Fechar
Receba nossa newsletter

É só se cadastrar! Você recebe em primeira mão os links para todo o conteúdo publicado, além de outras novidades, diretamente em seu e-mail. E é de graça.

Você está em: Cadeia Produtiva > Espaço Aberto

Uma reflexão sobre o mercado de genética ovina e caprina no Brasil

postado em 28/03/2012

3 comentários
Aumentar tamanho do texto Diminuir tamanho do texto Imprimir conteúdo da página

 

Eduardo Bergstein
Produtor de Genética, Empresário Sócio Gerente da Central Álamos de Genética e Vice Presidente da ABCDorper Associação Brasileira de Criadores de Ovinos Dorper.

Diferentemente de países melhor preparados para a competição internacional, faltam ao Brasil mecanismos que viabilizem a inserção de nossos produtos, em especial os de origem agropecuária, no mercado internacional. Faltam-nos instrumentos básicos, como um Plano Nacional de Sanidade Animal (por exemplo, na área de ovinos e caprinos), que possibilitem a confecção de Protocolos para Exportação dessa Genética para outros países.

O Brasil possui hoje uma das melhores genéticas mundiais em muitas raças de ovinos e caprinos, condição essa obtida exclusivamente pelo incansável e tenaz trabalho de produtores abnegados, sem qualquer estímulo ou incentivo governamental. Contudo, pasmem, não podemos exportar legalmente para nenhum país, nem os mais próximos, como por exemplo, os componentes do MERCOSUL, com os quais temos uma infinidade de acordos comerciais privilegiados.

Isso impõe uma séria limitação ao mercado de genética que se encontra confinado aos nossos limites territoriais, que, embora de dimensões razoáveis, não é suficientemente grande para gerar um crescimento sustentável em longo prazo.

Corre-se um sério risco de perdermos o que já foi conquistado, caso não se criem os mecanismos necessários para iniciarmos mais rapidamente possível o processo de exportação de nossa primorosa genética, e assim retroalimentar a cadeia produtiva, permitindo a ela obter a escala necessária ao seu desenvolvimento contínuo e até mesmo sua sobrevivência como negócio viável.

A lição de casa dos produtores já foi, e continua sendo muito bem feita, cabe agora aos políticos e às áreas técnicas dos vários níveis de Governo, em especial do Governo Federal, começarem a fazer a sua parte.

Criação dos mecanismos que permitam iniciar exportação de genética:

1) Elaboração de plano de consolidação da cadeira produtiva de ovinos e caprinos como um todo (produção, industrialização e comercialização), em especial relacionado ao setor de produção de carne (consumidores primários de nossa genética). Contemplando projetos de viabilidade técnica e econômico-financeira, financiamentos aos projetos de produção e assistência técnica aos produtores, como forma de substituir as grandes e onerosas importações atuais de produtos dessa cadeia;

2) Elaboração do Plano Nacional de Sanidade Animal;

3) Convênios Bilaterais e Protocolos de Exportação com Países prioritários (Mercosul, Pacto Andino etc...);

4) Credenciamento de nossos exportadores junto aos órgãos reguladores dos Países importadores;

5) Desenvolver uma ação clara junto as nossos adidos comerciais nas embaixadas dos Países importadores, com vista a apoiarem as negociações de nossos exportadores e desobstruírem as dificuldades técnicas levantadas pelos órgãos reguladores desses Países;

6) Viabilizar viagens técnicas de autoridades reguladoras dos Países importadores, para que adquiram conhecimento pleno de nossas boas realidades técnicas e sanitárias;

7) Inclusão de nossos produtos de genética (animais vivos, sêmen e embriões), nas linhas de financiamento do PROEX;

8) Definição de metas quantitativas para o operador do PROEX cumprir, na área de genética;

9) Treinamento via SENAR/SEBRAI para formação e qualificação de mão de obra especializada no setor, bem como capacitação técnica e profissional para nossos produtores;

10) Programas específicos junto a Universidades/Embrapa/Emater para o desenvolvimento e disseminação de Biotecnologias que proporcionem melhoria continua de qualidade aos nossos rebanhos, Ias Inseminação Artificial, TEs Transferência de Embriões, FIVs Fertilização in Vitro, DEPs, etc...

Embora a pauta ora apresentada não esgote o assunto, seria de grande ajuda para a consolidação do mercado de genética ovina e caprina no Brasil. Concluo afirmando que o início de exportações de genética é imperativo para o contínuo desenvolvimento e sobrevivência dessa importante atividade no Brasil, que será seguida pela exportação de serviços de biotecnologia com alto valor agregado.

Avalie esse conteúdo: (5 estrelas)

Comentários

RICARDO MEDEIROS

Natal - Rio Grande do Norte - Produção de ovinos de corte
postado em 04/04/2012

Concordo plenamente! temos que avançar em todas os sentidos e este é um pilar que temos de nos destacar!

True Life

Bonito - Mato Grosso do Sul - Produção de caprinos de corte
postado em 05/04/2012

Concordo com o mencionado na matéria, pois a biotecnologia aliada ao grande avanco tecnologico no campo vem proporcionando novas culturas e melhorando cada vez mais este mercado. Parabens.

PECUÁRIA BRASIL ASSESSORIA

Sertãozinho - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 11/05/2012

Parabéns pela matéria! O melhoramento genético na ovinocultura é fundamental para a sustentabilidade da atividade. O Instituto de Zootecnica de São Paulo  (APTA) dará início em breve ao seu programa de avaliação genética. Veja o link abaixo:

http://pecuariabrasilassessoria.com.br/aval_gen_apta.htm

Quer receber os próximos comentários desse artigo em seu e-mail?

Receber os próximos comentários em meu e-mail

Envie seu comentário:

3000 caracteres restantes


Enviar comentário
Todos os comentários são moderados pela equipe FarmPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

Copyright © 2000 - 2024 AgriPoint - Serviços de Informação para o Agronegócio. - Todos os direitos reservados

O conteúdo deste site não pode ser copiado, reproduzido ou transmitido sem o consentimento expresso da AgriPoint.

Consulte nossa Política de privacidade