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Rabobank: perspectivas para o mercado de soja e milho em 2010

postado em 09/02/2010

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Em sua publicação anual "Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro", o Rabobank traz uma análise das principais commodities produzidas e exportadas pelo Brasil, abordando o comportamento do mercado em 2009 e as perspectivas para o ano de 2010.

Neste resumo, compartilharemos as informações do relatório para milho e soja, ingredientes importantes para a produção pecuária brasileira. Vale ressaltar que todas as informações são do relatório divulgado pelo Rabobank.

Soja

Diante da segunda safra consecutiva com déficit entre produção e consumo globais, os estoques mundiais de soja em 2009 se mantiveram em níveis historicamente bastante baixos. Por outro lado, o consumo global se manteve estável, apesar dos receios de que a crise global pudesse diminuir o consumo de soja e derivados. Isso se deu pelo fato de que as importações da soja em grão por parte da China aumentaram 8,7% em relação a 2007/08, totalizando um recorde de 41,1 milhões de toneladas, mais da metade das importações mundiais de soja. Dessa forma, a relação estoque/consumo mundial de soja atingiu 19,2%, ou seja, o nível mais baixo em cinco anos.

A menor produção de soja no hemisfério Sul e as exportações recordes do Brasil na safra 2008/09 (principalmente para a China) impulsionaram os prêmios pagos pela soja brasileira em relação às cotações de Chicago, durante todo o ano de 2009.

Perspectivas para 2010:

Caso não haja nenhum fenômeno climático desfavorável à produção na América do Sul, espera-se que a safra mundial de 2009/10 seja a maior da história. Nos EUA (maior produtor global), mesmo com os problemas climáticos ocorridos no período de colheita, estima-se que a safra atinja o recorde de 90,3 milhões de toneladas. Segundo estimativas da Conab de novembro de 2009, a safra brasileira deverá atingir 63 milhões de toneladas. De acordo com o USDA, a produção mundial de soja estimada é de 250 milhões de toneladas para a safra 200/10, número jamais alcançado antes.

Em relação à demanda, o USDA projeta aumento de 5,9% para o consumo mundial de soja, devido ao crescimento da demanda global por carnes (principalmente aves e suínos) e alimentos em geral, além da expansão dos programas de biodiesel em todo o mundo, trazendo maior procura por soja e derivados. Apesar desse crescimento na demanda, a safra global 2009/10 deverá gerar uma oferta excedente ao consumo de 17 milhões de toneladas, o que provocaria a recuperação dos estoques globais de soja até patamares acima dos observados na safra 2007/08. A relação estoque/consumo passaria, então, de 19,2% para 24,6%.

Com a recuperação dos estoques globais e do aumento da relação estoque/consumo, a tendência é de que os preços da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) sejam pressionados em 2010. Todavia, não se espera que os preços internacionais caiam a patamares abaixo da média a longo prazo, pelo menos durante o primeiro semestre de 2010. Também se prevê redução dos valores dos prêmios para a soja brasileira em relação à CBOT, devido às expectativas de recordes de produção por parte dos três maiores exportadores mundiais. Dessa forma, espera-se que as cotações de soja no mercado interno sejam mais baixas em dólar.

Milho

Apesar dos estoques e relação estoque/consumo elevados na safra 2008/09, a relação entre os preços de soja e milho na Bolsa de Chicago se manteve acima da média dos últimos cinco anos a partir de março de 2009. Ou seja, os preços da soja se mantiveram historicamente altos se comparados aos do milho durante a maior parte do ano.

Mesmo com queda de 13% na produção brasileira de milho na safra 2008/09 em relação a 2007/08, e de leve aumento tanto no consumo interno quanto nas exportações, os estoques de milho se mantiveram em patamares historicamente elevados no Brasil em 2009. Os leilões governamentais e o aumento das exportações brasileiras em 2009, em relação a 2008, apesar de terem ajudado os produtores de milho, tiveram pouco efeito na diminuição dos superestoques no mercado doméstico.

Perspectivas para 2010:

Segundo estimativas do USDA, a produção mundial de milho em 2009/10 deve manter-se praticamente estável em relação à safra anterior (totalizando 789,7 milhões de toneladas). Já a demanda deve aumentar 3,6%¨no mesmo período (alcançando 803 milhões de toneladas), devido a previsão de aumento do consumo de carnes de aves e suínos no mundo e a continuidade de suporte ao programa de etanol de milho pelo governo americano. Dessa forma, estima-se um déficit entre produção e consumo global de 13,6 milhões de toneladas, provocando uma redução de 9,3% nos estoques mundiais. Assim, a relação estoque e consumo passaria de 18,8% na safra 2008/09 para 16,5% em 2009/10.

De acordo com a Conab, a produção da safra de verão deve ser similar à da safra anterior (ao redor de 33,5 milhões de toneladas), mantendo a oferta de milho elevada no início de 2010. Além disso, a área de safrinha 2010 não tende a ser menor que a de 2009, diante das perspectivas de colheita de soja antecipada no Centro-Oeste e dos custos de produção menores, devido principalmente a redução dos preços dos fertilizantes. Segundo o relatório da Conab, a produção de milho safrinha deve aumentar 4,6% em 2010, alcançando 18,1 milhões de toneladas.

Do lado da demanda, espera-se crescimento tanto no consumo doméstico quanto nas exportações de milho em grão em 2010. A Conab estima que o consumo de milho no Brasil apresente crescimento de 2% (totalizando 46,5 milhões de toneladas), devido principalmente a boas perspectivas para a indústria de aves e suínos em 2010. Também estima-se que as exportações aumentem na safra 2009/10, mesmo frente a expectativas de que o real se mantenha valorizado em 2010. A Conab prevê que as exportações de milho passem de 7 milhões de toneladas na safra 2008/09 para 8 milhões de toneladas na safra 2009/10.

Considerando que a oferta de milho deve continuar alta no Brasil no início de 2010, espera-se que os preços ainda se mantenham pressionados no mercado interno no primeiro trimestre de 2010. A partir de então, o desenvolvimento da safrinha e o ritmo das exportações serão os principais fatores a determinar o comportamento dos preços no Brasil, já que se espera que a demanda interna se mantenha firme.

As informações são do Rabobank, em "Perspectivas para o Agronegócio Brasileiro", adaptadas pela Equipe AgriPoint.


Nota: após a data de divulgação deste relatório, a Conab e o USDA já fizeram novas projeções para as safras 2009/10 de soja e milho. Veja abaixo notícias relacionadas:

Conab: safra de grãos alcança 143 milhões de toneladas

USDA prevê maior safra de milho e soja e preços altos

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