o evento cumpriu com os seus objetivos. "Acredito que conseguimos promover as capacidades dos produtores para a solução de problemas inerentes ao sistema de produção e nivelar os conhecimentos da Rede Alto Camaquã com respeito às ações de pesquisa relacionadas com a caracterização da carne e gordura dos cordeiros do Alto Camaquã".

O pesquisador da Embrapa Pecuária Sul José Carlos Ferrugem enfatizou, em sua palestra, a importância de realizar o controle das épocas de acasalamento, para que as parições não ocorram no rigor do inverno. Além do tempo desfavorável, deixar que os cordeiros nasçam nesta estação proporciona pouca oferta de alimento para as ovelhas que estarão em fase de amamentação. Usar a época correta de acasalamento é uma importante ferramenta no manejo reprodutivo e deve ser empregada para que os nascimentos aconteçam em um ambiente mais propício, tanto do ponto de vista de condições climáticas, quanto nutricionais. Os nascimentos ocorridos mais próximos à primavera elevam a taxa de desmame, que varia de 60% a 80%.

Ferrugem mostrou uma alternativa simples e barata de controlar os acasalamentos por monta natural dos ovinos por meio da marcação das fêmeas após a cobertura realizada pelos machos. Usando coletes com giz colorido, os machos vão marcando as fêmeas com cores diferentes de acordo com os períodos de cio. Desta forma, além de reconhecer as fêmeas mais férteis (que emprenham na primeira monta) das menos férteis (as que precisam de mais de uma monta), como também as falhadas, o produtor pode gerenciar e se preparar melhor as parições. Após a conclusão dos acasalamentos, o produtor estará com as ovelhas identificadas pela quinzena de acasalamento e poderá organizar os grupos para controlar as parições por quinzenas também. Todos esses dados, de acasalamento, parição e desmame podem ser controlados por meio de uma planilha gerencial em excel, oferecida gratuitamente no site da Embrapa Pecuária Sul.

O pesquisador abordou também os principais cuidados que o produtor deve ter com a ovelha prenhe e seu cordeiro, como limpeza de úbere no pré-parto, vacinação contra clostridiose e dosificação. Após o parto, Ferrugem frisou a necessidade de revisões diárias nos recém-nascidos, desinfecção do umbigo, identificação e pesagem. Já para os cordeirinhos encarangados, recomendou-se a aplicação de glicose de 20 a 25% intraperitoneal e introdução de colostro por meio de sonda 20 introduzida diretamente no estômago do cordeiro.

Estudos para carnes de qualidade

A capacitação dos produtores do Alto Camaquã contou também com a apresentação dos projetos da Embrapa Pecuária Sul voltados à carne ovina. O objetivo destas pesquisas é melhorar os processos de cria, recria e engorda de ovinos, visando à melhoria de qualidade dos produtos e agregação de valor em toda a cadeia. Para isso, os pesquisadores Sérgio Gonzaga, Élen Nalério e Sérgio Juchem conversaram com os produtores. A pesquisadora Élen Nalério falou dos trabalhos desenvolvidos pela área de Qualidade da Carne do Centro de Pesquisa. Um deles está sendo desenvolvido em parceria com a Argentina (Inta) para qualificar os processos analíticos e de certificação de carcaças e carnes.

Outro trabalho apresentado por Élen Nalério é um estudo piloto de carcaças do Alto Camaquã, que também vêm sendo desenvolvido em conjunto com os pesquisadores do Inta. Por último, a pesquisadora apresentou o projeto voltado à padronização de carcaças e agregação de valor à carne ovina. Dentre os objetivos desta proposta, está a oferta de novas formas de apresentação para esta carne por meio de diferentes categorias de ovinos e a agregação de valor, bem como entender a percepção dos consumidores sobre a carne ovina e dos novos produtos gerados.

Os estudos pretendem ainda elaborar um portfólio de produtos categorizados e realizar a capacitação de profissionais dos diversos setores da cadeia produtiva da carne ovina. Já o pesquisador Sérgio Juchem explicou a importância da qualidade da gordura na carne ovina, ou seja o perfil de ácidos graxos. O ácido graxo é a menor facção da gordura, e é indicativo de qualidade nutricional e também de sabor. Além disto, o pesquisador destacou que o perfil de ácidos graxos, mais especificamente, os ômegas, se modificam com o aumento de peso dos animais.

As informações são da Embrapa Pecuária Sul, adaptadas pela Equipe FarmPoint. 
 

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