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OPG e/ou FAMACHA? Confira a opinião dos produtores e especialistas

postado em 12/08/2010

16 comentários
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Um dos limitantes na produção de ovinos e caprinos é a endoparasitose. Os prejuízos causados pela verminose relacionam-se com a alta mortalidade de animais, gastos com mão-de-obra, perda de produtividade e compra frequente de medicamentos. Em março, o FarmPoint realizou uma enquete com a seguinte questão: qual problema sanitário acomete o seu rebanho de ovinos e caprinos? A maioria dos produtores (22,4%) respondeu que a enfermidade que mais acomete seus animais é a verminose.

Na semana passada, o FarmPoint realizou uma nova enquete com o objetivo de conhecer qual é o método mais utilizado pelos produtores de ovinos e/ou caprinos para controlar a verminose (OPG e/ou Famacha). Além de produtores, o FarmPoint entrou em contato com vários especialistas do setor para a concessão de opiniões sobre o assunto. A enquete teve a participação de 13 estados brasileiros (MS, SC, SP, PA, RS, PR, BA, MG, SE, CE, RJ, PB e ES).

A maioria (39,1%) dos produtores de ovinos e/ou caprinos que participaram da enquete responderam que utilizam o método FAMACHA para controlar a verminose. Em seguida, ficaram empatados em segundo lugar o exame de OPG (ovos por grama) conciliado com o método FAMACHA (26,1%) e apenas o exame de OPG (26,1%). E em último lugar, o uso de homeopatia e fitoterápicos (8,7%).

Gráfico 1 - Métodos utilizados pelos produtores.




Destaques e comentários dos leitores

Método FAMACHA

Estéfano da Mora Pereira, produtor de ovinos de Curaça/BA, comentou que utiliza o método FAMACHA. "O nosso maior gargalo é a falta de um laboratório para a realização de OPG, que acredito ser mais eficaz". Na mesma linha, Thiago Alves de Oliveira, zootecnista de Registro/SP, comentou que usa FAMACHA, porém a resistência tem sido um grande problema. "Quanto ao OPG, é impossível para nós do Vale do Ribeira, pois o único lugar que faz análise (CATI) cobra R$10,00 por amostra".

De acordo com José Alexandre Evangelista Pedrosa, produtor de ovinos de Nova Russas/CE e agente rural da Ematerce, o método FAMACHA se mostrou bastante eficaz e de fácil entendimento em relação ao OPG. "Nossa região é carente de laboratórios de análise. A nossa região, por ser bastante seca, faz com que a ocorrência de vermes ocorra no período de chuvas". Paulo Sérgio Martins Santos, produtor de ovinos e médico veterinário de Ribeirão Pires/SP, citou que também utiliza o método FAMACHA. "Vermifugo os animais que apresentam mucosa rósea bem clara, monitoro e identifico os animais sensíveis a verminose para futuro descarte. Só tenho mantido no plantel os animais mais resistentes a verminose e tenho obtido bons resultados controlando a população de vermes de forma eficiente e barata nas propriedades que atendo".

De acordo com Cecília José Veríssimo, pesquisadora do Instituto de Zootecnia (IZ) de Nova Odessa/SP "a maior vantagem no meu ponto de vista que eu pude perceber no dia-a-dia de uma ovinocultura com cerca de 300 - 500 animais foi que com o uso do FAMACHA a cada 15 dias houve uma redução significativa da mortalidade geral. Primeiro que com o uso constante do FAMACHA você trata antes do animal apresentar aquela anemia de difícil reversão (grau FAMACHA 5), então, o animal tratado ou aqueles separados do rebanho e incluídos na baia de tratamento por causa de anemia (FAMACHA 4) dificilmente morrem e têm uma rápida recuperação só com reforço na alimentação (isso é muito importante em propriedades onde não há vermífugo eficaz, o que, hoje em dia, é muito frequente). O segundo ponto positivo (e extremamente positivo!) foi a reversão da resistência observada em relação a dois grupos de vermífugo (levamisole, em 3 anos passou de 0% de eficácia para mais de 90% e moxidectina, que em 6 anos passou de 0% a 86%). Verificou-se, mais tarde, que, enquanto o FAMACHA foi usado, o levamisole permaneceu com alta eficácia, mas, assim que todo o rebanho foi vermifugado de uma só vez a eficácia do levamisole já caiu para 50%, indicando que, quando se trata de uma cepa de vermes com resistência múltipla (resistente a tudo quanto é grupo de vermífugo), uma vez FAMACHA, sempre FAMACHA!

OPG (exame de ovos por grama)

Thales dos Anjos de Faria Vechiato, médico veterinário e coordenador técnico de Grandes Animais da Agener União Saúde Animal, de São Bernardo do Campo/SP, destaca que tanto o OPG quanto o FAMACHA auxiliam no controle da verminose. "Não acho interessante utilizar o método FAMACHA, pois é muito trabalhoso e em muitos casos inviável na prática, já que temos que mobilizar boa parte dos funcionários. Uma vez me deparei com um problema de resistência num rebanho de elite e realizei além do exame de OPG, o método FAMACHA. Por se tratar de um rebanho elite, a nutrição era fantástica no quesito proteína, e com isso o FAMACHA foi 100% negativo, mas quando fiz o OPG me deparei com quadros acima de 2 mil ovos, na maioria do rebanho. O método FAMACHA deve ser utilizado, no meu ponto de vista, como critério de seleção dos reprodutores e em rebanho pequenos, entretanto, quando se trata de animais comerciais o exame de OPG é fundamental para melhor a visão do que realmente se passa no seu rebanho".

Marcelo Spinola Vianna, produtor de ovinos e diretor de operações da Green Lamb do Brasil de Araruama/RJ, citou que realiza exame de OPG regularmente. "O FAMACHA é um termômetro interessante para alguns casos, mas nada substitui a lâmina do microscópio".

Para Carlito Nóbrega, produtor de ovinos de Presidente Prudente/SP, apesar de o exame de OPG ser caro e trabalhoso, a confiança nos resultados é maior. "Com o OPG, evito a resistência dos animais aos vermífugos. Acho importante sim sempre estar dando uma olhada na mucosa ocular dos animais quando passam pelo tronco, não custa nada e dá para compararmos com os exames laboratoriais para ver se os resultados batem". Carlos Vagas, produtor de ovinos de Santana do Livramento/RS, comentou que faz exame de OPG a cada 30 dias, pois tem lutado bastante contra o verme Haemonchus contortus. "Principalmente nesta época do ano que a quantidade de ovos aumenta muito, fiz uma coleta e o número de ovos aumentou (1900-4400) nas ovelhas prenhas com menos de 30 dias por causa da grande quantidade de chuvas nas região. Depois que comecei a fazer OPG, reduzi o custo com remédios".

OPG e FAMACHA

Segundo Marcelo Beltrão Molento, professor e pesquisador de doenças parasitárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR) de Curitiba/PR, vale usar todas as ferramentas para tentar controlar os parasitas e uma delas é abrir a cabeça dos produtores para o problema da resistência. "Um ponto que deve ficar claro é que se o método FAMACHA é "parcialmente ineficiente" é bom, pois ele obviamente será "parcialmente eficiente" e olha que não conheço um só método que prometa 100% de eficiência. Outro assunto que merece esclarecimento é que jamais seremos capazes de selecionar animais resistentes com zero de OPG e se não tivermos animais tolerantes, nunca sairemos desta sinuca. Eles são fundamentais no dia-a-dia de todas as fazendas. São os sensíveis que devem sair o quanto antes. Então, quem faz OPG nunca deve fazer média e decidir tratar o rebanho pela média e sim iniciar um programa de descarte para aquela categoria de OPG's altos. Pergunta: Quanto altos? Acima de mil, 2 mil, 3 mil, 10 mil. Resposta: tá no olho! Este é o momento de associar as duas ferramentas. Se um animal tem OPG de 2 mil e está bem, ele não sai do grupo e se um outro tem 1 mil e apresenta anemia ou papeira ele entra na lista. Ponto, já estamos ganhando do verme".

William Delaqua, médico veterinário de São Miguel Arcanjo/SP, adota nas propriedades que atende, FAMACHA de 15 em 15 dias e exame de OPG mensal, testando inclusive a eficiência dos vermífugos utilizados em cada tratamento. "Em rebanhos grandes trabalho com amostragem, salvo em surtos, onde há a necessidade de tentar individualizar os animais susceptíveis e/ou tolerantes".


Felipe Benedini, produtor de ovinos e técnico de ovinos e caprinos da Alta genetics, de Uberaba/MG, disse que com o serviço laboratorial com certeza obtém-se resultados mais precisos. Em contra partida, o custo torna-se mais alto e a viabilidade em rebanhos comerciais torna-se um limitante. "O FAMACHA é uma ferramente na qual utilizamos para reduzir custos com laboratório e consequentemente mão-de-obra. Inúmeros selecionadores o utilizam com grande sucesso e outros têm um ponto de vista que é uma técnica vaga em relação aos resultados obtidos." Na mesma linha, Denis Sabin, produtor de ovinos de Pinhão/SE citou que utiliza FAMACHA e quando os gastos com sanidade dos mês são baixos, separa animais de vários lotes, coleta as fezes e faz o exame de OPG. "Infelizmente ainda é caro para nós produtores que não temos laboratórios e dependemos de terceiros."


Cecília José Veríssimo comenta que o grau FAMACHA não tem boa correlação com o OPG. "Isto acontece porque quando se utiliza o método FAMACHA, ou seja, o controle seletivo dos animais, vermífuga-se geralmente, a cada passagem no tronco, no máximo, em torno de 30% de animais do lote. Isso resulta na possibilidade de sobrevivência de outros vermes que somem quando se vermifuga os animais frequentemente, tais como Cooperia, Oesophagostomum e Trichostrongylus. Esses vermes são menos patogênicos do que Haemonchus e produzem ovos como Haemonchus, então, no resultado do OPG, é muito difícil identificar pelos ovos esses gêneros, necessitando então do exame da coprocultura (a cultura das fezes para poder haver a eclosão das larvas que podem ser identificadas por um técnico treinado, pois as diferenças entre elas são extremamente sutis). Resumindo, OPG alto não necessariamente é sinal de perigo, pois o OPG pode estar elevado devido à presença de ovos de outros vermes que não Haemonchus, e que não são tão perigosos. Os sintomas que esses outros vermes podem apresentar é diarreia e perda de peso, pêlos arrepiados e sem brilho, sintomas facilmente identificáveis em uma ida dos animais ao tronco. Por causa disso, recomendo que, ao examinar os animais no tronco, outras condições sejam verificadas para a tomada de decisão para a vermifugação, além da mucosa, tais como: baixa condição corporal, pêlos arrepiados e sem brilho (deslanados) ou lã caindo (lanados), presença de diarreia (bunda suja!).

Homeopatia/Fitoterapia

Fábio Bitti Loureiro, médico veterinário de Aracruz/ES, acredita firmemente que o Brasil e o mundo vêm desperdiçando a oportunidade de utilizar sistematicamente a homeopatia populacional e a fitoterapia no controle de parasitoses em geral. "Hoje temos diversos laboratórios credenciados pelo MAPA com produtos que trabalham o sistema imunológico do rebanho contra endo e ectoparasitos, além de resultados de campo e teses de mestrado e doutorado demonstrando a eficiência destes medicamentos. A diferença entre o tratamento convencional e os alternativos é que a possibilidade de resistência dos parasitos aos medicamentos utilizados é praticamente inexistente. Considerando-se que segundo a Associação de Médicos Veterinários Homeopatas do Brasil (www.amvh.org.br) 11% do rebanho brasileiro bovino é tratado com homeopatias, está na hora de se dar atenção a esta tecnologia de uma forma séria e sem preconceitos".

De acordo com Lucia Mabel Saavedra Bousses, produtora de ovinos de Campo Alegre/SC, o uso do método FAMACHA + OPG + alho, neem, araçá e araucária tem sido excelentes ferramentas no criatório orgânico. "Por não utilizarmos vermífugos convencionais, ovinos com FAMACHA 2-3 são submetidos a tratamento homeopático/fitoterápico visando evitar maiores complicações".

Outras opiniões

Pedro Nacib Jorge Neto, produtor de ovinos e médico veterinário da AllStock do Brasil Genética Ltda., aposta no melhoramento genético e biotecnologias. "O método FAMACHA é parcialmente ineficiente, pois o mesmo avalia o animal individualmente e um animal que estiver ok não significa que não possua vermes e pior, pode ser um animal tolerante à verminose e esteja contaminando o ambiente e, consequentemente, outros animais. Este método deve ser usado com certa precaução, pois podemos estar selecionando animais tolerantes à verminose, o que no ponto de vista zootécnico não é interessante. O correto é selecionarmos animais resistentes. Além disso, este método pode dar falso negativo, pois o método FAMACHA pontua a coloração da conjuntiva, que dá em pontuação o grau de anemia, que está associada entre outras causas ao Haemonchus contortus. Porém anemia pode ser causada por diversos outros fatores como Fasciola hepatica, infecção por Mycoplasma ovis, deficiência de cobre ou molibdênio. Ou seja, para ter certeza do diagnóstico via FAMACHA, devemos desconsiderar todas outras possíveis causas de anemia. Lembrando também que FAMACHA é ineficiente para Ostertagia circumcincta e Trichostrongylus. Para o futuro bem próximo acredito no melhoramento genético + biotecnologias.

Melhoramento Genético: seleção de animais resistentes (e não tolerantes) a verminose. Já fazem isso na Austrália e os resultados são ótimos.

Biotecnologias: Atualmente, a mais próxima da realidade é a utilização de fungos nematófagos que são administrados via oral e saem nas fezes, parasitando então as larvas no pasto. Não existe até hoje no mercado pela dificuldade de produção em larga escala, porém recentemente, a BIOCAMP, laboratório hoje líder no mercado nacional de exclusor competitivo de flora múltipla para avicultura, já conseguiu eficiência na produção em larga escala, já possuindo partidas em testes a campo para liberação do produto junto ao MAPA. Em teste in vitro com partidas produzidas obteve-se em 7 dias de tratamento, redução de 72,5% de larvas em relação ao controle.

Equipe FarmPoint

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Comentários

Marcelo Spinola Vianna

Araruama - Rio de Janeiro - Produção de ovinos
postado em 12/08/2010

Ótima abordagem de como avaliarmos todas as faces do grande vilão das produções ovinas! Parabéns a equipe que idealizou a enquete!

Quirino de Freitas

Fernandópolis - São Paulo - Produção de ovinos
postado em 12/08/2010

Que preciosas informações! Acho que essa discussão online é ótima, pois conhecemos a opinião de vários produtores do Brasil inteiro, coisa que nenhum outro meio propicia. E viva!

Helen Renner

Santa Cruz de Monte Castelo - Paraná - Estudante
postado em 12/08/2010

Que legal. Vou usar na minha apresentação da faculdade. Informações quentinhas.

gustavo maximo martins

Jacareí - São Paulo - Produção de leite
postado em 14/08/2010

Ótima discussão sobre o resultado da enquete. O conhecimento e as discussões passadas aqui nos auxiliam muito no nosso dia a dia e também para passarmos para outros colegas veterinarios e produtores. Tenho viajado por várias partes do Brasil, e o que tenho visto ainda são muitos produtores que nao utilizam nem FAMACHA nem OPG, fazendo ainda a vermifugação por exemplo a cada 30 dias, utilizando a técnica do ACHISMO. A partir do momento da conscientização destes produtores e na hora em que comecarem a adotar pelo menos um dos metodos citados, o salto na mellhora de produtividade será grande. Com relação ao OPG a maior reclamação ainda é o desconhecimento e a falta de profissionais que façam o teste e o custo dos exames. Grato,

Gustavo

Paulo de Cerqueira Sampaio

Macajuba - Bahia - Produção de ovinos
postado em 15/08/2010

Muito bom. Esse artigo e o sitemA me levam para a sala de alfabetização em ovinocultura. Continuarei estudando. Muito Obrigado. Paulo Sampaio, criador no Município de Macajuba-Bahia;.

Marcelo Beltrão Molento

Curitiba - Paraná - Pesquisa/ensino
postado em 16/08/2010

Olá,

É com muita satisfação que vejo estes números. O método FAMACHA começou a se popularizar em 1999 e 2000, sob responsabilidade dos Drs. Gareth Bath, Faffa Malan e Jan van Wyk. Cheguei de retorno ao Brasil e trouxe o objetivo de validar a técnica aqui no início de 2000. A primeira publicação saiu em Julho de 2001 em um Congresso em "Botucatu" (Molento e Dantas, 2001). Usamos 35 animais com grande expectativa e deu tudo certo.

Nunca descuidamos de respaldar as outras técnicas e de pensar primeiramente na saúde animal. Os dados relatados nesta enquete e em outros artigos técnicos indicam que o sucesso é imenso e muito disto se deve ao respaldo técnico que várias pessoas tem dado em todo o Brasil. Parabéns para nós.

Muito se fala das desvantagens e dos pontos fracos desta técnica, entretanto nada pode ser mais forte do que a base científica, a comprovação estatística e os dados de produção no final de anos de pesquisas em fazendas de vários tamanhos. Avaliamos mais de 250 animais por hora na Fazenda Felicidade em Restinga Seca, RS que tem mil animais. Empolgante é ouvir os depoimentos!

Então, se somarmos o percentual de técnicos e produtores, que utilizam técnicas alternativas de diagnóstico temos mais de 55%, e olha que devemos retirar a homeopatia e a fitoterapia, pois estamos tratamento de métodos de diagnóstico e não de tratamento (se me permitem a observação).

Como observado, muitos produtores ainda usam o tratamento supressivo por que não tem segurança de uso, por falta de assistência técnica ou porque falta ler mais. Então este percentual pode ser na ralidade de uns 20 a 25%. Se este valor for retirado do total do rebanho nacional teremos algo como 3 a 4 milhões de animais sendo manejados quase sem drogas, moderadamente parasitados (viva os resilientes) e dando um retorno econômico positivo para seus felizes proprietários.

Confesso que este gráfico me deixa muito realizado pois o objetivo de cooperativismo e extensão tem sido cumpridos e a FarmPoint também cumpre seu ótimo papel. Um abraço. Marcelo

GRANJA SUASSUMÉ

Piedade - São Paulo - Produção de caprinos de corte
postado em 18/08/2010

A associação dos métodos FAMACHA e OPG seria a solução ideal, mas esbarra no custo do exame. Laboratórios são caros e raros; cursos de capacitação não há, e microscópios também são caros e inviablizam a realização "doméstica" do exame. Falta mesmo mais suporte técnico ao pecuarista.

Pedro Nacib Jorge Neto

Campinas - São Paulo - Nutrição de Ruminantes / Reprodução de Ovinos
postado em 20/08/2010

Prezado Prof. Marcelo,

diversas vezes, durante a IA laparoscópica, vemos animais OK para FAMACHA e o útero apresenta claramente problemas de verminose...

Estamos testando um produto para quebrar o ciclo da verminose e com isso, fazendo OPG constantemente em animais específicos e nesta propriedade, são realizadas IA por laparoscopia a cada 45-55 dias.
Posso te afirmar que há animais com OPG altíssima e que passariam batidos pela FAMACHA e ainda, que estes animais tem um índice de prenhês inferior aos animais com menor OPG.

Acredito que a eficiência do método não resume apenas na condição corporal do animal e no fato de conseguir manejar um rebanho aparentemente saudável sem drogas, mas também na forma financeira, pois diminuição do índice de prenhês, mesmo que numa porcentagem pequena, ou mesmo no aumento do consumo de alimentos, também deve ser considerado ao avaliar a eficiência de um método.

Att.
Pedro Nacib Jorge Neto

Cecília José Veríssimo

Nova Odessa - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 23/08/2010

Olá a todos, parabéns à equipe Farmpoint pela síntese das mais de 32 cartas que compuseram essa enquete sobre Famacha e OPG. Gostaria de informar aos leitores que aqui em São Paulo várias faculdades de medicina veterinária e institutos de pesquisa (incluindo o que eu trabalho, Instituto de Zootecnia) realizam o exame de OPG a preços não muito caros. Nós aqui do IZ, por exemplo, cobramos R$ 4,00/ amostra, e sei de algumas faculdades que cobram menos que isso (é um treinamento para os alunos). A maioria desses locais pode receber as fezes em isopor com gelo reciclável pelo correio (sedex), o que encarece os custos, mas não o impossibilita de ser feito. Só sou contra algumas firmas que vendem medicamentos, cujos técnicos fazem o exame de OPG em troca da compra de medicamentos, sem saber se é o mais eficaz para a propriedade. É preciso ficar atento para isso: sempre testar com o exame de OPG o medicamento que está sendo utilizado para avaliar a sua eficácia, que deve ser de pelo menos 80%. Abraços,
Cecília José Veríssimo
Pesquisadora Instituto de Zootecnia

Marcelo Beltrão Molento

Curitiba - Paraná - Pesquisa/ensino
postado em 25/08/2010

Prezado Pedro Nacib Jorge Neto,

Suas observações são bem interessantes. O fato de encontrar o útero demonstrando sinais de verminose é novo para mim pois você e sua equipe tem a possibilidade desta abordagem e eu não. O fato de estarem testando um produto contra verminos ou para quebrar o ciclo do verme também é novo, pois não posso discutir algo que desconheço. Se o efeito é de 100% ou menor.

Com relação a OPG alta ou muito alta confirmo suas suposições sobre comer mais, visto que os animais estão com alta carga parasitária. Imagino que vc conhece e sabe fazer o FAMACHA e pode julgar a coloração da conjuntiva. Caso lhe seja possível realize uma estimativa razoável sobre os parasitas, número ou carga aproximada, coprocultura, OPG e daí insira estes dados em planilhas de custo e verifique sua suspeita.

No caso do índice de fertilidade tenho muita experiência pois trabalhei com reprodução em Garça com 35 peodutores. Creio que a diminuição dos índices não ocorre e se ocorre são os tais efeitos multifatoriais agindo. Os índices de coberturas positivas, parto, número de animais por parto e peso ao nascer são semelhantes em propriedades que se faz acompanhamento integrado com os dados de Fazendas com uso supressivo.

Caso lhe seja de interesse procure um artigo meu na revista Veterinary Parasitology de 2009 com esses dados. Jamais o FAMACHA deverá ser utilizado como método sanitário único, assim como outros pós ou chás mágicos.

Verificando os dados zootécnicos de uma propriedade é muito triste ainda termos as parasitoses como um componente negativo, incluindo aqui custos de medicamentos, mão-de-obra e morbidade/mortalidade. Somando ainda o aumento de consumo e diminuição das taxas de fertilidade teríamos o caos total.

Discuto com o grupo o custo de toda esta tecnificação e onde queremos chegar. Nos estados de maior uso da tecnologias a agricultura de precisão é uma realidade na agronomia e na criação animal. A produção maximizada é um porfólio de marketing muito forte e creio que, assim como foi a revolução verde, terá vida curta, mantida somente com o uso massal de tratamentos, incluindo aqui todo o tipo de controle artificial (comerciais e os tais produtos que colocam seus benefícios misteriosos). Então pergunto ao grupo, onde queremos chegar? Se queremos chegar ao fim logo, vamos para o retorno máximo, caso quisermos o retorno equilibrado, com ótimo retorno econômico a conversa toda deve mudar de tom.

Me entenda que não sou contra tecnologias e isso é claro pois trabalho com várias delas perto do produtor, levando saúde ao animal.
Um abraço.

Marcelo

EDUARDO AMATO BERNHARD

Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Consultoria e Assessoria Veterinária
postado em 25/08/2010

Parabéns ao FarmPoint por esta discussão tão interessante. Como veterinário que atua a campo, onde tenho o manejo sanitário preventivo como princípio, o FAMACHA se tornou um importante aliado no controle da verminose. Igualmente não abro mão de outras ferramentas como o OPG e a coprocultura como auxiliar, periodicamente, pois, como bem dito pela Dra. Cecília, com o FAMACHA temos um controle especificamente sobre o Haemonchus sp., porém, sabemos que existem outros vermes que podem causar outros problemas e trazer prejuízos aos produtores. Além disso, existem algumas dosificações estratégicas que não abro mão, como pós-parto em fêmeas e no desmame em cordeiros, entre outras, sempre nos momentos de maior estresse dos animais, onde existe uma comprovada baixa da imunidade. Cabe também lembrar que qualquer ferramenta que utilizamos tem suas limitações e deve ser utilizada da forma correta. No OPG, por exemplo, existe uma clara tendência dos produtores em coletar os animais "mais fracos", aqueles reconhecidamente sensíveis, que com frequencia apresentam sintomatologia. Com isso, acabamos por tem uma amostragem tendenciosa, o que resultará no tratamento de todo o rebanho. O FAMACHA, igualmente deve ser bem conduzido, e acompanhado de anotações confiáveis, que poderão identificar aqueles animais realmente sensíveis. No meu dia-a-dia, tenho identificado que os animais sensíveis de um rebanho normalmente não passam de 5% do total de animais, após alguns meses de um acompanhamento correto deste processo. Outro ponto crítico do FAMACHA é o uso em cordeiros, que deve ser realizado com maior frequencia, devido a sensibilidade maior relativa a idade e ao tamanho dos animais. Com essas práticas, tenho colhido excelentes resultados no controle de verminose e na redução de custos com vermífugos, além da redução dos prejuízos. Somente como exemplo, tenho conseguido utilizar uma mesma base por 5 anos consecutivos e animais sem qualquer tipo de dosificação por períodos superiores a 6 meses. Congratulo-me novamente com a equipe do FarmPoint e com os colegas que aqui colaboraram, principalmente a Dra. Cecília e o Dr. Molento, com os quais já tive oportunidade de trocar idéias por diversas vezes.

Ivan Saul

São José dos Pinhais - Paraná - Produção de ovinos
postado em 30/08/2010

Caros colegas ovelheiros, permitam sugerir-lhes que pensem na ecologia dos parasitos, parece-me que ninguém se referiu a este tema até agora. Vamos raciocinar inversamente ou diversamente. Se uma população de parasitos sofrer pouca (ou nenhuma pressão de seleção) por um dado intervalo de tempo tenderá a apresentar menor número de indivíduos resistentes aos princípios ativos atuais (atuais?), altera-se a proporção de membros resistentes em relação aos não resistentes. Equilíbrio de Hardy-Weinberg, praqueles que se lembram de genética de populações.

Isto é, os parasitos não resistentes terão as mesmas oportunidades reprodutivas daqueles resistentes e funcionarão como concorrentes pelo nicho ecológico, aqui representado pela nobre e espoliada ovelha. Assim sendo, quando a carga parasitária deveras elevada, resultante do "abandono" à que foi relegado nosso precioso rebanho, atingir o limite do suportável (e já tivermos descartado ou perdido aquelas ovelhas realmente sensíveis à parasitoses), teremos uma infestação parasitária passível de ser controlada através dos medicamentos existentes no mercado.

Repito aqui, nado contra a corrente e não uso rotineiramente nenhum dos métodos de diagnóstico referidos. Minha opinião é de que estes métodos induzem o criador ao erro de tentar erradicar as verminoses com as quais devemos simplesmente aprender a conviver. Porém, cabe ressaltar que: "opinião, todo mundo tem!"
Saudações ovelheiras.

Cecília José Veríssimo

Nova Odessa - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 31/08/2010

Caro Sr. Ivan Saul, esta é exatamente a minha posição. Os vermes estão na pastagem e os ovinos se alimentam delas. Vermifuga-se o ovino hoje, e amanhã ele já está se infectando novamente...
Como querer eliminar algo que tem um potencial biótico extraordinário, que ao invés de se curvar à droga e matá-lo, não, o resultado é RESISTÊNCIA, ou seja, os sobreviventes ao vermífugo serão mais fortes ainda (provavelmente sobreviverão a outros vermífugos e ainda por cima põem mais ovos do que aqueles que não receberam produto algum!...)
Isso, sem falar nos inimigos naturais dos vermes, os besouros rola-bosta, que quase ninguém fala neles, mas que têm uma importância (também imputo muito grande, só que ninguém estudou direito isso ainda!). Acho que todos lembram da campanha que a Fort Dodge lançou há alguns anos atrás sobre o cultivo e a liberação do besouro Africano para combate da mosca-do-chifre, em contraposição às ivermectinas, que matavam todo o qualquer besouro (incluindo os besouros nacionais, que ninguém sabe quase nada deles pq são muito pouco estudados, mas têm uma importância muito grande em toda a biologia do solo e também no controle da verminose e de outros parasitas, como a mosca-do-chifre. Eu, na minha experiência com ovinos, já vi produtos irem de mais de 90% de eficácia a zero, em 4 anos (alguns em 2 anos) e também já vi o contrário (produto ir de 0 a mais de 90% em 3 anos, em rebanho com Famacha!). Portanto, é muito pouco tempo! Temos que ficar alertas, sempre! Quem é técnico e trabalha com ovinos obrigatoriamente tem que saber fazer o exame de fezes (OPG), pois é a única maneira de verificar a eficácia do vermífugo depois da vermifugação...
Resumindo, continuo achando que quanto menos, melhor..., e trabalhar com genética, alimentação e manejo, (e Famacha, claro!), tentando driblar o problema da resistência, e o controle racional da verminose. Cecília José Veríssimo

Ivan Saul

São José dos Pinhais - Paraná - Produção de ovinos
postado em 01/09/2010

Prezada Dra. Cecília e colegas ovelheiros. Preciso esclarecer alguns pontos relativos às postagens que fiz sobre o tema FAMACHA / OPG, são eles:

1. Não sou "ecochato" e não faço questão de ser "politicamente correto", mas tenho a pretensão de manejar meu rebanho (pequeno e recente) da forma mais natural possível (causando o mínimo de incômodos aos animais e à mim).

2. Sendo a ovinocultura intensiva uma atividade relativamente moderna e particular do ponto de vista espacial (onde o que se aplica com sucesso em uma propriedade não é necessariamente verdade para outra), sobre a qual ainda há muito que estudar e aprender, temo que (entre outras coisas):

2.1. Os aproveitadores de plantão se intitulem profundos conhecedores da ovinocultura e, pela má utilização de técnicas e práticas de reconhecida base científica, venham a causar danos à atividade como um todo. Explico, ao leigo parece que a aplicação dos métodos FAMACHA e OPG (por terem base científica) serão a solução definitiva para os problemas com verminose no seu rebanho. Impressão errônea transmitida por nós médicos veterinários e por algumas publicações da área (revistinhas pretensiosas e pseudo-científicas que chegam a distribuir "tabelinhas" em suas páginas, entre outras barbaridades, como dar voz a criadores ressentidos ao denegrir uma raça).

2.2. Os produtores que forem iludidos em sua boa fé, ao se depararem com um resultado inesperadamente negativo, abandonem a ovinocultura e acabem com o nosso "mercadinho" (carneiros e borregas de reposição, rações e suplementos, medicamentos e vacinas, abate e processamento, ensino, pesquisa e extensão, etc...). Afinal, quem dentre nós não pensou em vender tudo diante de um surto de coccidiose, "foot rot", ou alguma dessas muitas enfermidades que acometem os ovinos?

3. Especificamente quanto aos métodos que são tema desta proveitosa discussão quero acrescentar ao que já foi dito de forma tão lúcida pelos nobres colegas, justificando minha posição contrária ao uso rotineiro de ambos:

3.1. FAMACHA - por sua "simplicidade" incorre em erros do tipo "falso positivo" com muita facilidade. Além de tudo que já foi dito neste fórum, sobre a ausência de correlação entre o método e o parasitismo, sobre sua limitação aos hematófagos (eimeriose resulta em diagnóstico duplamente falso), da tendência dos proprietários de aplicarem a técnica "às magras" (como já foi referido) e por conta própria. Os curiosos sabem que em diferentes momentos de um dia as mucosas apresentam colorações diversas, quanto mais "leituras" forem feitas maior será o número de classificações de um mesmo indivíduo. Assim, é necessário método para o método, coisa que não se comenta ao propagandear o Método FAMACHA.

3.2. OPG - por sua "simplificação" de uma abordagem complicada e potencialmente grave que são os "falsos negativos". Retiramos do rebanho um percentual (10% - digamos) de indivíduos para a coleta de fezes (olha as magras aí de novo), desta amostra do rebanho retiramos uma amostra do bolo fecal de cada indivíduo (100g - para facilitar que ninguém aqui é matemático), do bolo fecal coletado retiramos uma amostra de 1g (afinal é Ovos Por Grama) e diluímos em uns 10mL de água, da solução resultante retiramos uma amostra de 1,0mL e depositamos uma gota/amostra (0,1mL) sobre uma lâmina de microscopia contamos os "ovos por campo" (o que não deixa de ser uma amostra). Desculpem se eu simplifiquei (assassinei) a técnica, porém, podemos contar na frase anterior 6 ocorrências da palavra "amostra" o que deve ser demasiado para qualquer tentativa de inferir sobre a saúde do rebanho.

3.3. Trata-se de uma postura particular aplicada, única e exclusivamente, sobre o meu rebanho e, embora não me caiba fazer recomendações, não aconselho à ninguém que o faça (ainda que minha formação seja em medicina veterinária não exerço a profissão - viu pessoal do CRMV). Teorizei sobre a ecologia dos parasitos e devo agradecer a acolhida e os comentários da Dra. Cecília. Reafirmo o que disse anteriormente ao concordar com o Prof. Molento em sua postagem de 5 de agosto, há que ter "olho", "feeling", para criar ovelhas.

Senti a necessidade de explicar-me por não haver sobrado espaço na conclusão da enquete (no gráfico lá encima) para aqueles que, como eu, não fazem uso regular de nenhum dos dois métodos.
Não uso pois é coisa de "mãe ansiosa" ficar procurando doença (e quem procura acha), diagnosticar parasitose em ovelha é fácil (difícil é curar) o que acaba atendendo aos interesses da indústria farmacêutica que não pesquisa novos princípios ativos - mais eficientes e menos agressivos ao meio ambiente - e continua dificultando financeiramente nossa atividade e ganhando fortunas ao produzir os mesmos medicamentos de 20 anos passados.

Quanto aos métodos FAMACHA e OPG na prática clínica diária, é simples: "Ruim com eles, pior sem eles!"
Concluo esta postagem que ficou muito mais longa do que devia, desculpem.
Saudações ovelheiras.
Ivan Saul D.V.M., M.Sc.Vet.

Cecília José Veríssimo

Nova Odessa - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 13/09/2010

Caros leitores do FarmPoint, em especial aos que se interessam pelo tema controle da verminose: eu e o Prof. Molento, entusiasmados com toda essa discussão sobre o método Famacha, e preocupados com a atual situação crítica da resistência dos vermes aos produtos químicos, decidimos realizar o evento "Alternativas de controle da verminose em pequenos ruminantes. Tema: método Famacha, inicialmente programado para acontecer na Feinco 2010, e que, por motivos alheios à nossa vontade, não aconteceu naquela ocasião.

Mas agora está tudo certo. O evento está programado para o dia 05 de novembro, no Instituto de Zootecnia, em Nova Odessa, Estado de São Paulo.
Estamos trazendo de várias regiões do país, pessoas com experiência com o método (que realizaram trabalhos científicos ou que têm experiência de campo com o método Famacha, para discutirmos, ao vivo e à cores, a utilização do método Famacha.

Informações sobre a programação completa do evento, que contará, ainda, com uma palestra do Prof. Marcelo B. Molento sobre as perspectivas do uso de vacina x Haemonchus, e inscrições podem ser encontradas no site do evento: www.infobibos.com.br/verminose
Grande abraço (espero vê-los em Nova Odessa),
Cecília José Veríssimo

Cecília José Veríssimo

Nova Odessa - São Paulo - Pesquisa/ensino
postado em 29/09/2010

Olá, bom dia! Falta pouco mais de um mês para o evento que discutirá o controle da verminose (workshop "Alternativas de controle da verminose de pequenos ruminantes"), a ser realizado no dia 05 de novembro, no auditório do Instituto de Zootecnia, em Nova Odessa, SP. A verminose ainda é a doença que mais mata ovinos e caprinos no país, e os vermífugos já não estão agindo como antes, devido à resistência dos vermes a vários princípios ativos. Alternativas aos anti-helmínticos são necessárias, e o evento irá apresentar os temas: homeopatia, seleção de animais resistentes aos vermes, vacina, e o controle seletivo, utilizando o método Famacha®, como forma de diminuir a seleção de vermes resistentes aos vermífugos. Aproveite o desconto de 50% na taxa de inscrição (até 15/10) e faça logo sua inscrição no site do evento, www.infobibos.com.br/verminose, onde se encontra a programação completa e outras informações importantes. Até lá, espero vê-los em 05/11 em Nova Odessa! Cecília José Veríssimo

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