A ovinocultura e o apoio de órgãos governamentais

Esse tema é de uma delicadeza a toda prova.

Muito embora saibamos que, em alguns casos, o apoio governamental é de extrema importância, devemos considerar uma série de aspectos antes de aceitarmos isso como o ponto fundamental para o desenvolvimento da ovinocultura.

Fala-se em linhas de crédito, construção de abatedouros e frigoríficos, assistência técnica, etc.

Antes disso, deve-se pensar em como os órgãos públicos trabalharão para criar alternativas.

Há que se alertar, que, não adiantam ações políticas, sem a participação de técnicos da área (agrônomos, zootecnistas e veterinários) e ainda de criadores.

Como saber quais as necessidades, quais ações a serem tomadas, se não se conhece a realidade da atividade in loco?

Não pensem os senhores, que com o apoio do governo, a ovinocultura vai deslanchar e tudo serão flores.

Dependemos da entrada de grandes empresas no negócio para que ele se torne viável e isso está acontecendo mais rápido do que se imagina. Tenham claro que, essas empresas exigem aquilo que se deve oferecer: escala de produção e padrão (tanto de carcaça quanto de manejo dos animais), além de mais algumas coisas.

Os ovinocultores profissionais, não terão grandes dificuldades em se adaptar às exigências, porém, aqueles que ainda enxergam a ovinocultura como uma oportunidade emergente e fácil, não se iludam, se não tiverem junto com eles, uma assistência técnica altamente especializada.

Quanto à assistência técnica, volto a dizer que técnicos não devem enxergar os produtores de ovinos, apenas como uma oportunidade de ganhar dinheiro, deve sim, ver o produtor como se fosse ele mesmo. Ter em mente o objetivo de que esse produtor tenha lucratividade com o negócio. Se o técnico não for especializado no assunto, não souber recomendar uma pastagem, ter uma planilha de custos completa e outros detalhes importantíssimos, não deve se atrever a orientar uma atividade.