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Você utiliza escrituração zootécnica? Confira o resultado da enquete

postado em 22/06/2010

1 comentário
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A escrituração zootécnica consiste numa técnica simples de anotação de todos os eventos que ocorrem no rebanho, tais como: identificação do animal, nome ou número do pai e da mãe, data de nascimento, sexo, dados de produção (carne, leite, pele ou lã), data de cobertura, manejo sanitário, alimentar e reprodutivo.

Na maior parte do Brasil, o uso da escrituração zootécnica nas propriedades rurais é baixo, isso tanto na ovinocaprinocultura como nas demais criações. Já nos países desenvolvidos esta prática ocorre em quase todas as propriedades rurais e a disponibilidade destas informações é de extrema importância, pois facilita a tomada de decisões, corrigindo erros que porventura venham a ocorrer. Quanto maior o detalhe das anotações maior será o benefício que poderá ser extraído destas informações.

A escrituração zootécnica pode ser feita de maneira manual ou informatizada. Na escrituração manual o produtor utiliza fichas individuais para o registro do desempenho de cada animal e fichas coletivas para o controle das práticas de manejo. Estas fichas são armazenadas em arquivos físicos na propriedade.

Na escrituração informatizada as fichas estão contidas em programas específicos de computador. Os benefícios da escrituração informatizada são grandes, pois permite maior controle, detalhe e integração da informação e favorece a disponibilização fácil e rápida para o usuário. Entretanto, na sua impossibilidade, a escrituração manual pode muito bem atender os objetivos propostos, desde que tomada de forma prática e eficiente. O mercado disponibiliza diversos programas de gerenciamento de propriedade. Esses softwares apresentam várias formas de entrada de dados, controle e níveis de utilização da informação.

O FarmPoint lançou uma enquete para saber se os produtores de ovinos e caprinos utilizam escrituração zootécnica e quais são as principais anotações feitas, e se não fazem, qual é o motivo.

A enquete teve a participação de 13 estados brasileiros (BA, SP, GO, PA, RS, PE, MG, RJ, PR, MT, CE, SE e MA). Quase a totalidade dos leitores (92%) que participaram utilizam escrituração zootécnica em suas propriedades e 8% dos leitores não utilizam.



As anotações mais citadas (25,53%) foram referentes ao manejo sanitário do rebanho (datas, enfermidades, vacinas/vermífugos), seguidas pelas anotações referentes ao peso do animais (23,40%) - ao nascer, na desmama e ao abate - e de identificação dos animais (21,28%), manejo reprodutivo (17,02%), manejo nutricional (8,51%), registros biométricos (2,13%) e controle financeiro (2,13%).



Podemos concluir que grande parte dos produtores utilizam a escrituração zootécnica para poucos itens, que também são os mais simples de serem controlados (manejo sanitário, peso dos animais), isso pode ser explicado pela falta de mão-de-obra especializada na atividade, dificultando o controle de todos os dados.

Comentários dos leitores

De acordo com Giorgi Kuyumtzief, responsável técnico e produtor de carne de cordeiro de Tangará/MT, "a escrituração zootécnica é a base para a manutenção da sustentabilidade econômica do processo produtivo e para a manutenção do padrão de qualidade das carcaças." Nessa linha, Ivo Arnt Filho, produtor de ovinos de Tibagi/PR, comentou que realiza planejamento e uma escrituração criteriosa, inclusive para a viabilidade de custos de produção. "Acreditamos que atualmente não existe mais espaço para amadores, produtores são micro empresários que devem produzir conscientemente visando a sustentabilidade da propriedade."

Gustavo Ribeiro Mattosinhos da Rosa, produtor de ovinos do Rio de Janeiro/RJ, citou que o controle zootécnico é muito importante para o produtor estar ciente do que ocorre na sua propriedade. "Costumamos fazer todas as anotações, desde cio, peso do rebanho, doenças ocorridas, vacinação e medicamentos administrados. Tudo o que é feito é anotado."

Jaime de Oliveira Filho, consultor e proprietário de Itapetininga/SP, comentou que a gestão é fundamental, "nela consigo resultados sobre DEPs, habilidade materna, prolificidade, peso ao nascer e desmama, etc, enfim, sem isso não consigo ter o meu custo de produção, enfim sem gestão não consigo saber se ando para frente ou para trás. A todos que pretendem entrar em uma atividade rural, se não pensarem nesta área, dificilmente terão sucesso. Seria como uma criança brincando, sem saber a onde vai dar a brincadeira." Corroborando com esse comentário, Claudio Antonio Brakling, produtor de ovinos de Bragança Paulista/SP, destaca que até pouco tempo quase nada era anotado na sua propriedade. "Hoje estou convencido que nenhuma informação deve ser perdida. Portanto, devemos anotar tudo e analisar as informações com frequencia."

Wallace Newton Scott Junior, produtor de caprinos de corte de Piedade/SP e presidente da Capripaulo, destaca que registra cios, coberturas, partos, vacinações, vermifugações, Famacha, peso ao nascer, peso de 10 em 10 dias até o desmame, pesos mensais. Depois disto em todo rebanho, registra medidas biométricas aos 90, 180 e 360 dias, além de tatuar todos os animais. "Fazemos também controle financeiro com escrituração de entradas, saídas e despesas, enfim, tudo anotado e registrado."

De acordo com Marcelo Spinola Vianna, produtor de ovinos de Araruama/RJ e diretor da Green Lamb do Brasil, "anotamos cada detalhe de tudo que acontece diariamente em uma agenda que fica nos galpões. Todos os dados são passados semanalmente para o computador para uma compilação. Desde o nascimento, o animal recebe uma identificação e, deste momento em diante, tudo é rastreado, desde pesagens periódicas, manejos, alimentação fornecida e todo medicamento ministrado."

Já Enéas José Coelho, produtor de caprinos de leite de Santo André/SP, disse que não utiliza escrituração zootécnica. "Todos os meus animais são registrados, mas, eles estão numa área de mananciais em Santo André e preciso procurar um outro lugar para que eles fiquem mais adaptados, ai poderei correr para fazer a escrituração."

Uso de programas

Alguns leitores (12%) comentaram que utilizam programa de software para a organização dos seus dados.

Winnet Ianhertz, produtor de ovinos de Vitória da Conquista/BA, citou que utiliza um excelente programa de rastreamento na Bahia chamado de Bitmax Fazenda. "No programa, podemos controlar desde o nascimento, passando pela pesagem, vacinação, até a saída do animal, seja para a venda ou para o abate." Na mesma linha, Marcus Vinicius da Fonseca, produtor de caprinos de leite de Juiz de Fora/MG, disse que trabalha com um programa chamado GEROCABRA. "O programa produz planilhas de custos do litro de leite produzido e planilhas de gerenciamento de rebanho."

Equipe FarmPoint

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Comentários

Tobias Marino

Porto Rico - Paraná - Produção de caprinos de leite
postado em 23/06/2010

Parabéns pela enquete!

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