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O efeito da intensificação na ovinocultura de corte - um exemplo prático

Por Daniel de Araújo Souza
postado em 10/03/2015

9 comentários
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O processo contínuo de valorização da terra, a alta nos preços dos insumos e o maior nível de exigência do mercado nos últimos dez anos tem colocado a pecuária ovina em uma posição delicada diante das diversas alternativas agrícolas e pecuárias de uso da terra, e de investimento financeiro, exigindo a implantação de estratégias que possibilitem obter rentabilidades satisfatórias ou diferenciadas para quem se encontra dentro da atividade e ao mesmo tempo, atrativas para potenciais investidores.

Diante desse cenário e do montante considerável de capital imobilizado na atividade, a ovinocultura tradicional, de perfil extrativista e de baixa produtividade, vem, ao longo dos anos, se tornando cada vez menos competitiva, tendendo a sucumbir diante das novas demandas de produção e das outras opções existentes de investimento.

Em função disso, processos de intensificação geralmente precisam ser conduzidos, ao menos em alguma fase do ciclo produtivo, a fim de elevar a taxa de desfrute da operação e de aumentar os níveis de produtividade (quilos de cordeiro ha-1 ano-1), o que, consequentemente, resulta em incrementos positivos nos índices econômicos.

Neste sentido, tecnologias de efeito sistêmico, como o creep feeding e o confinamento, podem ser utilizadas de forma estratégica para alavancar os resultados econômicos da empresa, viabilizando a produção de uma maior quantidade de carne com qualidade, no menor espaço de tempo e a custos competitivos.

O quadro abaixo mostra os parâmetros produtivos de uma propriedade de ovinocultura de corte antes (sistema extensivo a pasto) e após (“sistema intensivo”) a realização de um processo de intensificação por meio da adoção do creep feeding durante a fase de amamentação dos cordeiros e do confinamento com ração total 30:70 (relação volumoso:concentrado) na fase de terminação.

          Imagem 1. Parâmetros produtivos de uma propriedade de ovinocultura

Com a fase de terminação sendo executada em confinamento, foi possível expandir a área ocupada de pastagem para cria em 29 ha (165 ha vs. 136 ha) e aumentar o rebanho de matrizes (561 vs. 464) em quase 21% (97 ovelhas), elevando a escala de produção sem aumento de área total (210 ha) e, logo, a produtividade da operação.

O uso do creep feeding incrementou em 46% (220 g/dia vs. 150 g/dia) o desempenho dos cordeiros durante a fase de amamentação, permitindo desmamar as crias com 33% mais peso (24 kgs vs. 18 kgs) à mesma idade e reduzir a idade das cordeiras de reposição à primeira cobertura de 450 dias (15 meses) para 330 dias (11 meses), assim como, encurtar a fase de terminação dos cordeiros de abate.

Por sua vez, o confinamento permitiu um ganho de 400% na taxa de crescimento (250 g/dia vs. 50 g/dia) dos cordeiros e a redução da idade ao abate de 450 dias para 138 dias, encurtando o ciclo produtivo, antecipando receitas e dando dinamismo ao capital de giro da operação.

                          Imagem 2. Resultados econômicos

Com apenas a adoção do creep feeding e do confinamento, a produtividade (Tabela 1) da empresa teve um incremento de 71% (90 kg/ha/ano vs. 52 kg/ha/ano), o que impactou positivamente os principais indicadores econômicos, com o lucro operacional aumentando em 34% (R$ 30.582,41 vs. R$ 22.793,45) e a rentabilidade crescendo em 1,3 pontos percentuais (6,06% vs. 4,79%), apesar do aumento nos custos médios em função do maior uso de insumos, conforme a Tabela 1 acima.

Para que se possa atuar de forma mais eficiente no cenário competitivo vigente e se obter bons resultados dentro da atividade, é necessário saber como utilizar os recursos biológicos disponíveis e as principais tecnologias inerentes à atividade, assim como, otimizar cada um dos processos diretamente envolvidos no ciclo produtivo a fim de elevar a escala de produção da operação e ter como produto final um cordeiro de alta qualidade pronto para comercialização.

Nesse sentido, o DVD do Curso Online ”Produção Intensiva de Cordeiros: do nascimento ao abate”, traz aos alunos uma visão progressiva da produção intensiva de carne ovina, partindo do mercado e da cadeia produtiva até chegar no cordeiro terminado e em condições de abate.

O instrutor deste curso, Daniel Souza (Prime ASC), procurou chamar atenção para a necessidade do planejamento, da organização empresarial, da aplicação adequada das técnicas de produção e da visão sistêmica e a longo prazo, afim de se obter sucesso nesta atividade.


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cursos@agripoint.com.br


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Comentários

carlos jorge da c. baptista

OUTRA - OUTRO - OUTRA
postado em 08/04/2015

Escrevo a partir de angola para dizer que tenho uma exploração de caprinos e solicitarei os vossos préstimos sempre que for necessario

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 10/04/2015

À vontade Carlos!

Abraços,

Daniel

carlos jorge da c. baptista

OUTRA - OUTRO - OUTRA
postado em 11/04/2015

Gostaria de saber por quanto tempo devo manter o mesmo reprodutor neste caso caprina da raça bóer goat no rebanho de cabras nativas e qual é o esquema de cruzamento que devo seguir já que aproveitar ao maximo as características da raça bóer goat l

Celso Fernando Veiga

Barreiras - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 13/04/2015

Parabéns Daniel
Sua abordagem é quando nada fabulosa.
Já é tempo para que pecuaristas dos diversos setores considerem a intensificação como uma das soluções.
A época do extrativismo e produção extensiva foi sepultada dando lugar a uma nova maneria de se investir nas atividades primárias.
Daqui em diante quem não intensificar terá que mudar de ramo...

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 14/04/2015

Caro Carlos,

Acredito que você esteja efetuando o cruzamento absorvente sobre esses animais nativos.

Se assim for, você deve utilizar o mesmo reprodutor apenas até a primeira geração de fêmeas, ou seja, somente até as filhas desses reprodutor. Assim, as netas desse reprodutor devem ser cobertas, preferencialmente (por questão se segurança), por um reprodutor de linhagem diferente.

Att.,

Daniel

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 14/04/2015

Olá Celso,

Muito obrigado pelas palavras de apreço e concordo plenamente com a sua colocação.

Abraços,

Daniel

Márcio Fonseca

Pelotas - Rio Grande do Sul - Consultoria/extensão rural
postado em 25/04/2015

Boa dia, Daniel.
Gostaria de saber quantos aos valores trabalhados tanto no creep-feeding, quanto na dieta total dos cordeiros em terminação, tanto com que valor no kg vivo (ou kg de carcaça fria) para que se justificasse essa intensificação. Trabalho com invernada de cordeiros tanto produzidos na propriedade como adquiridos e tenho um grande vácuo de oferta de cordeiros gordos, uma vez que fico dependente das pastagens de inverno (os campos são de baixa qualidade impedindo a implantação de espécies ricas em PB durante verão e outono). Nas simulações que fiz de modelos intensificados a margem não justificou. Grande abraço.

Daniel de Araújo Souza

Fortaleza - Ceará - Consultoria e ensino
postado em 29/04/2015

Olá Márcio,

No caso da propriedade utilizada como exemplo no artigo, os valores das dietas de creep feeding e confinamento foram de R$ 0,83 e 0,72 por quilo de matéria seca, respectivamente.

A cotação do cordeiro foi de R$ 5,50 e 6,00 por quilo de peso vivo, nos modelos extensivo e intensivo, respectivamente.

Não sei como você está trabalhando essas simulações, mas você deve avaliar o efeito da introdução da tecnologia sobre os resultados de todo o sistema de produção, e não avaliar a tecnologia isoladamente.

Basicamente, os resultados demonstrados no artigo foram efeito do aumento da escala de produção e encurtamento do ciclo produtivo, mesmo com o aumento dos custos de produção (sobretudo devido o maior aporte de insumos, especialmente, alimentos).

Quaisquer dúvidas, estou à disposição. E obrigado pela participação!

Abraços,

Daniel

José Roberto da rocha

Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - OUTRA
postado em 12/05/2015

Boa tarde Professor Daniel,parabens pelo artigo ou seja os artigos, pois tenho acompanhado são todos de alto nível.
Moro no Rio de Janeiro,e estou pesquisando para montar um pequeno projeto de criação de ovinos confinado, quero comesar pequeno mas certo, sou leigo no sistema confinado,principalmente em relação as dietas.
qual seu conselho em relação ao volumoso, capim elefante,cana , leguminosas( leucena,guandu,amendoim forageiro,estilosantes ETC...) ou uma mistura?
Meu e-mail: zebaianorocha@gmail.com
Desde já muito obrigado, Att: Zé Roberto

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