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Utilização de dejetos na geração de energia e preservação ambiental

Por Danilo Gusmão de Quadros , Renato Valladares e Ueliton Regis
postado em 11/06/2007

24 comentários
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Para os agricultores familiares são escassas as fontes energéticas para fins produtivos, cocção, resfriamento, aquecimento e iluminação. A lenha é fonte de calor comum para uso na cozinha, mas é um recurso natural que deve ser preservado. O desmatamento agrava a seca, a perda de solo por erosão e coloca em perigo a flora e a fauna do ecossistema. Além desses impactos negativos sobre o meio ambiente, a queima de lenha para uso doméstico causa graves problemas de saúde, principalmente em mulheres e crianças, que ficam expostas diariamente à fumaça.

Nesse sentido, o querosene como combustível de candeeiros, também agrava a poluição interna. A compra de gás de cozinha (GLP - Gás Liquefeito de Petróleo) representa um custo significativo no orçamento familiar e as pilhas são poluentes quando descartadas negligentemente. O manejo inadequado dos dejetos é grave problema, freqüentemente atuando como vetor de doenças, contaminando a água e o solo.

Já no cenário mundial, comunidade científica e população têm discutido a mudança do modelo energético mundial, de energia fóssil e nuclear para um sistema que inclua as energias renováveis, alternativas e limpas, pois o modelo político-energético balizado na interação entre crescimento e desenvolvimento insustentável desgastou-se devido às evidencias relacionadas às ações antrópicas, promovendo mudanças climáticas e o aquecimento global. O debate internacional está pautado pela necessidade de práticas sustentáveis de aproveitamento dos serviços da natureza e de medidas para conter as mudanças climáticas globais.

A utilização de biodigestores contribui para integração das atividades agropecuárias, aproveitando o esterco, o qual normalmente recebe pouco, ou nenhum, valor comercial, convertendo-o em duas bases para o desenvolvimento sustentável: energia renovável e adubo orgânico. Com isso, proporciona aumentos na produção agrícola e energia à transformação dos produtos, agregando valor, organizando a produção, aumentando a conservação e melhorando a logística de comercialização.

Biodigestor (Foto 1) é o local onde ocorre à fermentação dos dejetos, que pode ser um tanque revestido e coberto por manta impermeável de PVC, o qual, com exceção dos tubos de entrada e saída, é totalmente vedado, criando um ambiente anaeróbio (sem a presença de oxigênio).


Foto 1. Biodigestor contínuo com gasômetro em manta impermeável de baixo custo. Estação Experimental de Caraíbas - EBDA (Jaguarari - BA).

O processo de biodigestão anaeróbia é dependente da ação de bactérias, ocorrendo em três fases: hidrólise ou redução do tamanho das moléculas; produção de ácidos orgânicos e a produção de metano. O metano é o principal componente do biogás e não tem cheiro, cor, ou sabor, mas os outros gases presentes conferem-lhe ligeiro odor de ovo podre ou alho. O peso do metano é pouco mais que a metade do peso do ar. O poder calorífico do biogás é de 5000 a 6500 kcal/m3, equivalente a: 0,55 L de óleo diesel, 0,45 L de gás de cozinha, ou 1,5 kg de lenha.

O manejo do biodigestor é bem simples:

1. Os animais dormem presos. Diariamente, pela manhã, coleta-se o esterco das instalações, evitando trazer terra, pedra, palhas, paus e caroços;

2. Adicionar água na proporção de 100 kg esterco de caprino/ovino para 400-500 L água. Comparativamente a bovinos (100 L) e suínos (130 L), a quantidade de água adicionada para o esterco caprino/ovino é maior, devido ao teor mais alto de matéria seca.

3. Pré-tratamento: Após permanência por 24 h na água, agitação e esmagamento das cíbalas sobrenadantes;

3. Permitir entrada para o biodigestor;

4. Retirar e aplicar o biofertilizante diariamente nas áreas de produção de forragem, ou nas áreas de produção de alimentos, como hortas e pomares;

5. Utilizar o biogás diariamente para cozinhar, ligar motores geradores de energia elétrica, beneficiar alimentos como em casas de farinha, mini-usinas de pasteurização de leite, mini-fábricas de doces caseiros, na conservação de produtos lácteos e cárneos, secagem de frutas, entre outros.

Durante o ano de 2006 e início de 2007 foi realizado o monitoramento de um biodigestor contínuo com gasômetro em manta impermeável, instalado na Estação Experimental de Caraíbas, da EBDA, em Pilar, Município de Jaguararí, no semi-árido baiano. Com o tratamento adequado, constatou-se que o poder poluente dos dejetos foi reduzido significativamente.

Microbiologicamente, a eficiência de remoção de coliformes totais e fecais foi acima de 98%. Os ovos dos principais endoparasitos, maior problema sanitário do rebanho, foram eliminados com o tratamento. A produção de biogás foi de 6,1 m3 de biogás/100 kg de esterco. O biogás apresentou em sua composição: metano (58%), gás carbônico (34%) e, em menor proporção, outros gases (8%), com bom poder calorífico.

O biofertilizante (pH 7,5) foi boa fonte de nutrientes, principalmente de nitrogênio (64g/100L, 80% na forma amoniacal) e potássio (214 g/100L), proporcionando aumentos na produção do capim-elefante, com pequenas alterações na composição bromatológica, digestibilidade e teor de minerais.

Com base nos resultados obtidos, considerando a produção diária de esterco de 50 kg (100 animais presos à noite), resultaria em 3,0 m3 de biogás/dia, ou 91,9 m3/mês, equivalente a 2,8 botijões de GLP por mês (33m3 biogás = 1 botijão de 13 kg de GLP) ou 33,9 botijões/ano. Caso a produção de biogás fosse convertida em eletricidade (5,5 kWh/m3 biogás), resultaria em 505 kWh/mês, correspondente a R$ 267 (R$ 0,53/kWh), ou 6.151 kWh/ano, R$ 3.260.

Se o valor de cada botijão de GLP é R$ 33, a produção anual de biogás corresponderia a R$ 1.118. A produção diária de 250L de biofertilizante forneceria anualmente quantidades de nutrientes equivalentes a 291 kg a sulfato de amônio, 35 kg de superfosfato simples e 404 kg de cloreto de potássio.

Para se ter uma idéia do benefício que o aproveitamento dos dejetos de animais pode trazer, observando o efetivo de 17.139.734 de caprinos e ovinos do nordeste brasileiro, produzindo individualmente 0,5 kg esterco, somente preso à noite, geraria 3.128.002 toneladas/ano. Se adequadamente manejado, produziria enorme quantidade de biogás, equivalente a 1032 GWh, suficiente para abastecer 430.100 residências anualmente, consumindo média de 200 kWh/mês.

No mesmo sentido, a produção de biofertilizante seria equivalente a 18, 2,0 e 25 mil toneladas/ano de sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto de potássio, respectivamente, englobando o N, P e K.

Em novembro de 2006, um biodigestor contínuo com gasômetro em manta impermeável de PVC, dimensionado para 50 animais, foi instalado em Cacimba do Silva (Juazeiro-BA) para validação da tecnologia na agricultura familiar do semi-árido, servindo de modelo para outras comunidades rurais (Foto 2), fruto da parceria da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Instituto Winrock International (ONG), Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e United States Agency for International Development (USAID).

Essa iniciativa foi parte do projeto "Biodigestão de dejetos da caprino-ovinocultura na agricultura familiar", ação direcionada do Provicapri-Programa de Ovino-caprinocultura da Bahia e do Programa Renova Bahia - Programa de Energia Renovável da Bahia, que têm estudado e divulgado os benefícios do biodigestor como mecanismo de desenvolvimento limpo e inovação tecnológica no sertão nordestino, para combate a pobreza e a fome.


Foto 2. Instalação do biodigestor em Cacimba do Silva (Juazeiro - BA)

O biodigestor tem beneficiado a comunidade de diversas formas, nos aspectos econômicos, sociais e ambientais, como as que seguem (Fotos 3 a 7):

• Diminuição da exclusão energética, pela geração de biogás, energia renovável e limpa, reduzindo a dependência de programas sociais. O biogás está sendo utilizado no processamento do leite de cabra e doces de frutas, mas também pode ser utilizado como combustível em motores geradores de eletricidade;
Atenuação da exclusão alimentar, pelo aumento da produção de alimentos para as pessoas e os animais, com a aplicação de biofertilizante, adubo de alta qualidade resultante da biodigestão dos dejetos, nas hortas e pomares comunitários, bem como na área de palma forrageira, leucena e capim-Tifton-85, com contribuição marcante para segurança alimentar, nos aspectos quantitativos e qualitativos;

Diminuição na emissão dos gases promotores do efeito estufa (GEE), visando o desenvolvimento do mercado de créditos de carbono no estado da Bahia (base da proposta do Programa Renova Bahia, para atrair o capital de empresas privadas para financiar ampla replicação dessa tecnologia limpa), promovendo pioneiramente o selo socio-ambiental. O metano é 23 vezes mais potente para o aquecimento global do que o gás carbônico. A queima do metano reduz os danos, gerando crédito de carbono. Contudo, numa visão mais ampla, deve ser considerado, por exemplo, os benefícios na redução do uso de lenha, queima de querosene, ou na produção e transporte do GLP;

Capacitação técnica dos agricultores familiares, com conceitos agroecológicos e sustentáveis da produção agrícola;

Agregação de valor, diversificação, melhoria da logística e conservação dos produtos tradicionais da agricultura familiar, pela pasteurização e processamento do leite de cabra para manufatura de queijo, doces pastoso e tipo "cocada", iogurte sabor morango, licor sabores morango e chocolate, doces de frutas nativas (umbu) e exóticas (goiaba, mamão), que antes eram desperdiçadas, agora contribuem para renda, somando a média mensal de 1 salário mínimo por família beneficiada;

Promoção do desenvolvimento rural sustentável, com a redução das despesas domésticas. A utilização do biogás reduziu o custo de aquisição de GLP, incluídos produto, transporte e armazenagem. Não houve mais necessidade de corte e queima de lenha, portanto contribuiu para conservação da biodiversidade O biofertilizante tem sido utilizado no controle pragas e doenças das culturas agrícolas;

Melhoria das condições de higiene para os animais e as pessoas: a limpeza diária das instalações para recolher o esterco diminuiu a mortalidade dos animais, a contaminação do ambiente por microrganismos nocivos e a proliferação de moscas, conseqüentemente aumentou a produção do leite, o ganho de peso e melhorou a qualidade dos produtos. O aproveitamento dos dejetos reduziu a contaminação de águas subterrâneas e superficiais.


Foto 3. Capim-Tifton-85 adubado com biofertilizante


Foto 4. Uso do biofertilizante na horta comunitária


Foto 5. Biogás utilizado no processamento do leite de cabra, diversificando os produtos, agregando valor, melhorando logística


Foto 6. Biogás como combustível de motor gerador de eletricidade, na EBDA, em Jaguarari - BA.

O biodigestor, como ferramenta tecnológica de desenvolvimento sustentável, apresentou alto potencial de replicação na agricultura familiar, pois tem alta relação benefício/custo com a geração de biogás, contribuindo diretamente para melhoria da qualidade de vida das pessoas, que, com maior renda, ficam menos dependentes de programas sociais. Além disso, indubitavelmente, resulta na produção de adubo orgânico com alta qualidade intrínseca, fornecendo o suporte para a segurança alimentar da população mais carente que vive no campo, introduzindo na dieta alimentos diversificados, com alto valor biológico, tanto de origem vegetal, quanto animal.

Sendo assim, somam-se esforços no intuito de difundir a tecnologia, por meios de financiamento, sejam reembolsáveis, ou fundo perdido em condições de extrema pobreza, podendo se constituir na revolução energética no campo. Mais pesquisas devem ser realizadas, fornecendo suporte técnico-científico à montagem de novas unidades demonstrativas em comunidades rurais, diversificando o uso do biogás e biofertilizante conforme as necessidades.

Saiba mais sobre os autores desse conteúdo

Danilo Gusmão de Quadros    Salvador - Bahia

Pesquisa/ensino

Renato Valladares    Castelo do Piauí - Piauí

Instituições governamentais

Ueliton Regis    Cachoeira Alta - Goiás

Produção de caprinos de corte

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Comentários

Walter Pinheiro Granja

Fortaleza - Ceará - Produção de leite
postado em 11/06/2007

Excelente matéria. Bastante esclarecedor e estimulante. Não sei o porque dos biodigestores serem tão pouco utilizados. Tenho uma fazenda no Ceará, onde dormem presos em torno de 800 ovinos. Tenho a pretenção de construir biodigestores para um melhor aproveitamento do esterco, com produção de biogás e biofertilizantes. No entanto, como não tenho muito conhecimento sobre o assunto e ainda ser novo no ramo, gostaria de um projeto detalhado e bem dimensionado, com acompanhamento técnico.

Resposta do autor:
Prezado Walter,
Agradeço suas considerações. A resposta da pequena utilização de biodigestores pode estar na pequena difusão de informação sobre o assunto. É isso que estamos fazendo, gerando tecnologia, validando-a com base em estudos científicos, quantificando e divulgando os benefícios econômicos, sociais e ambientais. Com esse propósito, está em fase final de preparo um livro + DVD sobre o tema, que estaremos divulgando ao lançamento, ainda sem data definida, que tratará da instalação e manejo de biodigestores tipo canadense(conhecido também como da marinha), utilização do biogás e aplicação do biofertilizante.

Creio que o Sr. está no caminho certo para adoção dessa tecnologia,ou seja, buscando informação e assistência técnica qualificada, com antecedência, para realização do projeto, planejamento, capacitação e monitoramento. Levando em consideração a quantidade de animais, creio na possibilidade de grande resultado econômico. Posso indicar equipe qualificada para atender e superar suas expectativas.

Luís Roberto Villela Santos

Ituiutaba - Minas Gerais - odontólogo/produtor de leite
postado em 14/06/2007

Na verdade, gostaria de algumas informaçoes:

- Existe alguma ONG que instale o Biodigestor em troca do crédito de carbono por um período de tempo?

- Para 3.000 ovelhas, quanto de energia elétrica seria produzindo e em termos práticos o que significa? daria para que? iluminação? mais o que?

- Com quantos dias depois que abastecemos o biodigestor podemos fazer a fértil irrigação?

Obrigado

Resposta do autor
Sr. Luís Roberto, podem participar de uma atividade de projeto do MDL as chamadas Partes
Anexo I, Partes Não Anexo I ou entidades públicas e privadas dessas Partes, desde que por elas devidamente autorizadas. Atividades de projeto do MDL podem ser implementadas por meio de parcerias com o setor público ou privado. O setor privado tem grande oportunidade de participação, pois o potencial para reduzir emissões nesse setor é significativo. Além disso, é receptor de fluxos crescentes de investimentos que podem ser destinados a atividades de projeto do MDL, que é um mecanismo de mercado concebido para ter sua ativa participação. As quantidades relativas a reduções de emissão de gases de efeito estufa e/ou remoções de CO2 atribuídas a uma atividade de projeto resultam em Reduções Certificadas de Emissões (RCEs), medidas em tonelada métrica de dióxido de carbono equivalente.

Em relação ao potencial de 3000 ovelhas, objetivando a produção de biogás para geração de eletricidade, será necessário maiores informações a respeito componentes zootécnicos do seu sistema de produção e quantificações de ordem práticas. Contudo, com base nos nossos etudos poderia gerar de 400-500 kWh/dia. A energia elétrica gerada pelo conjunto motor-gerador pode ser utilizada para os mesmos fins que a eletricidade da sua residência. O biogpas pode ser utilizado como combustível de conjunto moto-bomba, facilitando a irrigação. A capacidade de geração depende da potência desses conjuntos. A respeito do tempo de retenção do material, o biodigestor que estamos trabalhando é do modelo canadense, também conhecido como da marinha, de alimentação contínua, ou seja, diariamente recebe a carga.

O tempo de retenção estimado é em 45 dias para caprinos e ovinos. O biofertilizante pode ser utilizado logo após a saída (que ocorre simultaneamente à carga), ou armazenado sem problemas, pois não há mal cheiro ou proliferação de moscas.

Rui Barbosa Ferrão

Paineiras - Minas Gerais - Pesquisa/ensino
postado em 14/06/2007

Excelente matéria! Nossa escola está tentando desenvolver um projeto, para difundir o uso do bio digestor na região.

Resposta do autor
Prezado Sr. Rui, excelente a iniciativa de divulgação de energias renováveis na escola! Creio que o público jovem, no trabalho com educação, é significativo para formação de mentalidades que favoreçam o desenvolvimento sustentável, nos âmbitos: humano, cultural, ambiental e econômico.

Francisco de Assis Alves de Andrade

Natal - Rio Grande do Norte - Produção de ovinos
postado em 15/06/2007

Prezados senhores,

Vejo-me também em situação de pré-disposição para implantação de biodigestores, com rebanho ovino de 1.600 matrizes para produção do cordeiro precoce, que dorme abrigado em 4 apriscos. O detalhamento do projeto, acompanhamento técnico e outros apoios, seriam fundamentais para agregar tão importante equipamento à propriedade agrícola, com ganhos em diversos aspectos conforme bem exposto no artigo técnico.

Sds.

Resposta do autor:
Prezado Senhor Francisco, tenho certeza que a implantação de biodigestores pode trazer muitos benefícios na sustentabilidade do sistema de produção, ganhos econômicos e agregação de valor aos produtos. Coloco-me à sua disposição se necessitar de informação a respeito de equipe técnica experiente para planejamento, projeto, implantação, adequação do uso do biogás, capacitação e monitoramento.

Edigildo Dorea

Vitória da Conquista - Bahia - Produção de leite
postado em 15/06/2007

O comentário do amigo Walter Pinheiro (de Fortaleza) é por demais pertinente. E admito até mesmo que o governo deveria urgentemente criar incentivos, espeicalmente para áreas distantes do projeto Luz para Todos. Seria outra alternativa, embora não conheça o custo de um projeto no segmento energético.
Edigildo Dorea
Vitória da Conquista - Bahia (Pequeno produtor rural).

Resposta do autor:
Prezado Senhor Edigildo, a exclusão energética é um grave problema no interior do Brasil. Além disso, com o interesse das empresas privadas aumentarem o acesso para vender o produto, cujo preço alto engloba tudo que foi gasto. Creio que o problema não é ter acesso à energia, mas poder pagar a conta no final do mês.

Uma família de 4 pessoas, pagar cerca de 140-160 reais é significativo no orçamento familiar, bem como a aquisição de gás de cozinha (GLP) e pilhas. O lema do Programa Renova Bahia é Luz Renovável para Todos. Será necessário a pressão das entidades da sociedade organizada para, através dos órgãos técnicos, com apoio de agentes financiadores, multiplicar biodigestores, bem como ações na captação de água de chuva, sistema mandala, energia solar e aumento de eficiência do uso dos recursos naturais.

Sobre o projeto, coloco-me à sua disposição para informação a respeito do projeto de dimensionamento, planejamento, implantação, capacitação e monitoramento.

Edigildo Dorea

Vitória da Conquista - Bahia - Produção de leite
postado em 15/06/2007

Quero parabenizar pelo artigo. Fico alegre em ver registrado o nome de Danilo Gusmão Quadros (não tenho dúvidas da competência, por ser filho de Vitória da Conquista e vinculado a UESB - onde fui aluno do curso de Agronomia).

Edigildo Dorea - Vit. da Conquista - BA

Resposta do autor:
Prezado Sr. Edigildo, agradeço suas considerações sobre o nosso trabalho. Vitória da Conquista é o berço da nossa família. Cursei Agronomia na UESB, onde fiz muitas amizades e parcerias de trabalho. Ainda tenho atividades na região, entretanto estou vinculado à UNEB-campus de Barreiras, onde sou professor. Boa sorte!
Atenciosamente.

Renata Soares Serafim

Uberaba - Minas Gerais - Pesquisa/ensino
postado em 20/06/2007

Parabenizo-lhe pelo brilhante artigo e por estar divulgando esta tecnologia de grande apoio para o saneamento ambiental. Trabalho com a biodigestão anaeróbia de dejetos suínos, e atualmente estou tendendo à ovinocultura.

Minha dúvida é com relação às cíbalas. É preciso quebrá-las para que possam compor o abastecimento do biodigestor? Deve-se levar em consideração o teor de sólidos totais para efetuar o abastecimento díário do biodigestor?A biomassa será degradada em tempo hábil para aplicar o biofertilizante na pastagem de Tifton 85?

Desde já lhe agradeço pela oportunidade proporcionada a nós, leitores e colegas de profissão.

Um abraço.

Resposta do autor:
Prezada Renata,

Agradeço suas considerações! As cíbalas integrais tendem a acumular-se na superfície do material dentro do biodigestor, formando uma crosta e impedindo a produção de gás. Quando isso ocorre, o biodigestor deve ser esvaziado e começar o processo novamente, perdendo um tempo de até 60 dias. Portanto, desenvolvemos uma metodologia de imersão em água por 24 horas e amassamento das cíbalas sobrenadantes. Isso foi possível com a divisão da baixa de entrada em dois compartimentos, interligados na parte de baixo.

Estamos utilizando uma relação água:esterco de 4 a
5:1. Entretanto, conhecendo o percentual de matéria seca do esterco, pode-se calcular a quantidade de água exata para atingir na mistura valores de 8 a 10% de sólidos totais. No biodigestor contínuo modelo canadense, que estamos utilizando, o dimensionamento considerou o tempo de retenção hidráulica de 45 dias. Na caixa de saída, então, o material está pronto para ser aplicado, com boas respostas do capim-Tifton-85.

Atenciosamente,
Prof. Danilo Gusmão

José Geraldo da Silva

Hidrolândia - Goiás - Caprinocultura
postado em 21/06/2007

Gostaria de parabenizar o artigo sobre biodigestor e informar um site que mostra um biodigestor, na minha opinião, exelente. Trata-se do biodigestor PE: http://www.aondevamos.eng.br/boletins/edicao03.htm.

Resposta do autor:
Prezado Sr. José Geraldo,
Agradeço suas considerações. O nosso biodigestor é mais parecido com o demonstrado no http://www.aondevamos.eng.br/boletins/edicao15.htm,
de modelo horizontal, formato retangular, com campânula de vinil vedada por selo d’ água, funcionamento em ciclo contínuo.

Atenciosamente,
Prof. Danilo Gusmão

Alexandre Pimentel Rôa

Curitiba - Paraná - Consultoria/extensão rural
postado em 29/06/2007

Prezado autor,

Tenho muito interesse em aplicar a tecnologia do biodigestor em propriedades de gado leiteiro, gerando assim mais de uma solução dentro das propriedades, como o biofertilizante e a geração de energia limpa, além de possibilitar economias ao pecuarista.

Gostaria de saber de quanto é o investimento para a aquisição dos equipamentos e instalação do biodigestor, considerando uma pequena propriedade, de até 50 animais em lactação.

Parabéns pela matéria esclarecedora, Alexandre Rôa.

Resposta do autor:
Prezado Alexandre,

Agradeço suas considerações. Para gado leiteiro a biodigestão é muito indicada para o manejo e aproveitamento dos dejetos. O manejo do esterco compreende: coleta, tratamento, armazenamento e, finalmente, utilização. No entanto, o conceito moderno de manejo do esterco engloba preocupações quanto à
saúde humana e animal; produção de odores; controle de insetos; fluxo de nutrientes no sistema de produção;
balanceamento de rações e manejo nutricional para otimização da utilização dos nutrientes; adequação da colheita e armazenamento de forragens para maximização da aceitabilidade e digestibilidade; processamento do esterco; custo; manejo do fluxo de nutrientes; e, de forma mais abrangente, o impacto econômico das leis ambientais.

A integração dos animais com o fornecimento do esterco e a produção de biogás, visando à armazenagem ou processamento de leite, é bem interessante, pois o biogás pode ser combustível para gerar frio e calor. Em um confinamento de 100 vacas, um biodigestor pode produzir um volume de 118 m3 de biogás. Volume este suficiente para funcionar um grupo gerador de 15kVA e atender com energia elétrica a demanda da ordenhadeira, do resfriador de leite, do triturador, do desintegrador, do misturador de ração e da bomba d´água. A demanda total de biogás do grupo gerador para funcionar estes equipamentos foi estimada em 85,3m3 de biogás, o que pode ser suprido com folga pelo biodigestor. Já o biofertilizante pode ser aplicado na produção de volumosos, aumentando a lotação da fazenda.

Seria difícil, sem maiores informações, fornecer uma estimativa de custo, pois devemos observar não só os custos envolvidos nos aspectos do tipo e dimensionamento do biodigestor, mas também de instalações e equipamentos relacionados à utilização do biogás. Há também os custos variáveis.

Recomendo que o projeto de dimensionamento seja realizado para cada situação específica, por profissional capacitado. Com base na literatura (ano de 2002), todavia, a estimativa do custo do biodigestor para 100 vacas foi de R$ 15.000. Para 50 vacas, não seria a metade, pois o custo por m3 de biodigestor aumenta na medida que reduz o tamanho. Assim, podemos considerar na faixa de R$ 9.000 a 10.000. Não podemos esquecer dos custos de implementação(mesmo valor do biodigestor) e motor (valor 30% maior que do biodigestor).

Atenciosamente,
Prof. Danilo Gusmão

Henderson Magalhães Abreu

Natal - Rio Grande do Norte - Consultoria/extensão rural
postado em 02/07/2007

Prezado prof. Danilo Gusmão de Quadros,

Estou montando um projeto agropecuário na ativdade de ovinocultura de corte, projeto este fundamentado em 3.000 matrizes ovinas em sua estabilização, pretendemos instalar uma unidade biodigestora para produção de energia elétrica para uso na irrigação e outras demandas da propriedade.

Foi muito prazeroso ler seu artigo no FarmPoint, pois já venho acompanhando vossa pesquisa através de trabalhos publicados na net pelo senhor. Gostaria imensamente de aprofundar mais o debate com o senhor sobre esta forma de energia natural pois estamos necessitados desta tecnologia.

Como devo proceder para desenvolver com vocês um pacote tecnológico de implantação de uma unidade deste tipo em meu empreendimento?

Antecipadamente agradeço sua atenção.

Henderson Abreu.

Resposta do autor
Prezado Henderson,

Agradeço suas considerações. A integração das atividades agropecuária e a sustentabilidade da produção é beneficiada com a utilização de biodigestores, gerando energia renovável e biofertilizante. É muito importante e correto o que o Senhor está fazendo. Antes da instalação de biodigestores, deve-se buscar orientação profissional para não incorrer em erros de dimensionamento, levando a gastos desnecessários, ou mesmo a produção de biogás insuficiente para a demanda.

Não possuímos pacotes tecnológicos. Entretanto, temos equipe capacitada para estudarmos cada caso, trazendo as soluções adequadas para o projeto de dimensionamento, realização da instalação, capacitação e monitoramento. Pode entrar em contato conosco, que terei o maior prazer em atende-lo.

Atenciosamente,

Danilo Gusmão

Mauricio Andreoli

Franca - São Paulo - Indústria de insumos para a produção
postado em 05/07/2007

Prezados,

Gostaria de parabenizá-los não somente pela matéria, mas também pela iniciativa em promover informação e debate sobre aproveitamento de resíduos gerados nas propriedades rurais.

Felizmente a idéia e a prática da troca de créditos de carbono pela instalação de biodigestores já está mostrando resultados no controle de poluição ambiental.

Se permitirem, gostaria que disponibilizassem meu contato pois estamos associados a uma organização que promove a instalação de biodigestores em troca de créditos de carbono.

Atenciosamente,

Mauricio Andreoli

Resposta do autor:
Prezado Sr. Maurício,

Agradeço suas considerações. Algumas empresas multinacionais têm disponibilizado biodigestrores, visando o comércio de créditos de carbono. Pretendemos atrair a atenção dos movimentos sociais organizados da agricultura familiar, governo, agentes financiadores e empresas privadas, para a replicação de biodigestores como mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL).

Os produtores, teriam o biogás e biofertilizante como base de desenvolvimento sustentável, enquanto as empresas teriam o crédito de carbono, com selo eco-social. Estamos no início dessa jornada. Gostaria que pudéssemos estreitar os interesses para intervir melhorando a realidade local de comunidades carentes, implantando tecnologias inovadoras, trazendo benefícios econômicos, ambientais e sociais.

Estamos consagrando a metodologia do documento de concepção do projeto (DCP) do MDL, no meio acadêmico, segundo o Engenheiro Ambiental consultor do Programa Renova Bahia.

Atenciosamente,
Prof. Danilo Gusmão

Fernando Logar Seraphico Peixoto da Silva

Piracicaba - São Paulo - Consultoria/extensão rural
postado em 11/07/2007

Prezados senhores,
Parabéns pela matéria.
Eu possuo uma pequena criação de ovinos, somente 100 matrizes, no entanto possuo criação de frangos de corte, com aproximadamente 130.000,00 frangos a cada 60 dias, que geram 1.000 toneladas de esterco por ano. Um dos meus maiores custos de produção consiste no aquecimento dos pintinhos durante as 3 primeiras semanas, seria possível montar um biodigestor, produzir o gás, armazená-lo e depois utilizá-lo para aquecimento através de campânulas?
Minha propriedade está localizada em Jundiaí - SP, o senhor tem alguém para indicar nesta região que elabore projetos desta natureza?
Agradeço a atenção,
Fernando Logar.

Resposta do autor:
Prezado Sr. Fernando,
Em atenção à suas considerações, informo que a cama-de-frango pode ser utilizada para produção de biogás, com uma relação água:esterco e tempo de retenção maiores, em relação ao esterco ovino/caprino, bovino ou suínos. O biogás pode fornecer calor em campânulas para o pintinhos, reduzindo grandemente o custo operacional da fase inicial. Em relação à armazenagem do biogás, temos que avaliar o tipo e modelo do biodigestor. No caso do tipo batelada, o material é colocado de uma só vez no biodigestor, ao contrário do contínuo. O biogás pode ser armazenado no próprio gasômetro, como no caso do biodigestor modelo indiano. Entretanto, para o armazenamento do biogás em botijões, seria interessante ter uma escala maior que a relatada, relizar o processo de purificação e compressão, envolvendo maiores custos, apesar da vantagem de poder ser utilizado semelhantemente ao gás natural. Em relação ao seu projeto, não conheço nenhuma empresa perto da sua localidade que poderia te atender, mas estamos à disposição para auxilia-lo naa prestação de serviços.
Atenciosamente,
Danilo Gusmão

Marilia Batista dos Santos

São Miguel dos Campos - Alagoas - Produção de caprinos de corte
postado em 24/07/2010

Prezado prof. Danilo Gusmão de Quadros,

Estou elaborando um projeto sobre biodigestão anaerobia contínua alimentada com esterco caprino e pretendo adquirir novos conhecimentos sobre as caracteristicas da caprinocultura na biodigestao.

Foi muito bom ler o seu artigo no FarmPoint, pois já venho acompanhando vossa pesquisa através de trabalhos publicados na net pelo senhor.

Gostaria imensamente de aprofundar o meu diálogo com o senhor sobre esta pesquisa que vem sendo meu grande foco de estudo e de interesse.

Como devo proceder para adquirir uma comunicação mais próxima de sua pessoa, além do FarmPoint, pois é de suma importancia para meu trabalho, que vem sendo realizado com muito esforço e prazer no IFAL.

Antecipadamente agradeço sua atenção.

Nair Sena e Silva de Almeida Barros

Riachão do Jacuípe - Bahia - Produção de caprinos de corte
postado em 17/07/2011

Prezados Srs. Gostei muito da forma objetiva que foi abordado este assunto. Sou agricultora familiar e tinha conhecimento do biodigestor indiano, mas acho o custo dele muito alto, este novo modelo de biodigestor acho que deve ser mais barato tenho 100 caprinos entre animais jovens e adultos, onde posso obter informações de como adquirir o material para construção de 01 biodigestor deste tipo?
Nair Sena
Ourolandia - BA

Renata Soares Serafim

Uberaba - Minas Gerais - Pesquisa/ensino
postado em 19/07/2011

Prezado Danilo,
Gostaria de saber se o livro com o DVD já está disponível?
Obrigada!!!

jose Antonio de Oliveira

Maurilândia - Goiás - suinucultura
postado em 01/07/2013

tenho uma pequena suinucultura com media de 100 animais, gostaria de construir um biodigestor, gostaria de saber se ha viabilidade economica e como consigo projeto para construcao e operacao do mesmo?
Grato

uneb_neppa@yahoo.com.br

Barreiras - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 07/07/2013

Prezada Marília,
agradeço imensamente seu contato.
No momento um contato mais próximo comigo está um pouco complicado, pois estou nos EUA fazendo pós-doutorado e ainda devo ficar por aqui pelo menos mais uns 2 anos. Entretanto, pelo email uneb_neppa@yahoo.com.br você pode ter contato comigo sempre que desejar.
Tem um livro nosso que pode ser interessante para sua pesquisa, está disponível no site da Eduneb (http://eduneb.uneb.br/catalogo/run?op=ShowGallery&tag=233). Se tiver interesse pergunte também sobre o DVD que tem um documentário muito interessante que aborda a parte de validação.
a parte científica vc. pode fazer referência do artigo disponível no http://www.scielo.br/pdf/rbeaa/v14n3/v14n03a14.pdf
Desejo-lhe sucesso na continuidade do seu trabalho.
Danilo Gusmão

uneb_neppa@yahoo.com.br

Barreiras - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 07/07/2013

Oi Nair,
primeiramente desculpa a demora na resposta. não me lembro de ter recebido algum lembrete de sua pergunta.
realmente esse modelo de biodigestor de laminado de PVC flexível, modelo da marinha, ou canadense, fica mais barato, na medida em que o projeto vai ficando maior. O indiano nós temo substituído aqueles gasômetros antigos e caros por caixa d'água de fibra, que reduz drasticamente o custo e dá maior pressão de saída do biogás na medida que adicionamos pesos extras na cúpula.
O problema desse de PVC é que fica dependente das empresas. Você pode procurar a Sansuy ou a Recolast, sem fazer propaganda de nenhuma delas, mas são as que conheço nesse mercado.
Boa sorte,
Danilo Gusmão

uneb_neppa@yahoo.com.br

Barreiras - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 07/07/2013

Olá Renato,
o livro saiu sim. pode pedi-lo pelo link http://eduneb.uneb.br/catalogo/run?op=ShowGallery&tag=233
da Eduneb.
quando for pedir, fale sobre o DVD.
qualquer problema, pode me procurar por e-mail uneb_neppa@yahoo.com.br
atenciosamente,
Danilo Gusmão

uneb_neppa@yahoo.com.br

Barreiras - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 07/07/2013

Caro José,
desculpa a demora na resposta, não me lembro de ter recebido o aviso de sua pergunta.
De maneira convencional, a expectativa da produção de dejetos de 100 suínos é de quase 900 L entre estrume, urina e água de lavagem, ou seja, uma quantidade considerável. Em termos de viabilidade, o payback normal tem situado entre 4 e 5 anos, mas pode ser muito melhor na medida que agregamos valor aos produtos do biodigestor, passando até para 2 a 3 anos.
É claro que quanto maior for o projeto, menor será o custo unitário e maior serão os benefícios econômicos.
De qualquer forma, o saneamento ambiental nessa atividade é uma prioridade.
O projeto de dimensionamento e o acompanhamento/treinamento de instalação/manejo do equipamento deve ser realizado por profissional capacitado. O Sr. não consegue um projeto padronizado, o ideal é que seja feito para sua situação. Entendo que a sua escala não é grande e isso encarece o processo. A depender da região, já vi empresa, prefeitura, ONG, que apoiam a implantação do sistema.
Boa sorte,
Danilo Gusmão

Paulo Eustaquio Macedo

Betim - Minas Gerais - OUTRA
postado em 16/09/2014

Boa tarde,tenho poucas ovelhas posso dissolver o esterco e bombear no pasto ou apenas lançar a seco.
Obrigado.

uneb_neppa@yahoo.com.br

Barreiras - Bahia - Consultoria/extensão rural
postado em 17/09/2014

Olá Paulo,
a aplicação do esterco diretamente no solo ou sobre as plantas pode trazer uma série de danos, inclusive, a depender da situação, até causar morte das plantas. Se deixa ele se acumular no aprisco para ganhar em volume e lançar a seco perde muito a qualidade (principalmente o nitrogênio, que altamente importante para a produção das plantas forrageiras), além de ocasionar doenças no rebanho, nas pessoas e mal cheiro. Dissolve-lo e não coloca-lo no biodigestor, mesmo que seja apenas interessado no biofertilizante, não creio que será interessante. No seu caso, poderia se optar pela compostagem. Com o esterco fresco, realizar camadas de esterco e palha (em torno de 25 cm cada uma) em pequenos montes à sombra, umidecendo bem cada camada (evitando água em excesso) e cobrindo com palha. É usado o monitoramento do aumento de temperatura interna com o auxílio de um vergalhão, sempre mantendo a umidade. Após esfriar, vira-se de dentro pra fora e de fora pra dentro, cobre com palha e faz o monitoramento novamente, sempre mantendo a umidade ideal. Ao final, você terá a terra vegetal (semelhante ao que é ensacada e vendida em supermercados), adubo orgânico de muito boa qualidade. Esse processo todo geralmente dura uns 45 dias a depender das condições. Você vai sempre fazendo pequenos montes e trabalhando-os individualmente. Nesse procedimento você passa a ter sempre o composto. Boa sorte!

Déborah Manécolo

São Paulo - São Paulo - Pequena agricultora
postado em 02/06/2015

Tenho uma extensão de terra de 5 alqueires e como vegetariana não consumo carne.  Tenho alguns gados de estimação e ao redor vejo muitos deles magros e utilizados assim mesmo para corte. Como me integrar nesse projeto para aplicar na propriedade. Já tenho conversado com donos de sítios e chácaras vizinhas quanto a possibilidade de uma nova conduta para com os animais com mais humanidade e com possibilidades de ganhos financeiros de forma diferente. Peço maiores informações de onde posso obter informação sobre esse projeto em São Paulo. Estou em Cipó-guassu região extremo sul da cidade. Existem algumas ONGs que dão apoio aos agricultores? Ou alguma Cooperativa que incentive esse projeto.? Aguardo contato. Grata por Hora

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