De certa forma, o cancelamento da Contagem, anunciado em março deste ano, abriu caminho para a aprovação do Censo Agropecuário 2016. O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2016 trouxe R$ 325,8 milhões para que o IBGE execute a preparação ao longo do ano que vem, o que inclui aquisição de equipamentos. O valor ficou bem próximo ao solicitado pelo IBGE, mas ainda está sujeito a alterações ou contingenciamento - o órgão torce para que isso não aconteça.
"O que mudou foi que a gente desvinculou o Censo da Contagem. O projeto ficou mais barato", explica a presidente do IBGE, Wasmália Bivar. "Mas não é só isso. Acho que também teve a sensibilização do que o Censo Agropecuário representa hoje, não só para a economia, mas para a sociedade brasileira." A presidente do órgão, no entanto, evitou avaliar se a gestão passada não considerava a pesquisa estratégica. No total, a pesquisa custará R$ 1,687 bilhão. Cerca de R$ 1,3 bilhão será desembolsado em 2017 - R$ 1 bilhão apenas com pessoal. O último Censo Agropecuário foi realizado em 2006.
No ano passado, o IBGE apresentou ao governo um projeto conjunto de realização da Contagem (então já atrasada) e do Censo Agropecuário, mas a dotação de que precisava para preparar a operação sequer foi incluída no projeto de orçamento para 2015. Os dois são levantamentos censitários, ou seja, são mais complexos do que um estudo feito por amostra e precisam de um ano de planejamento e outro para a execução. A partir de agora, o IBGE vai se debruçar sobre o planejamento do Censo Agropecuário, que vai levantar informações sobre produção agropecuária, uso da terra e da água, segurança alimentar, sustentabilidade, produção em terras indígenas, uso de agrotóxicos, agricultura familiar, além de questões de gênero. O questionário final pode sofrer mudanças. Outra finalidade será monitorar os objetivos assumidos pelo Brasil com o desenvolvimento sustentável.
As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
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