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A sua renda primária é oriunda da ovinocultura?

postado em 30/03/2011

3 comentários
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Atualmente, a ovinocultura é uma atividade que se encontra em expansão no Brasil. Existem diversas propriedades que já são inteiramente dependentes da atividade, porém, é sabido que muitos produtores ainda criam ovinos como uma opção secundária e com baixa exploração comercial, inclusive, usufruindo da estrutura dos bovinos.

É interessante lembrar que para que o pecuarista garanta o máximo rendimento no seu negócio, é necessário que ele possua um nº ideal de animais na propriedade para ter giro de capital e escalonamento de produção, alcançando eficiência na atividade.

No dia 14/03 o FarmPoint perguntou aos leitores: "A sua renda primária é oriunda da ovinocultura?". Leitores de oito estados participaram (SP, RS, MT, CE, SC, PE, AL e DF).

Veja abaixo os comentários de destaque

Igor Vaz, produtor de ovinos de Pelotas/RS, pontuou que 70% da renda de sua propriedade provém da ovinocultura de lã e corte e o restante refere-se à criação de gado Angus e Shorthorn. "Vale lembrar que em várias ocasiões, uma atividade sustentou a outra. A bovinocultura e a ovinocultura devem ser tratadas como co-irmãs".

Na propriedade de Ivan Eduardo Bruniera, consultor e diretor da Fatorial Tecnologia em Processos LTDA., há hoje um plantel de 150 matrizes, mas, ele destacou que a propriedade só se manterá com 250 matrizes. "Se essas matrizes forem bem manejadas, produzirão 520 filhotes em 3 anos (já considerando 30% de partos gemelares e 80% de eficiência de cobertura, abortos, absorções, problemas no parto, perda de tetos, etc). Se considerarmos 520 filhotes em 3 anos resulta em 15 animais para abate/mês; considerando a carcaça de 15 kg ao preço de R$ 13,00/kg, teremos uma receita bruta de R$ 2.950,00. Os custos entre energia elétrica, 2 funcionários, medicamentos, nutrição, manutenção de equipamentos, veterinário, combustível, totalizam em média 85% desta receita. Sendo assim, o resultado deste plantel seria de R$ 450,00/mês ou R$ 5.400,00/ano. Portanto, minha experiência na produção de carne ovina demonstra, na prática, que uma propriedade poderá considerar como atividade principal a ovinocultura quando manejar bem um plantel de 250 matrizes ou mais e que a produção da alimentação deste plantel seja produzida na propriedade. Quando o produtor se organiza para processar os cortes (SIM/SISP ou SIF) a realidade é outra, pois a agregação de valor aos cortes permitirão multiplicar este resultado por três (no mínimo)".

Quirino de Freitas, produtor de ovinos de Fernandópolis/SP, comentou que cria ovinos como segunda opção. "Crio bovinos como atividade principal. Nunca fiz os cálculos para saber sobre a rentabilidade da minha ovinocultura. Atualmente possuo 200 cabeças, mas estou pensando em aumentar". Na mesma linha, Tiago Schultz não produz ovinos como principal atividade. "Hoje a minha cabanha está em crescimento e pretendo crescer mais e mais. O mercado aqui está muito bom e gosto muito da atividade, porém, as atividades principais ainda são: pinus, eucalipto, soja e milho".

Participe deixando a sua opinião sobre o assunto!

Equipe FarmPoint

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Comentários

Mauricio Brazileiro

Salvador - Bahia - Gerência/Consultoria/extensão
postado em 30/03/2011

Prezado Ivan,
Penso em iniciar a ovinocultura, porém, após seus cálculos me desanimo pelo negócio. Entendo que qualquer negócio que tenha 85% de custo de produção é inviável sua implantação, ainda mais com resultado inferior a um salário mínimo. E pelo que contabilizaram, dois funcionário com todos os encargos que rege a legislação, dará mais que 50% do faturamento bruto. Me desculpe se minha interpretação está errada, mas pelo que segue posto na matéria penso ser inviável a ovinocultura. Mesmo porque, se ainda temos dificuldades na comercialização, a verticalização nos cortes é ainda mais complicada.
Aproveito para solicitar, se for possível, índices de produção, produtividade e despesas da ovinocultura de corte. Antes de qualquer coisa, obrigado pela atenção.
Sds,
Mauricio Brazileiro

IVAN EDUARDO BRUNIERA

Leme - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 31/03/2011

Prezado Sr. Maurício Azevedo Brazileiro.

Como mencinei, minha propriedade é pequena e o plantel conta com 150 matrizes selecionadas (estado corporal e reprodutivo), apesar de cruzadas. Como a questão em pauta é de "ovinocultura como principal atividade" lendo todas as matérias do setor e as respostas deste assunto no FarmPoint, te asseguro que, "na ponta do Lapis" abaixo de 250 matrizes vc vai operar no ponto de equilíbrio e qualquer problema no rebanho gerará prejuízo.

Todos os pequenos produtores não separam a carga horária de seus funcionários dedicados ao plantel ovino/caprino de outras atividades e, por isso, acabam diluindo em outras atividades. No meu caso, só lido com ovinos e os funcionários são de dedicação exclusiva. Outras atividades (capina, plantio, manutenção de cercas, etc), quando necessário, são tercerizados para que o controle seja efetivo.

Pequena propriedade ou produz o volumoso (forrageiras) ou produz o energético. No meu caso, o energético é adquirido e o saco de 60 kg de milho, na minha região, não esteve abaixo de R$ 25,00 (flat) durante o ano. O mesmo ocorreu com o farelo de soja (R$ 46,00) e o farelo de algodão (R$ 34,00). Opero em regime de semi-confinamento, servindo duas rações diárias: manhã e final de tarde. A terminação é confinada. O ponderal é de 0,150 kg/dia, para ciclo de 120 dias e desmame com 20 kg, com 90 dias. O abate se dá com 15 a 18 kg, carcaças homogêneas, sendo vendido a: carcaça: R$ 12,00 a R$ 13,00.

O desfrute das fêmas é de 1,25 filhotes/ano, com reposição de 15% ao ano. O custo de reposição é de R$ 300,00 por fêmea (quando se acha...).

O salário é de R$ 650,00 + encargos (todos registrados). A energia elétrica na propriedade é de R$ 280,00 mensais. Transporte, medicamentos, operações de mecanização e demais despesas operacionais R$ 650,00. O índice de mortalidade é de R$ 3% dos filhotes e o descarte forçado (por genótipo ou desclassificação com a idade) de 4%.

Como também mencionei, não faço cortes especiais os quais, obviamente, agregariam muito valor, por não ter em minha região um abatedouro autorizado e empresa para manipulação. Desta forma, obrigatoriamente vendo somente animais vivos a R$ 4,50 kg para abate em outras regiões. Obviamente que em uma curva ascendente de incremento do rebanho para 250 matrizes ou mais, a simples manutenção dos custos fixos viabilizará o empreendimento, como afirmei.

Desta forma, Sr. Maurício, um cálculo técnico, coerente e fiel, para a realidade supra mencionada, demonstrará proximamente do que foi relatado anteriormente.

Agradeço pela sua correspondência e coloco-me à disposição para esclarecimentos que se fizerem necessários.

Ivan Bruniera

Mauricio Brazileiro

Salvador - Bahia - Gerência/Consultoria/extensão
postado em 04/04/2011

Ivan,
Muito obrigado pelos esclarecimentos. Com seus dados posso clarear melhor meus cálculos de viabilidade de implantação.
Abraços,
Mauricio Brazileiro

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